N/A: Foi mal turma! Demorei pra postar, mas é que essa coisa de colocar muita fic ao mesmo tempo. Hehehe. Bem essas coisas acabam acontecendo.

Um beijo a todos

Viv

CAPÍTULO 3 – A Primeira Aula

-Bem, - suspirou em frente à sala de aula. – Lá vamos nós!

E entrou. Os alunos já estavam lá. Ficaram em silêncio. Caminhou até a mesa diante deles.

"Não se intimide!" – mentalizou.

-Bom dia! Para aqueles que não me conhecem, sou Theo Mort, sua nova professora de Defesa contra Artes das Trevas. – sorriu mais confiante.

"Vai dar certo!"

-E já estou a par do conteúdo dado a vocês desde seu primeiro ano. Então selecionei alguns assuntos que julgo serem fundamentais, para o momento em que vivemos.

Todos estavam atentos.

-Sei que algunsalunos aqui, estão bastante adiantados com esses temas. Mas gostaria que todos estivessem. Então neste primeiro mês quero que vocês revisem tudo o que já viram sobre Defesas.

Os aluno se entreolharam.

-Quer dizer que não teremos aulas? – retrucou um menino muito loiro. – Não vamos aprender nada de novo? – petulante.

-Não estou certa se compreendeu o que eu disse. – disse séria. – Você, por exemplo, Sr...

-Malfoy. Draco Malfoy. – respondeu estufando o peito.

"Esse nome..."

-Você, Sr. Malfoy, poderia me dizer com toda segurança que sabe, bem, tudo o que aprendeu?

Ele riu debochado.

-É claro! Sou um Malfoy, e um sonserino! Artes das Trevas nos são ensinadas no útero materno!

-Ora, ora. Então que tal se adiantar e nos dar uma demonstração de sua sabedoria? Poderíamos até mesmo aprender um pouco com o senhor! – sugeriu maliciosa.

Percebeu que o menino hesitou. Mas orgulhoso, se levantou e ficou diante dela.

"Não perderia a oportunidade de humilhá-la. Nem parecia uma progenitora sonserina!" – pensou Draco.

-Sei que estudaram as Maldições Imperdoáveis. – sorriu sinistramente.

O loiro acentuou sua palidez normal assustadoramente. Mas não se mexeu.

-Então resolvi que vocês devem saber lidar com elas.

Agora ele retrocedeu um passo. Os outros alunos tinham um olhar aterrorizado.

-Professora. – chamou a menina que vira na estação. – Mas... elas não são proibidas? Quer dizer... o nome Imperdoável é uma dica, não e? Quem... a usa... vai pra Azakabam! – ela gaguejava.

"Corajosa! Gostei dela!"

-Sim Senhorita...

-Granger. Hermione Granger. – com cuidado.

-Bem, Srta. Granger, acho que não é segredo para vocês, que Voldemort voltou.

A maioria dos alunos emitiu gritos ou gemidos. Menos ela e o garoto da cicatriz.

-E se vocês não sabem, - ela ignorou. – ele não vai se importar com o risco de ir pra Azakabam. E vai aplicar. Como já o fez. – olhou para Harry e Neville. – Em qualquer um de vocês. Ele não terá piedade ou respeitará as leis. Então eu pergunto a vocês: De que vale saber se livrar de um grindylow se na hora do confronto com as trevas, só vai haver o que há de pior e mais maligno?

Ninguém respondeu. Petrificados. Apavorados.

-Eu acho que a senhora tem razão. – falou o menino de olhos verdes, após alguns segundos.

Ele sabia quem ele era. Mas sentiu que ele gostaria de se apresentar, como os outros.

-E o senhor. Qual seu nome?

Ele estranhou.

-Harry Potter.

-Então, Sr. Potter. Obrigada por seu apoio. Fico feliz que esteja disposto a corresponder com as aulas. Acho que temos muito a treinar. Concorda?

Harry se perguntou se ela sabia sobre a Armada de Dumbledore.

"Como poderia? Quem teria contado? Ninguém da sonserina com certeza! Então..."

-Mas estávamos falando com o Sr. Malfoy aqui. – e se voltou para o adolescente pálido. Que já tinha dado mais um passo em direção à sua carteira. – Falávamos sobre como reagir diante de uma maldição imperdoável. Se lembra quais são Sr. Malfoy?

-Sim. – tremeu. – Imperius, Crucciatus e... Avada Kedavra.

-Isso mesmo! São 5 pontos para a sonserina.

Ele conseguiu sorrir.

-Agora quero que preste muita atenção. Sei que também essa aula já foi dada. E que vocês já foram submetidos a algumas delas. Por enquanto vamos admitir que pra Avada não exista contra-maldição. E vamos nos concentrar apenas nas duas primeiras.

