CAPÍTULO 3 – O Comensal
Mais tarde, Snape ainda tentava decidir o que fazer. Não poderia simplesmente ficar ali. E fingir que eram dois camponeses. Ele tinha que voltar e ela seria encontrada. Foi nesse momento, como se seus pensamentos o traíssem que ele notou que alguém se aproximava da porta da casa de Theo. Tinha ido dar uma volta enquanto ela cozinhava. Dissera que seria uma surpresa. Então resolveu dar uma volta. Mas agora se arrependia. Um homem estava de pé em frente à porta de Theo, mas não podia visualizá-lo direito ou reconhecê-lo àquela distancia.
Viu Theo abrir a porta, percebeu uma leve hesitação que pareceu passar desapercebida pelo visitante. Não podia ouvir nada do que falavam, mas ela sorria gentil. Não o mesmo sorriso que dava pra ele, mas isso fez surgir uma fúria incontrolável dentro de Snape.
"Ela é minha!"
Talvez tivesse dito alto, mas de qualquer forma, nesse momento ela olhou em sua direção. E disfarçou. O convidando para entrar. Mas fez um sinal pra Severus ficar longe. Se já sentira fúria pelo sorriso inocente, agora que ela o dispensara para ficar sozinha com o homem... Poderia matá-la com suas próprias mãos. Tamanho era seu ciúme. Rejeitou o pedido dela e se aproximou. Queria saber quem era que não podia ser incomodado. E quando chegou até a janela da sala, sofreu um novo choque. Naquele mesmo sofá que onde tinha feito amor com Theo, estava sentado o jovem comensal, Calius segurando sua mão.
O outro parecia extremamente tímido e carinhoso. A fúria voltou em estocadas.
"O que ele estava fazendo ali? Será que se conheciam?"
Theo podia sentir a fúria palpável de Severus, mas no momento não poderia fazer nada. Não tinha tido tempo para raciocinar o que faria em relação a Calius. Ele, agora, parecia o mesmo menino que puxava suas trancinhas quando tinha 4 anos. Tão meigo! Conversaram sobre amenidades. Mas recusou o convite pra almoçar dizendo que precisava viajar por algum tempo. Que sentiria sua falta, e que tentaria entrar em contato.
Ao se despedir de Calius. Theo pôde perceber Severus escondido ao lado da casa. Quando o visitante desaparatou, ela soltou o ar que vinha prendendo desde a chegada do amigo de infância.
-Desde quando vocês se conhecem? – cuspiu deixando esvair toda ira.
-Desde sempre. – respondeu sem se importar com a grosseria. – Ele também nasceu aqui. Somos amigos desde então.
-Mas... como... vocês são amantes? – não parecia uma pergunta.
Theo se controlou para não se irritar.
-Respondendo a sua ... pergunta: Não! Não somos nem nunca fomos amantes. Somos apenas amigos.
Ele estava descrente.
-Severus, - suspirou – Tudo bem. Vou explicar melhor. Sente-se. – ele sentou, ela também. – Nós fomos amigos inseparáveis desde que nascemos. E aos 10 anos tivemos um namorico de criança. E juramos que um dia iríamos nos casar. Mas o tempo passou. Ele foi estudar em uma escola de bruxaria, e quando voltou, eu já não estava mais aqui. Havia partido pra conhecer o mundo. Quando voltei, há 2 anos, como já te contei, ele também estava morando no povoado. E achou que estava na hora de cumprir a promessa. – Snape ficou mais tenso. – Mas eu não era mais a mesma. E esse não era mais meu sonho. Ele entendeu, mas diz que ainda tem esperanças. Aceita minha amizade. E então é só isso. É o que somos.
Snape percebia que o que ela contara era verdade. Mas ainda sentia o ciúme. Era como um parasita andando e mordendo seu coração.
"É loucura! Não tinha direito, mas sentia como... dono dela!"
Ela riu suavemente. Deu um beijo leve nos lábios dele.
-Venha, vamos almoçar! Já está tudo pronto. – e pegou-o pela mão.
Ele sentiu quase toda raiva ir embora. E a seguiu. Almoçaram em silêncio.
Mais tarde, no quarto dela, resolveu que deveriam conversar sobre a situação.
-Você sabe que isso não vai durar para sempre, não é? – iniciou.
