Harry Potter e a Maratona Incantatem

Capítulo Oito – A Primeira Rodada da Maratona

Harry repentinamente percebeu Ron muito nervoso; Gina, que estava ali perto, ergueu a cabeça e enquanto subia no palco, sacou a varinha. Do outro lado, estava uma menina duas vezes maior do que Rony, veja bem, maior que o Rony, muito corpulenta e com cabelos pretos mal tratados, Alícia Darkfairy. Nem parecia uma menina da Lufa-Lufa.

Elas se cumprimentaram, e Gina virou-se com Alícia, jogando os cabelos ruivos pra trás. Quando receberam o sinal, Darkfairy jogou logo de cara um Feitiço Estuporante, mas ao invés de começar com um feitiço também, Gina se encolheu para o lado e desviou, para depois revidar:

-Conjunctivitus!

Sua oponente começou do nada a coçar os olhos compulsivamente, os grifinórios urravam em admiração a Gina, que foi pega por uma Azaração de Impedimento gritada de qualquer jeito por Darkfairy. Por instantes, Gina ficou imobilizada e sua oponente gritava de aflição por causa de seus olhos recém-infectados, até que a grifinória se recuperou e...

-Estupefaça!

Vivas e palmas de todos os alunos do salão principal, quando Alícia Darkfairy caiu estuporada no chão.

-Vitória de Gina Weasley, que ganha dez pontos!-anunciou o diretor, com um leve sorriso.

Ron gritava muito; mal Gina desceu do palco, abraçou o irmão, e muitos em volta ficaram elogiando seu desempenho, até que McGonagall chamou Colin Creevey e Jorgie Wordleave. Colin ganhou seu duelo, mas por contagem de pontos, e ninguém ousava sair do Salão Principal, por medo de perder algum feitiço espetacular que seria comentado até a segunda rodada, no mês seguinte.

Por volta das duas da tarde, McGonagall abriu a categoria do 6º ano, com Corvinal e Sonserina. A quarta chamada daquela macro-chave foi:

-Ricky Rockwell e Sean Dark-Angel.

Alguns pensaram por que até os professores chamavam Sean de Dark-Angel, se ele vivia dizendo que esse não era seu nome. O próprio olhou chateado para sua mãe, que olhou para ele, séria, e ele leu naquele rosto uma mensagem que mais ninguém podia compreender. Ele sacou sua varinha e subiu no palco, pronto para duelar.

Ricky Rockwell era parecido com Sean, com a diferença de que era loiro e muito espinhento. Eles se cumprimentaram e deram os passos conforme as regras.

-Rictusempra!

-Densaugeo!

Enquanto Sean começou a se contorcer de tanto rir, a mão de Rockwell que segurava a varinha começou a crescer de um modo horroroso, ficou do tamanho de uma luva de boxe, e no esforço de continuar segurando a varinha, ele o fez tão forte que ela acabou se quebrando em três pedaços, caindo inerte no chão. Sean ainda tentava controlar o riso quando Dumbledore anunciou sua vitória.

Ninguém podia negar que Sean fora bastante original; quem veria um modo de ganhar um duelo usando apenas uma Azaração de Inchação?

Malfoy também ganhou seu duelo com Ozzy Welling, mas na contagem de pontos e a muito custo, já que como todos os professores deixaram bem claro, ele não podia usar Artes das Trevas. Mas ele acabou posando de derrotado, porque foi pego por um potente "Furnunculus", e saiu do palco cheio de negócios estranhos na cara.

Mais tarde, Lilá Brown e Vanessa Abblle abriram a macro-chave Grifinória versus Lufa-Lufa, Lilá perdeu, mas até que não foi muito humilhante. Um dois duelos depois...

-Olga Moore e Julliane Fletcher no palco, por favor.

De cada lado do Salão, as duas garotas subiram no palco, sacando suas varinhas; Julliane não sabia do ataque a Olga Moore, por isso a menina na sua frente era apenas uma oponente.

Elas se cumprimentaram e deram as costas. Já! , ordenou McGonagall.

-Petrificus Tot...

-Impedimenta!

Olga ficou parada uns instantes, ainda com a varinha erguida no meio do feitiço. Julliane perdeu tempo escolhendo o feitiço que deveria lançar, e sua oponente recuperou os movimentos.