Harry bebia as palavras da mulher.

"Será que ela estava insinuando que havia contra-maldição para Avada? Mas Olho-tonto dissera que não havia!"

-E quanto a essas duas, A Imperius e a Crucciatus, essas sim serão nossos temas por alguns dias. – sorriu. – Quero apenas, Sr. Malfoy, que confie em mim.

Ele estava tão rígido que parecia um poste. Já não tremia mais.

-Relaxe. Por enquanto você só vai me ouvir. Poderá voltar atrás e não participar da demonstração a qualquer momento. Esteja certo disso.

Ele ainda duvidava.

-Quero que saiba que sou sua professora. E não sua inimiga. Não quero te machucar. Acredita nisso?

Ele acenou positivamente. Mas Theo sabia que era mentira. O menino não confiava em ninguém.

-Foi o que pensei. Não confia em mim. – ele arregalou os olhos cinzas. – Sente-se aqui Sr. Malfoy. – e apontou para uma cadeira que não estava ali até então. Hesitante o jovem foi. – Quero que olhe para mim. Nos meus olhos. E sinta o que quero lhe dizer. – ele olhou pra classe e pra ela. - Não se preocupe. Não vou fazer maldição alguma, ainda.

Ele queria sair dali correndo. Contar para seu pai o que aquela mulherzinha estava fazendo. Queria sentar e chorar. Sentiu os olhos arderem. Mas ficou e a olhou. Encarando o azul dos olhos dela.

"Relaxe" – ouviu. – "Sinta. Você pode! Relaxe." – foi relaxando. – "Veja, olhe para onde está! Vê o céu? As nuvens? Aqui você está seguro!"

E Draco se sentia mais forte. Mais confiante. Sorria. Sentiu cócegas. Riu. Flutuou e voou pelo céu azul. Era divertido! Mas o vôo cessou. Piscou. E estava de volta à sala. Sentado na cadeira, e a professora à sua frente. Ela também sorria. Ele olhou para a turma e todos estavam estupefatos, petrificados.

-O que aconteceu? – perguntou calmo. – Por que eles estão assim?

Theo o pegou pela mão.

-Você acabou de resistir a todas as maldições Sr. Malfoy. – sorria divertida. – Parabéns. São mais 20 pontos pra sonserina. Por ter conseguido já em sua primeira tentativa. Você é muito bom! Descobrirá que tem muito a aprender sobre si mesmo.

Ele estava confuso.

"Fora submetido às maldições? Impossível! Como poderia?"

Quando voltou para seu lugar Crabbe e Goyle o bombardearam de perguntas. Sobre como tinha conseguido, se estava bem, se lembrava de algo, e quando ela tinha gritado "Cruccio" pela terceira vez, por que ele ria.

-O que vocês acabaram de ver, foi uma maneira de se proteger das maldições que citei. Sr. Malfoy achou um lugar, dentro dele, que ninguém poderia tocar. E lá sua mente não poderia ser atingida. Quando as maldições são aplicadas, elas não atingem diretamente o corpo. È a mente que sofre. E se ela acreditar no que a maldição a convence, seja obedecer, seja sentir dor ou morrer. Assim será. Mas se vocês bloquearem a mente ela nada sentirá. E seus corpos também não.

-Parece simples, mas não é! Para resistir tem que haver um controle férreo sobre suas emoções. E pudemos perceber que é o caso do Sr. Malfoy. Parabéns mais uma vez. E quero deixar muito claro, que não o hipnotizei. Apenas o conduzi para seu Lugar Seguro. Se ele já não o conhecesse eu nunca teria tido sucesso com essa demonstração. Agora quero que todos tentem encontrar esse Lugar Seguro. Cada um de vocês. Sozinhos.

Os alunos se concentraram. Mas os acontecimentos eram muito atordoantes. Seria de se admirar mesmo, que conseguissem. Draco foi o único que conseguiu. Já conhecia o caminho. Quando a aula acabou, Theo percebeu que o menino de olhos verdes se aproximava.

-Profa. Mort. – ele começou sem jeito. – Eu gostaria de... gostaria que pudesse me ajudar. Como fez com Malfoy.

-Imaginei que iria me pedir isso, Sr. Potter. Sei o que está sentindo. E sei também o quanto será difícil. Então acho que poderíamos nos encontrar uma vez por semana. Até que consiga sozinho.

-Obrigado, Profa. Mort.

-E, Sr. Potter. Me chame de Profa. Theo ou apenas Theo. – sorriu encorajando.

-Obrigado, Profa. Theo.

