Capítulo 10

Sakura (soltando-o): - Desculpe...

Kero: - Então ligue pro Eriol. (apontando para o telefone).

Ela encara o telefone pensando no que faria.

Kero: - Vamos, Sakura... Você sabe que tem que acabar de uma vez com isso, se não for por você faça pela sua filha!

Sakura corre seu olhar até a porta do quarto. Talvez fosse bom ir ver como estava sua pequena...

Sakura: - São só alguns pesadelos...

Kero: - Deixe de bobagens! Você sabe que seus sonhos podem significar muito mais que simples sonhos!

Sakura: - Eu ligo depois. (voltando a se deitar na cama) Boa noite.

Kero (voltando para sua gaveta): - Virou uma cabeça dura mesmo...

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Já era tarde? Nossa, como o tempo havia passa rápido naquele dia para aquela pequena jovem dos olhos esverdeados. Infelizmente, houvera sido mais um dia atrás de emprego. Mas que vida! Será que era tão difícil arranjar um emprego no período da tarde? Poderia até mesmo ser um emprego de empregada, afinal, agora era só ela e o pai para cuidar daquela casa, já que Toya estava casado e tinha sua própria casa.

Dá mais uma golada no suco que bebia, continuando a pensar, olhando a movimentação da rua. Aquele dia a dia, desde que entrou na faculdade, era extremamente cansativo. Primeiro as aulas no turno da manhã, procurar emprego no período da tarde, e passar o resto do dia cuidando de sua filha. Ah, aquele dia não. Combinara de se encontrar com os amigos na frente de uma lanchonete já muito freqüentada por eles, e estavam há mais de uma hora lá, mais conversando do que comendo.

Tinha seus pensamentos em um passado triste, que às vezes ainda trazia dor. Tão distante estava seu olhar, nos últimos raios de sol que podia ver se esconder atrás dos prédios. Talvez se começasse a prestar atenção no que seus amigos conversavam iria acabar se perdendo, sem nada conseguindo entender, como se eles estivessem falando em outra língua.

Sakura (pensando em voz alta, mexendo com o canudo que tinha no seu copo): - Talvez árabe...(deixando sua cabeça repousar encostada no vidro da janela ao seu lado, suspirando levemente).

Takashi (franze a testa, olhando para ela com um ponto de interrogação na cabeça): - Árabe?

Tomoyo (inclina-se um pouco, tocando na mão de Sakura): - Você está bem?

Sakura (dá uma leve balançada na cabeça, despertando de seus pensamentos): - O que? Ah... sim estou bem, sim!

Takashi (perguntou com seu costumeiro timbre brincalhão de voz): - Vai me trocar por um árabe, é?

Sakura (tira sua mão de baixo da mão de sua prima, que volta a se afastar dela. Olha para o namorado sem entender o por quê da pergunta): - Como assim, te trocar por um árabe? Acho que não entendi...

Eriol (ajeitando seus óculos, tomando a palavra): - Estávamos falando a respeito de casamento, Sakura. Cada um disse com quem gostaria de se casar. E você disse 'talvez árabe'.

Tomoyo (rindo ao se lembrar da resposta que sua prima houvera dado): - Sakura vai andar coberta por panos e vai comer cérebro de carneiro nas refeições.

Sakura (fazendo uma careta para ela): - Credo, que nojo, Tomoyo!

Hanna: - Não foram eles que inventaram aqueles troços de Cama sutra? (olhando para Sakura com um sorriso maldoso) Eu sabia que a senhorita 'sou santinha' era uma diabinha!

Takashi (ignorando a verdadeira intenção da brincadeira da loira): - Relaxa, Hanna, Cama sutra é dos Hindus.

Hanna: - Mas aposto que ela pensou do mesmo jeito que eu. (continuando a implicar com Sakura) Você vai ter que comprar um livro de Cama sutra e decorar todas as posições, Takashi. Se quiser que ela se case com você.

Sakura (constrangida com a insinuação da amiga, gagueja um pouco ao voltar a falar): - Ca-cama sutra? (olhando com os cantos dos olhos para Hanna) Sua depravada!

Hanna: - A mente deprava é a sua, minha querida rainha da cama sutra!

Sakura: - Não sou não! (olhando feio para ela).

Takashi: - Não se preocupe, Hanna. No seu aniversário te dou um livro de cama sutra, já que insiste tanto no assunto.

Hanna (rindo, com seu típico ar de deboche): - Dê para si, já que para a Sakura não vai adiantar muito, acho que ela já tem.