-Estupefaça!

-Défesum!

Julliane usou com habilidade o Feitiço Escudo, e o Estuporante ficou no meio do caminho.

-Minha vez! Estupefaça!

Olga Moore ergueu a varinha para também executar o Feitiço Escudo, mas seu olhar se desviou em algo no alto e ela foi estuporada.

-10 pontos e vitória para Julliane Fletcher!-concluiu Dumbledore.

Palmas por todo o salão, Julliane desceu radiante enquanto McGonagall acordava Olga Moore, e depois chamou o nome que muitos já aguardavam:

-Ana Abbot e Nádia Fletcher!

Nádia subiu ao palco olhada principalmente por dois pares de olhos que não precisam mais ser citados, e à sua frente, Ana Abbot, a conhecida garota de marias-chiquinhas, a queridinha do adversário de Cathy, McMillan.

Quando Ana Abbot lançou em Feitiço Estuporante Nádia até foi pega, mas a garota era tão fraca que ela nem chegou a sentir tontura. Ergueu a varinha.

-Accio diário!

Das roupas de Ana saiu voando um caderno rosa claro cheio de floreios e desenhos para garotas. Ana Abbot ficou pálida de repente, mirou o caderno cheia de medo.

-O eu você vai fazer?-perguntou, entre gaguejos.

-Se você se render, nada.-falou Nádia, surpreendendo todo o Salão Principal.

-Quer que eu me renda? Eu me rendo, me rendo mesmo, mas não destrua o meu diário!

-Estupefaça.-ordenou Nádia à sua varinha, tranqüilamente.

Ana Abbot caiu no chão inconsciente, e todo o Salão Principal prorrompeu em palmas enquanto Nádia devolvia o diário ao seu lugar e ouvia Dumbledore anunciar sua vitória. Uma rendição lhe daria apenas nove pontos, então resolveu acabar logo com isso.

Depois de Nádia, Simas Finningan acabou também ganhando por pontos, e então McGonagall chamou:

-Henry Hammer versus Hermione Granger!

Hammer, um garoto branquelo e baixinho, subiu ao palco mais pálido do que já era, visivelmente com medo de Hermione, conhecida como a melhor aluna de Hogwarts em muitos anos. Hermione subiu confiante (é claro que ela estava confiante, tinha passado um pente fino com Ron em toda a biblioteca dia após dia).

Quando o duelo começou, ela assustou todos se defendendo do Estuporamento não com um Feitiço Escudo, mas com um Espekscudo, que protegia de tudo, à exceção de Maldições Imperdoáveis. Ainda por cima, para revidar ela utilizou:

-Imobillus Eternus!

Os queixos de cada aluno ali caíram, diante de um dos mais avançados feitiços em matéria de imobilização. Hammer ficou imóvel até o último fio de cabelo, e a profª Dark-Angel se levantou, iniciando uma ruidosa salva de palmas. Tão ruidosa que quase ninguém ouviu a tradicional conclusão de Dumbledore.

Realmente, até Rony estava de queixo caído com o poder de sua namorada. Muitos duelos se seguiram, quase tão surpreendentes quanto o de Hermione, até que McGonagall chamou:

-Ernie McMillan versus Catherina McFisher!

Harry ficou até com pena de ver McMillan subindo ao palco tremendo, e Catherina com um sorrisinho muito malvado quando olhou para ele:

-Furnunculus! Pernae Bambea!

Harry se lembrou da última combinação entre o "Furnunculus" e a Azaração das Pernas Bambas, e a viu na cara de McMillan: pequenos tentáculos saíram do rosto do garoto, e todo o Salão Principal se encheu de risadas.

-O que você fez comigo? Petrificus Totalus!

-Défesum!

-Expelliarmus!

Aí o feito foi se desviar, pois ser desarmada faria Catherina perder o duelo e isso seria um vexame.

-Energium finite!

Como é possível deduzir o que o feitiço faz, Ernie McMillan ficou sem um pingo de energia, e caiu no chão com tudo, com tentáculos na cara e tudo o mais.

-Vitória e 10 pontos para Catherina McFisher!

