Beijão
Viv
CAPÍTULO 2 - TentaçãoEla sorriu levemente e andaram lado a lado. Em silêncio. Até chegarem à casa dela. Ele perecia mais alto, mas devido à dor estava levemente curvado. Entraram e Theo tirou a própria capa colocando-a em um armário próximo à porta. Olhou pra ele como quem pede a sua também.
-Não estou usando nada por baixo. – disse sério.
Theo corou e se lembrou de Calius, que também não usava nada por baixo. Desejou que ele tirasse sua capa assim mesmo.
-Não se preocupe. Já volto. Espere um pouco.
Voltou alguns minutos depois, com peças de roupas nos braços.
-São... eram de meu pai. – ele franziu a testa. – Ele e minha mãe morreram há dois anos. - sempre doía falar de seus pais.
Ele assentiu. Pegou as roupas. E foi em direção à porta que havia sido indicada pela anfitriã. Ainda não sabia o nome dela. Mas não pode deixar de compará-la à vítima do ritual. Eram muito parecidas. Mas a outra não o afetava como esta que o estava recebendo em sua própria casa.
Estava no quarto, ou melhor, na suíte e foi até o banheiro. Revolveu tomar um banho. Tirou a capa e foi para o chuveiro. Deixou a água quente bater no corpo cansado e dolorido. Não havia trazido a poção para dor, então teria que tentar relaxar. Se isso fosse possível.
Após algum tempo, que pareciam horas para Theo, ele saiu do quarto. Ouviu quando o chuveiro foi ligado. Quase poderia imaginá-lo durante o banho. Mas afugentou esses pensamentos. E foi buscar no seu armário algumas poções. Fez um café forte, ele parecia ser duro e julgou que fosse assim que iria preferir.
Ao sair do quarto, Snape se sentia incrivelmente confortável naquelas roupas. Era apenas calça de malha de algodão e blusão negros. Ela estava de costas. Parecia estar arrumando a mesa da cozinha. O cheiro de café o invadiu e o fez salivar.
-Espero que tenha servido. – disse sem se virar. – São roupas simples, mas aquecem e são confortáveis.
-Serviram. – disse apenas. Ela sabia que ele havia chegado antes mesmo de se virar.
"Quem era ela?"
-Ah, a propósito, você deve estar se perguntando, sobre quem sou eu. – sorriu suave. Ele ficou rígido. – Sou Theodora Vant. – fez uma careta. - Mas prefiro que me chame de Theo.
Ele a olhava interrogativamente.
-Acho que meus pais esperavam que eu fosse um menino. – e pegou um cálice com conteúdo azul. – Seria Theodoro, é muito comum por aqui. Mas o que fazer quando vem uma menina então? Ela vira Theodora. – estendeu o cálice pra ele sorrindo.
Ele a olhava com estranheza.
-Beba. É uma poção para dor. – insistiu.
Olhou nos olhos dela para captar se era veneno ou não. Não sabia quanto tempo ela estava na floresta. O que tinha visto ou o que queria com ele.
-Beba. Não é nada de mais. Pode confiar. – sorriu encorajando. Ele se sentiu tragado pelo olhar e pelo sorriso.
"Tão linda!"
E tomou o cálice dela. Bebendo seu conteúdo de uma vez. O líquido era amargo, mas esquentou-o por dentro. E logo sentiu uma leveza surreal. E quando essa sensação passou, não sentia mais cansaço. Toda dor que havia em seu corpo, havia desaparecido. Ele olhou pra ela, para o cálice, querendo saber mais.
-O que era isso?
-Uma poção para dor, como já havia dito. – disse dando de ombros. – Café?
-Mas eu não conheço essa poção. E isso é muito difícil! – falou arrogante. – Sou Professor de Poções, conheço todas! – rude.
-Bem, parece que não conhece essa. – disse divertida. – Café? – perguntou outra vez.
Ele estava ficando irritado novamente. Ficou sério e duro. Ela podia ver o cérebro dele trabalhando, tentando entender, adivinhar. Então resolveu parar de provocá-lo. Mesmo que ficasse tão sexy com aquela expressão ultrajada.
-Não poderia conhecer essa! Eu a inventei. – disse simplesmente, e sentou-se à mesa.