-Eu sei. – respondeu triste.
-Sabe que eu não vou levá-la para Ele. – não disse o nome.
-Sei. – e sorriu.
Snape a abraçou forte o corpo que parecia, mas que não tinha nada de frágil.
"Que droga!" – pensou.
-Eu sei. – ela falou de novo, sem perceber.
Ele a soltou.
-Você sempre faz isso! Poder saber sobre meus pensamentos assim tão fácil? – indignado.
Ela riu com graça.
-Na verdade algumas vezes posso captar os sentimentos das pessoas. Saber se estão mentindo. Mas, – virou-se totalmente apoiando com as mãos no peito dele. – com você, parece até que posso ouvi-lo pensando. – e deu uma risada encantadora.
Parecia uma menina rindo. O coração de Snape esquentou.
-Estou me lembrando, – respondeu antes de ser questionada. – de você do lado de fora, vendo Calius aqui! – ria gostosamente. - Parecia capaz de estrangular a mim ou a ele com as próprias mãos – e imitou colocando suas mãos no pescoço dele com uma imitação de careta maligna.
Mas Severus foi mais rápido, inverteu as posições, ficou sobre ela e segurou as mãos dela a cima da cabeça, imobilizando-a completamente.
-Eu ainda poderia matá-lo. Mesmo agora! – disse sorrindo cruel.
Ela estava ficando excitada outra vez.
"Deus, que homem era aquele?"
-Então me mostra, como é que faria isso? – desafiou.
E Snape devorou sua boca como se sua vida dependesse daquilo. Mordeu com força. Ela gemeu, mas não protestou. Enlaçou sua cintura com as pernas e se contorceu sob ele, deixando-o cada vez mais insano.
"Isso não pode ser normal!"
Não, nenhum deles era normal, e não seria a comunhão dos dois que seria. Ela respondeu cravando as unhas nas costas dele. Assim que se soltou, ele também gemeu, o sangue escorreu pelo peito másculo e ela lambeu. Snape estremeceu mais excitado, se é que era possível. E a penetrou de uma vez só. E continuou cada vez mais forte e mais fundo conforme ela pedia. Só parando quando houve a luz. Então pendeu de lado. Abraçando-a. Os dois ofegantes e exaustos.
CAPÍTULO 4 – O Reencontro
-Vamos Severus, quero que conheça a aldeia. Mas se continuar comendo desse jeito vai rolando até lá. – brincou.
Ele deu um olhar gélido pra Theo.
-E não me olhe assim. Três dias na cama me fizeram querer passear um pouco. Mas se continuar me olhando desse jeito, é pra lá que vamos voltar. – ameaçou.
Ele agora sorria sinistramente.
-Hunf! Estou avisando! Não sou de ferro! Vamos embora! – ela estava mesmo irritada.
Ele ria abertamente agora.
-Ok, ok, vamos andando. Não sei o que quer que eu veja. Se você mesma diz que é tão pequena. Mas vamos lá.- e fez uma reverência. - As damas na frente.
-UAU! Esse seu lado eu não conhecia! Mas gosto mais do menino mau. – disse em tom de segredo.
Ele gargalhou agora.
Foram andando. Ela falava sobre as plantas diferentes que viam pelo caminho. Algumas Snape conhecia, mas eram muito raras. E outra simplesmente ignorava.
No centro da aldeia estava acontecendo uma espécie de feira. Tinha artesanato, frutas legumes, artefatos bruxos. Estava encantado em ver como bruxos e trouxas poderiam conviver tão bem. Não era comum. Dava pra identificar facilmente um e outro. Os bruxos com suas capas longas e usando chapéus pontiagudos, os trouxas com suas roupas simples. E todos se falavam e se davam muito bem.
Viu que havia poucos jovens. A maioria era de idosos. E havia também poucas crianças. Theo o explicou que os jovens com idade suficiente para ir embora faziam o que ela fizera, e as crianças trouxas, na maioria, frequentavam escolas nas cidades próximas. Mais tarde poderia vê-las chegando.
Mas Snape parou de ouvir as histórias quando avistou um bruxo louro alto caminhando entre as pessoas, sem se preocupar em desviar de ninguém. Ele parecia estar procurando algo, alguém. Um choque o atingiu quando ele se deu conta de que estava procurando uma mulher que se encaixava na descrição da escolhida. Theo o encarou percebendo a mudança de seus pensamentos. Mas antes que conseguissem decidir o que fazer, foram abordados.