Harry se perguntava onde Cathy teria aprendido aquele feitiço, quando ela passou por Hermione e murmurou "valeu!". Outros duelos seguiram-se, e o que Harry mais temia e tinha quase esquecido acabou chegando, quisesse ele ou não.

-Justin Finch-Fletchley contra Harry Potter!!

Harry olhou subitamente nervoso para seus amigos e todos tinham um sorriso confiante. Ele viu Catherina manter a mão bem longe do Supraforce enquanto sacava a varinha e se dirigia ao palco.

Ele e Justin se encararam nos olhos, e ambos deram um sorrisinho nervoso, quase imperceptível, então viraram as costas, e Harry contou os passos, ficou parado esperando Dumbledore dar o sinal.

-Agora!

-Petrificus Totalus!

-Défesum!-Harry aprendera o feitiço no quarto ano, mas gastara algum tempo relembrando-o.-Estupefaça!

Harry tinha certeza de que Justin ia se defender, mas seu olhar petrificou-se sozinho ao olhar para algo no alto, distraiu-se e caiu estuporado.

Surpreso pra caramba, Harry virou-se para trás para tentar ver o que tanto assustara Justin, mas tudo o que viu foi o restante de uma nuvem de fumaça que logo se dissipou.

-Vitória para Harry Potter!-anunciou o diretor, com um sorriso muito disfarçado.

Não era a primeira vez que Harry ganhava alguma coisa e não comemorava; enquanto os outros duelos corriam, ele olhava a todo momento para o teto infinito do Salão Principal, até que dois nomes foram chamados:

-Alfred Walters versus Ronald Weasley!

Rony ganhou um encorajador tapinha de Harry, ergueu a cabeça no clássico gesto de quem reúne coragem, subiu no palco e ficou de frente para um rapaz que tinha bem uns vinte centímetros a mais que ele, apesar de Rony ser muito alto. Cumprimentaram-se e foi Rony quem começou e terminou o duelo; ele se virou de varinha erguida e ordenou:

-Imobillus Eternus!

Foi o duelo mais rápido de todos, pois Walters não sabia como se defender de um feitiço daqueles e caiu pra trás, inconsciente. Os alunos, que não esperavam uma vitória tão rápida, ficaram imóveis por uns instantes, até compreenderem que o confronto tinha acabado, e também prorromperam em palmas para Rony por sua rapidez.

A categoria 6º ano terminou, e Harry só ficou por insistência de Nádia para ver o duelo de Cho Chang, que perdeu estuporada.

-Eu não agüento mais um só duelo na minha frente.-disse Catherina.- Quem quer vir comigo pro salão comunal?

Harry e Hermione responderam, também já estavam cansados. Eles saíram daquele barulho todo, subiram as escadas e foram para a Torre da Grifinória, vazia naquele momento.

-Nossa, que loucura essa Maratona Incantatem.-falou Mione.- Duelo atrás de duelo, os professores devem estar exaustos.

-Você assustou a escola inteira.-disse Harry.- O Hammer já estava com medo antes de subir no palco, agora vai mudar de corredor quando cruzar com você pela escola.

-Harry, acho que estou imaginando coisas ou você não ficou feliz por vencer o seu duelo?-perguntou Catherina.

-Você não imaginou. O Justin só não se defendeu do meu Estuporante porque viu alguma coisa no alto, se assustou e eu o acertei.

-Isso aconteceu com Olga Moore.-disse Hermione, observadora.- Mas eu não estava prestando atenção no Justin, isso aconteceu mesmo com ele?

-Pois é.-confirmou Harry.-Será que tem a ver com...

-Samantha e Victoria?-completou Mione.- Acho difícil. Na minha opinião, Harry, quem está mandando as lembranças está querendo nos ajudar mas não pode fazer isso explicitamente, isso que a Olga e o Justin viram deve ser realmente do novo plano de Voldemort.

-Bom, plano do Rabicho.-lembrou Harry.- Esqueceu que o Voldemort vai estar muito ocupado com alguma coisa esse ano?

-Lembro.-respondeu Hermione.- Mas quem arquitetou o plano não foi mesmo Voldemort?

Harry ia responder que ela estava certa, mas antes disso reparou que Catherina estava muito quieta.

