Nome da fic: LEMBRAR PARA ESQUECER
Autor: Viviane Valar
Pares: Severus/Harry PotterCensura: PG-13 (angst, slash)
Gênero: Drama, Romance, tema Adulto, Slash.Spoilers: Todos os livros HP1 ao HP5Avisos ou Alertas: Slash
Desafio: 18. Snape perde a memória, mas estranhamente só confia em Harry Potter. Conclusão: ele também vai passar o verão com os Dursleys. (Ludmila)
Resumo: Após um acidente, Snape perde a memória, e estranhamente só confia em Harry Potter. Vejam o que acontece quando as férias chegam... Slash leve.
Agradecimentos: à Rowling, e à Ludmila, que me proporcionaram a felicidade de fazer a fic, por causa dos persons e do desafio proposto no Snapefest.
Disclaimer: Esses personagens são de JKR, eu não quero nem vou ganhar dinheiro com eles.LEMBRAR PARA ESQUECER
Capítulo 1 – Além da Imaginação
Não era apenas os alunos que estavam aguardando ansiosamente as férias da Escola de Magia e bruxaria de Hogwarts. Havia um professor que estava cansado. Severus Snape era mestre de Poções. E também aguardava o fim das aulas. Faltavam apenas alguns dias. E esse era o período mais movimentado, pois se aproximavam das provas.
Os alunos têm a tendência de pensar que as provas foram inventadas por um professor cruel com intuito de torturar os pobres alunos que estudavam tão arduamente e que tinham "vida" fora das salas de aula. Ao passo que os professores pensavam que os alunos faziam curso extra de "Como enlouquecer seu professor".
"Como podem fazer tanta asneira?" – pensava Snape. – "Longbottom só pode fazer de propósito!"
Naquele dia teria a última aula antes da prova prática de Poções. Snape entrou na sala das masmorras ventando, como sempre. E estava mais irritadiço que o habitual. E a combinação com a ansiedade pelo que estava acontecendo no mundo bruxo, depois do retorno do Lord das Trevas, era uma combinação explosiva.
-Não quero saber de conversinhas! Atenção! Todos! – e olhou para um menino magrelo despenteado, que parecia absorto. – Sem exceções! – Harry Potter não se mexeu.
-Hoje vamos ter uma revisão. - e fez uma careta. – A pedido do nosso diretor. Prof. Dumbledore. Que acha que vocês estão precisando. - ele mostrava claramente seu desagrado.
E bateu a varinha no quadro negro e apareceram palavras que mostravam como preparar três poções.
"Poção do Morto-Vivo"
"Poção do Esquecimento"
"Poção da Verdade - Veritasserum"
-Essas são as poções mais pedidas para os N.I.E.M.S. E como vocês sabem, serão no ano que vem. E esta será um das últimas chances de aprender. Façam aos pares. Então comecem! – ordenou friamente.
Os alunos estavam atordoados. Três poções. Como iam fazer três poções no mesmo dia? Mesmo sendo aula dobrada, não havia um só aluno que não estivesse apreensivo. Nem mesmo Draco Malfoy. Sonserino que era o melhor aluno na matéria. Exceto, talvez Hermione Granger, a eterna CDF.
Harry estava acompanhando Neville, enquanto Mione estava com Ron Weasley. Neville, um garoto gordinho de rosto redondo tremia enquanto picava o Asfódelo enquanto Harry separava as tripas de salamandra.
-Harry... você acredita nisso??? Três poções! Como é que vamos fazer isso?
-Ora Neville, vamos tentar uma de cada vez! Já que só temos um caldeirão. – tentava acalmar o amigo, quando ele próprio estava em pânico.
Snape passava entre os pares e questionava, apressava ou simplesmente torturava, na opinião de Harry.
-Potter! Você quer causar algum acidente?! Está cego ou louco? Leia a terceira linha da primeira poção! – duro.
Ele parou de acrescentar as gotas de beladona à poção no caldeirão.
