Capítulo 26 – Aprendendo A Ler
Quando ele acordou, procurou-a ao seu lado e não a encontrou, logo seu instinto de proteção se aguçou, mas lembrou-se de onde estavam, e então se acalmou aconchegando-se mais entre os lençóis.
Estava quase dormindo novamente, quando ouviu a porta se abrir e a voz dela o chamar.
Acorde Bela Adormecida! Beijou as costas dele. – Trouxe o seu café!
Do que você me chamou? Virou-se para ela perdendo-se dentro dos olhos dela.
Bela Adormecida! É um conto que eu adorava quando era pequena.
O que é um conto?
É uma história, uma fábula! Fala sobre uma princesa que foi enfeitiçada quando nasceu e que adormeceria por cem anos quando completasse quinze anos, somente quando fosse beijada pelo verdadeiro amor, despertaria. Resumiu para ele.
Você me conta essa história algum dia? Perguntou.
Sim! Agora tome o seu café, pois temos que sair para comprar alguns livros e cadernos para eu te ensinar a ler.
Tudo bem! Falou começando a comer.
Depois de algum tempo, eles finalmente saíram do templo e tomaram o rumo da livraria. Ele estava incomodado por ter que usar uma bandana para esconder as orelhas. Ele sabia que era necessário, mas isso não diminuía o seu desconforto.
Esse negócio faz as minhas orelhas coçarem. Ele falou tentando coçar as orelhas sem arrancar o pedaço de pano.
Sabia que você fica muito sexy com essa bandana?
É verdade? Falou corado.
Parece um cantor de rock. E eles normalmente são bem sexy's, sabia? Aposto que se eu não estivesse ao seu lado, iria chover mulher em cima de você! Falou apertando ainda mais o braço dele.
O que é rock?
É um tipo de música agressiva, onde predomina o som da guitarra. E como eu já sei que você não conhece, guitarra parece um violão, só que o som é mais fino e forte.
Entendi! Você sabe tocar esse troço?
Quem me dera! Falou suspirando.
Entraram na livraria e ela foi até uma das estantes e pegou várias cartilhas infantis, cadernos e um livro de contos infantis.
Foi até o caixa e pagou tudo, ela olhava furiosa para uma das vendedoras, que estava derramando todo o seu charme para o hanyou. Quando ela terminou de pagar, foi em direção ao namorado e fuzilando a vendedora, falou:
Vamos amor?
Você tem namorada? Perguntou a jovem vendedora.
Não, ela é minha mulher. Por que? Ele falou abraçando a namorada, que exibia o seu mais belo sorriso, sentindo-se vitoriosa.
Desculpe, pensei que você fosse desimpedido. A vendedora falava frustrada.
Não querida, ele já tem dona. E virando-se para o namorado falou: - Já está tarde, ainda temos que ir comprar algumas coisas para a NOSSA casa. Enfatizou bem o nossa.
Saíram da livraria, e ele não pôde deixar de notar a cara amarrada da namorada. Apertando-a mais nos braços, perguntou:
O que você tem? Está com raiva?
Quem? Eu? Raiva? Daquelazinha lá? Nunca!
Sei! Está com ciúme, sua bobinha. Não precisa ter ciúmes, eu só quero você!
É, eu fiquei com ciúme sim! Por que? Não posso?
Claro que pode! Mas esse ciúme não tem fundamento. Eu sequer olhei para aquela garota.
Mas ela parecia estar te devorando! Sem vergonha! Ai como eu odeio mulheres oferecidas!
Bobinha! Beijou-a demoradamente, quando separou seus lábios dos dela, ficou satisfeito ao ver a expressão no rosto dela. Ela mantinha os olhos fechados, e se ele a soltasse, com certeza cairia, pois suas pernas estavam bambas. – Que bom que eu ainda deixo você desconcertada! Falou sorrindo para ela.
Hã? O que você falou? Ela disse voltando à realidade.
Deixa para lá! Vamos para casa? Estou com fome!
Não! Vamos a uma lanchonete comer alguma coisa, ainda temos que encontrar com a mamãe.
Tudo bem! Ele respondeu, sentindo-se arrepiar quando ela pôs sua mão na cintura dele, por baixo da camisa.
O que foi? Percebeu que ele estava um pouco tenso.
Se você continuar passando seus dedos desse modo, eu não respondo por mim! Olhou-a com desejo.
Será que você não se cansa? Eu ainda estou exausta!
Deve ser aquele meu outro lado que é insaciável! Falou sorrindo para ela.