-McFisher, planeta Terra chamando.-brincou ele.

Só uns segundos depois ela pareceu voltar a si.

-Hã... O que foi?

-No que você estava pensando?-perguntou Hermione.

-Nem me lembro mais, eu estava voando em algum planeta bem longe daqui.-sorriu Catherina.- Vocês estavam falando do que a Olga e o Justin viram antes de perderem os duelos, né?

-É.- confirmou Harry.- Por acaso você não viu o que era?

-Não, eu também só vi eles olharem pra cima.

"timo, eles pensaram, a ano mal começou e já estamos com coisinhas sem explicação pelo pescoço.

Depois da primeira rodada da Maratona Incantatem, a ala hospitalar ficou superlotada, principalmente de alunos do sétimo ano, que conheciam feitiços mais avançados. Depois de rir-se muito do Furnunculus-Pernas Bambas de McMillan e de se livrar de seu próprio Furnunculus, Malfoy foi liberado por Madame Pomfrey. Já estava de tardinha e ele correu com tudo até a Floresta Proibida para pegar os ingredientes com a amazona, não sem antes correr até a sala de Snape com uma conversa de que vira um grupo de grifinórios com ingredientes proibidos. O professor mordeu a isca e quando ficou sozinho, Malfoy avançou no inventário particular de Snape, e pegou uma significativa quantia de ararambóia. Saiu da sala, e deu com o professor dizendo que os alunos não estavam mais lá, mas que iria revistas seu estoque para ver o que tinham pegado.

O plano foi perfeito, Malfoy pensava com alegria enquanto corria, já sem fôlego, mas fazendo um bom esforço. Encontrou Faye Fairy atrás de uma árvore, com um saco de couro nas mãos.

-Até que enfim, rapaz, achei que fosse furar comigo.

-Nunca.-ofegou Malfoy.-Preciso muito dos ingredientes.

-Eu também.-respondeu Fairy.- Meu corcel está muito fraco.

Ela estendeu o saquinho e Malfoy entregou a ararambóia, ainda respirando muito depressa.

-Foi bom trocar com você.-ofegou, checando os ingredientes.- Tchau.

-Até a próxima.-respondeu Fairy, virando as costas.

Malfoy voltou quase saltitante para o castelo. Quando cruzava a porta do Salão Principal, quase trombou com A pessoa - Nádia.

-Ai, garoto, que houve, hein? Onde vai com essa alegria?

-Não devo estar feliz? Toquei em você pela primeira vez desde que voltamos pra Hogwarts.

Nádia corou.

-Você não vai começar com aquelas babaquices de novo, não é?

-Olha aqui. Esta é a sua última chance, Nádia...

-Fletcher pra você!

-Recuso-me a chamar pelo sobrenome a garota que recebeu o seu primeiro beijo de mim.

-Ora, deixe de ser engraçadinho e...

Malfoy adiantou-se e deu um beijo em Nádia, que só não foi de língua porque ela se afastou a tempo.

-O que você pensa que está fazendo?-perguntou ela, fazendo cara de horror.

-Beijando a minha garota.

-Tem muita graça! Desde quando eu sou sua garota?

-Não é agora. Mas será.

-O que foi?-perguntou uma terceira pessoa.

Sean.

-Esse moleque idiota que não me deixa em paz.-reclamou Nádia, impaciente.

-Ih, garota, alguém já te deu uma noção do que é uma brincadeira?-disfarçou Malfoy, entrando no Salão Principal enquanto Nádia e Sean saíam.

-O que ele fez com você?-perguntou Sean, sério, enquanto eles começavam a andar pelo gramado.

-Nossa, Sean, é uma história tão longa...-respondeu Nádia.- Ano passado ele conseguiu me fazer gostar dele, foi o meu primeiro beijo, mas eu me arrependi, afinal eu sou da Grifinória e ele é da Sonserina e...

-Você não ficou com ele só porque ele é da Sonserina?-perguntou Sean, quase desanimando.

-Não é por isso.-falou ela, suspirando.-Ele quase matou o Harry, o Rony, eu, a Mione e Cathy no ano passado. Malfoy é um Comensal da Morte.

Sean olhou para Nádia, surpreso.