-Theo, querida, que bom que apareceu. Suas roupas já estão prontas. Esta tarde devo levá-las. – sorriu Marta, que não percebeu que estava impedindo a passagem. – Sabe o pequeno Tim, aprontou das suas de novo. Tive que ir até a escola dele mais uma vez. Então estarei lá depois. Até, queridos.
Snape não ouvia nada que a mulher falava. Só pensava se deveria desaparatar com Theo antes que Lúcius chegasse.
-Ora, ora, Severus! – olhando fixamente para Theo. – Fez novas amizades?
-Malfoy. O que faz aqui? – frio.
-Trabalhando. – disse sorrindo – Mas parece que você também! Não é Severus? Ou eu deveria dizer se divertindo? – cruel.
-Não sei o que você está falando, Malfoy. Se não me engano foi designado para procurar em outra área. – olhos vidrados.
-Ora, caro Severus. Que diferença faz? Meu território, seu território? Se temos uma nova candidata! Bem aqui! Debaixo de seu nariz adunco. – sem tirar os olhos de Theo.
-O senhor está me importunando, Sr Malfoy. – falou corajosa.
-Veja! - ele riu. – Ela é espirituosa! Uma combinação perigosa com essa beleza, não é caro Severus? O mestre vai gostar. Ou você também vai querer experimentar, um pouco antes? – riso cínico.
Theo percebeu nesse momento o que ele quis dizer. Percebeu que a "candidata" anterior, teria sido escolha dele. Olhou pra Severus interrogativamente.
-Lúcius, vamos embora. Vamos conversar em outro lugar. – a fúria latente em seus olhos.
-Mas, já? – pesaroso. – Acabei de chegar, e não há razão para "fugir"! Ou há? – interrompeu.
-Claro que não! Senhorita, com licença... - mas antes de conseguir levar Malfoy de lá, Theo se indignou e tentou impedir.
-Severus! Fique onde está! – estava furiosa também.
-Veja, Severus, a moça não quer que a gente se vá. Deixe de ser estraga prazeres.
-Vamos embora Malfoy. Agora! – ali estava o comensal, um homem realmente furioso. Theo se excitou.
-Não sem antes levar nossa amiga pra passear. – decidido. - O Lord ficará satisfeito.
Nesse momento Snape sentiu marca negra no braço arder como nunca. Era Ele chamando. Lúcius também sentiu. Theo percebeu o que estava acontecendo. Enviou um olhar que julgava ser confiante pra ele. E os dois desaparataram.
Ela ficou sozinha novamente.
"Pra onde teriam ido? O que aconteceria agora?"
Ela desaparatou também e aparatou em sua casa. Pensou na última poção que havia criado. Poção para Ver Além. Não havia testado ainda. Mas sabia que os ingredientes eram poderosos. E se desse certo poderia ver o que desejava sem sair do lugar. Mas ficaria muito fraca. E se desse errado, bem, o pior que poderia acontecer era morrer ou ficar louca. E se acontecesse algo com Severus, era isso que iria ficar, louca!
Foi até o armário. Olhou a garrafa com o líquido prata. Respirou fundo. Colocou dois dedos no cálice. Seria o suficiente. Bebeu decidida. Sentou-se na poltrona e sentiu tontura. Tudo rodou muito rápido. Enjôo. Controlou-se. Abriu os olhos e pensou em Marta. E como uma câmera acelerada correndo em direção ao objetivo, pôde ver Marta dobrando as roupas que viria trazer depois. Via com todos os detalhes. E ela estava na casa dela, que ficava no centro da aldeia.
-Ok. Deu certo. – respirou fundo outra vez. – Severus.
E Marta saiu de foco. Tudo girou novamente. E ela pôde ver se aproximando a imagem de Severus de joelhos no chão. Ele gemia alto. Voldemort estava punindo-o. Lágrimas deixaram seus olhos embaçados, mas ela não tinha dúvidas do que estava acontecendo. Lúcius sorria cruelmente e ao lado dele, estava Calius. Com o rosto pálido. Parecia chocado. Também tinha uma lágrima nos olhos.