Deviam proibir você de sorrir desse jeito!
Por que? Perguntou sem entender. – Pensei que gostasse quando eu sorrio.
E eu gosto, foi só uma forma de falar! É que esse seu sorriso me faz perder a cabeça, e não me importo com mais nada, só com você! É como se seu sorriso fosse o meu Koto-dama! Entendeu?
Entendi! Então meu sorriso provoca em você o mesmo que aquela palavra em mim?
Mais ou menos! Com uma diferença!
Qual?
Eu não caio de cara no chão quando você sorri! Falou sorrindo.
Chata!
Lindo!
.............! Falou no ouvido dela, deixando-a corada. (N/A: ha,ha,ha. Olha minha maldade de novo! Usem a imaginação e descobrirão o que ele falou! Caraça! Rimou de novo).
Deixa disso e vamos comer! Falou tentando disfarçar o rubor.
Foram até uma lanchonete, sentaram-se em uma mesa próxima à janela. Kagome pediu dois lanches e enquanto a garçonete foi providenciar o pedido, Inu-Yasha olhava com raiva para a porta.
O que foi? Ele nem precisou responder, ela ouviu o motivo.
Higurashi!!! Que bom ver você! Ah! E você também! Falou desapontado ao perceber o hanyou.
"Então era isso!"pensou. – Oi Houjou. Tudo bem?
Eu que pergunto. Quando foi que recebeu alta da UTI?
"Ai vovô, o senhor ainda me mata de vergonha com essas suas mentiras!" – Err, ontem?
Que bom, eu estava pensando em ir te visitar no hospital! Mas vejo que já esta bem melhor do seu derrame. Pelo menos não deixou seqüelas!
É! Não deixou nenhuma! Olhava para o namorado que estava quase explodindo.
Bem, vou deixar vocês comerem sossegados! Até mais Higurashi! Houjou saiu sorrindo.
Que cara folgado! O que é derrame? Você derramou alguma coisa nele?
Esquece! Isso é mais uma das mentiras do vovô para justificar minha ausência!
Entendi!
Comeram o lanche entre brincadeiras. Quando saíram, encontraram a mãe dela e compraram alguns utensílios para ela levar para a era dele e montar a casa.
Regressaram ao templo, e Kagome pediu à mãe que não deixasse Souta atrapalhar, pois iria ensinar o namorado a ler.
Pegou a sacola com os livros e foram até o quarto dela. Sentaram na escrivaninha e ela começou a ensinar o alfabeto a ele. Ele olhava maravilhado, finalmente iria aprender a ler e a escrever. Ele sentiu um arrepio quando ela pegou a sua mão e bem devagar o ajudava a escrever as letras que ela havia mostrado. Não demorou muito e ele já escrevia as letras sozinho. Ela estava espantada com a rapidez que ele aprendia. Se continuasse desse jeito, no máximo em três dias ele já estaria lendo e escrevendo razoavelmente bem. Ela o ensinava a juntar as sílabas para formar as frases e ele obedecia, falando da mesma forma que ela havia ensinado. Entregou-lhe o caderno e pediu que tentasse escrever uma frase qualquer, sem se importar com possíveis erros. Ele pegou o lápis e começou a escrever na folha do caderno. Quando terminou, entregou a ela, que arregalou os olhos.
"Eu amo você, minha Kagome!" Olhava para o que estava escrito e olhava para ele, não conseguia entender como ele aprendeu tão rápido.
Está errado? Ele perguntou ansioso.
Na....não! Ma....mas como pode ser? Você disse que não sabia ler nem escrever! Como pode ter aprendido tão rápido?
Acho que por eu ser um hanyou, aprendo mais rápido que os humanos normais. Respondeu dando um sorriso satisfeito.
Só pode ser isso, pois se você fosse um humano normal levaria pelo menos uns três anos para ler e escrever corretamente! Falou espantada.
Gostou do que eu escrevi?
ADOREI!!!! Agora deite-se que eu vou contar uma história para você! Ele obedeceu e se deitou.
Que história você vai me contar? Perguntou ansioso.
A Bela Adormecida! Falou deitando-se ao seu lado e começou a ler o livro, mostrando a ele as figuras.
Adormeceram no meio da história. Aquele havia sido um dia cansativo, mas ao mesmo tempo recompensador, pois ele havia aprendido a ler e a escrever. E agora não se sentiria tão diferente dela. Dormiram tranqüilamente, pois estavam felizes e de certa forma realizados.
