N/A: como prometido cap novo sem demora. Espero que gostem.

Viv

Beijos

CAPÍTULO 6 – Encontrando o Lugar Seguro

Já estavam atrasados para o almoço daquele sábado quando chegaram ao salão principal.

Loy olhava a mãe com freqüência. Theo estranhava isso. Pensou em como conversar com a menina.

-Está com uma ótima aparência Profa. Theo. – iniciou Hagrid.

-Oh! Hagrid, obrigada! – sorriu olhando de esguelha pra Snape.

-Sua Loy é uma preciosidade. Ainda não dou aulas para ela, mas escuto os outros professores falarem. Ela é mesmo especial.

-Hagrid! Elogiar minha filha é o mesmo que me elogiar! Novamente obrigada. Aliás, já acabei e preciso ir ter com ela. Com licença.

A pequena também acabara e se levantou quando viu a mãe sair da mesa dos professores. Andaram lado a lado. Foram em direção ao lago. Sentaram-se.

-Você está linda mãe!

-Ora, Loy. Deixa de ser boba! – brincou. Puxando a menina pra um abraço.

Loy desistiu. Sabia que algo mudara nela. Mas resolveu tratar de outro assunto.

-Harry Potter me procurou ontem. Disse que você o tem ajudado.

-É, querida. Ele ainda está muito triste por causa do padrinho. E tem tido dificuldades em se concentrar. Voldemort o atrapalha.

-Eu sei. – disse simplesmente.

Theo se orgulhava muito da filha. Parecia às vezes, que era a mais madura das duas.

-Parece que ele tem a Chama Verde. – comentou.

-Você reparou Loy? – intrigada.

-Claro! – como se fosse óbvio. – Mas ainda não sabe usá-la. - ficou com expressão de quem se esforça pra decidir. – Foi por isso que o mandou me procurar? Pra ajudá-lo com a Chama?

-Foi estrelinha! Acho que você pode fazer isso melhor que eu.

-Tudo bem! Verei o que posso fazer. – séria

Mas logo olhou pra mãe. Ela estava linda mesmo. Mas era uma beleza que vinha de dentro. Como se o vazio não estivesse mais lá.

"Será...?"

Voltando para seu salão comunal, Loy viu alguns sonserinos conversando.

-Hey, Mort! Está ficando amiguinha dos grifinórios nojentos? – um loiro a chamou.

Ela olhou com seriedade sem se abalar.

-Talvez! Por quê? Quer entrar para o grupo Malfoy? – sorria calma.

O loiro não estava acostumado a amabilidades, hesitou por apenas um segundo.

-Mort! Isso só se for para acabar com eles de uma vez por todas! Precisa de ajuda? – irônico.

-Na verdade não. – Sorriu meiga. – Obrigada! Poderia fazer isso sozinha. Se quisesse! – e saiu.

Draco ficou desconcentrado.

"Que garota estranha!"

Já sabia o caminho para a torre da Grifinória, mas naquele dia marcara com Harry na Sala Precisa. Adiantou-se. Ele já estava lá. Parecia inquieto. Ele era alto e forte devido o quadribol. Mas naquele momento parecia um menino magricela e desengonçado. Loy riu escondida. Um lado cruel dela gostava de vê-lo naquele estado.

-Oi, Harry.

-O... oi, Loy. – sorriu desajeitado. – Que bom que veio. – ele não olhava diretamente pra ela.

-Sente-se Harry. Vamos recomeçar. – apontou uma almofada diante da outra no chão.

Ele foi.

-Agora nós vamos respirar juntos. Me dê suas mãos. - e ficaram de mãos dadas. – Agora quero que você olhe pra mim, nos meus olhos.

Ele olhou. Corou um pouco. Continuou respirando.

-Agora vou levar você para outro lugar. Vamos fazer diferente desta vez. Eu te levo.

"Veja Harry, está vendo a grama verde? É dia, está claro. Você vê o sol?"

"Vejo."

"Quer correr um pouco comigo? Por essa grama verde?"

"Quero."

E foram. Para Harry mais parecia que deslizavam. E estava ao lado daquela menina linda. Nunca sentira tanta paz.

"Agora quero que me deixe levar pra casa!"

E fora, de mãos dadas. Ela na frente o conduzindo. Entraram numa casinha pequenina do campo. Mas quando as portas se fecharam, ficou tudo escuro. Harry sentiu medo. Mas a menina continuava segurando sua mão.

"Estou aqui com você Harry."

