Ok... Parece que essa fic vai durar muito ainda se for depender da minha rapidez em escrever! XD Mas aqui está mais um capítulo.. :D Espero que gostem (e tenham paciência com a minha lerdeza XD) Boa leitura!

Avisos: Essa fic é mais um universo alternativo do que qualquer outra coisa portanto muitos fatos não coincidem com a série original, esta é apenas a minha interpretação dos fatos!

Inushi


O caso Tatsuhiko – Capítulo V

- Anda muito estranho ultimamente, Shido... Aconteceu alguma coisa?

O jovem sentiu o olhar rubro cair sobre ele. A longa cabeleira loira em cachos roçando suas pernas nuas, a respiração gélida em seu peito.

- Não é nada, Cain... Acho que ando precisando de um tempo sozinho...

Os cabelos de um tom arroxeado reluziram à luz das velas que os rodeavam à medida que ele, lentamente, se afastava de seu mestre.

- Você sabe que não gosto que esconda coisas de mim, Shido.

Cain se levantara do leito e estava agora, cara a cara com seu pupilo. Este, tentando disfarçar, lançou um olhar tímido ao corpo nu do mestre, corando levemente logo em seguida. Apesar de ter desfrutado tantas noites ao lado daquele ser, se sentia estranho a seus toques e tampouco se acostumara inteira mente com o desejo selvagem de possuí-lo, tê-lo sempre por perto... Mas tinha que admitir que naquela "nova vida", Cain era seu único companheiro.

- Não estou escondendo nada, mestre... Apenas quero ficar sozinho...

Suspirou. Cain sentou-se ao seu lado, as mãos acariciando os cabelos púrpuros do jovem. Shido suspirou novamente sentindo as delicadas presas arranhando suas costas nuas.

- A quem você acha que engana criança? Eu posso perceber quando você não está bem...

O jovem vampiro sentiu-se envolvido pelos braços de Cain, enquanto este mordiscava sua orelha.

-Mestre... como é o mundo dos humanos?

Cain parou de súbito, seu coração foi invadido por um sentimento agudo de medo. Jamais imaginara que seu pupilo, a quem ele havia criado por todos aqueles anos, faria menção de conhecer outro mundo, um mundo diferente daquele que o havia deveria ter imaginado que Shido despertasse tal curiosidade...

- Então, você tem curiosidade em saber como é o mundo pra lá dos muros? Eu te entendo Shido...

- Sim, mestre, mas...

- Mas entenda, criança.

Disse afagando-lhe o pescoço, chegando próximo a face do jovem e sussurrando-lhe ao ouvido:

- Eles jamais o aceitariam, meu querido Shido. Não te entenderiam por sua natureza e você sofreria...longe de mim...

Foi então que viu os olhos do jovem cintilarem com excitação.

- Mestre, sinto como se quisesse estar com você por toda a eternidade mas, ao mesmo tempo, sinto esse desejo pelo desconhecido crescer dentro de mim. Eu quero conhecer o mundo, conhecer as pessoas, saber como é cada uma delas. Por que temos que ficar tão distantes, mestre? Por que não podemos ser como eles..?

- Por que nós somos melhores que eles!

Cain o interrompera num tom ríspido. Sentia seu corpo estremecer com ódio. Como? Como Shido era capaz de dizer aquelas coisas? Por que desejava ter mais além do conforto e dos prazeres que ele lhe dava?

O jovem vampiro abaixou o olhar aparentemente ofendido com o tom que o mestre lhe falara há pouco. Shido sentia seu sangue ferver. Por que Cain insistia tanto em mantê-lo preso? Por que detestava tanto os humanos? Por que não o permitia vê-los de perto?

- O que me pede é impossível, criança...

- Mas, mestre...!

- Não discuta Shido. Você não irá conhecer o mundo deles.

Sua voz ecoou pelo cômodo, fria como gelo. Era impressionante como Cain conseguia mudar seu humor com tanta facilidade.

- Tudo que você tem agora é a mim, ou até a eterna solidão se assim desejar...Eles não são capazes de compreender alguém como você.

O olhar de Cain era agora frio tais como suas palavras. O jovem encarou o mestre, os olhos, antes tão verdes, iam lentamente tomando um tom amarelado.

- Você está errado! Eu nunca estarei sozinho, pois eu sei que por mais que tente negar você estará sempre seguindo os meus passos, como se fosse minha sombra. Secretamente me desejando em cada instante em que eu estiver longe...

Shido observou os orbes dourados cintilarem com ódio. Ele fizera, pela primeira vez em todo o tempo que passaram juntos, com que Cain perdesse a paciência.

- Eu, como seu mestre, não permito que você saia deste lugar!

Shido o olhou com desdém. Cain havia perdido totalmente o controle sobre si. Tinha os punhos cerrados e o cenho franzido, encarando o jovem jogado no leito de lençóis negros. Este lançou um olhar calmo a janela próxima, lá fora a lua parecia sorrir para ele convidativamente.

- Por mais que seja meu mestre, você não possui poder algum sobre mim.

A lua o chamava, as estrelas o atiçavam, a brisa noturna o excitava, o fazia querer ser parte daquele mundo, do mundo onde moravam os humanos, um mundo que Cain jamais o permitira ver.

O olhar do jovem permaneceu na janela por mais alguns instantes, até que este sentiu os dedos gélidos do mestre escorregarem lentamente por seu pescoço, e tocarem sua face delicadamente. Os rostos estavam tão próximos, que Shido não conseguia olhar nada senão os olhos frios de Cain.

- É assim que me agradece? Eu te proporcionei a vida eterna, sem doenças, sem problemas, sem a incerteza da morte.

- Mestre eu..

Mas antes que o jovem vampiro pudesse retrucar, o mestre lhe cerrara a boca com o simples toque gélido de seus dedos.

- Você é meu, Shido. Não importa o que diga, fizemos um pacto. Você me pertence.

O olhar que Cain lhe lançava transparecia uma mistura de desejo e seriedade.

- Se pensas que viverá feliz ao lado deles se engana, criança. Você sofrerá, será perseguido, viverá sozinho...

Shido o encarava. Seus olhos não mostravam ódio, tampouco frustração ou medo. O jovem encarava seu mestre com os olhos de um pupilo rebelde, prestes a quebrar as regras do jogo.

Mas o fazia calado, talvez numa tentativa de fazer o mestre refletir. Sentia a liberdade bater-lhe à porta da alma, refletindo-se junto à lua sobre o mar em tons angelicais diferentes dos vividos por ele nos momentos de luxúria em que tudo era rubro e âmbar. Não que se queixasse de tais momentos, mas tinha dentro de si um sentimento novo, humano... A lua ainda lhe sorria num ar de convite.

CONTINUA...


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