Capítulo 4: A maldade que destrói.

Já havia passado alguns meses desde que Seiya voltara para o Japão, levando consigo sua armadura. Marin passara estes últimos meses envolvida com suas tarefas, treinos e sempre que podia dava um jeito de se encontrar com Aioria.

Apesar de tudo estar aparentemente calmo e tranqüilo, algo inquietava o coração da amazona. Notara que alguns cavaleiros saiam em missões e não voltavam mais, assim como Shina era chamada constantemente por Gigars. Algo muito grave deveria estar acontecendo, e o sigilo que imperava no Santuário impedia que ela soubesse detalhadamente sobre o problema.

Aquela manhã surgira sombria, o céu recoberto pelas extensas e pesadas nuvens negras dava a impressão de que cairia a qualquer momento sobre a cabeça daqueles que ali viviam. Marin acordara indisposta e sentia que algo iria acontecer, ao terminar seu café ouviu batidas apressadas na porta de sua casa. Apressou-se em abrir e encontrou-se com alguns soldados que lhe traziam uma mensagem urgente.

Após os dispensar e ler a mensagem saiu imediatamente para saber mais detalhes sobre aquilo que lhe diziam aquelas linhas. Estava em choque e sentia um frio percorrer-lhe a espinha. De acordo com a mensagem deveria receber as demais instruções do Cavaleiro de ouro de Virgem... Shaka. Não se atreveu a perder tempo e dirigiu-se imediatamente para lá.

Seguiu o caminho pelas ruínas que davam um acesso mais rápido para as 12 casas, como ela bem sabia, e sendo assim não precisaria passar por 5 dessas. Shaka já a esperava, abriu o imenso portão e pediu para que entrasse.

- Vejo que não tardou a vim. – disse-lhe Shaka.

- Quero saber detalhadamente tudo o que esta acontecendo. – respondeu-lhe friamente.

- Não precisa ter pressa, por que não se senta? Irei lhe explicar os detalhes dessa missão. – disse ele apontando para um sofá abaixo de uma imensa janela.

Marin dirigiu-se para lá e se sentou, fitou o cavaleiro de virgem, como que o incitando a falar o mais rápido possível.

- Vejo que está chocada com o conteúdo da mensagem, não esperava por uma missão dessa? – disse-lhe calmamente.

- Sinceramente, não. Por isso preciso de detalhes, qual o delito cometido por estes rapazes para que tenham uma intervenção desse nível? – respondeu-lhe tentando controlar o nervosismo que estava se apossando dela cada vez mais.

- O que me foi passado é que eles traíram a Athena e ao Santuário, desrespeitaram todas as normas e ainda se encontram com partes da sagrada armadura de Sagitário em seu poder.

- Tem certeza de que tais acusações correspondem a eles? – perguntou-lhe.

- Acha que convocaríamos uma intervenção se não tivéssemos certeza? – respondeu-lhe, se levantando e sentando-se ao seu lado no sofá.

- Acha que Seiya não é capaz de algo assim, não é mesmo? – continuou Shaka com suas perguntas.

Marin mantinha a cabeça baixa, sabia que o santuário não faria nada daquilo se não tivessem a absoluta certeza, mas não acreditava que Seiya fosse capaz de fazer algo daquela dimensão. Talvez, pensou ela, esteja fazendo tudo isso para poder reencontrar sua irmã, ela sabia que ele faria qualquer coisa para poder tornar a ver sua irmãzinha.

Shaka levantou o rosto da amazona forçando-a a encará-lo. Marin ao levantar o rosto notou que ele estava de olhos abertos, era a primeira vez que o via assim. Recuperou-se um pouco do baque e desvencilhou-se da mão que erguia seu rosto. Ele se afastou e tornou a perguntar:

- Vai aceitar? Ou irá trair o santuário defendendo o seu discípulo e negando-se a acatar as ordens do mestre?

- Eu aceito. – Marin respondeu, sem perceber direito o que dizia, ainda estava abalada.