Theo suspirou. Primeira batalha vencida. Sabia que era a primeira de muitas. Mas por mais difíceis que fossem as próximas, essa era primordial. Agora tinha que seguir com o roteiro.

Tudo correu bem. A turma de Loy a recebeu muito bem. Não teve problemas. Já estava quase na hora do jantar. E conversava com a menina.

-Mãe, estão todos falando sobre você! – dizia a menina divertida.

-Ah é? E o que estão "falando" sobre sua mãe? – interessada.

-Parece que estão ao mesmo tempo fascinados e aterrorizados. – riu.

-Aterrorizados?! Por quê?? – cínica.

Loy riu mais.

-Eles não estão acostumados a ouvirem o nome de Voldemort. Isso é só pra começar!

-Mas você não tem medo! – observou.

-Claro que não! Você me ensinou assim! "O nome das coisas tem menos importância que elas em si." – citou.

-Parece que você aprendeu direitinho! – e abraçou Loy fazendo cosquinhas, rindo junto com ela.

-Pára! – ria. – Pára, vai! – se contorcia. E então ficou só abraçando-a. - É bom ver você aqui. – falou a pequena olhando com seus olhos azuis idênticos aos da mãe.

-Também acho filha. – apertou o abraço.

A menina pareceu indecisa, e um pouco tensa. Mas acabou falando.

-Faz tempo que não a vejo rir assim! – tinha um quê de tristeza.

-Eu sei. Estrelinha. – esse era o apelido que a menina tinha recebido no primeiro dia em que brilhou na frente de Theo.

A pequena pegou o rosto da mãe com as duas mãos, encarando-a.

-Tem uma coisa nova. E boa em você. – disse com carinho. – O mais perto disso que vi, você perdeu quando... quando papai morreu.

Era a primeira vez que elas falavam de Calius desde sua morte. Theo suspirou.

-Eu não sabia que tinha reparado, estrelinha. – não fugiu.

-Eu sempre soube. Mas não quis pressionar você. Acho que foi muito bom ter vindo pra cá. Você é a pessoa mais inteligente do mundo.

Theo gargalhou desta vez.

-É sério mãe! Sei disso. Estou aprendendo muito com você, desde que me conheço por bruxa!

-Você sempre soube que era bruxa. – brincou alegre.

-Então aprendo com você desde sempre. – repetiu séria. - Sinto e vejo coisas de que tenho controle agora.

-Cuidado com isso Loy. – séria também. – Pois as outras pessoas não estão acostumadas com isso. Podem se sentir invadidas e ofendidas.

-Eu sei mãe! Fique tranqüila. Tomo muito cuidado.

-Bem, chega de papo. Porque nós temos um jantar delicioso pela frente. – animou a outra.

Foram. E Loy foi pra mesa da sonserina. Não sem antes sorrir de volta para a mãe. Que foi se sentar com os professores.

-Parece que sua aula inaugural foi um sucesso! – irônico.

-Bem, devo dizer que ela saiu melhor que eu esperava. – sorriu com educação.

E não se falaram mais. Ele podia sentir a energia dela quase palpável. Estava com sérios problemas. Fez sinal para Dumbledore. Precisava conversar urgentemente com ele. Sendo atendido prontamente. Ao chegar à sala do diretor ainda não sabia como iniciar.

-Severus. Diga-me, o que deseja? – sempre calmo.

-Alvo, - suspirou. – conhece minha história. – o velho diretor assentiu em silêncio. – Bem, mas o que não sabe. O que nunca contei, foi o nome dela. – Dumbledore aguardou. – Theodora Vant. Que hoje usa o nome Theodora Mort!

Esperou que o Diretor se espantasse, assustasse, chocasse, qualquer coisa. Mas não. Ficou ali. Parado.

-Sim Severus.

-Alvo. Acho que você não entendeu. A mulher. A mulher do meu passado que eu julguei morta. Morta por Voldemort, está aqui. Dando aulas nesta escola! – controlando a exasperação às duras penas.

-Sim, Severus. Eu sei.

-Como "sabe"? – perdeu o controle. – Como???

-Eu a conheci quando a pequena Loy ingressou aqui. Conversamos muito. E a história dela se parecia muito com uma outra que eu já conhecida.

-Mas... – confuso. – Se você sabe há 1 ano. Que ela está viva. - indignação era pouco pra definir o que estava sentindo. – Por que diabos não me contou? – ele poderia matar o velho.

-Porque eu só tive certeza agora. – sorriu sem se importar com a explosão do outro. Que estava atônito agora. – Justamente a chamei para trabalhar porque vi que é uma pessoa... incomum. E que estava mais que capacitada para o cargo. Assim como também quis tirar muitas dúvidas. Vejo que não errei.

