Capitulo 4 – Reminiscências de um passado.

You see I cannot be forsaken

Because I'm not the only one

We walk amongst you

Feeding, raping

Must we hide from everyone

Vê, não posso ser abandonado.

Porque não sou o único.

Caminhamos entre vocês.

Alimentando, estuprando

Devemos nos esconder de todos?

Não sei quanto tempo se passou dês de que sai do Makai, dês de que me transformei em um youko. Mas uma coisa eu posso dizer com a mais deliberada certeza...

Estou enlouquecendo.

Não imaginava que voltar a ser Youko seria voltar a ter características peculiares do mesmo. Eu não sei quando comecei sentir o tamanho da diferença entre os dois corpos.

Nesse exato momento estou debruçado na janela da casa de Yusuke. Hiei e ele saíram para o Renkai resolver alguma coisa com Koenma, eu fiquei para não me expor á nenhum perigo, bom...Foi isso o que me disseram.

A mãe de Yusuke não parece se importar com minha aparência, disse que ia sair e me deixou para tomar conta da casa.

E foi agora que eu me dei conta.

Meu nariz aguçado sente cheiro humano, um desejo constante de ir comer de suas carnes toma conta de mim.

Por mais que eu reze com todas as forças para que eu não pense nisso. É definitivamente impossível.
O desejo é grande.

Não percebi quando pulei da janela e apareci em frente a uma humana por ali.

Ela me olhou maravilhada, e horrorizada ao mesmo tempo.

Aproximei-me numa espécie de encanto, balançando a cauda e com um sorriso cínico estampado em meu rosto.
Simplesmente a ataquei. Eu não vi seu rosto. Não imaginei se ela tinha família. Mas quando voltei a minha sã consciência e o sangue já estava em minhas mãos, assim como a carne fresca em minha boca

Um anuncio claro de que já era tarde demais.

Olhei então pela primeira vez no rosto daquela mulher, e para o meu total desespero era alguém que eu jurava nunca mais ver.

Era ela... Eu fechei meus olhos, desejando a inari, ou a qualquer ser que estivesse me olhando, que aquilo não fosse verdade.

Mas quando abri meus olhos dourados, eu enxerguei os olhos dela sem vida, o corpo com a marca de minhas presas. Eu podia ver muito bem o sangue escorrendo daquele corpo frágil.
Era ela. Minha mãe, Shiori.

Soltei um grito desesperado, e sei que acordei pelo menos metade vizinhança. Não podia ficar ali. Mas também não podia deixar ela lá. Por mais que eu soubesse que ela estava morta em meus braços, um pingo de esperança ainda se estendia em meu ser.

A carreguei em meu colo até um hospital mais próximo.

Sei muito bem e notei os olhares assustados sobre mim. Mas deixei ela com um médico e fui embora.

Minha noite foi totalmente em claro. Dormi em um galho que ficava de frente ao hospital.

Foi então que um pequeno pesadelo me pegou.

Eu que já havia pegado no sono, havia sido tragado á um lugar totalmente diferente do que costumava estar.

Lá estava eu, sozinho e com frio. Estava chovendo. Naquele tempo, quando chovia, minha cauda ficava molhada, e era difícil achar comida.

Eu passava fome em dias de chuva.

"Venha comigo... E não passaras fome" Disse a voz gentil.

"Quem é você?"

"Sou a pessoa que você mais ama..." – Disse a voz, e eu pude ver a silhueta de Hiei.

"Hiei?"

"Venha...Eu sou a pessoa que pode te ajudar...Sou quem..." Mal ele pode terminar sua frase. Sua garganta foi cortada, e um jorro de sangue foi jogando contra minha pele.

"Achas que pode ficar com ele?" Eu vi Yomi com seus sorriso sádico estampado no rosto. "Es só meu, Youko Kurama..."

Eu acordei nessa hora, para me encontrar um tanto desnorteado embaixo da arvore. Devia ter caído dela no sono. Hiei estava ao meu lado e me olhava com aqueles grande e lindos olhos vermelhos. Pela primeira vez eu me vi aliviado por ter levado uma queda. Ri como um bobo, agarrando meu Koorime pelo pescoço e dando um beijo que ele nunca mais iria se esquecer.

"huh?"

"Até quando vc vai dormir, raposa?" – Hiei sorri divertido pra mim, fazendo um carinho na minha orelha. O baixinho sabe que eu amo esse carinho.

"hummm...Hiei...Eu quero te comer...Deixa?"

"Sua raposa safada! Não se lembra que estamos na casa de Yusuke?" – hn. Fingindo uma falsa indignação? Uma coisa tipicamente sua, não é Koorime?

"hum...Quem liga?" – Disse aproximando-me dele. Acariciei sua nuca, sei que Hiei não resiste a esse lugar. Bingo. Ele abriu as pernas para mim, e quando já estava tirando minhas roupas, para minha total infelicidade Yusuke chegou, assustando o koorime. E minha chance de ter um jantar descente.

"Kurama? Hiei! Larguem de indecências, e corram! Yukina foi atacada! Kuwabara veio nos chamar!"

"Yukina?" Eu pude ver o tom desesperado que meu amante usou para falar de sua irmã.

"Vamos embora!" Disse bem nervoso.

Ao chegarmos na casa da mestra genkai, encontramos Yukina com o olhar perdido, varias jóias estavam dispostas ao seu lado, Genkai a abraçava tendo consolar a garota.

Aproximei-me, mas estanquei quando vi a garota olhar amedrontada para mim.

"Yukina-chan, sou eu...Kurama...Não precisa ter medo..."
"Saia de perto de mim!" Ela disse chorando desesperada.

"Yukina..."

"Kurama...Saia daqui...Devo conversar com Hiei a sós.

Des daquela palavra, eu não pude falar com Hiei. Mas quando ele voltou, vi que seu rosto estava iluminado pelo puro ódio e desejo de vingança. Perguntei a ele o que havia acontecido. E com aquela frase meu corpo tremeu.

"Yukina foi violentada por Yomi..."
"O que?"

"Ele quer se vingar de você... E foi a forma de deixar o recado..."
"Eu...Oh Inari, Hiei...Me perdoe...Me perdoe..." Eu continuei chorando. Mas vi o misto entre ódio e amor que se afloravam naqueles olhos sangue. O desejo de ficar e de ir embora.

Porem ele foi. Dizendo que não poderia ficar perto de mim, se eu representasse uma ameça. Eu implorei. Gritei para que ele ficasse. Mas ele não me ouviu. E pela primeira ou talvez pela segunda vez, eu me vi caindo num abismo onde não tem mais volta. É o fim para mim...Definitivamente o fim.

Contiua...