Capítulo 5

Hyo (vendo os dois saindo de mãos dadas do parque): - Que seja. Mas os separarei, você verá!

Mika (não acreditando): - O que houve como você Hyo? Não era você quem dizia que não queria se meter nisso? Na vida dela com o chinês?

Hyo: - Viu Mika! Você está me fazendo mal. Vou-me embora daqui! (virando e indo embora).

Mika (sai correndo atrás dele): - Espere aí!

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Em uma lanchonete não muito longe dali se encontrava um casal de jovens amigos sentados em uma mesa conversando, tomando milkshak.

Tomoyo (bebem um pouco do milkshak dela): - Mas eu não conheço essa música Eriol.

Eriol: - Não tem problema Tomoyo! Eu tenho aqui comigo a letra dela e trago o CD com a música para você escutar amanhã, ou segunda. A partir disso você tenta cantá-la.

Tomoyo: - É em inglês, não é?

Eriol (tirando uma folha, toda dobrada, de dentro de sua carteira): - Isso mesmo! Mas você sabe inglês!

Tomoyo: - Tudo bem! Eu vou tentar!

Eriol oferece para ela a folha e ela aceita pegando-a. Dá uma lida na letra e a acha linda.

Tomoyo (faz sinal para uma garçonete que estava na mesa do lado e olha para Eriol): - Tem alguém na sua casa?

Eriol: - Definitivamente não. Nakuru foi atrás de Toya, já que estão namorando e suppi está com ela.

Tomoyo (levantando da cadeira e pagando o seu milkshak, com a garçonete que estava parada em frente à mesa deles esperando): - Vamos ouvir essa música, hoje!

Eriol (pagando o seu milkshak e levantando da cadeira também. Dando uma leve risada.): - Claro Tomoyo. Mas por que tanta pressa?

Tomoyo (fitando-o): - Amanhã de tarde farei uma pequena apresentação no festival de Outono. Já que só as turmas de sétima série para baixo farão apresentações. O diretor do colégio pediu para eu escolher uma bela música para cantá-la amanhã. Talvez possa ser essa! Passei a semana inteira atrás de uma música boa, e a letra dessa me chamou a atenção.

Eriol: - Certo! Então vamos logo para dar tempo de você treiná-la!

Tomoyo (dando um beijo no rosto dele): - Obrigada!

Eriol (corado): - De nada!

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Sakura (caminhando de mãos dadas com Shaoran, pela rua, à caminha de sua casa): - É um festival bastante bonito, você sabe disso. (fitando-o com um olhar triste) Não pode ficar ao menos para a apresentação de Tomoyo?

Shaoran (dando um beijo no rosto dela): - Não sei, minha flor. Depende do horário do avião. Sabes que o aeroporto é em Tókio, então tenho que sair bem mais cedo daqui.

Sakura (se enroscando no braço dele): - Eu sei, mas não quero perdê-lo novamente.

Shaoran (parando de caminhar, e fitando-a, sério): - Quando me perdeste? (a vê abaixar a cabeça, então ele a ergue com delicadeza) Minha flor, nunca me perdeu, e nem me perderás. Sou teu, e de mais ninguém.

Sakura (fitando-o com dor no coração): - Mas e a tradição da sua família?

Shaoran (erguendo uma sobrancelha): - Qual delas?

Sakura (choramingando): - Você sabe!

Shaoran (abraçando-a): - É melhor não pensarmos em futuro e vivermos o presente.

Sakura (fazendo-o soltá-la): - Você está fugindo do assunto!

Shaoran (evitando olhá-la nos olhos): - Sabe que nada posso contra eles.

Sakura (não agüentando, chorando): - Como nada? (puxando o rosto, fazendo-o fitá-la) Como nada?

Shaoran (sentindo o coração apertar): - Eles tentariam de tudo para acabar com 'isso'. Transformariam nossa vida em um inferno. Além de que eu lhe faria sofrer.

Sakura (abraçando-o, repousando a cabeça o peito dele): Meu único sofrimento seria o de te perder.

Shaoran (apertando-a contra seu peito): - Não fala assim, sabes o quanto me dói te ver nesse estado, ainda mais dizendo essas coisas.

Sakura tinha a vontade de jogar na car dele o que pensava há tempos. Dizer que o que ele demonstrava era que não enfrentaria nada por ela.