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-Um Comensal, da idade dele?

-Também acho, e não sei o que fazer pra me livrar dele. Você é a única pessoa da Sonserina que me trata como gente, Sean.

-Não é a primeira vez que eu ouço isso, mas obrigado. Vou ficar de olho nele.

-Valeu, estou precisando de um apoio mesmo. Não quero contar do Malfoy pros meus amigos, eles estão preocupados com outra coisa.

-Fique tranqüila.

Nádia ergueu os olhos e não viu o disputado filho da professora, mas sim um garoto que estava ali lhe oferecendo proteção -e seguiu seus impulsos, abraçando-o.

Sean ficou surpreso, retribuiu o abraço, aquela garota não era como ele esperava, apenas a filha de Mundungo Fletcher (Julliane falava muito do tio poderoso para ele), e sim uma pessoa auto-suficiente, mas que não era uma rocha e precisava ardentemente de um abraço de vez em quando. Até aquele dia Sean não tinha entendido o verdadeiro valor de um abraço - mas logo ele percebeu que o abraço era um ato de confiança, o maior de todos. Quando ela soltou-o, Sean viu uma lágrima que Nádia se apressou em secar.

-Me desculpe.-disse ela.- Eu não quis preocupar os meus amigos, acho que o Rony e o Harry seriam capazes de dar tantos socos no Malfoy até ganharem uma boa detenção.

-Bom, eu também seria, se você quiser.-sorriu ele.

-Muito obrigada, Sean. O que você tinha vindo fazer aqui agora?

-Acho que o mesmo que você, dar uma espairecida.

-E você não conseguiu graças a mim, aposto.

-Bom, valeu a pena, você parece bem melhor agora.

-Acho que vou voltar para o castelo. Obrigada outra vez, Sean.

-Que é isso, de nada.

-Quero uma redação de um metro e meio para semana que vem sobre Dons de Nascimento.-mandou a profª Dark-Angel, no fim da aula.

-Dons de Nascimento!?-exclamou Simas, lá no fundo da sala.

-Isso mesmo.-respondeu a professora.-Vocês descobrirão que com os dons que existem poderiam escrever algo bem maior.

Os alunos se entreolharam.

Depois da aula, muita gente saiu reclamando da gigantesca tarefa de DCAT.

-Bem, pra começo de conversa já temos Ofidioglossia e Vidência.-comentou Hermione, contando nos dedos.

-Ah, tem muitos outros, os Desvendadores de Segredos e os Reveladores de Passado.-falou Julliane.

-Falando em tarefas estratosféricas, alguém sabe o que vai escrever pro Snape sobre Poções Mutativas?-questionou Harry.

-Não tenho a menor.-disse Rony. Ei, vejam só, a tabela da próxima fase da Maratona já está aqui.

CATEGORIA : 6º ANO

Corvinal

Grifinória

Derek Hopkins

Julliane Fletcher

Briane Soley

Nádia Fletcher

Cilla Addlley

Hermione Granger

Edward Michaels

Catherina McFisher

Emma Richards

Harry Potter

Ashley Chang

Ronald Weasley

-Será que Ashley Chang é irmã da tal Cho?-perguntou Rony.

-Não conhecemos nenhum dos nossos adversários.-comentou Harry.

-Eu nem imaginava que a Cho tivesse uma irmã.-comentou Hermione.

-Menos eu.-disse Catherina.- O meu adversário tem as mesmas iniciais do McMillan, vejam só.

-Edward Michaels.-leu Nádia.- E eu, Briane Soley. Acho que a conheço de vista de alguma aula.

Uma noite qualquer, Sean conseguiu ver o braço de Malfoy, e percebeu que ali não havia nenhuma Marca Negra. É claro, mesmo sendo da Sonserina ter a Marca Negra era arriscado, algum professor poderia ver.

