Capítulo 16 – A Reconciliação.

Depois da descoberta, Kagome tentava se acostumar com a sua nova realidade. Não se arrependia de ter feito o ritual com Inu-Yasha, mas, desde aquele dia na caverna dos lobos, sentia-se mal, afinal, nunca havia morto sequer uma mosca, e agora tinha que se acostumar ao fato que havia morto quase metade da alcatéia. Isso ainda doía, e doía muito mais a lembrança das palavras do namorado, ele teve medo dela, ainda não se sentia confortável ao seu lado, desde aquele dia estava um pouco afastada dele. Precisava de um tempo para se acostumar com tudo e digerir aquele remorso que a corroia por dentro.

Ele havia notado o afastamento dela, mas seguindo o conselho de Kaede, resolveu a contra gosto deixa-la sozinha por um tempo, se limitando a vigia-la à distância, e sempre que possível dormia ao seu lado, sem que ela percebesse.

Um certo dia, Kagome acordou e se deu conta de que estava sendo dura demais com o namorado, afinal, ela não podia culpa-lo por ter tido medo, ela também já havia sentido medo dele outras vezes e nem por isso ele se afastou dela ou sequer havia demonstrado mágoa, muito pelo contrário, ele sempre esteve ao seu lado, buscando nela a sua força para enfrentar os perigos.

Como eu sou covarde! Bradou esmurrando a cama, onde antes ela dividia com o hanyou. – Ele deve estar me odiando, pois nunca mais veio me ver! Agora tentava segurar as lágrimas que teimavam em turvar seus olhos.

Eu não te odeio, eu te amo mais que a mim mesmo! E você não é covarde, só precisava de um tempo para se acostumar com esse seu novo poder! Ela se assustou quando ouviu a voz dele vindo do lado de fora da cabana. Deu um pulo da cama e saiu correndo para a porta.

Inu-Yasha!!! Por favor, me perdoe, eu não queria afastar você de mim, mas eu também precisava ficar sozinha. Você me perdoa?

Claro meu amor, apesar de em momento algum eu ter me zangado com você, pelo contrário, eu sempre estive aqui, zelando por você e rezando para que você se recuperasse rápido, pois eu já estava morrendo de saudades dos seus beijos.

Ah, meu amor, o que seria de mim sem você? Falou abraçando-o e encostando seus lábios nos dele.

Nós nunca vamos estar separados, se lembra? Agora somos um só, e é por isso que eu decidi que vamos falar com a sua família. Gostaria de fazer as coisas do jeito certo, pelo menos uma vez na vida.

Você está me pedindo........não, deve ser imaginação minha!

O que foi? Não gostou da minha idéia de falar com a sua família? Ou será que você tem vergonha de estar namorando comigo e não quer que eles saibam?

Deixa de besteiras Inu-Yasha! Eu não tenho vergonha de você, a coisa que eu mais quero é que todo mundo saiba que eu estou namorando o maior e mais poderoso hanyou de toda a era feudal japonesa, apesar de que ninguém acreditaria que eu viajei 500 anos para encontrar o dono do meu coração e da minha vida.

Não precisamos contar esse detalhe! Falou ele dando um enorme sorriso.

Você deveria sorrir mais vezes meu amor, eu acabei de descobrir que eu adoro o seu sorriso.

Eu vou tentar, com você é sempre tão fácil me sentir feliz!

Então? Quando vamos para minha era?

Que tal agora?

Mas já? Eu ainda nem tomei café, e preciso arrumar minha moch....

Já está pronta! O que mais?

Você? Quando? Por que?

Eu sim, ontem à noite, por que eu sabia exatamente que você iria fazer as pazes comigo hoje. Respondi suas três perguntas?

Eu já disse que você é impossível?

Eu sei! Agora tome o café que eu deixei ao lado da sua cama e quando você terminar iremos para sua era.

Você não que me fazer companhia? Eu estou me sentindo tão sozinha ultimamente. Falou fazendo beicinho, deixando o hanyou quase louco, diante daquela visão.

Vamos entrar antes que eu perca o controle e faça uma bobagem aqui fora, acho que os aldeões não iriam gostar muito do que iriam ver. Falou empurrando-a para dentro, com um sorriso malicioso nos lábios.

Eles tomaram o café, entre carícias e brincadeiras, pois aqueles três dias não haviam sido fáceis para nenhum dos dois. Quando acabaram, ele levantou e estendeu-lhe uma das mãos para ajuda-la a levantar. Quando ela estava de pé, ele a puxou de encontro ao peito e lhe beijou profunda e apaixonadamente, fazendo-a tremer. Ele se afastou somente o suficiente, para olha-la nos olhos e falar:

Acho que sua família pode esperar mais um pouco, afinal, temos assuntos mais urgentes nos esperando aqui!

E eu poderia saber que assuntos são esses?

Eu te mostro!

Falou pegando-a no colo e levando-a até a cama, onde deitou com ela ainda em seus braços.

Mataram as saudades um do corpo do outro, até que, quando estavam saciados, adormeceram felizes, pois agora estavam novamente unidos pelo único vínculo que não se desfaz, o amor de um pelo outro. O amor puro e inocente que sentiam, e que nem mesmo a morte seria capaz de destruir.