Shaoran (criando forças): - Talvez fosse melhor terminarmos antes que isso destrua conosco.

Sakura (berrando): - O QUÊ? (encarando-o enquanto mais lágrimas formavam em seus olhos)

Shaoran: - Sakura, ouça-me...

Sakura (empurrando, virando o rosto evitando encará-lo, tapando os ouvidos): -Não quero ouvir. Não quero.

Shaoran (puxando a mão dela, destapando o ouvido): - Você sabe que não está dando certo. Eu não tenho o direito de te prender, impedir que você viva sua vida!

Sakura (encarando-o com cara de cão sem dono): - Eu não me importo! Prefiro viver 'presa' a você a infeliz sem você! Por que não deixar as coisas seguirem seu curso? Porque terminar agora? Por que acabar com isso que temos? Por que terminar? Porque?

Shaoran (evitando fitá-la, sentia o coração doer): - Por que tem que terminar.

Sakura (chorando): - Não faz isso comigo, por favor. Não me deixe.

Shaoran (com voz triste): - Sakura...

Sakura: - Lembra-se quando voltaste para Tomoeada e ainda anão tinha recebido minha resposta? Eu disse que te amava, você também. Depois disso passamos momentos ótimos juntos. Por que acabar com isso Shaoran?

Shaoran: - Dê um tempo para você, depois conversamos melhor.

Sakura (perdendo o controle): - Depois quando Shaoran? Amanhã você vai embora! (ficam um tempo calados) Você não quer terminar só por mim, não é?

Shaoran: - É um pouco por mim também. Sabes que tenho treinado muito, nem minha família eu vejo. Não tenho conseguido manter minhas amizades, nada. Ao menos ligar pra você, esse ano inteiro, eu pude.

Sakura (de cabeça baixa): - Agora entendo. (fitando-o com os olhos marejados) Não insistirei mais, nunca mais. (sai correndo entrando dentro de sua casa)

Shaoran sente lágrimas fugirem de seus olhos. Ele não queria terminar com ela, mas não queria fazê-la sofrer mais. Não conseguira tirá-la da cabeça, aquele ano inteiro, sem se verem, um minuto se quer. Aquilo atrapalhou muito seu treino, seu rendimento escolar caiu, além de se preocupar com ela, por não ter notícias.

Começa a caminhar para a casa de Tomoyo.

Tinha vontade de voltar lá agarrá-la com e beijá-la com vontade, dizendo que nunca se separaria dela. Era ruim de mais vê-la desesperada daquela forma. Mas teria que seguir o que sua mente dizia, e não o coração.

Será que este é o certo a fazer?

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Tomoyo (levantando-se do sofá da sala de Eriol, com os olhos brilhando): - Perfeito!

Eriol (levantando-se para tirar o CD do toca CD): - Pensei que fosse achar triste de mais.

Tomoyo: - É triste, mas linda! (com as mãos juntas).

Eriol (guardando o CD na caixa): - Alguém se identificará com ela...

Tomoyo (fitando-o): - Mas ela é triste.

Eriol (fitando-a): - Alguém muito querido nosso...

Tomoyo (colocando a mão sobre o peito, sentiu uma fina dor em pensar quem poderia ser): - Espero que não.

Eriol (entregando o CD a ela): - Espero também.

Os dois (pensando): 'Espero que a Sakura esteja bem.'

Eriol (pensando): 'Espero que Shaoran não tenha feito uma burrada.' (pensando alto) Espero que não.

Tomoyo (fitando-o, confusa): - O que, Eriol?

Eriol (sorrindo docemente): - Nada querida.

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Kero estava dormindo em sua gaveta. O dia anterior havia passado, inteiro, jogando vídeo game. Estava exausto. Um estrondo o acorda.

Kero (saindo rapidamente, assustado): - A casa está caindo... Oh não, o mundo está acabando, SOCORRO!

Desesperado, vai até a janela e percebe que estava tudo bem lá fora.

Kero (pensando): - 'O que aconteceu então?'

Vasculha com seus olhos, o quarto todo, então vê Sakura jogada na cama, com a cabeça enfiada no travesseiro.

Kero (aproximando-se): - Sa-sakura? (apreensivo) O que houve?