-Acrescente cinco gotas de beladona e mexa no sentido horário por três minutos e pare antes que ferva"
Harry engoliu um gemido. Tinha colocado demais. E não havia esperado o tempo necessário para ferver.
-Limpar! – Disse Snape com a varinha apontada para o caldeirão. – Recomece!
Neville não conseguiu esconder a expressão de horror. Nunca terminariam a tempo.
-Harry, - chamou após o professor virar as costas para reclamar da poção dois que Parvati e Lilá Brown faziam. – E agora?
-Vamos ter que refazer. – com ódio. – Continue cortando os ingredientes, que eu recomeço a poção um. - Assim vamos mais rápido. – dizia com dificuldade.
Sentia uma vontade louca de estrangular o professor, no método trouxa mesmo. Não precisava de varinha para isso. Estava pensando nas mil maneiras de assassinar o outro. Quando não percebeu que errava outra vez. No mesmo ponto da poção um. Quando acabou estava satisfeito. A poção estava verde clara. Igual a da Mione. Era um bom sinal. Só tinha um cheiro muito ruim. Passaram a fazer a poção dois.
-Vamos, apressem-se, não teremos o dia todo! – raivoso. – Sei que muita gente não conseguirá fazer as três poções a tempo. Mas se não se esforçarem terei que deixar sem nota. – disse com prazer mórbido.
-Muito bom Sr. Malfoy. – satisfeito. – Vejo que tem quem preste a tenção nas minhas aulas! Não terá dificuldade na poção três, como não teve na um e dois.
Draco sorria com arrogância e superioridade.
-Harry. – chamou Neville de novo. – Tudo picotado, como vai a poção dois?
-Preciso de mais Benzoar.
-Aqui está. – passou uma vasilha com o ingrediente. Mas acabou virando e todo o conteúdo caiu no caldeirão. – Oh!
-Droga! Bem, Neville. Não se preocupe. – tentando tirar o excesso com uma colher. – Vamos continuar assim mesmo. Não podemos parar agora. Me passe o asfódelo e a losna.
"Isso não vai dar certo." – pensou desanimado.
Quando já era quase fim da aula Snape já estava impaciente.
-Chega! – duro. – O tempo acabou. Agora vocês vão pegar os frascos onde colocaram as poções e trarão para mim, com seus respectivos nomes. Espero que os que conseguiram preparar as três, tenham feito com cuidado. Não tolerarei erros! – disse com expressão de desagrado.
-Harry... você... leva pra ele? – pediu o menino de rosto redondo, com voz medrosa.
-Tudo bem. Eu levo. – pegando os frascos.
Olhava para sua Poção do Esquecimento. Ela estava borbulhante. Mesmo fora do caldeirão.
"O que será que aconteceu?"
Draco viu com interesse o percurso que Harry Potter fazia do fundo da sala, até a mesa do Snape. E não resistiu. Deixou discretamente algumas tripas de salamandra, caírem no chão. Ao passar por ali, de olho na poção dois, Harry não olhava para baixo. E pisou em cheio na "coisa" no chão.
Não houve tempo para descobrir o que era aquilo. Mas os segundos que demorou para chegar ao chão e a consciência de que deixava escapar os frascos da mão, poderiam ser classificados como longos demais. Estava a meio metro do objetivo quando as três poções foram parar sobre a escrivaninha do professor. O som do vidro quebrando ecoou pela masmorra e as poções se misturaram, indo respingar no professor, que abrira a boca para protestar.
-Mas o quê... – engoliu sem querer os vestígios da poção. Tossiu. – POTTER! – furioso.
E perdeu a consciência. Em seguida o melhor sonho e maior pesadelo do garoto se concretizaram. Houve uma explosão no lugar do acidente. Um gás esverdeado subiu como onda sobre o mestre caído ao chão. E algo parecido com um tentáculo negro saiu de dentro do frasco que Simas tinha colocado ali há poucos minutos. Ele ia em direção ao mestre desacordado. A classe estava paralisada, assistindo o homem ter o pescoço envolvido pela "coisa" negra.