Theo podia ouvir Voldemort dizendo que Severus merecia aquilo. Que não estava agindo de maneira correta, e que pagaria caro por sua insolência. E tudo ficou pior, como se isso fosse possível, e o grito de dor escapou alto dele. Severus estava fraco, não ia agüentar mais. Ela tinha que fazer alguma coisa. Olhou em volta e reconheceu o mesmo local do ritual que presenciara. Sem pensar duas vezes, aparatou lá. Viu ainda Severus no chão definhando.
-Pare! – ela gritou.
-Mestre, veja quem chegou! – disse Lúcius – Que surpresa agradável!
O fogo crepitava.
-Maravilhosa, eu diria! – e suspendeu a maldição sobre Snape. – Então no final de tudo, você conseguiu servo Severus. Você a trouxe pra mim.
Ele estava atordoado, mas conseguira compreender. Theo estava ali. E ele não poderia permitir que o Lord fizesse o que pretendia.
-Não mestre – disse fraco – Sinto muito! Mas não é ela! É o que estou dizendo.- tossiu, sangue escorria pelo canto da boca – Ela não é a escolhida!
-Severus, meu caro, como poder ter certeza? – Lúcius falava como se ele fosse uma criança retardada.
-Teremos que testar a teoria, não é mesmo servo? Venha até o fogo pequena. Venha até mim.
Theo ainda não sabia o que fazer para se salvar e a Severus, e por isso mesmo resolveu cooperar um pouco, pra pensar melhor. Passou por Calius, que continuava pálido e em silêncio. Ela queria ganhar tempo.
-No que posso ser útil, príncipe das trevas?
-Você sabe porque está aqui?
-Na verdade não sei ao certo, meu senhor. – humilde.
-Bem, como você veio de livre vontade, posso esclarecer suas dúvidas. – o fogo ardeu mais alto. – Eu, Lord Voldemort, o maior bruxo já existente, fui destruído por uma criança, há cerca de dois anos. Mas através de uma profecia descobri que existiria uma maneira de voltar. Uma mulher, alta, de cabelos longos e negros, olhos azuis, seria a escolhida para abrigar uma semente que viria a ser o bruxo mais poderoso de todos os tempos. Assim, decidi achá-la, e habitar sua semente! E juntando assim a força dessa nova vida, á minha própria, eu serei invencível!
-Mas como o senhor saberia qual é essa... mulher? – receosa.
-Bem, ela não é uma bruxa comum! Ela suporta o fogo e o calor que a habita será meu! Então querida, está preparada para ser a escolhida? – sua voz era sinistra.
O terror em seus olhos não passou desapercebido por ninguém.
-Mestre! Mestre! Eis-me aqui! Seu servo, Calius Mort! Faça de mim sua arma, sua morada, sua vontade!
Theo ouviu pela primeira vez ele se pronunciar. E olhou para o rosto duro do amigo de infância e sentiu vontade de chorar.
-Mestre! Mestre! Eis-me aqui! Seu servo, Lúcius Malfoy! Faça de mim sua arma, sua morada, sua vontade!
Ela olhou para Severus.
-Mestre! – ainda estava fraco - Mestre! Eis-me aqui! – voz fria - Seu servo, Severus Snape! Faça de mim sua arma, sua morada, sua vontade!
Ela não sabia o que fazer mais. Severus tinha ficado do lado de seu mestre por fim. Mas então, pôde sentir, mesmo que ele tentasse impedir, tudo o que se passava dentro dele.
Então o fogo crepitou e foi em direção a Calius. Queimou-o como da primeira vez. Ele caiu, e se levantou, com os olhos brilhando em chamas. Cruel.
Sabia que não poderia simplesmente fugir. Voldemort com certeza mataria Severus, e isso ela não permitiria. Foi quando entendeu que era exatamente isso que ele queria que ela fizesse, quando se ofereceu para o mestre. Queria que ela se decepcionasse com ele e fugisse dali. Mas essa atitude só a fez amá-lo mais ainda. Ele estava dando sua vida por ela.
Calius se aproximava mais, Snape tentou impedir, mas nesse momento ouviu Lúcius submetê-lo a outra maldição de dor. Theo olhou para o antigo amigo. Como quem pede socorro. Ele se aproximou mais, beijou-a leve nos lábios, chegou até o ouvido dela e sussurrou:
-Amo você Theo, sempre amei. – e ele começou a se contorcer.