Estava com fome. Começou a comer. Tinha pão, queijo, presunto, manteiga de nata, bolo de laranja e café. Snape ainda tentava assimilar a explicação. Parecia tentar decidir se era verdade. Resolveu entrar no jogo dela.
-Então Srta Vant...
-Ah-Ah... Theo! – interrompeu.
-Theodora – ela bufou – A senhorita inventa poções?
-Sim, a senhorita inventa poções. – falou rabugenta.
Ele deu um discreto sorriso. Parecia divertido. Ela sentiu seu coração falhar uma batida.
-Eu... gosto muito de poções. São muito úteis para muitas coisas. Tenho meu próprio arsenal. E quando acho que alguma coisa não está como desejo, modifico aprimoro, ou simplesmente associo um ingrediente a outro. E a poção está pronta. – sem se gabar.
Ele a olhava com admiração. Começou a comer também. Estava faminto. Ficaram em silêncio por algum tempo.
-O que estava fazendo na floresta, Srta? – perguntou de repente.
Ela estava se levantando para pegar mais café. E hesitou.
-Estava caminhando. – e colocou o líquido preto na xícara.
Ele notou que ela estava deliberadamente se esquivando. Não seria uma conversa fácil.
-Por quê? Era muito tarde.
-Estava sem sono. Estava entediada e resolvi dar uma volta. – não estava mentindo.
-Tão longe?! – ele duvidava.
-É. – disse com certa irritação. – Tão longe! – irônica. – Qualquer distância parece muito longe comparada com a aldeia.
-O que você viu lá? – tinha que saber.
Ela estremeceu mais uma vez. Mas não ia mentir. Nunca gostou de mentiras. Era pior que o próprio mal. A mentira, a dúvida.
-Tudo. – falou olhando nos olhos negros. Suspirou. – Eu acho.
Não pôde deixar de admirá-la por dizer aquilo. Pensou que seria mais difícil.
-Sabe o que foi... tudo? – insistiu.
Theo desviou o olhar. Relembrou-se de o que tinha acontecido. Relembrou a dor, a profanação, a morte. Snape pôde ver todos esses sentimentos nos olhos azuis, que estavam distantes agora.
-Não. Quero dizer... parecia um ritual... macabro. Ele... Voldemort – Snape franziu a testa ao ouvir o nome de seu mestre. – Quer voltar a sua forma. Mas precisa da... pessoa certa. – olhou-o, olhos nos olhos outra vez. – Mas não era ela. – disse com dificuldade.
Ele estava impressionado. Parecia que sabia o que falava.
-O Lord, como você disse, quer se recuperar de um "acidente" acontecido há pouco tempo. Dois anos pra ser mais exato. – achou que deveria explicar.– E agora quer voltar. – parou. – Você tem razão outra vez. Não era ela.
Theo via que ele não estava satisfeito.
"Então por quê? Por que estava lá? Se não era pra ajudar!" – pensou.
Caminhou até a cadeira dele. Ele se levantou. Era mais alto que ela. Agora tinha certeza.
-Por que você estava lá? – a pergunta escapou, sem querer.
Foi quase um sussurro. E quando percebeu já era tarde.
-Porque eu sou um deles! – respondeu seco. Mas não se mexeu.
Theo levantou uma das mãos e acariciou o rosto tenso dele, que se esquivou um pouco. Parecia não estar acostumado com contato físico. Mas estava decidida e se aproximou mais. Afastou uma mexa negra dos cabelos que estava quase na frente dos olhos. Ele suspendeu a respiração.
-Não. Não é. – falou calmamente. E aproximou sua boca da dele.
Mesmo que quisesse, ele não seria capaz de impedi-la. Então permitiu que ela o beijasse. Primeiro suavemente, depois com mais paixão, exigindo dele uma resposta. Ele bufou alto e agarrou seu pescoço tornando o beijo mais rude. Ela correspondeu à altura. Segurou-a pela cintura fina, sentando-a na mesa. Trazendo seu quadril pra mais perto, torturando-se com essa atitude.