Harry se lembrou de se desejo de fazer aquilo e a consciência doeu. Não era de sua índole desejar isso verdadeiramente. Então antes que outra pessoa o fizesse, ele se levantou diante de uma sala petrificada de horror e se adiantou com a varinha nas mãos. Nesse momento, o professor acordou e percebeu estar sendo atacado. Mas não conseguia se libertar e viu o garoto chegar mais perto.
-Reducio!
E o tentáculo foi reduzido a um fio fino, como o de cabelo, que Snape pôde arrebentar com suas próprias mãos. Ainda tinha vestígios da poção nas vestes quando olhou assombrado para o aluno.
-Obrigado! – disse com dificuldade. – Por ter me ajudado. – ofegante. Fechou os olhos. Respirou fundo. Olhou de volta. – Mas ... posso saber o nome da pessoa que salvou minha vida?
-O quê? – um coro desencontrado murmurou junto com Harry.
-Seu nome garoto! Qual seu nome? – mais sério.
-Prof. Snape? – Harry tentou decidir se era uma brincadeira.
O homem começava a dar sinais de irritação. Olhou em volta e viu onde estava. E todas aquelas pessoas. Há alguns minutos estivera sendo atacado por uma coisa negra. Sentira que iria morrer. Mas alguém surgira e destruíra o agressor. Suspirou. Teve ímpetos de mandar todos para o inferno. Mas se controlou. O jovem a sua frente lhe salvara a vida.
-Só gostaria de saber o nome da pessoa que me salvou a vida. – disse tentando manter a calma.
-Prof. Snape. – Draco recuperara a voz. – O senhor está passando bem? – desconfiado.
-Claro que estou! – arrogante. – E não graças a vocês. – e olhou em volta. – Aliás, quem são vocês todos? Por que estão me olhando desse jeito? – perguntou com severidade.
-Harry Potter, senhor. – e se aproximou um pouco o magricela.
Então olhando para os frascos quebrados e o rosto manchado pelas poções. Harry gelou.
"Poção do Morto-Vivo, Poção do Esquecimento, Poção da Verdade. A explosão. Qual seria o resultado de tudo aquilo junto?"
O homem pareceu ficar menos tenso.
-Severus Snape. Mestre em Poções. – se apresentou fazendo uma reverência discreta.
-O senhor está bem? – perguntou desta vez.
-Ele está com amnésia. – sussurrou mais pra si mesma, que para a classe, Hermione granger.
Ele ouviu e se virou para a menina de cabelos bufantes. Irritado, mas percebeu que estavam todos o olhando com descrença. Menos o jovem a sua frente. Ele lhe inspirou confiança. Mirou os outros com rancor.
-Vocês! Saiam! O que ainda estão fazendo aqui? – e enfim olhou em volta, para onde estava. – Que lugar é esse? – indagou.
-O senhor não se lembra? – Harry se aproximou mais.
Ele olhou-o novamente. Sim tinha algo no menino que inspirava confiança. Algo nele o lembrava alguma coisa. Mais ainda não sabia o que era. Seus olhos verdes atrás dos óculos, transmitiam uma paz profunda, apesar de estarem indagadores. Suspirou. Se concentrou.
-Me lembro meu nome. Que sou professor de Poções. – parou. – De estar sendo envolvido. – colocou as mãos no pescoço. – E de estar à morte. – percebeu que parecia estranho a todos que o olhavam a pouca informação. – E só.
-O senhor é professor nesta escola. – Snape fez uma expressão interrogativa. – Hogwarts, onde estamos. – estava atordoado.
-Potter! – Draco se adiantou. – Seu introdetidozinho Santo-Potter! – se colocou diante do homem. – O senhor se lembra de mim? Draco malfoy! De uma das melhores famílias do mundo bruxo! – estufou o peito.
-Não. – disse olhando o garoto de 17 anos de alto a baixo com desprezo.
O loiro estava chocado. E Snape estava cada vez mais irritado, com aquelas pessoas o olhando como se fosse uma aberração.