Nesta mesma noite, Malfoy assegurou-se de que todos estavam dormindo e saiu de fininho do dormitório, esgueirou-se até sua sala comunal, e abriu uma tábua que descobrira dias atrás, um fundo falso muito útil, como a tábua solta do quarto de Harry na casa dos Dursley. Ali estava um pequeno caldeirão, com um líquido laranja cozinhando a fogo baixo de uma pequeníssima fogueira. Ainda bem que é laranja, pensou Malfoy, vai passar direitinho por suco de abóbora. Ele despejou o último ingrediente, pitadas de lascas de chifre de unicórnio, em algumas semanas estaria pronta. Consultando o calendário, ele viu que ficaria pronta logo depois da segunda rodada da Maratona Incantatem. "timo, pensou, no Dia das Bruxas já estaria com Nádia do seu lado. Ele ficou por um tempo ali, sonhando acordado vendo a poção borbulhar, até voltar a si e subir de novo ao dormitório.

Pela quarta vez na semana, Rony veio pedir emprestada a Harry sua Capa da Invisibilidade. Pra quê? Ora, pra passear com a Mione à noite.

-Achei que ela fosse monitora.-ele falou, preguiçoso.-Ela não deve estar gostando tanto quanto você de quebrar o regulamento.

-Ela está aprendendo uns maus hábitos.-sorriu Rony, maroto.

Harry bufou, não por má vontade, mas por preguiça mesmo. Julliane e Catherina estavam com ele fazendo a redação para Snape, todos desanimados e cansados de esticarem tanto a sua caligrafia. Julliane continuava muito desconfortável na aula do temido professor de Poções, principalmente quando seus olhos se encontravam em algum momento qualquer, mas agora ao invés de baixar a cabeça e desviar o olhar, ela o sustentava, obrigando o professor a desviar o olhar em seu lugar; esse oi seu primeiro passo para enfrentar Snape.

Analisando a situação, Harry decidiu que não queria ganhar a Maratona Incantatem. Pra quê? Já tinha tudo o que precisava e mais um pouco... Só teria que cuidar que algum grifinório ganhasse, de algum modo. Desde que entrara pra Hogwarts a Grifinória nunca perdera uma Taça das Casas e Harry queria cuidar para que continuasse assim.

Quinta-feira.

-Muito bem, vou chamar os alunos para citarem os Dons de Nascimento e darem uma breve explicação.-condenou Dark-Angel.

Enquanto os alunos reclamavam, a baixinha professora escrevia na lousa sete dons: Felinidioglossia, Ofidioglossia, Vidência, Desvenda-Segredos, Revela-Passado, Sensitivo Presêntico, Intuitivo.

-Sr. Potter, o senhor vai falar sobre Ofidioglossia.

Enquanto abria sua redação, Harry ouviu os cochichos à sua volta.

-Ofidioglossia é o dom de conversar com as cobras, um dom mais comumente visto em bruxos das trevas, transmitido de geração para geração, e os mais famosos até hoje são Slytherin, o fundador da Sonserina, e Você-Sabe-Quem.

-Também pode ser transmitido num feitiço revertido, na concorda, sr. Potter?-falou a professora, assustando a parte da classe que ainda não sabia o porquê de Harry ser ofidioglota.

-Bom... É.-disse Harry, sem graça.

-Não precisa ter vergonha, sr. Potter. Acho que todos aqui sabem que o senhor é ofidioglota, não é?

Os alunos assentiram, nervosos.

-Agora, Vidência, srta. McFisher.

Catherina olhou para Hermione, que a esta altura já tinha um sorriso triunfante.

-É um dom que atinge uma mulher a cada cinqüenta anos, que permite à vidente fazer previsões em poesias e ter visões-relâmpago. A mais famosa vidente até hoje foi a fundadora da Lufa-Lufa, Helga Hufflepuff.

-Revela-passado, srta. Granger.

Antes de responder, Harry viu o sorriso triunfante tremer numa leve surpresa.

-São pessoas que desenvolvem este dom aos quinze anos, e ao tocarem a têmpora de qualquer pessoa podem ver todo o seu passado, desde que essa pessoa não esteja com o Feitiço Fidelius nem com o Feitiço de Confusão.

-Julliane Fletcher, sensitivo presêntico.

-É quem tem o dom de sentir as presenças de qualquer pessoa, livre do Feitiço de Confusão, de olhos fechados ou sem qualquer dos outros sentidos ativos.

-Nádia Fletcher, felinidioglossia.

-Dom de falar com gatos.

-Weasley, intuitivo.