Já não conseguia pensar mais. Era um homem faminto se saciando em um banquete. Ela era tão linda e tão quente. A apertava com força e ela gemia de prazer. Não saberia dizer como, mas conseguiram chegar até a cama. Já estavam quase sem roupas. Não, ela ainda estava com a calça justa. Mas logo se livrou da peça indesejada e ficou sobre ela, que o puxava cada vez mais forte. Quando os dois explodiram, juntos, o sol lá fora começava a despontar. Ela estava sobre ele quando os primeiros raios de sol invadiram o quarto pela janela, indo pousar no rosto ofegante da mulher em seus braços. Formando uma áurea dourada ao seu redor. Nunca tivera uma visão tão linda e ao mesmo tempo tão assustadora. E ele que pensava que já tinha atingido seu máximo prazer, se assustou com a avalanche que veio a seguir. Muito mais forte, e ela também estava subindo junto com ele mais uma vez, e gemeu alto quando o choque da realidade o invadiu.
"Ela era a escolhida! Como não tinha percebido antes? Será que estava cego? Louco? Só poderia ser as duas coisas! O Lord o mataria, se soubesse. E seria uma morte dolorosamente longa."
Theo já estava deitada ao lado com a cabeça apoiada em seu peito, quando percebeu que havia algo de errado.
-Severus. – levantou a cabeça. – O que houve?
Ele se afastou. Sentou-se na cama com a cabeça entre as mãos. Parecia arrasado.
-Severus. – insistiu.
Ele se levantou, sem se preocupar com sua nudez. Foi até a janela aberta. Viu o campo verde, as árvores, o sol. Ela se levantou. Mas decidiu colocar o roupão. Foi até ele.
-Severus.
Pareceu assustado ao vê-la a seu lado. Dava a impressão de que a estava vendo pela primeira vez. Não havia mais a paixão de antes. Apenas o vazio. O mesmo vazio que viu quando ela olhou pra garota morta. Estremeceu.
-O que está acontecendo? Por que está me olhando desse jeito? – ressentida.
"Você é a escolhida!" - pensou, ainda assustado.
Ela deu um passo pra trás. Mas foi muito rápido, acabou se desequilibrando. E cairia, se não fosse pelos braços dele. Tentou se livrar, mas ele era mais forte.
-Não! – disse firme.
Snape não sabia se era resposta para seu pensamento ou para o fato de tê-la nos braços novamente. Afrouxou e a permitiu que ela saísse. Ela deixou o quarto desorientada. Ficou andando em círculos na cozinha, na sala. Quando ele reapareceu, completamente vestido, e o viu, nas roupas de seu pai, o coração suavizou. Ele merecia uma chance de se explicar.
-O que está acontecendo? – perguntou mais calma, mais uma vez.
Ele se sentou no sofá. Apoiava os braços nos joelhos.
-Isso foi uma loucura. Não deveria ter acontecido! – disse cansado.
-Mas aconteceu. Você quis! Eu quis! – disse firme.
-Não poderia ter acontecido! – mais firme, sem sinal do cansaço agora.
-Mas aconteceu! – repetiu. A irritação querendo voltar. – Qual o problema? – o desafiou.
Ele a olhou. Quase sorriu com a irritação dela. Era maravilhosa. Mas não lhe pertencia. Fechou o semblante.
-Você é a escolhida! – falou finalmente.
-De quem? – perguntou desafiadora.
Ele não soube responder.
"Dele? Do Lord? Não! Não poderia ser dele nunca!" Mas tinha sido – falou uma vozinha irritante na sua cabeça. "Não! O Lord o mataria, a mataria!"
Ela via tudo acontecer em questão de segundos.
-Vamos lá! Quem me escolheu? Ou melhor, quem teve o que escolheu? – firme, mas sem ser agressiva.
"Ela não poderia estar lendo seus pensamentos? Ou poderia? Pra um grande oclumente, estava se saindo um fiasco!"
Ela sorriu de leve, mas se recompôs.
-Você sabe sobre o que está falando? - perguntou Snape.
-Sobre minha própria vida? – perguntou de volta com ironia.
-É. – concordou. – Uma vida que não pertence mais a você!
-O que é MEU, – frisou. – ME pertence! – rebateu.
-Não quando se trata dos interesses do Lord das Trevas. – disse infeliz.