- Sei que não será fácil matar o seu protegido, mas estas são as ordens. – ele tornou a dizer sua missão.

Marin não respondeu mais nada, levantou-se e dirigiu-se para a porta, Shaka a seguiu e abriu a mesma para que ela saísse. Notou que a amazona nem ao menos se despedira. Entendia, porém essa falta de educação, não devia estar sendo fácil aceitar matar o garoto do qual ela cuidara durante seis anos. Apenas despediu-se lhe desejando sorte.

- Espero que tenha êxito, boa sorte! – despediu-se e tornou a fechar o grande portão.

Ela olhou para o portão sendo fechado, o que ela estava fazendo ao aceitar tal coisa? Nem mesmo ela sabia, a única coisa que tinha em mente era salvar Seiya, nem que para isso tivesse que forçá-lo a largar tudo, inventar uma falsa morte e sumir. Suspirou profundamente e dirigiu-se para sua casa, sim era isso que ela iria fazer, ia salvar Seiya.

Aioria também acordara aquela manhã sentindo-se estranho, fora até a vila na esperança de encontrar Marin que sempre passava por lá nesse período do dia. Estranhou por não encontrá-la, já tinha alguns dias que não a via, estava com uma saudade que não mais lhe cabia no peito. Sem pensar muito se dirigiu para a casa da amazona, hoje iria vê-la de qualquer maneira.

Ao chegar deparou-se com a casa fechada, ela realmente tinha saído, mas para onde? Decidiu continuar com seus afazeres e quem sabe procurá-la à tarde. Estava indo embora quando ouviu alguém chamar seu nome.

- Aioria?

Virou-se e viu que quem se aproximava era Shina a amazona de Cobra.

- Olá Shina! Deseja alguma coisa? – perguntou-lhe após a cumprimentar.

- Está procurando Marin? – ela lhe lançou outra pergunta.

Ele pensou um pouco e lhe respondeu que sim e lhe perguntou se sabia por onde ela andava, pois precisava dar-lhe um recado urgente.

- Marin saiu cedo, logo após receber uma mensagem. Parece que foi o Cavaleiro de Virgem que mandou entregar, aliais essa não é a primeira vez – a amazona riu cinicamente. – Se a procura, creio que ela deva estar por lá. – deu outro sorriso cínico por detrás da máscara e despedindo-se do cavaleiro de Leão seguiu o seu caminho.

Ao deixá-lo para traz, riu novamente de sua "maldade", ela bem sabia do que se tratava a mensagem, visto que Gigars havia mandado entregá-la logo cedo. Sabia também que Misty tinha sido chamado para vigiar a amazona para ver se ela realmente cumpriria as ordens do mestre. Mas para que dizer a verdade pro leãozinho? Tinha sido divertido ver a raiva e o ciúme nos olhos dele e não é de agora que ela sabia que existia algo entre aqueles dois.

Aioria ainda se encontrava atônito, o que Shina tentara dizer com "essa não é a primeira vez?" Sentia um ciúme imenso crescer dentro de si. Confiava em Marin, mas tinha um ódio enrustido pelo cavaleiro de virgem e nele não confiava nem um pouco.

Cego de ciúme resolveu ir atrás dela, quando se aproximava da casa de Shaka, notou que, sim ela estava lá com ele e pareciam conversar. Estavam sentados juntos debaixo de uma imensa janela e Marin parecia triste ou algo assim, pois se encontrava com a cabeça baixa. Sua raiva aumentou ainda mais ao notar que ele levantara o rosto da amazona com as mãos forçando-a a encará-lo. Não podia mais ver aquilo, repleto de uma fúria que corroia seu coração virou-se para retornar a sua casa, se foi antes de ver Marin desvencilhar-se daquele toque.

A única coisa que passara sobre a sua mente cega de ódio era que Marin mentira para ele todo aquele tempo... e que... ele não queria acreditar naquilo mas, estava evidente, ela o traia com Shaka. Esperaria chegar a tarde e iria conversar com ela, queria ver se ela negaria o que estava provado.