Ele relaxou.

"Está ouvindo o barulho?"

Ele ouviu. Pareciam batidas cardíacas.

"Eu conheço! É o coração de minha mãe!"

"Você tem olhos lindos Harry, iguais aos dela."

Sentiu-se orgulhoso.

"Pode acender a luz quando quiser. É só querer."

Ele não entendeu. Não tinha varinha.

"Pode acender, Harry."

A voz dela era tão doce. Queria vê-la. Então dois pontos azuis muito claros se acenderam. Sabia que era ela.

"Pode acender Harry." - ela repetia.

Ele se concentrou. Queria luz. Pra vê-la melhor. E então se sentiu iluminar. Via tudo mais claro. Mais... verde. Percebeu que a luz vinha dele. De seus olhos. A viu. E ouvindo as batidas do coração de sua mãe, que se confundiam com as do dele, se aproximou de Loy. Podia vê-la na penumbra. E tocou seus lábios nos dela. Bem leve. Quando retrocedeu ela sorria daquele jeito doce.

Quando piscou, estava diante dela, na sala precisa. Seus olhos ainda brilhavam. Chamas Azuis. Os dele também. Chamas Verdes. Queria beijá-la novamente. E sentir aquele revoar de asas que passava na barriga para o peito e vice-versa. Soltou uma das mãos, tocou-lhe o rosto. Puxando-a pela nuca. E a beijou mais profundamente agora. Pra não deixar dúvidas. Ela correspondeu.

Quando se separaram, Harry corava violentamente. Loy sorria, sem disfarçar seu próprio rubor.

-Acho que você está ficando bom nisso! – suspirou. – Em lidar com a Chama. – desviou os olhos.

-Acho que Voldemort não pode mais invadir seu Lugar Seguro.

-Acho que não. – sorriu maroto agora.

"Ela estaria lá."

-Estarei só se você quiser, Harry. – séria agora. – Mas é importante que você possa lidar com isso sozinho também. Você tem a força para tanto.

Ele não se acostumara ainda com a menina lendo seus pensamentos de vez em quando. Entendeu o que ela disse.

-Acho que é hora de irmos. Daqui a pouco não precisará mais de minha ajuda com a Chama. E com o Lugar Seguro.

-Tem jogo de quadribol amanhã. Você vai? – não podia pensar nisso.

-Claro! – sorriu. – Grifinória x Sonserina! Eu não perderia por nada! – riu divertida.

Ele se sentiu idiota.

"Claro que ele iria, era uma sonserina!"

-Mas vou torcer por você! Está bem? – surpreendendo-o.

Na hora de sair da sala. Quis beijá-la outra vez. Ela já estava saindo. Virou-se voltou até o meio da sala.

-Até logo Harry Potter! – e deu um estalinho na boca do menino-que-sobreviveu. E saiu rápido.

-Ela é fantástica! Nem parece ter 12 anos! Eu mesmo me sinto com 12 anos diante de um garota de 16.

Loy estava muito feliz com o progresso de Harry Potter. E com o relacionamento que estavam começando. Não sabia quanto tempo iria durar, mas sabia que não seria fácil. Grifinória x Sonserina. Parecia até piada. Mas teria que pensar nisso outra hora. A aula de poções não era o melhor lugar. Ainda mais com o professor olhando-a insistentemente. Fez com esmero tudo o que foi solicitado. Teriam que conversar. Ela sabia disso. O que suspeitara há alguns dias se confirmara. A razão da felicidade de sua mãe estava ali.

Ao fim da aula foi até o professor.

-Você está diferente também! – disse ao se aproximar.

-Como assim, Loy? – reservado.

-Vocês estão felizes. – falou direta.

-O que quer dizer com isso? Vocês quem?

-Você e minha mãe. Demorou pra acontecer.

Ele estava desconcertado.

"Theo teria conversado com ela?"

-Não. Não foi ela. – e ficou com os olhos pálidos por um momento.

"Pronto! Duas lendo meus pensamentos!"

-Como assim, Loy? Não estou entendendo o que quer dizer?

-Sei quem você é! – suspirou.

Ele não tinha certeza de sobre o que estavam falando.

-Antes de morrer, meu pai... Calius. Me contou algumas coisas. Me falou sobre o grande amor da minha mãe. Sobre certo professor de Poções. E disse também, que sempre me amou, como se eu fosse sua filha verdadeira. – direta.

Snape quase caiu da cadeira pelo choque.

"Calius contara tudo?"