-Saiam! Já mandei! – gritou. E se virou para harry. – Exceto você. – com alguma suavidade.
Ron e hermione estavam tão atordoados, quanto os outros, mas foram uns dos primeiros a se mexer, diante do olhar de encorajamento do amigo. Quando todos saíram, Harry ainda estava achando que tinha sido jogado dentro de um filme nos estilos "Além da Imaginação".
"Amnésia!!! Que eca foi acontecer?!" – pensava.
-Limpar!
O ouviu o professor dizer algumas vezes até não haver mais estilhaços ou restos de poção espalhadas na sala. Sentou com expressão cautelosa, enquanto aguardava o professor desmemoriado arrumar as coisas.
-Harry Potter. Esse é o seu nome, não é? – disse igualmente cansado.
-É. – foi o que conseguiu dizer.
-Salvou minha vida, Harry Potter. – não era uma pergunta.
-Acho... que... er... acho que sim. – nervoso.
Seguiu-se um silêncio de alguns minutos.
-Não sei tudo o que houve, mas sinto que posso confiar em você. Harry Potter. – disse com cuidado. – Mas não sei o que está havendo aqui. Não me lembro de muita coisa. - olhou em volta mais uma vez, confuso.
-Bem... como já disse, esta é Hogwarts. O senhor dá aulas de Poções. – parou um pouco. – Acho que deveria conversar com o Professor Dumbledore. – falou tentando terminar a conversa.
-Quem?
Harry suspirou.
-Prof. Dumbledore. Ele é o diretor daqui. E o bruxo mais poderoso de todos os tempos.
-Mas, esse tal Dumbledore, pode me ajudar? – incrédulo.
-Não sei. – confessou. – Mas se ele não puder, então ninguém poderá.
-Vamos até o Diretor então. – decidiu Snape, se levantando.
-Nós? – estranhou.
-Claro! Você tem que me ajudar. Não sei nem ao menos quem é o homem. Imagina se sei onde ele está.
Harry suspirou mais uma vez.
-OK. Vamos juntos. – com medo da reação do outro quando soubesse o que sua poção tinha causado.
Foram caminhando pelos corredores da escola. Snape ficava olhando curioso para as coisas, Harry notou. Pararam em frente á Gárgula. E harry se lembrou que não sabia a senha. Mas antes que pudesse retroceder e procurar um professor para ajudar, a gárgula de mexeu. De lá saiu o velho diretor.
-Harry! Que bom que veio acompanhando o Prof. Snape. Acabei de saber o que houve. Venha, vamos entrar.
Ele entrou no conhecido escritório seguido pelo professor desmemoriado. Dumbledore apontou as poltronas diante de sua mesa. Os dois se sentaram. E os fitou com interesse. Harry percebeu que estava aguardando que iniciassem o ocorrido. Olhou para Snape e viu que ele parecia constrangido e desconfiado.
-Bem, - começou, resignado. – Prof. Dumbledore, viemos aqui, porque aconteceu um... acidente, na aula de revisão de Poção de hoje. – desviou os olhos para o chão. – Algo deu errado em uma de minhas poções. Eram três. Ou talvez, nas três. Não sei. – corou. – Mas eu... tropecei e as poções foram em direção ao Prof. Snape. Acho que ele acabou engolindo, alguma delas. E uma combinação de frascos quebrados, fez subir um gás verde que o envolveu. E outra fez brotar um "tentáculo", não sei ao certo. E ele o atacou. Ele estava desacordado sobre o gás verde. Quando acordou, a "coisa" começou a estrangulá-lo. E... e...
-Ele me salvou, Diretor. Harry Potter me salvou a vida. Mas parece que algo resultou em seqüelas. Não me lembro de muitas coisas. Apenas sei meu nome e minha profissão. Mas não me lembro de dar aulas aqui. Ou de qualquer aluno.
Dumbledore que ouvia tudo em silêncio, olhou novamente para Harry.