Tomoyo: - Para você saber isso é porque você viu! (mexe com ela, tocando em seu ponto fraco, o orgulho) Se você gostou, não se preocupe, a Sakura te empresta. Já que ela é uma menina muito gentil e bondosa, diferente de você.

Sakura (batendo levemente com as mãos em cima da mesa): - Dava para vocês pararem com isso? Eu não tenho e nem quero livro de cama sutra. Muito menos um noivo Hindu, ou árabe. Eu só disso 'talvez árabe' por eu estar completamente desligada da conversa de vocês. Pensei alto, foi só isso.

Tomoyo: - E o que você estava pensando para ter dito aquilo?

Sakura: - Que se eu prestasse atenção no que vocês estavam falando, eu não entenderia nada, como se vocês estivessem falando em uma língua estranha...

Takashi: - Mas vamos deixar isso de lado (passando seu braço por cima do ombro de Sakura) Sakurinha se casará comigo! E a nossa pequena será a nossa daminha!

Tomoyo (com os olhinhos brilhando): - Ah, como seria lindo! Imaginem a pequena Anni com um dos meus vestidos? Seria um sonho!

Eriol: - Querida, ela só tem 3 anos, deixemos ela crescer um pouco mais, aí sim ela poderá vestir as suas roupas.

Tomoyo: - Mas eu posso fazer roupinhas pequenas também! Isso não é problema.

Sakura (gota): - Tomoyo...

Tomoyo: - O que você acha, Sakurinha?

Takashi: - Que a minha filhinha só vestirá um de seus vestidos se esse for simples.

Tomoyo (fechando o sorriso): - Estraga prazeres.

Hanna: - Em falar em Anni, por que vocês deram um nome ocidental para ela?

Takashi: - Porque eu sou filho de ocidentais. Você não viu os olhinhos redondos dela? Puxaram os meus!!!

Hanna: - E por que você tem olho redondo (apontando para os próprios olhos) e nome de um olho puxado? (apontando para os outros três que estavam).

Takashi: - Ahhh, porque eu nasci aqui, e tenho ancestrais de olho puxado. (puxando levemente a pele nos cantos dos olhos, fazendo uma careta para ela) E... bem... Os estrangeiros aqui são você e o Eriol!

Eriol: - Sou filho de asiáticos. (tirando-se fora da afirmação dele).

Sakura: - E você, Hanna, o que faz aqui no Japão?

Hanna: - Eu já falei isso para vocês... Estudar!

Takashi: - Mentira dela! Não vive sem mim, por isso veio para cá.

Hanna: - Deixa de ser metido, Takashi!

Sakura: - Deve ter vindo atrás do Eriol, já que estudou com ele.

Tomoyo (abraçando o namorado com medo da afirmação que sua prima fizera fosse verdadeira): - Sai pra lá, esse já tem dono.

Takashi (pegando o braço de Sakura, para que ela o abraçasse): - Me abraça, Sak! Diz pra ela que eu também já tenho dona.

Sakura (olhando para ele com um sorrisinho brincalhão): - Eu não tenho nenhum cachorro.

Takashi (arregala levemente os olhos. Nunca chegou a imaginar sua namorada brincando com ele assim): - Sakura!

Hanna: - Sakura, quer uma guia de aniversário? Aí eu dou a coleira pra ele!

Tomoyo (em gargalhadas): - Essa foi boa!

Takashi (olhando feio para Hanna): - Não precisava completar. (vira o rosto abrindo um pouco a boca para falar algo à sua namorada, mas mais uma vez ela olhava pela a janela. Guiado pelo olhar dela vê que já era noite) Acho melhor partimos, já anoiteceu.

Tomoyo: - Acho que vou ficar mais algum tempo aqui. (virando-se para Eriol) Fica comigo, querido?

Eriol: - Lógico! (sorrindo carinhosamente para ela).

Hanna: - Já vi que vou ficar sobrando. (levantando-se da mesa) Tchau, tchau para vocês. (Direcionando-se para a porta de saída).

Sakura (vendo Takashi levantar também): - Vai querer visitar Anni?

Takashi: - Claro, meu amor. Por isso estou partindo mais cedo. Vamos?

Sakura (levantando-se também): - Sim.

Ambos se despedem de Eriol e Tomoyo, e partem em direção à casa de Sakura.

Ao saírem da lanchonete, Takashi segura Sakura pelo braço, fazendo-a parar de andar.

Sakura (virando-se para ele): - O que houve?

Takashi (preocupado com ela): - O que houve pergunto eu. Você ficou um tanto desligada hoje, Sakura. É ele ainda, não é?

Sakura: - Claro que não, querido. Só que eu tive uns sonhos estranhos e tava pensando neles. (disse carinhosa, passando a mão no rosto dele, recebendo um sorriso em troca).

