A FELICIDADE DE AIORIA E MARIN
Enquanto Athena e Ártemis conversavam, Aioria procurou Marin. Tinha que falar com ela. Encontrou-a, como sempre, treinando. Ficou a observá-la de longe, admirando-a e sentindo-se cada vez mais apaixonado. Não desistiria enquanto não conversasse com ela e explicasse o que tinha acontecido.
Marin parou para descansar. Sentou-se sobre uma pedra e fitou o horizonte, pensando em Aioria. O sol a banhava, tirando reflexos avermelhados dos cabelos ruivos, deixando-a ainda mais atraente aos olhos de Aioria.
Respirando fundo, o Cavaleiro de Ouro foi na direção dela. Precisava se explicar, dizer-lhe que não teve a intenção de ofendê-la e estava decidido a se declarar, mesmo que ela não sentisse nada por ele, precisava aliviar seu coração. Pelo menos, ela ficaria sabendo de tudo e ele poderia ficar em paz. Trazia consigo algo para que, se ela quisesse, pudesse remediar imediatamente o "mal" que ele tinha causado a ela. A cada passo que dava, sentia seu coração bater mais depressa.
Marin ouviu um barulho atrás de si e virou-se. Viu, naquele instante, a única pessoa no mundo capaz de fazer seu coração bater mais depressa. Queria fugir dele, mas não conseguia se mexer. Sentia tantas saudades, queria tanto revê-lo.
O Cavaleiro de Ouro de Leão caminhou lentamente até a Amazona de Águia. Sentia seu coração martelar no peito e suas pernas tremerem, mas... Ele não recusaria agora.
– Marin, eu preciso falar com você. – a voz de Aioria estava rouca e trêmula. – Eu não pretendia ofendê-la. – prosseguiu, sobre o olhar apaixonado da Amazona, escondido sob a máscara. - Sei o que significa ter visto o seu rosto... Por isso... Eu trouxe... Eu trouxe... Isto... - Aioria tirou um punhal de ouro maciço que trazia preso ao cós da calça e o mostra para Marin. Ela acompanhou os movimentos dele e ao ver o punhal, seus olhos procuram os dele. A Amazona não estava entendo as ações do Cavaleiro de Ouro.
– O que está fazendo, Aioria? – perguntou, sem compreender os gestos de Aioria. Ele não respondeu
– Tome – disse, colocando o punhal nas mãos dela, fazendo-a acompanhar seus movimentos novamente e em seguida, fez com que ela o apontasse para seu peito. – Faça o que tem que fazer, Marin. – a Amazona de Águia buscou os olhos de Aioria. O que ele estava fazendo? Sentia o calor das mãos dele nas suas e os olhos dele pareciam ver através dela e enxergar sua alma. Sentiu-o soltar suas mãos.
Aioria respirou fundo, fechou os olhos e esperou que ela fizesse o que deveria ser feito.
Marin sentiu suas mãos tremerem, sabia sobre o que Aioria estava falando. Ela olhou para o punhal que segurava em suas mãos e tornou a olhar para Aioria que respirava ofegante, e ainda mantinha seus olhos fechados, esperando que Marin tomasse uma atitude. Seus olhos marejados encararam a arma novamente e um brilho atingiu a lâmina, fazendo-a estremecer e recuar.
– Não... Eu não posso! – disse ela, chorando, desesperada – Eu... Não... Posso! – Soltou o punhal e se afastou de Aioria.
O Cavaleiro de Leão abriu os olhos ao ouvi-la pronunciar aquelas palavras, sua voz agoniada. Ele a viu se afastar de si e dar-lhe as costas. Num reflexo, ele segurou a mão de Marin, que ao sentir o toque firme, mas gentil, voltou-se e encarou-o. A máscara não permitia que ele visse as lágrimas em seus olhos, mas ele a ouviu soluçar baixinho. Criando coragem, ele se aproximou dela lentamente:
– Solte-me Aioria! Deixe-me ir, por favor! – pedia ela, com a voz trêmula. Não conseguia mais esconder sua agonia e Aioria sabia que não podia soltá-la.
– Não! Eu não vou deixá-la ir... Se não conseguiu me matar é porque sente algo por mim, e... Eu... Eu não posso mais esconder o que sinto! – disse ele finalmente, sentindo que um peso lhe fora tirado dos ombros.
– Aioria... Por favor! – implorou Marin, desesperada, mas sem tentar livrar-se do toque dele.
– Eu te amo, Marin, e há muito tempo! Já não agüentava mais esconder meus sentimentos! Eu te amo e vou te amar pra sempre! – disse ele, libertando aquele sentimento que mantivera cativo em seu coração durante muito tempo.
– Aio... Aioria... - ele se aproximou e levou as mãos lentamente ao rosto dela, não querendo assustá-la e delicadamente... Retirou a máscara. Pela primeira vez, ele pôde ver os belos olhos azuis claros, brilhantes pelas lágrimas.
– Eu sempre sonhei em ver seus olhos! Nunca pensei que fossem tão lindos... - ele deixou a máscara dela cair no chão, a seus pés. Fitava-a intensamente. Seus olhos percorriam todo o rosto dela. Olhos, nariz, mas principalmente seus lábios rubros. Linda, ela era a mulher mais linda que ele já tinha visto em toda a sua vida.