Sakura (gaguejando): - Sha-shao-shaoran.

Kero (ameaçando): - Se aquele moleque fez alguma coisa com você, eu o...

Sakura (choramingando): - Deixe-me sozinha, por favor, Kero.

Kero sai de cabeça baixa de lá. Sabia nada poderia fazer por ela, mas não agüentava ver sua querida mestra naquele estado. Ligaria para Tomoyo.

Logo que desce, voando, as escadas, encontra o pai de Sakura, com um olhar de dúvida, olhando para cima da escada.

Sr. Kinomoto (fitando o bichinho): - Sabes o que houve com minha filha? Passou como um furacão pela casa até o quarto. (o bichinho faz sinal de que não, com a cabeça. Suspira desanimado).

Kero: - O que seja, Tomoyo talvez possa ajudar.

Sr Kinomoto: - Esteja à vontade para ligar para ela.

Kero (passando por ele): - Obrigada.

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Tomoyo se despedia de Eriol, com um beijinho no rosto, quando sente seu telefone vibrar dentro da bolsa, seguido do toque dele. Pega-o e o atende.

Tomoyo: - Alô. Kero. Sim. O quê? A Sakura o que? O que há com ela? Tudo bem, já estou indo aí. Até logo.

Eriol (franzindo a testa): - O que houve?

Tomoyo (preocupada): - Sakura chegou em casa como um furação e se jogou na cama, está chorando, mas ele não sabe o porque. A única coisa que ela disse foi 'Shaoran'.

Eriol (dando um tapa na testa): - Não acredito que ele fez isso.

Tomoyo (pegando-o pelos ombros): - Fez o que? O que você sabe? (ele não respondia) Responda Eriol!

Eriol: - Ele estragou com a vida dela e a dele também, fez uma burrada!

Tomoyo (com as mãos no rosto): - Ai meus Deus. Coitada da minha prima. (com o olhar em chamas) Se aquele Hyo tem culpa nisso, ele me paga!

Eriol: - Vamos Tomoyo, acalme-se. Eles se acertaram com relação a isso. Foi por causa de outras coisas.

Tomoyo: - Então me conte!

Eriol: - Não posso, e sabes disso. Por que não ouves da boca de Sakura?

Tomoyo (dá outro beijo no rosto dele): - Sim. Depois nos falaremos. (saindo).

Eriol (fechando a porta): - Meu caro amigo, como tiveste a coragem de fazer isso? Ainda sofrerás com isso, talvez mais que ela.

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Shaoran estava parado em frente ao parque do Rei Pingüim. Precisava esfriar a cabeça antes de ir para a casa de Tomoyo.

Fecha os olhos e consegue sentir a presença dela, só que mais fraca. De alguma forma, magoando-a deixou-a mais fraca.

Estava com um conflito, cabeça-coração. Não sabia se o que estava fazendo era o certo. Pensando apenas com a cabeça, era sim, mas com o coração, era a morte.

Sente lágrimas brotarem em seus olhos, tenta evitar que elas caiam, mas não consegue. A dor que sentia no peito era grande de mais. Talvez seja o melhor mesmo. Tentaria seguir sua vida, por mais que doesse seu coração.

O que ele não sabia é que pensaria mais nela agora, do que antes, sabia que ela sofria, isso o preocuparia e muito.

Continua...

N/A: Desculpem-me pelo atraso... Mas não tinha idéias para esse capítulo... Ele é como se fosse um desabafo das dores do coração... Por isso consegui atualizá-lo... Dores... Estou sem muita cabeça, por isso ainda não atualizei 'Outro mundo', além de que eu não tinha terminado de escrever o cap. E já aviso que não atualizarei a 'Tudo pode acontecer', amanhã. Pelos mesmos motivos anteriores.

Obrigada mamis Yoru por toda a força que me deste ontem. O coração ainda dói, lágrimas ainda escapam dos meus olhos... Não sei se conseguirei suportar por muito tempo essa escuridão que se tornou minha vida... mas por mais que ache que não, você me ajudou bastante ontem... Obrigada!!! Te amo mamis

'And now again I've found my self so far down, away from the sun that shines the life away from me.'

Obrigada pelo carinho, desculpem-me pela demora... Beijus e até a próxima.