-Loy...

-O que ele não contou, eu já sabia. – triste. – Doeu. Eu o amava muito! – uma lágrima atrevida escorreu. – Não queria que morresse, mas ele me garantiu que me amou desde o momento em que soube de minha existência. Que eu não era uma criança comum. E que quando o mal retornasse, era para procurar por alguém. Por você. – olhou direto para Snape. – Meu verdadeiro pai.

-Eu... eu... Loy. Eu não sabia. – ele gaguejava e, agonia. – Eu pensei que vocês tivessem morrido. Só soube a verdade quando o ano se iniciou e sua mãe chegou. Se ao menos eu soubesse... se ao menos eu suspeitasse...

-Está tudo bem! – forçou um sorriso. – Eu sei. Já disse. Ele me contou tudo. Querendo ou não. Mas não sabia o que minha mãe acharia, ela não se lembrava de nada. Mas Quando a vi outro dia, percebi uma felicidade que nunca esteve lá. E agora em você. Um pouco da dor foi embora. E eu resolvi que já era hora de a gente se apresentar.

Ele estava espantado com a maturidade da menina.

-Loy Mort. – estendeu a mão para um comprimento formal. – Filha de Theodora Vant e Severus Snape. Criada por Calius Mort.

Snape não agüentou e foi com tudo. Abraçou a pequena com força. Queria chorar, gritar, cantar. Então riu. Gargalhou rodopiando com ela nos braços.

-Minha filha! – ria. – Minha filha!

Ela também ria. Com seus bracinhos no pescoço dele.

-Posso te chamar assim? – perguntou de repente, receoso.

-Claro! Mas quero que saiba que sempre terei Calius como pai também! Ele realmente esteve presente. Apesar de tudo. – séria.

-Tudo bem. Eu reconheço que Calius tenha sido pai e marido de exemplo. Apenas quero a chance de tentar ser um também.

Abraçaram-se de novo.

-Sem problemas.

Ele parou.

-Loy. - sorriu. – Filha! Você acha que sua mãe se casaria comigo?

-Só ela pode responder. – falou marota.

Ele estava nervoso. Sabia que ela o amava. Deus lá sabia porque, mas amava. Mas ainda assim temia a resposta dela. Desistiu de lutar contra tudo. Ia protegê-las mais as tendo sob suas vistas. Tinha incondicional apoio de Dumbledore.

Falou o mínimo possível durante as aulas do dia. A última aula do dia demorou uma eternidade. Nenhum de seus alunos tinha o visto tão calado. Quase não tirou pontos de ninguém.

Foi até a sala dela. Estava guardando os trabalhos dos alunos quando ele chegou feito um furacão, assustando-a.

-Severus! Aconteceu alguma coisa? – preocupada.

-Não! Quer dizer, sim! Não há nada de errado, mas...

-Severus, está me assustando. O que houve? É com Loy?

-Não! Não me perdoe... – abraçou-a.

Ele era um redemoinho de sensações. Não dava pra descobrir o que estava sentindo ou pensando.

-Eu só gostaria de perguntar uma coisa! – sério.

E a olhou nos olhos

-Sim? – perguntou.

Mas ao olhar nos olhos dele, arregalou os seus. Aguardou ansiosa. Ele viu que ela soube. Mas que não facilitaria as coisas. Teria que perguntar! Suspirou.

-Theodora Mort, quer se casar comigo? – muito sério.

Ela fez uma careta e gemeu.

-Peça direito! – brava.

Ele ficou confuso, sem saber o que fazer. Ajoelhou-se e do chão falou outra vez.

-Theodora Mort...

-Não! Não é isso! – e se ajoelhou na frente dele, com voz fingindo ofensa.

Ele entendeu. Riu. Tentou ficar sério.

-Theo. – ele deu um sorriso largo. – Quer se casar comigo?

Ela se jogou no pescoço dele e sentada sobre ele dava vários beijos nos lábios.

-Sim! Sim! Sim! – ria.

Ele a segurou pelo quadril puxando-a mais pra baixo.

-Acho que temos aqui, várias carteiras e uma mesa. Sem contar com uma casa me casal em cada quarto. Ainda quer continuar com isso no chão mesmo? – malicioso.

Ela ria.

-Qualquer lugar, Severus! Com você, qualquer lugar.

E a notícia sobre o casamento dos professores se espalhou. E após o casamento todos também ficaram sabendo que Loy era filha dele. Não se sabia qual notícia causava maior choque.

OF: continua.