Marin olhava apaixonadamente para os lindos olhos azuis-escuros e também para os lábios cheios e bem desenhados de Aioria. Ela esqueceu-se de seus medos. Só o que sentia era o toque suave e o calor emanado do corpo de Aioria envolvendo-a, protegendo-a. Sentia-se protegida nos braços dele.
Ele tornou a olhá-la nos olhos e tocou seu rosto com suavidade.
– Eu te amo... - Aioria sentiu um calor gostoso percorrer todo o seu corpo. Ele a olhava nos olhos e o coração de Marin bateu como se fosse explodir. Batia tão forte quanto o de dele. Ela viu quando os olhos dele se desviaram para seus lábios novamente e ele os tocou amorosamente com o polegar. Ela fechou os olhos, estremecendo à carícia. Ele se inclinou para ela e sentiram a respiração do outro lhe tocar as faces.
– Eu... Eu te amo, Aioria... - suspirou Marin, extasiada. Ele sorriu, fechou os olhos e pousou seus lábios sobre os dela delicadamente, abraçando-a de leve.
Marin entreabriu os lábios e Aioria passou sua língua por entre eles, tocando a dela, acariciando-a. Sentiu-a amolecer em seus braços e abraçou-a com mais força. Marin enlaçou o pescoço de Aioria, acariciando os cabelos castanho-claros, trazendo-o para mais perto de si, aprofundando ainda mais o beijo. Aioria segurou sua nuca, sentindo a suavidade dos cabelos ruivos contra seu toque. Beijavam-se apaixonadamente.
Afastaram-se para recuperar o fôlego. Aioria encostou sua testa contra a de Marin e sorriu. Estava radiante. Marin também sorriu. Parecia um sonho, finalmente estava nos braços do homem a quem amava.
– Eu não esperava que fosse tão MARAVILHOSO! - ao ouvir esse comentário, Aioria corou e sorriu. - Eu te amo, Aioria! Não sei como resisti tanto tempo.
– Eu também te amo! Não agüentava mais ficar longe de você! Quando ficou zangada comigo... Achei que fosse enlouquecer! Precisava estar perto de você, mesmo que como amigo! Mas, estava decidido a dizer o que eu sinto por você! Não podia mais esconder! – Marin abraçou-o e encostou a cabeça em seu peito.
– Eu fiquei com medo! Ártemis ameaçou matar você! Eu tive que me afastar. Não agüentaria vê-lo morto. Perdoe-me, Aioria! – o Cavaleiro de Ouro a apertou em seus braços.
– Não pense mais nisso! Estamos juntos agora e nada vai nos separar, meu amor! - Nesse momento os dois sentiram um poderoso cosmo e ouvem uma voz que falava diretamente a seus cosmos:
– Marin, Aioria estão juntos, não é?! - os dois olharam ao redor assustados.
– Quem é você?! - perguntou ele, perturbado.
– Ártemis... – disse Marin, assustada. Afastando-se de Aioria levemente - Por favor, Ártemis, não machuque Aioria, a culpa foi minha.
– Marin... O que está dizendo?!! – Aioria a encarou, espantado. A Amazona estava assumindo toda a responsabilidade sobre o que estava acontecendo. – Ártemis, deusa da caça, protetora das Amazonas, eu peço perdão! Mas... Não pude evitar! Eu me apaixonei por Marin! Eu a amo e não vou desistir dela! – disse ele convictamente, abraçando Marin novamente.
– Aioria, não... – Marin voltou-se para ele, apoiando as mãos no peito dele. Aioria viu o medo brilhando nos olhos da Amazona pela primeira vez.
– Calem-se. Eu tenho algo a dizer a vocês... – continuou Ártemis. Marin e Aioria esperavam ansiosos e assustados pela conclusão das palavras da deusa. Aioria abraçava Marin com força e ela se encolhia em seus braços.
– Sejam felizes! Vivam esse amor que sentem um pelo outro intensamente! Vivam-no por mim também! Vocês estão livres e a partir de hoje. A regra que proíbe as amazonas de amarem está revogada, com a aprovação de Athena! Adeus! – Aioria e Marin estavam perplexos, agradeceram a generosidade de Ártemis e a ajuda de Athena.
Aioria voltou-se para Marin abraçando-a com força.
- Estamos livres, Marin! LIVRES! - Ele a abraçou e começou a girá-la.
– Ah! Eu nem acredito! Poderemos viver nosso amor em paz! - Marin estava muito feliz, finalmente poderia viver seu amor por Aioria.
Os dois se olharam sorrindo. Então foram aproximando seus rostos um do outro e beijaram-se com ardor. Aioria a beijava com paixão, ele sabia que Marin era a mulher de sua vida e que não poderia viver sem ela. Faria-a feliz e amaria para sempre. Marin se entregava ao beijo com a mesma paixão que Aioria, tendo conhecimento agora do que era felicidade e jurou que nunca mais deixaria alguém atrapalhar essa felicidade.
FIM
Acabou! Espero que tenham gostado! Por favor, me digam o que acharam desta fic, mesmo que seja pra detonar, mas tenham dó de mim, não detonem muito. Bom, estou tendo dificuldades em dar continuidade as minhas fics, mas espero vencer esse bloqueio em breve!
Obrigada a todos que mandaram comentários, e aos que não mandaram, mas leram a fic, também! Obrigada!
Tchau!
