Capítulo III - O amor de uma família que se separa
Hyoga e Natassia se entreolharam.
- Quem pode ser? - perguntou Natassia.
- Eu vou abrir, mamãe. - Hyoga caminhou até a porta e quando abriu se surpreendeu com dois soldados.
- Você é Hyoga, filho de Camus? - perguntou um dos soldados.
- Sim. Vocês trazem notícias do meu pai? - perguntou o garoto aflito.
- O senhor Máscar virá aqui mais tarde. A sua mãe está em casa?
- Está sim, mas o que vocês querem? - Hyoga ficava cada vez mais aflito.
- Recebemos ordens para não deixarmos você e sua mãe saírem de casa. - respondeu o guarda com seriedade.
- Como assim? Quem deu essa ordem? - Hyoga se revoltou contra os guardas.
- Já disse que o senhor Máscar virá aqui mais tarde. Por enquanto vocês ficarão trancados aqui, nós dois estamos de guarda na porta e há um guarda para cada janela da sua casa, portanto não tente fugir. - o guarda fecha a porta antes que Hyoga pudesse perguntar mais alguma coisa.
Hyoga estava confuso. Por que eles estavam presos? De quem foi essa ordem?. Várias coisas se passavam na cabeça de Hyoga, mas ele se recusava a acreditar no pior. Sua mãe logo apareceu na sala.
- Meu filho, o que está acontecendo? Há guardas ao lado de nossas janelas, parecem nos vigiar.
- É isso mesmo que eles estão fazendo, mamãe. Receberam ordens de nos prenderem em casa. - disse Hyoga desapontado - Mas não se preocupe, não aconteceu nada com o papai, não pensei no pior. - ele corre e abraça a mãe - Não importa o que aconteça, nós vamos ficar juntos de novo, eu você e o papai. - os dois deixavam escorrer lágrimas por seus rostos.
- Sim, meu filho, nós vamos ficar juntos. - Natassia abraçava o filho como se o visse há muito tempo. Era um abraço forte, cheio carinho e confiança.
- Um dos guardas disse que Máscar virá aqui mais tarde. Vamos aguardar e ter confiança. - Hyoga tentava tranquilizar sua mãe, demonstrando confiança no tom de voz, ele tentava evitar, mas por dentro ele sabia que Máscar não traria boas notícias.
- Vamos aguardar então. - Os dois se sentaram ao redor da mesa, eles colocaram as mãos sobre ela e seguraram a mão um do outro. Se olhavam confiantes.
Fler havia chegado a porta de casa. Ela evitava entrar pois teria que encarar as perguntas de sua mãe, mas ele levava um recado para seu irmão. Ele demorou um pouco e por fim entrou.
- Onde você estava? - perguntou uma voz masculina vinda de um dos cômodos da casa.
- Fui passear. O papai mandou você ir para o castelo agora.
- Eu já estava de saída, sabia que ele precisaria de mim por lá. - um garoto saiu de um dos quartos. Era o irmão de Fler, seu nome era Seiya. Ele era um pouco mais velho que Hyoga e seu porte era mais forte, talvez porque ele já tivesse começado seu treinamoento para se tornar um cavaleiro como seu pai.
- Onde está a mamãe? - perguntou Fler.
- Descansando em seu quarto. Nem pense em incomodá-la.
- Tudo bem. - Fler caminhou para seu quarto e Seiya saiu de casa. - "Será que o Hyoga está bem?" - pensava a menina.
Hyoga estava sentado sozinho ao redor de uma mesa. Sua mãe havia ido se deitar para descansar, mas ele não pensava em descansar, só pensava no seu pai e em Fler. Ele pega um pedaço de pergaminho, uma pena, um vidro de tinta e começa a escrever.
Te amo
Amada minha
Lamento que nosso amor seja tão complicado
Idílico porém complicado
Tudo o que eu mais quero é viver ao seu lado
Amar você por toda a eternidade
Meu amor,
Enfrentarei tudo e todos
Unido somente ao amor que sinto por você
Amor
Meu maior aliado
Ofegante por nossa união
Rainha do meu coração.
- Você merece escrituras muito melhores, meu amor. Não sou digno de escrever o que sintopor você, mas prometo melhorar. - Hyoga não conseguia se concentrar, estava procupado demais, afinal de contas ele estava preso e não sabia o motivo. Levantou, caminhou de um lado para o outro, angustiado com a demora de Máscar. A chuva gora caía mais fraca, a noite estava perto de seu fim quando finalmente alguém bate a porta da casa de Hyoga. Ele corre para abrir e vê Máscar. - Entre.
- Onde está sua mãe? - Máscar estava calmo, falava calmamente.
- Descansando. Vou chama-la. - Hyoga vai até o quarto de sua mãe e volta abraçado com ela.
- Máscar! Por favor, me conte como está o Camus. - Natassia não suportava a ansiedade.
- Natassia e Hyoga. - Máscar encarou os dois com um olhar triste, mas ao mesmo tempo sério - É melhor vocês se sentarem. - Hyoga coloca Natassia numa cadeira e fica em pé ao lado com as mãos nos ombros da mãe.
- Você está me deixando preocupada, Máscar.
- Eu vou contar tudo o que aconteceu ao Camus, mas vocês precisam ser fortes. - Máscar não perdia a postura de cavaleiro - Camus foi preso porque ele foi considerado suspeito de ser o autor do assassinato do rei Shion.
- Hyoga já me contou essa parte. O que aconteceu com ele? Já libertaram o Camus da masmorra? - Natassia estava aflita.
