Capítulo 22 – O Coração Dividido De Sesshomaru.

A noite havia chegado e mais uma vez lhe vinha na memória aquele perfume. Lembrar do corpo dela inerte em seus braços não causava tanta confusão, quanto a simples lembrança do calor e do perfume que começou a exalar quando ele a reviveu.

Desde aquele dia, Sesshomaru não conseguia tirar da cabeça, muito menos do coração, o rosto daquele anjo de cabelos negros.

Por que isso está acontecendo comigo? Não quero cometer a mesma fraqueza do meu pai! Mas então, o que eu realmente sinto por aquela garota? Maldita! Como você conseguiu quebrar o muro que protegia meu coração? Agora, você terá que ser minha, nem que para isso eu tenha que matar aquele hanyou inútil! Sesshomaru falava para si, como se Kagome estivesse ao seu lado.

Queria poder arrancar o seu rosto de dentro de mim, mas não posso! Maldita a hora em que meu irmão te colocou em meus braços, maldita a hora em que aceitei te reviver e me perder! Como pude me apaixonar por você? Eu não quero sentir o que sinto! Falou com o rosto entre as mãos. – Vê o que fez comigo? Nunca havia chorado por ninguém antes, agora minhas lágrimas escorrem sem controle por você!

Sesshomaru ficou lá sentado sentindo as lágrimas molharem o seu rosto. Dentro do seu peito, sentia o seu coração, antes gelado, aquecer-se com a simples lembrança do rosto dela. Adormeceu entre soluços.

Kagome olhava para o céu e lembrava-se do namorado. Sentia uma enorme saudade dele, parecia que seu coração iria explodir de tanta vontade de vê-lo.

Ah, Inu-Yasha! Já não consigo viver longe de você. Para cada lugar que eu olhe, vejo o seu rosto.

Do outro lado, o hanyou olhava da mesma maneira para o céu, e abraçava a blusa da amada para poder sentir o perfume dela. Precisava dela, sentia-se vazio sem ela.

Minha doce menina rezo para que o dia não tarde a chegar, para que eu possa ter você novamente em meus braços. Se você soubesse a vontade que tenho de ir até onde você está, e poder me perder nos seus braços! Como eu te amo Kagome, te amo como nunca pensei que pudesse amar alguém! Ele ficou lá, encima daquela árvore de onde só descera para pegar a blusa dela.

Os primeiros raios de sol se fizeram presentes no horizonte, quando o hanyou abriu os olhos, pôde ver uma silhueta correndo entre as árvores. Logo reconheceu a pessoa que estava correndo. Era ela, sua querida, seu amor. Desceu num pulo e correu na mesma direção. Encontraram-se num longo abraço. Como ele desejou esse abraço, podia sentir o coração dela disparado, seu cheiro agora era mais doce do que no pedaço de pano que ele mantinha junto ao corpo. Ele a pegou no colo e foram até a cabana, quando entraram ele a desceu e beijou-lhe de modo possessivo. Quando ele abandonou os lábios dela, falou num sussurro:

Eu senti sua falta!

Eu não consegui sequer dormir de tanta saudade meu amor! Não consigo mais viver sem ter você ao meu lado, sem poder sentir o calor do seu corpo. Para qualquer lugar que eu olhasse, o seu rosto vinha na minha memória. Por isso, nem esperei pela senhora Kaede, vim correndo de volta para você!

Eu também não sei viver sem você! Como eu queria sentir o seu corpo novamente, parece que você partiu há muito tempo, não conseguia parar de pensar um minuto sequer em você! Falou abrindo a blusa que ela estava vestida, fazendo a mesma cair pesadamente ao chão.

Beijava cada centímetro do colo despido da amada, enquanto suas mãos deslizavam pelo corpo dela, até encontrarem o tecido da calça que ela usava. Habilmente desfez o nó que prendia a peça que deslizou suavemente até o chão. Ela livrou-se da peça aos seus pés, e com mãos trêmulas, abria o kimono dele, fazendo cada peça cair desordenadamente às costas do amado. Podia sentir o calor do corpo dele colado ao seu. Ele a pegou no colo e deitou-a suavemente na cama, cobrindo-a com seu corpo.