-Será? – ela sorriu com sarcasmo.
E se aproximou dele. Que mais uma vez parecia estuporado por aquela mulher que começou a beijá-lo novamente. Não conseguiu resistir muito tempo. Correspondeu intensamente. Ela já começava a tirar as roupas dele outra vez quando um barulho vindo da porta da frente os tirou do transe.
-Que droga! – ela resmungou baixinho. – Ô mulherzinha madrugadora. – continuou resmungando até a porta.
Respirou fundo. Fez um sinal para que Snape se sentasse. Ele não sabia o que fazer. Estava tão atordoado que se pedisse para fazer uma simples Poção do Sono não conseguiria se lembrar dos ingredientes. Então obedeceu.
-Bom dia Marta! Acordou cedo hoje, hein? – sorriu sem demonstrar sua contrariedade.
"Ela era tão linda!" – pensava Snape.
-Bom dia Theo. Espero não ter acordado você. Mas é que o pequeno Tim teve que ir mais cedo para escola da cidade. Então resolvi arriscar e vir logo. As roupas estão separadas?
-Sim, claro entre. E não se preocupe. Já estava acordada. Vou pegar as roupas. Ah, conheça Severus Snape, é um... amigo de ... Londres. Chegou esta madrugada. Estávamos tomando café. Quer um pouco? – ofereceu.
-Oh, não muito obrigada, já tomei café com o pequeno Tim. É um grande prazer conhecê-lo Sr. Snape. Espero que goste do povoado. Nem todos são... especiais, como a nossa Theo. Mas gostamos muito dela e seus amigos sempre serão bem vindos. – falou educadamente a mulher.
Theo voltou com uma cesta com as roupas.
-Aqui estão. E muito obrigada, Marta. Não sei o que seria de mim se tivesse que lavar minhas próprias roupas. Provavelmente estariam mais sujas que antes. – riu-se.
-Bem, volto em dois dias com essas maravilhas passadinhas. – já ia embora quando se voltou para Snape. – Fico feliz que os amigos venham aqui. Ao invés de nossa Theo ir embora. A aldeia não era mais a mesma quando os pais dela morreram. – suspirou – Mas Theo é uma menina brilhante, literalmente. Traz sorte para o nosso povo. – sorriu e se foi. Deixando pra trás, um Snape intrigado, e uma Theodora ruborizada.
-O que ela quis dizer com aquilo? – ele parecia ter recuperado o controle perdido.
-Bobagem. – deu de ombros.
E se virou novamente, querendo trocar de roupa. Agora que o clima tinha se quebrado. Ele se aproximou e a segurou pelo braço. Um pouco rude, mas logo afrouxou a mão. A pergunta dançando em seus olhos negros. Ele já sabia que ela poderia ver.
Ela suspirou. Ele a soltou completamente. Ela foi se sentar em uma poltrona na sala. Snape se sentou no sofá em frente e aguardou.
-Meus pais eram bruxos que vinham de família trouxa. Nenhuma das famílias aceitava as suas... anormalidades. Então fugiram juntos. Decidiram se esconder. Então encontraram este povoado. Aqui existem alguns trouxas, alguns bruxos, mas todos vivem bem entre si. – suspirou, sentia muitas saudades de seus pais.
-Eu nasci aqui. Nesta casa. – e apontou em volta - Minha mãe estava no oitavo mês de gestação quando sofreu uma queda e entrou em trabalho de parto. Não havia tempo de ir para a cidade. Então a parteira, a Marta, que esteve aqui, foi chamada as pressas. Mas quando chegou, minha mãe estava sangrando muito, pensou que ela não resistiria. Consolou meu pai. Pediu que ele tivesse coragem. Decidida continuou a ajudar minha mãe. Ele chorava e ela já não tinha forças. Mas quando o dia estava nascendo e quando os primeiros raios de sol bateram na cama, minha mãe voltou a gritar. Ela nem sabia que ainda tinha forças, e eu nasci naquele momento. Banhada pelos primeiros raios de sol. Eles dizem que eu brilhava como se fosse o próprio sol. – falou em tom de deboche.
Snape estava fascinado, encantado.
-E então?