Takashi: - Estava já preocupado. (abraçando-a carinhosamente) Quando te conheci lembro-me bem do seu sofrimento, não quero que sofras mais.

Sakura: - Você me faz feliz, Takashi. (recostando a cabeça no peito dele) Não quero mais me lembrar de um passado doloroso. Só quero viver minha vida com você e a nossa filha.

Takashi (suspirando): - Olha lá o que você vai aprontar, menina. Não quero mais ver você triste, nunca mais.

Sakura (beijando os lábios dele): - E não verá. (dando mais um beijo, que dessa vez foi correspondido por ele).

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Shaoran: - Meiling! (gritou ele) Vamos depressa.

Meiling: - Já vou! (gritou de volta. Abre a porta do quarto) O que foi, Xiao Lang?

Shaoran: - Acabaram os treinos! (sorrindo empolgadamente)

Meiling: - Jura? (boquiaberta) Quer dizer que podemos ir para o Japão?

Shaoran (fechando imediatamente seu sorriso): - Não... esqueça-a, Meiling, não vou voltar para lá.

Meiling: - Mas por que? Você não terminou com ela por causa dos treinos? Agora você está livre, Shaoran! Pensei que depois de tudo que eu disse, no passado, você tomaria juízo!

Shaoran: - Não é justo eu voltar pra lá! A estrela recuperou o seu brilho, isso significa que ela recuperou a vida dela. Se eu voltar só estarei trazendo dor, que foi isso o que eu fiz com ela. Eu a fiz sofrer.

Meiling (fechando a mão, pronta para dar-lhe um soco na cara): - Você não toma jeito, Shaoran. Tudo bem. (acalmando-se) Não falo mais nada! Viva a sua vida sem ela, se você conseguir, porque eu não vou mais perder o meu tempo me preocupando com você!

Meiling volta para dentro de seu quarto, fechando a porta na cara de Shaoran. Já estava cansada de tentar trazer alegria para aquele menino teimoso que dizia correr atrás da felicidade, mas até agora só fazia o contrário. Fugia do que o trazia alegria.

Bem, ao menos não teria que lhe dar a horrível notícia de que ela estava namorando, ainda mais, que tinha uma filha.

Shaoran (pensando): - O que deu nela?

Era uma pergunta desnecessária, ele sabia bem o que se passava com a prima, mas preferiu ignorar tudo aquilo, já que só o trazia dor. Ainda mais em pensar que Sakura era sua felicidade e ele a fazia infeliz.

Agora teria que tomar um rumo em sua vida, só não sabia o que fazer. Talvez entrar no exército Chinês, já que lutar era algo que sabia e gostava de fazer. Era um jeito de desvanecer os problemas e dores, lutando.

Suspira fundo, e começa a andar por aquele enorme corredor sem ter para onde ir, mas preferia andar ao ficar parado na frente da porta do quarto de sua prima pensando.

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Takashi havia acabado de sair da casa de Sakura, agora ela poderia ver suas coisas com calma. Foi até a secretária eletrônica ver se tinha algum recado. Tinham vários, dentre eles, um que a deixou extremamente feliz. Era a oportunidade que ela queria.

Mensagem: - Senhorita Sakura Kinomoto, estamos te convidando para fazer os testes para entrar na peça Romeu e Julieta. Se tiver interessada, favor ligar para XXXXXXX.

Não seria um emprego exatamente, mas era perfeito. Ganharia algum dinheiro com isso, além de que gostava de atuar. Fizera algumas peças quando mais nova talvez estivesse um pouco enferrujada. Mas o que custava tentar? Se ela conseguisse entrar no grupo de teatro poderia ajudar o pai com as contas de casa. Ou até viajar com o grupo para outros países, como Inglaterra, França, Itália, China... Rapidamente fechou seu sorriso ao pensar no último país. Já estava sonhando alto demais, e preferia que aquele sonho fosse impossível. Não queria vê-lo, queria mas preferia evitar. Talvez não tivesse problemas em ir para a China, se isso não incluísse Hong Kong.

Respira fundo, e disca para o número de telefone informado na mensagem, confirmando sua presença nos testes. Só teria que passar no teatro municipal para pegar o papel com as frases que teria que interpretar, dependente do papel que ela queira fazer, certamente, Julieta.

Kero: - Sakura, já fez algo para comermos? (disse o bichinho descendo as escadas voando)

Sakura (virando-se para a escada, vendo Kero a fitar com um olhar esperançoso): - Seu fominha! Tenho mais o que fazer antes disso, agora suba e fique de olho na Anni para mim.