Deslizava suas mãos pelo corpo dela, enquanto a cobria de beijos. Sentia cada pêlo do corpo dela arrepiar ante o toque dos lábios dele. Desceu sua boca de encontro ao seio dela, fazendo-a soltar um gemido que aguçou ainda mais o seu desejo. Sugava-o com voracidade, enquanto fazia sua mão encontrar lugar entre as coxas dela. O simples contato da mão dele em seu sexo, a fez tremer. Ela cravou suas unhas nas costas nuas do amado, deixando claro que estava demasiadamente excitada. Percebendo isso, ele fez pequenos movimentos com seus dedos, fazendo-a se contorcer de prazer, sentia uma enorme sensação de prazer ao vê-la sussurrar seu nome entre gemidos e espasmos. Cravou suavemente suas presas no pescoço dela, arrastando-as de encontro à orelha dela, sentiu-a se mexer sob ele, mas não queria penetra-la ainda, por isso se ergueu o suficiente para que não deslizasse para dentro dela. Desceu seu rosto até o ventre dela, passando sua língua pelo caminho que só ele conhecia e que ansiava novamente descobrir. Ela afundou suas mãos nos cabelos dele, fazendo com que o rosto dele colasse ainda mais na pele dela. Ele subiu novamente encontrando os lábios dela, sentiu-a empurra-lo e se colocar sobre ele. Ela deslizou sua boca pelo corpo dele, fazendo-o tremer, quando a sentiu atingir sua zona mais sensível, soltou um gemido alto. Cerrou os olhos e se deixou levar pelas sensações que ela proporcionava com sua boca, quando já estava a ponto de explodir, sentiu-se deslizar para dentro dela, abriu os olhos e viu-a jogar os cabelos para trás e começar a se mover lentamente. Segurou-a pelos quadris, e movimentava-se no mesmo ritmo que ela. Sentia como se eletricidade passasse por seu corpo quando ela acelerou seus movimentos, ele não conseguia conter os gemidos que brotavam de sua garganta. Ela sabia exatamente o que fazer para deixa-lo louco, cada parte de seu corpo gritava por ela, e num impulso, a virou, fazendo-a deitar-se de costas para ele, mordiscava a nuca dela, fazendo-a arrepiar. Sentiu uma onde de calor invadir o seu corpo, quando finalmente o êxtase chegou, sentiu que ela também atingiu o orgasmo, quando a sentiu contrair-se e fechar suas mãos no lençol. Deixou-se cair ao lado dela, sua respiração acelerada e seu corpo banhado em suor. Olhou para o rosto dela e sorriu ao vê-la abrir os olhos e sorrir para ele.

Eu te amo linda!

Eu também, vida!

Vida?

Sim! Minha vida! Ela respondeu afagando o rosto dele.

Ficaram deitados abraçados, aproveitando ao máximo da presença um do outro. Não queriam adormecer, pois queriam recuperar o pouco tempo afastados. Afinal para quem ama, um minuto longe, tem o mesmo peso de cem anos.

Longe dali, uma figura andava sem rumo entre as árvores, deslizando pesadamente cada passo pela folhagem.

Preciso ver você! Pensava Sesshomaru.

A figura continuava a andar, tomando o rumo do vilarejo.

Não falta muito, à tarde poderei ver seu rosto novamente, mesmo que à distância! Sesshomaru falou para as árvores que eram a sua única companhia.

O dia ia nascendo preguiçosamente, como se não quisesse que este encontro ocorresse. Mas, como tudo na vida não é perfeito, logo esse momento chegaria, e com certeza alguém sairia machucado desse encontro, talvez não fisicamente, mas com certeza um dos dois perderia a sua alegria. O youkai esperava que não fosse ele a sair derrotado, mas sabia que não dependia dele, e se ela não optasse Por ele, aceitaria seu destino, vagar por toda a eternidade com um amor que não desejara, latejando em seu peito. Pelo menos teria a lembrança do corpo dela colado ao seu e do perfume dela, que ainda podia sentir nos seus braços.