Marin chegou a sua casa atordoada e pra variar Shina a estava esperando, o que será que ela queria agora? De certo sabia de qual missão ela tinha acabado de ser incumbida e veio tirar um sarro básico de sua cara.

- Oi, Shina! – a cumprimentou ríspida.

- Olá, Marin! Vejo que está chateada... Não se preocupe não vou me prolongar, só quero dizer que Aioria esteve a sua procura. – respondia com gargalhadas cínicas.

- É só isso? – Marin perguntou abrindo a porta de sua casa.

- Sim, é só.

- Então tchau! – entrou e fechou a porta.

Shina olhou a porta fechada, riu-se novamente, a moça estava zangada.

Ao entrar em sua casa Marin tirou sua máscara e sentou-se no sofá, não conseguia pensar em nada... Nem chegou a lhe ocorrer que Shina deveria ter lançado seu veneno naquela visita de Aioria... Após algumas horas ouviu batidas fortes na porta de sua cabana, ainda continuava sentada no sofá, nem ao menos notara a tarde se esvair.

Colocou sua máscara e levantou-se para abrir a porta. Abriu lentamente temendo outra mensagem, mas quem estava a sua porta era ele... era Aioria. Ele tinha no rosto uma expressão estranha, diferente... Marin notou que havia ódio em seus olhos, os quais ela sempre vira repletos de amor.

- Aioria!!! Entre. – disse-lhe esboçando por detrás da máscara um frágil sorriso, era bom que ele estivesse ali, iria ajudá-la a encontrar a melhor solução para salvar Seiya da morte. – Que bom que você veio, preciso muito falar com você.

- Eu também quero falar com você. – lhe respondeu Aioria secamente.

Marin estranhou o tom ríspido da voz de Aioria, o que será que teria acontecido para ele lhe falar naquele tom?

- Aioria, aconteceu algo? – perguntou ela preocupada.

- Ainda me pergunta se aconteceu algo? Como pode ser tão falsa. – os olhos dele ardiam de ódio.

- Como assim falsa Aioria? Não estou te entendendo.

- Claro que não... Você sabe manter bem sua mentira não, pensava que eu nunca iria descobrir? – Ele falava com uma voz cada vez mais sufocada.

- Descobrir o que Aioria. Sobre a mensagem que recebi? – Marin lhe perguntou cada vez mais assustada com a atitude dele.

- Ahh! A mensagem... E fala nela assim tão calmamente como se não fosse nada? Como pode fazer isso?

- Mas Aioria eu iria lhe contar sobre ela... Eu não tive outra escolha... Não me julgue tão mal assim.

- Não teve outra escolha? Como assim? – ele dizia de cabeça baixa o tom de voz cada vez mais seco.

- Eu não podia recusar, tive que aceitar... Eu iria lhe contar e era justamente isso que eu ia fazer agora. – disse ela não entendendo o por que da reação de Aioria ao saber da mensagem, ele sabia que não havia meios para se recusar uma missão imposta pelo santuário... Ele sabia disso muito bem, se ela recusasse perderia a chance de salvar Seiya seria morta e acusada de traidora.

- Não teve como recusar??? Teve de aceitar??? É assim que você me conta? Como pode ser assim tão fria, tão falsa, como pode brincar assim comigo? – as palavras dele saiam mais e mais sufocadas.

- Como assim brincar Aioria... Eu não estou brincando... E... – ela foi interrompida por ele que se segurava para não gritar.

- Claro que não está brincando, o que tem de mal receber mensagens do Cavaleiro de Virgem?? E o que tem de mal aceitar o que foi proposto?

- O que é que você está pensando Aioria? – respondeu-lhe a amazona aflita.

- Eu não estou pensando Marin, eu já tenho a certeza de que precisava... Você foi até a casa de Shaka hoje cedo, e não tente negar eu os vi junto... E como me disseram há muito tempo você recebe dele mensagens urgentes. – ao dizer isso Aioria deixou escapar uma lágrima, a dor que sentia no seu coração era imensa e Marin ainda se fazia de desentendida. Olhou para ela novamente, como a amava... – Adeus Marin! E nunca mais me procure.