Kero (aproximando-se mais dela): - Você não acha que já está na hora de dar um pouco de atenção para a sua filha?

Sakura: - Você quer que eu faça a comida ou cuidar dela?

Kero (pensando um pouco): - Tudo bem, faz a comida primeiro.

Sakura: - Então suba logo e vá ficar de olho nela pra mim.

Kero (voltando para a escada): - Chame-me quando a comida estiver pronta.

Sakura (gota): - É mesmo um fominha.

Sakura se direciona a cozinha, faria o que tinha a fazer depois. Agora teria que preparar o jantar, antes que Kero a cobrasse de novo. E na verdade, seu próprio estômago cobrava. Na lanchonete só havia tomado um copo de suco e comido umas batatas-fritas e nada mais, além disso. E isso não alimenta ninguém, precisava de um bom jantar. Uma boa companhia também ia bem, mas não podia pensar nisso, pois seus pensamentos voavam até Shaoran. Takashi era uma ótima pessoa, um namorado muito atencioso, mas isso não era tudo. Falta o amor. Repetiu mais uma vez aquela frase mentalmente, levando uma de suas mãos ao cordão que tinha no pescoço, puxando o medalhão, fechando os olhos se concentra e o abre, vendo ali a foto de Shaoran, que guardava sempre perto do peito, perto do coração.

Anni: - Mamãe!! (gritou a pequena descendo as escadas, chamando a atenção de Sakura que se esquece de fechar o medalhão).

Sakura já estava dentro da cozinha, voltou para a sala onde viu sua pequena parada lá na porta, com os olhos cheios de lágrimas.

Sakura (aproximando-se dela, confusa): - O que houve?

Anni (soluçando): - Eu...ca-cai da-a... esca-a-a-a-da.

Sakura: - Eu já não te disse para não descê-las correndo?

Anni (consentindo com a cabeça baixa): - Mas eu tropecei.

Sakura (aproxima-se pouco mais, agachando-se abraça sua pequena, dando-lhe conforto): - Mas você não se feriu, não foi? (perguntava carinhosamente).

Anni: - Não...(pára de falar ao ver o medalhão da mãe aberto, e sem que ela percebesse, pega-o delicadamente olhando a foto).

Sakura tenta se afastar da filha, quando sente seu cordão ser puxado por ela. Era óbvio que a tonta esqueceu o medalhão aberto, agora sua filha estava vendo a foto de seu passado.Sem pensar duas vezes, Sakura puxa o medalhão das mãos da filha.

Anni (olhando para a mãe confusa): - Esse não é o papai. Quem é ele mãe?

Sakura: - Um antigo amigo meu. (mentindo)

Anni (caindo na mentira da mãe): - Ele morreu?

Sakura: - Isso querida, ele morreu. (continuando a mentir). Agora suba e vá brincar com o Kero que eu tenho que fazer o jantar.

Deveria ter prestado mais atenção no que fazia. Sorte sempre 'trancar' o medalhão com a carta cadeado. Só ela podia abrir. Já que o medalhão estava protegido pela carta, para os outros não passava de um medalhão comum, já que não dá para abrir. Volta para a cozinha, mas antes de tudo, convoca a carta cadeado trancando o medalhão.

Continua...

N/A: Oi..o cap pode estar confuso, ou então meio sem graça. Mas me desculpem, esse cap era para ser assim mesmo. Beijinhus.. Às vezes penso que eu deveria ter reeditado essa fic também... Blz

Comentando...

MeRRy-aNNe: Ai mamusca, assim quem chora sou eu i.i... Você também é uma grande amiga pra mim, fora a minha mamusca quirida.. =D... mas sabe, eu ainda recupero a minha tesoura, até não precisando mais dela.. .. Beijinhus mamusca!=

M. Sheldon: Não precisa se desculpar. Eu te entendo perfeitamente, até porque eu já perdi muita coisa importante com esses problemas no pc. Chega ser frustrante. Mas sobre o comentário do cap, é, a Sakura havia se tornado uma suicida XD, e o Li, bem, no fundo ele é um pouco egoísta. Tem medo de sofrer, mas sente a falta dela.. ai vai nisso né. Parece que a escritora aqui vai ter que se intrometer na vida dos dois. Já que a estória era baseada em fatos reais, até eu resolver ir para o futuro. Os flsh backs do passado também são baseados em fatos reais. Nhai, direitos autorais meus, a vida é minha XD.

O brigada pelo elogio da poesia, mas é isso, são só meus sentimentos, e logo devo por mais delas na fic. Beijinhus e obrigado pela review e elogios. =