-Bem, e então – continuou – quando viram que no lugar do menino que esperavam, veio uma menina. E aí veio o nome Theodora. E por causa do modo como que eu nasci. Fui chamada de Theo, a menina brilhante. Eles contam que quando minha mãe me colocou nos braços achando que morreria a seguir, eu comecei a mamar, e eu ainda estava brilhando. E nesse momento ela também brilhou e o sangramento parou na hora. A dor que sentia passou, e todos ali disseram que eu a salvei.
-Sempre soube que era uma bruxa diferente. – fez uma careta. – Por isso gosto tanto de artes das trevas e poções. – disse agora olhando diretamente pra Snape.
Ele desviou o olhar. Então foi isso que ela vira acontecer quando os raios do sol bateram no rosto dela. E sentiu aquele prazer avassalador.
-Você estudou aonde? – perguntou de repente.
De todas as perguntas que estava nos olhos dele, essa realmente a surpreendeu.
-Bem, na verdade não frequentei escola de magia. Meus pais me ensinaram tudo. Vivi nesta casa até completar 18 anos, então fui embora. Viajei pelo mundo. Estudei tudo o que pude. Lia todos os livros que caíam em minhas mãos. Mas nada oficial. Autodidata, sabe? Por isso gosto de inovar. Criar coisas novas. Você se surpreenderia com as coisas que os outros povos sabem. – ela estava radiante - Se todos unissem seus conhecimentos não haveria mais guerra ou morte ou desunião. Todos teriam paz. Porque no fundo é o que todos queremos. – suspirou. – Plenitude e paz para nossos desejos. Os bons e os maus.
E olhou nos olhos dele.
-Nada é totalmente bom ou mau. É o equilíbrio das duas coisas que traz a paz almejada.
Ele pensava nas últimas palavras dela antes de responder.
-Isso nunca vai acontecer! E você viu o quanto o mau poder fazer doer. – ele estava duro outra vez. – E eu sou um deles!
-E o que vai fazer? Vai me levar para o seu mestre? – desafiou com um sorriso maroto, se aproximando novamente.
-É o que eu deveria estar fazendo neste exato momento! – frio.
Mas a máscara no rosto dele já não a enganava mais. E ela riu.
-Então como vai ser? Você me dá o endereço do seu mestre, ou vai me levar sob a Maldição Imperius? – disse dando leves beijos no rosto dele.
Via a luta que ele travava contra o corpo, contra a mente, o desejo e... o coração. Ela se arrepiou ao ver quão fundo tinha se enraizado.
-Você está brincando com coisas que pensa que conhece, mas está nem perto da realidade. – Snape segurou uma mão atrevida que descia em suas costas até o quadril.
-E agora? – ela trouxe o corpo mais perto dele, roçando – Estou ficando... mais... perto? – inocente.
Ele gemeu alto. E capturou a boca que o torturava, com rudeza. Machucando-a. Mas ela não protestava. Ao contrário, estimulava-o a continuar. Snape estava embriagado com o cheiro dela. Não se importava mais com seu destino. Queria aquela mulher com desespero. Quando admitiu isso par si mesmo, se tornou mais carinhoso. Mais suave. Queria sentir o corpo dela com vagar. Todas as curvas, todos os cantos. E ela ficou exultante. Eles se quer voltaram para o quarto. Não tinham tempo pra isso, tinham pressa. Os dois. Snape terminou de tirar o robe dela e explorou cada milímetro daquele corpo. Cada ponto que a fazia gemer mais alto era explorado mais intensamente até ela implorar para que ele parasse de torturá-la. Então a possuiu novamente à luz do dia. No sofá, no chão da sala de visitas. Ele ouviu gemidos cada vez mais altos e só então percebeu que eram seus. E quando Theo brilhou, ele foi arrastado com ela, para o maior prazer que já sentira antes, mais longe ainda que a primeira vez. Desta vez o sol não estava lá. Era como se ela fosse o próprio sol. O calor dela o invadiu e ele entendeu o que ela queria dizer com plenitude e paz. Era o que sentia agora. Poderia morrer naquele momento, que não se importaria. Mas desejou que ela não fosse quem era, e que ele também não o fosse. Quando se abraçaram não havia palavras. Seriam redundantes. Ele sabia, ela