Snape estava entorpecido. Era um homem em agonia. Lutando contra todos os fantasmas e medos e desejos. Mas sempre tivera sua máscara para usar. Agora estava se sentindo quase desamparado, desarmado. De alma vulnerável. Se deixou cair pesadamente na poltrona à frente do diretor.

-O que devo fazer? – perguntou mais pra si mesmo que para o outro.

-Não posso escolher para você Severus. O caminho a seguir é exclusivamente seu. Terá que decidir por conta própria! - pesaroso.

Estimava muito seu mestre de Poções. Não desejava seu sofrimento.

-Apenas poso garantir que sempre existem escolhas. Independente de o que aconteça. SEMPRE existem escolhas.

Snape saiu. Deixou a gárgula para trás mais confuso do que antes.

"Então ele sabia! E a trouxe mesmo assim. Ou que sabe por isso mesmo! E agora? A mulher que amava? Sua filha? Maldição! O que fazer?"

Não foi uma noite tranqüila.

Mais um dia sem respostas. Teria aulas com a pequena Loy. Desde que soubera que era sua, não conseguira tirar os olhos dela. Exceto, claro, quando sua mãe estava por perto. Só agora percebera o quão cego fora. Elas eram idênticas. Os olhos, cabelos, boca, tudo. Mas alguma coisa no seu jeito de falar, de brigar, o lembrava. Não pode se impedir de ficar orgulhoso.

"Minha filha! Uma sonserina legítima!"

Foi sorrindo até a sala. Lá se concentrou em fazer sua habitual carranca. Pra não dar margem pra os alunos. Ela era uma das únicas que não se intimidava. Passou a observá-la mais. Exigia mais e ela correspondia. Parecia gostar do desafio.

"Orgulhosa!"

Ao fim da aula, dispensou todos. Estava organizando os vidros com as poções dos alunos para avaliar. Olhou para uma poção azul que saíra errado e se lembrou de uma outra que bebera há muito tempo atrás. Sorriu com um dos cantos da boca.

-Sei fazer essa poção. – a voz suave.

Snape se assustou. Achava que estava sozinho. Tentou imaginar de que poção ela estaria falando. E quando olhou para a azul nas mãos, achou compreender.

-Percebi. – respondeu pensando se tratar da que todos fizeram na aula. – A sua está correta.

-Não é essa. A outra. – disse como se fosse óbvio.

Snape franziu a testa.

-Sobre o que estamos falando Srta Mort? – ele não se deixaria enganar.

-Sobre a poção para dor. A azul. – sem paciência.

-Por que estamos falando sobre essa em questão Senhorita?

"Ela não poderia estar lendo meus pensamentos."

-Posso sim! – batia o pé. – E não estou gostando nada disso! – ela era a imagem da indignação. Com as mãos na cintura.

O coração dele amornou apesar de tudo.

-Se pode mesmo, deve saber que isso é errado! As pessoas podem se assustar ou se ofenderem, sabia? – sem conseguir esconder o sorriso.

-Minha mãe diz a mesma coisa. – bufou. – Mas nunca foi tão fácil. - se sentou na carteira mais próxima a ele. – Por quê?

-Você já fez isso antes? – tentou com receio.

-Às vezes. Mas a maior parte do tempo tenho que me concentrar. E nem sempre faço isso! – se defendeu. – E nunca fiz isso numa prova. – se lembrou de repente.

Snape gargalharia se não fosse tão sério.

-Você sabe o que é oclumência, Loy? – falou seu nome sem perceber.

-Não.

-Um oclumente é aquele que consegue bloquear sua mente de qualquer "invasor", vamos chamar assim. Mas é feito com varinha e muita concentração. Existe o inverso que para captar em um mente alheia devendo usar varinha, concentração e a palavra certa dos feitiços.

-Mas eu não sei nada disso! E posso entrar na mente de quem eu quiser, sem feitiço. – inocente.

-Isso é muito perigoso, Loy. – mas ainda assim, sentiu orgulho. – Se alguém resolve agir usando você, todos nós estaríamos perdidos.

-Alguém como Voldemort?

-Não deveria dizer esse nome! – duro.

-Minha mãe disse que posso. Não tenho medo dele.

-Deveria Loy. Deveria. Ele é o príncipe de todo o mal que existe neste mundo. Deve entender isso! – preocupado.

-Gosto de você! – falou de repente.

E se adiantou dando um abraço apertado no professor. Ele estava estupefato. Não conseguiu reagir quando os bracinhos o apertaram pelo pescoço. Ela saiu rápido como se tivesse dado conta de o que tinha dito e feito.

-Mas que Diabos! – ele ficou longos minutos relembrando a sensação de ser abraçado pela primeira vez pela filha.

"O que faço