- Sinto muito, Natassia. Foi encontrada uma prova de que Camus é realmente o assassino. - Máscar balançou a cabeça em sinal de reprovação.
- Mentira! Meu pai não matou ninguém! - Hyoga gritou e lágrimas escorreram de seus olhos. Natassia estava abraçada ao tronco de filho, com a cabeça em seu abdome.
- Eu também não acreditei. Nunca pensei que Camus fosse capaz disso. - Máscar continuava a balançar a cabeça.
- E o que vai acontecer com ele? - Natassia soluçava, não abria os olhos. Hyoga estava estático.
- Ele será levado para Adonroth pela manhã. A rainha deu essa ordem. - Máscar abaixou a cabeça.
- Adonroth, a prisão de sangue? - espantou-se Hyoga. Natassia não conseguia produzir nenhum som a não ser o som de choro.
- Sim. Adonroth, a prisão de sangue como é conhecida. Um território dominado por Sagittarius e Aquarius, uma prisão pra onde são levados os condenados de vários reinos. - Máscar foi sombrio.
- Não é justo! Meu pai não matou ninguém, ele não merece ir para Adonroth. - Hyoga estava abraçado com sua mãe. Os dois estavam ajoelhados ao chão. - Não é justo!
- Lamento. Eu trarei Camus aqui antes de partir, assim poderão se despedir dele.
- Faça isso, Máscar. Eu quero ver meu marido. - Natassia ainda não conseguia acreditar no ocorrido.
- Farei. Antes de me retirar eu devo dar um outro aviso a vocês. A rainha considera Camus um traidor, sendo assim, sua família também é considerada traidora.
- O que você quer dizer com isso? - perguntou Hyoga.
- Infelizmente, recebi ordens para banir vocês do reino de Aquarius.
- Não posso acreditar. O que será da nossa vida agora? Sem o Camus e sem uma casa. - os olhos de Natassia estavam inchados de tanto chorar.
- Eu fiz o que pude e já enviei um de nossos mensageiros para o reino de Sagittarius para pedir ao príncipe Aioros uma casa em um de seus vilarejos para vocês morarem.
- Obrigada, Máscar. Você está sendo muito amigo nesse tempo negro. - disse Natassia.
- Camus é um grande cavaleiro, não posso deixar de ajudar a sua família nesse momento. Porém, sou obrigado a manter vocês presos aqui até que eu consiga uma casa em Sagittarius para vocês, são ordens da rainha.
- Eu entendo. Obrigada mesmo assim. - disse Natassia que ainda estava chorando. Ao seu lado estava Hyoga, sem resposta.
Máscar foi embora, deixando Hyoga e Natassia. Ambos estavam chocados, acabados com todas as notícias. Passaram o resto da noite deitados, um consolando o outro. O dia foi nascendo, era uma manhã cinzenta onde a chuva fina caía sobre as casas de Aquarius. Hyoga e Natassia haviam passado a noite toda acordados. Logo ao primeiro sinal de luz, Máscar levou Camus até sua casa para se despedir de Hyoga e Natassia.
- Eu sei que você pediu para não contar para eles, mas achei que eles tinham o direito de saber. Vá e veja sua mulher e seu filho pela última vez. - disse Máscar.
- Você não devia ter feito isso, Máscar, mas já fez. Agora só me resta ir até lá e ter a pior sensação da minha vida. - Camus não parecia feliz por ter a chance de ver as pessoas que mais ama. Ele caminha até a porta e entra silenciosamente. A emoção toma conta de todos, Camus entra em casa e encontra Hyoga e Natassia diante dele. Os três se abraçam e começam a chorar.
- Camus! Nós não podemos viver sem você! - disse Natassia, agarrada ao pescoço do marido.
- Nós queremos ir com você, papai. - Hyoga não conseguia se controlar.
- Vocês precisam ser fortes, meus amores. Nunca desistam de viver, tenham esperança sempre! - Camus chorava, mas falava num tom tranquilo como se estivesse saindo por alguns dias e logo estaria de volta. Os três permaneceram abraçados por um longo tempo. Logo Máscar apareceu.
- Está na hora, Camus. Devemos partir. - disse Máscar que havia acabado de entrar seguido de dois guardas.
- Preciso ir. Querido filho. - olhou para Hyoga e tocou seu rosto - Sempre acredite nos seus ideais, não importa o que seja. Tenho orgulho de ser seu pai, Hyoga. - abraçou o filho que não parava de chorar diante do pai. - Natassia, meu amor. - seguiu até Natassia - A mais bela de todas as mulheres desse mundo. Não me arrependo de ter passado a maior parte da minha vida ao seu lado, fomos muito felizes juntos. Eu não seria o homem que sou hoje sem a sua presença. Eu te amo! - os lábios se tocam num último encontro entre dois eternos apaixonados. Logo esse beijo foi separado por Máscar que havia puxado Camus.
- Vamos. - Máscar ia levando Camus para fora de casa.
- Não! - Natassia gritou e tentou ir atrás de Camus, mas um guarda a segurou. O mesmo aconteceu à Hyoga.
Camus, já fora de casa, dá uma olhada para tras, despedindo-se de sua casa.
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Mais um capítulo concluído. Estou gostando muito de escrever essa fic, todos os comentários que recebo me dão forças para continuar. Espero estar conseguindo passar para os leitores todos os sentimentos de cada personagem, esse é meu objetivo.
Deixarei os agradecimentos para todos os leitores, meus amigos escritores do MSN e principalmente para Talita Sagittarius que é muito mais que uma amiga, ela é minha família!
Aproveitem a fic!
Até o próximo capítulo.
Rafael (Mú)