-Muito bem Harry. Estou muito contente que tenha ajudado nosso professor. E Severus, não se preocupe agora. Vamos encontrar um modo de recuperar sua memória. Harry, pode me dizer que poções foram pedidas? – voz calma.
-Do Morto-Vivo, Do Esquecimento e Veritasserum.
-Interessante.
Parou, levantou-se. Foi até Fawkes, a fênix que estava próximo deles. Fez um carinho nela.
-Bem, acho que posso imaginar o que aconteceu, afinal. Mas não estou certo se posso fazer algo para reverter os efeitos neste momento.
Os dois olharam-se assustados. Professor menos que aluno. O aluno, mais que o professor.
-Mas... – Snape não terminou a sentença.
O diretor levantou as mãos fazendo sinal para que se acalmassem.
-Porém, acho que tudo o que temos a fazer... é esperar.
Mais olhares incrédulos. O diretor sorriu, calmo.
-Sim. Esperar. Esperar que os efeitos das poções passem.
Snape ainda estava desconfiado. Aquele velho gagá, não sabia de nada. ELE era um mestre de poções. ELE sabia que certas poções, simplesmente não "perdiam a validade". Poderia ser definitivo. Olhou o jovem ao seu lado. Ele o salvara. Mesmo que tivesse sido seu erro que levara ao acidente. Mas ele o salvara. Além do mais, ele o fazia lembrar alguém. Não conseguia acessar essa memória. Mas de algum modo ale o confortava. Sabia que poderia confiar nele.
-E o que vai acontecer... agora? – perguntou Harry, trazendo o professor de volta.
Estava preocupado com a possibilidade de ser expulso. Por ter causado um acidente com um professor. Principalmente com Snape.
-Bem, - murmurou em sua calma plena. – não se preocupe com o que acontecerá. – respondeu adivinhando o que Harry não perguntara. – Apenas continue a vida normalmente. Você terminará suas provas e irá para a casa de seus tios nas férias, como habitual. E nosso professor poderá ficar aqui, no castelo algum tempo, e depois quando as portas se fecharem, poderemos ajudá-lo a voltar para a Mansão dos Snape. Onde os elfos domésticos poderão ajudá-lo a se recuperar. Até que as aulas recomecem.
Snape não gostou nada do plano. Definitivamente não.
"O velho gagá queria deixá-lo sozinho? Desmemoriado?"
Harry estava algo menos nervoso. Já que o Diretor sempre sabia o que fazia. Não esperava menos do bruxo que metia medo em Voldemort. O Snape iria para casa dele. Se lembraria de tudo. E voltaria a torturá-lo como antes. Sem mistérios. Assim era melhor. Se sentia muito estranho em ser tratado com algum respeito pelo professor.
-Não gostei do arranjo! – falou friamente Snape.
Harry parou olhando para o homem sem entender. E de volta para o diretor, que não parecia um "nadinha" surpreso. Aliás, se não achasse que estava vendo coisas, poderia até pensar que Dumbledore já esperava essa reação. Ele sorria.
-O que gostaria da fazer, Severus? – perguntou docemente.
Ele não respondeu de imediato. Pensou um pouco.E uma idéia germinou. Poderia dar certo.
-Gostaria de acompanhar Harry Potter. – disse muito sério.
Se Harry tivesse sido atingido por um feitiço do corpo-preso, não teria feito uma expressão de choque maior. Ele pensou que só poderia ser uma piada. Há qualquer momento, Malfoy ia aparecer e dizer que era um castigo por ser o Santo-Potter! Mas ninguém entrou naquela sala e percebeu que os dois homens o olhavam aguardando sua posição.
"Tinha que ser uma piada!"
-Como? – se sentiu um retardado.
-Sim. – falou Snape olhando para ele. – Gostaria de acompanhá-lo em suas férias com seus tios. Acho que você poderia me ajudar a recuperar minha memória.
-Mas... como? – realmente ele estava se comportando como um retardado.
-Não confio em mais ninguém. – sério.