-Pode prever as coisas que acontecerão num raio de um mês com a pessoa que for tocada em seu pulso.

-E, finalmente, Longbottom, fale sobre os desvendadores de segredos.

-O... O nome já diz, ao tocar a têmpora pode revelar qualquer segredo que a pessoa esteja escondendo.

-Muito bem. Trinta e cinco pontos para a Grifinória, cinco por cada resposta. Agora, vou marcar um teste.

Era a gota d'água, os alunos do fundo chegaram a se levantar de indignação. A professora, tal como Dumbledore sempre fazia, esperou todos se acalmarem pra dizer:

-Calma, não é o tipo de teste que vocês estão pensando. O diretor me pediu para fazer um censo de todos os alunos de Hogwarts dotados de alguma dessas sete coisas. Não precisam nem estudar, irei receber aqui na minha mesa um de cada vez, e vocês não vão precisar também falar sobre o resultado para ninguém se quiserem.

A sineta tocou.

-Até a próxima aula.

-Vocês acham que ela chamou os que têm algum dom pra falar?-perguntou Ron.

-Se ela já soubesse, pra que iria fazer o teste?-disse Julliane.

-Ela sabia que o Harry pe ofidioglota.-comentou Nádia.

-Isso ela poderia saber por qualquer pessoa.-disse Catherina.- Com a turma da Sonserina, por exemplo.

-Ou ela pode ser uma desvendadora de segredos.-ponderou Hermione.

O mês de outubro estava voando. De vez em quando, Harry conseguia ver seu padrinho Sirius, mas isso quase nunca acontecia por vários motivos, e um deles era que Sirius dizia estar sempre ocupado explorando os castelos e os terrenos à volta, mas todos sabiam que o verdadeiro motivo era resumido em duas palavras: Melissa Figg.

Ela também estava muito atrapalhada, Catherina notou nas aulas de Vidência. E Harry resolveu largar seus assuntos do coração até segundo plano, coisa que realmente não estava acontecendo com Rony e Hermione; até Dino Thomas, que perdera os pais no ano passado, assumira seu namoro com Lilá Brown.

Mas a situação fora de Hogwarts estava ficando alarmante; sempre que pegava emprestado o Profeta Diário que chegava para Hermione, Harry ficava sabendo de mais mortes e mais ataques em massa.

Um dia, uma coruja parda com manchas em losangos derrubou uma carta no colo de Catherina. Ela abriu a carta e foi ficando mais pálida à medida que lia. Rony, Mione, Harry e Nádia se entreolharam, preocupados, quando ela largou a carta na mesa e saiu correndo, pra chorar sozinha.

-Pega a carta.-falou Ron.

Hesitante, Nádia estendeu a mão para o pergaminho com letras em cinza-nublado:

Catherina,

Más notícias. Surgiu um bruxo das trevas, um anônimo, talvez até seja um Comensal da Morte, que simplesmente ninguém sabe quem é porque nas casas onde ele já entrou não sobrou ninguém vivo.

Até esta semana os mortos não eram ninguém que você conhecesse, mas... Bem, Emílio nem queria que eu te contasse, mas anteontem esse bruxo das trevas, apelidado por aqui de Piore Mago, entrou na casa dos Franchini e... Bom, você já adivinhou. Diana está morta. Dizem que Piore Mago atacou a casa dela porque o pai dela era do primeiro escalão do Ministério da Magia, e a mãe, trouxa. Minha amiga Andréa foi quem me contou, e acrescentou que agora você deve estar mais segura na terra de Você-Sabe-Quem do que aqui. Vou falar com seus avós, acho que nas próximas férias de verão você terá que ficar aí na Inglaterra. Nem pense em vir pra cá no Natal, não se esqueça que você também é mestiça. Na verdade, nem Emílio e eu, que somos puros-sangues, sabemos se estamos a salvo, porque ninguém tem certeza dos critérios que Piore Mago está usando para matar. Estou aliviada de que esteja em Hogwarts, Catherina, não quero nem pensar no que teria acontecido se você estivesse aqui. Mandei a carta em inglês porque acho que Harry e os outros também vão querer ler e notei que eles não aprenderam muito de português.

Se cuide,

Sua tia Lisa.