Olhou para ela com os olhos lacrimejantes e saiu porta afora sem olhar pra trás, Marin o chamava, pedia que esperasse, que tudo não passava de um grande mal entendido. As trovoadas do dia cinzento que chegava ao fim começaram a soar cada vez mais fortes, contrastando-se com aquela briga, lá fora a chuva por fim caiu forte e torrencial; a porta aberta deixava que a água invadisse a casa e o vento furioso a batia com violência.

Marin ajoelhou-se no chão, lágrimas escorriam por entre as bordas de sua máscara... Tudo o que acontecera durante aquele dia se acumularam em uma torrente de lágrimas que caiam junto com a chuva.

- Aioria.... – disse baixo entre soluços – Não é nada disso... Você entendeu tudo errado.

Aioria também corria rumo a sua casa...Debaixo daquela tempestade, as lágrimas também lhe caiam, mas se perdiam com as gotas de chuva lhe molhava o rosto e todo o seu corpo. Não conseguia admitir para si mesmo que aquela em que ele mais confiava, não passava de uma pessoa falsa e que o trairá sem a menor consideração, nem ao menos pela amizade que sempre houve entre ambos.

Tudo estava acabado....

N.A: Olá!!! É gente aconteceu um grande mal entendido entre ambos, como Marin irá convencer nosso leãozinho ciumento de que tudo não passou de um engano??

A porta do quarto se abre e um certo leão aparece irritado no batente da porta.

Aioria: Estou indignado Lithos, eu não sou ciumento dessa forma...

Lithos: Não?? Ahhh nem vem Oria, vc tem o autêntico ciúme leonino. Acha que me esqueci disso?

Aioria: humpft. E quem disse que eu teria ciúmes do Shaka?? Eu me garanto...

Lithos: Sem comentários... ¬¬

Alguém aparece por trás de Aioria.

Lithos: Ihhhh... Tudo bem Shaka me diz, o que ta te deixando irritado?

Shaka: Você me colocou como vilão... O ser terrível que separa os jovens enamorados... O que foi que eu te fiz?

Lithos: Ahhhh Shakinha, você não fez nada não, é que eu achei que seria interessante... Ahhh você sempre demonstrou uma quedinha por ela, nem vem negar que eu já notei isso.

Aioria: O QUE??

Shaka: Eu é que devia ter perguntado isso... Quer saber, depois dessa vou voltar a meditar.

Aioria: Não, pode me explicar essa história senhor de Virgem.

Ambos saem do quarto deixando a escritora sorrindo.

Lithos: Eles são tão fofos irritadinhos. Ai Ai.

Mu: Assim eu fico com ciúmes.

Lithos: Ahhhhhh Mu, você também é lindo e sabe disso. Vamos tomar sorvete? E vamos lá tentar convencer os senhores irritados a ir com a gente.

Mu só balança a cabeça e vai comunicar o passeio para os outros dois.

E ai povo o que acharam deste capítulo?? O próximo vai demorar um pouquinho para colocar no ar, por isso já estou avisando, é que tenho de por umas matérias do cursinho em dia e essa semana vai ser a maior correria pra mim (vida de vestibulando é fogo ARG). Mas o próximo capítulo promete.... Aguardem... Ah e obrigada pelos comentários, fico muito feliz por saber que estão curtindo essa história.

Agora deixa eu ir hehe, meus três apolos tão na sala me esperando pra ir tomar sorvete... Nossa me ocorreu uma idéia loka hahahahaha.... "Dona Lithos e seus três maridos". Haahahahahahahahah Estou realmente ficando malukinha hehe.

Mu: Vamos Lithos, antes que esses dois desistam... Ahhh mande um bjo e um abraço pras garotas em nome de nós três. :)

Lithos: OK... Ouviram meninas??? Agora me deixe ir...

Abraços a todos

Lithos de Lion