Harry só não repetiu: "Mas... como?"; outra vez, porque a garganta se fechou e era humanamente impossível falar naquele momento. Olhou para Dumbledore.
-Então, Harry. Acha que poderia ajudar o nosso Mestre de Poções, mais uma vez? – sorriu encorajando o aluno.
-Bem... er... hum...
"Era só o que faltava. Retardado e quase mudo!"
Limpou a garganta.
–Acho que o Prof. Snape deve saber que não sou exatamente o sobrinho querido lá. – tentou ainda.
-Prefere me ajudar, vindo comigo para a mansão que pareço ter? – sugeriu prestativo.
-Não! – respondeu rápido demais.
"Passar dois meses numa mansão só com Snape e seus elfos??? Só que tivesse sido afetado pelos gases e tivesse enlouquecido!"
–Não acho que seria ideal! – olhou mais uma vez para Dumbledore.
-Harry tem razão, Severus. Estamos em eminência de uma Guerra com Voldemort. E Harry precisa voltar à casa dos tios para sua própria segurança. – Harry notou que Snape não reagira ao ouvir o nome da criatura que deveria estar espionando. – Acho que a idéia de acompanhá-lo à casa dos tios é divina. – sorriu como uma criança.
Snape por um momento receou que não fosse possível seguir com seu intuito, mas estava satisfeito. Até que o velho gagá, não era mau.
Harry perdera a conta, de quantas vezes sentiu o chão fugindo dos seus pés. E se resignou. Seu piores inimigos: Dursley e Snape juntos.
"Não seria o caso de convidar Draco e os capangas? O próprio Voldemort? A festa estaria mais completa! E o prato principal era ele, Harry-Tonto-Potter."
-Claro, Prof. Dumbledore. Acho que devemos avisar os Dursley sobre um novo hospede. – falou tentando não demonstrar a frustração.
-Não se preocupe. Enviarei uma coruja a seus tios e tudo estará resolvido. Prof. Snape, se quiser pode voltar para seus aposentos. Como essas coisas foram acontecer nas últimas aulas e s próximas serão apenas de provas, poderá se recuperar e serem corrigidas por outra pessoa, caso não se sinta plenamente capaz de fazê-la.
-Absolutamente. – respondeu ofendido. – Não me esqueci de meus conhecimentos. Ainda sou um professor!
-Maravilhoso, então. – o diretor se levantou, e os outros dois perceberam a deixa para saírem.
Nenhum deles percebeu que o velho sorria muito satisfeito após a saída deles. Muito satisfeito mesmo.
Snape saiu e percebeu que não saberia voltar para as masmorras. Harry pareceu notar também. Suspirou.
-Venha, professor. Vou levá-lo até as masmorras.
Snape assentiu. Tinha razão em confiar no aluno, mesmo sem saber o porquê. Foram em silêncio. Despediram-se e Snape entrou.
Olhava para aquela sala de aula, sem reconhecer nada. Sentia-se bem ali. Parecia ser seu ambiente, mas não vinha nada à mente. Olhou as carteiras e o quadro negro. Percebeu uma porta perto à lousa. Adiantou-se. Estava aberta. Entrou. Viu um aposento escuro. De estilo clássico. Nos móveis, na cama. Um armário que parecia guardar poções e ingredientes. Não havia fotos ou quadros. Mas uma coisa chamou a atenção. Era uma caixa preta que estava no criado mudo ao lado de sua cama. Ela lembrava alguma coisa.
Viu luzes piscando sobre ele. Água batia em seu rosto. Chuva.
Mas fugiu. As visões fugiram. Sem que ele pudesse identificá-las. Melhor. Foi até a caixa. Era trabalhada. Um objeto delicado. Abriu e viu dentro uma única peça. Uma bolinha. Do tamanho de um ovo de galinha. E curiosamente, tinha duas asinhas que pendiam, paradas, lado a lado, naquela pequena bola. Ficou intrigado.
"O que seria aquilo?" – pensou enquanto se deitava.
E dormiu um sono sem sonhos.
OF: continua.