Ela gritou. Lúcius se distraiu e Severus pôde recuperar sua varinha a atacá-lo, deixando-o desacordado.
-Calius! – gritou outra vez.
Parecia pior que a maldição crucciatus, porque ele parecia estar sendo destruído por dentro. O sangue saía pelos olhos, boca, nariz. Iria morrer a qualquer momento. Ela estava desesperada. E não notou quando brilhou de repente, intensamente. Estava coberta de luz, e apertou o outro nos braços. Não sabia se ia funcionar, mas tinha que tentar. Abraçou o corpo do amigo. O fogo crepitou com fúria.
-Como ousa me desafiar? – gritou a voz. – Mas não importa. Já existe uma semente em você. E eu vou habitá-la. Agora!
Não deu tempo de raciocinar sobre o que ele havia dito. Theo apenas se levantou e com os olhos, agora também em chamas, fuzilou o fogo. Antes que chegasse até ela. O calor era infernal. Snape achou que fossem todos morrer queimados, ou que no mínimo, ficariam cegos. Mas de repente tudo cessou. A luz, o fogo. Olhou ansioso pra ela, no chão.
-Theo! Theo, como você está? O que aconteceu? Theo? – chamou apavorado.
Ela abriu os olhos.
-Ele não conseguiu. – tentou sorrir. – Tinha mais amor em mim, que ele poderia suportar. O mesmo aconteceu com Calius. Não sei o que o fez seguir esse caminho. Mas ele realmente era bom. – suspirou com dificuldade, os olhos pesando muito.
-Theo. – chamou mais uma vez.
-Voldemort descobriu uma coisa antes de mim Severus.
Olhou sem entender.
-Parece que você me deu uma arma maior que esperava. Um filho, Severus. E foi ele que me deu forças para lutar contra o maldito. Mas agora estou muito cansada. - suspirou – Muito cansada. – fechou os olhos se deixando cair nos braços do homem que amava.
Snape que já não tinha forças pra chorar, gritou. Quis morrer, quis matar! Mas já não havia ninguém. Lúcius havia fugido. Calius estava quase morto, Theo, a bela Theo seu amor, sua dor, ela estava morta. Ela e o filho que nem sabia que tinha. Beijou-a delicadamente, a tomou nos braços, tentou se erguer, mas caiu logo em seguida. Não poderia nem mesmo levar o corpo dela consigo. Olhou pra Calius outra vez, ele se mexia molemente. Foi até ele.
Calius, se sentia flutuando, quase fora do corpo. Estava desorientado. Abriu os olhos e percebeu onde estava. Se lembrou de tudo.
-Theo. – chamou fracamente.
-Ela está morta! – uma voz ríspida se fez ouvir.
-Theo. – não podia acreditar. – Theo. – mais forte.
Snape o levantou sem cuidado. E o arrastou até a mulher no chão.
-VEJA! ELA ESTÁ MORTA! ENTENDEU? MORTA!!!!! - gritava.
Calius caiu no chão ao lado dela. E chorou. Toda a dor que sentira não se comparava a que estava sentindo agora.
-Meu amor! Meu único amor! – ele chorava feito criança. E se virou pra Snape. – Vá embora. Nos deixe em paz. Só me resta o seu corpo frio. Deixe-me ao menos velá-lo. Vá embora!! – gritava agora.
E Severus Snape foi. Sem rumo. Sem destino. Destruído. Morto junto com a mulher e seu filho. Um filho que nunca ia nascer. Fez então a única coisa que poderia. Foi embora. Voltou pra Hogwarts.
Sabia que o Lord não havia morrido. Ele ainda voltaria. Lúcius também não desistiria. Esperava estar preparado para esse novo encontro. Nunca mais ficaria do lado das trevas. Se uniria a Dumbledore. Era uma promessa. Iria lutar até o fim de sua maldita vida pra destruir Voldemort. Mas pra isso precisava fingir que ainda era um deles. Seria um espião. Destruiria aquele que o destruiu. E isso era uma promessa.
FIM
N/A: Bem, na verdade a história não acabou. Hehehe. Eu fiz uma continuação, acabei fazendo outra história, mas que vou deixar aqui mesmo. Não vou separar em histórias diferentes. Acho melhor assim.
Então aguardem os próximo capítulo...
