Esta série pertence ao Masami Kurumada, só estou pegando "emprestado" os
personagens...esta fic não possui fins lucrativos.
O gênero é yaoi, e, sim, mais para frente contém cenas lemon....quem não se sentir a vontade com relacionamentos homossexuais tenha a maturidade de sair dessa página. Não aceitarei críticas em relação a isso. Quem gosta, se sinta à vontade e me mande comentários!XD
Ao cair das flores
Capítulo 1- Chegada
Frio, distante...eram as únicas designações que encontrava depois recebimento quase indiferente de Shaka. O moreno cavaleiro de Fênix havia esperado ansioso por aquele dia, e, quando finalmente tinha tomado coragem e ido ao Santuário, Virgem o havia recebido daquele jeito horrível...Lembrando-se da cena uma lágrima escorreu por sua face...
"-Oi Shaka! Está tudo bem com você?
O loiro nem abriu os olhos, continuando na posição de meditação.
-Fênix, o que está fazendo aqui?
-Hã...aqui onde, no Santuário ou no seu Templo?
-Ambos.
-Bom...no Santuário eu estou porque Atena pediu-me para que eu viesse. Em sua casa porque eu queria falar com você.
-Ah. Falar sobre o que?- O cavaleiro loiro continuava com a mesma expressão indecifrável.
-Ora, eu só queria cumprimenta-lo, afinal não nos vemos desde a nossa luta...
-Sei.
-Droga! Todos os outros cavaleiros me receberam bem! Qual o seu problema?
-Não lhe devo satisfações, Fênix.
-Devia ao menos ser educado...mas isso não vem ao caso, já estou de saída!- Virou as costas, rumando ao Templo de Atena."
Aquele episódio já fazia bem uma meia hora, mas Fênix queria apenas ficar sozinho.
-Ikki? Que bom que atendeu ao meu chamado!-A deusa pôs a mão no ombro do cavaleiro, percebendo que havia algo de errado com o homem de costas para si.-Ikki...? O que houve?
-....nada, Atena...minha convocação se deve a que?
-Eu...só pretendia que ficasse confortáveis, afinal seus irmãos estão aqui também treinando e...eu gostaria que você treinasse com eles...
-Ah...- O cavaleiro virou-se, já com os olhos secos.- Claro.
-E se você concordar eu poderia pedir para um cavaleiro de ouro ajuda- lo....O cavaleiro de Virgem se mostrou solícito....
Ikki sentiu cada gota de sangue congelar-se em seu corpo.
-Como? O Shaka me treinar?
-Sim. Ele estava disposto a isso quando eu pedi.- "Não pareceu.", pensou Fênix, baixando o olhar.
-Atena, posso pensar até amanhã?
-Oh, claro. Aliás, esta noite, se quiser, pode dormir em um dos quartos do Templo do Grande Mestre...
-Obrigada, ficarei. E onde está meu irmão?
-Ainda tá treinando com o Miro...
-Ah...tudo bem, amanhã falarei com ele...
-Certo.-A deusa foi se dirigindo ao Templo do Grande Mestre- Me acompanhe.
Ikki deitou-se na cama macia, pensativo. Precisaria conversar antes com Shaka, para tomar a decisão de ser seu discípulo. Tomou um banho, mecanicamente e deitou-se, dormindo logo em seguida, pelo cansaço da viagem...
Acordou tarde, reparando que havia chorado durante o sono. Espreguiçou-se e foi se vestindo devagar, colocando uma regata preta e um jeans escuro. Fragrou-se arrumando o cabelo rebelde, se inclinando para perto do espelho, preocupado com cada detalhe de sua aparência. Tá, isso não era novidade, aquela insegurança que o assaltava em relação a aparência quando se tratava de Shaka...mas ficar vinte minutos à frente do espelho já era demais. Riu, indo para a porta, decidindo deixar de lado seus temores...
Adentrou a casa de Virgem com passos firmes, mas em seu interior ele não estava tão decidido assim...logo encontrou Virgem, meditando sobre a flor de lótus, com um cosmo dourado à sua volta, os cabelos longos e loiros flutuando ao seu redor, a boca entreaberta, os lábios mexendo-se suavemente, entoando um mantra. Lindo...sobrenatural também...
O cavaleiro de bronze ficou estático, diante da visão divina, mas foi interrompido pela voz cortante e fria do outro.
-Fênix...está com algum problema?
-Estou.
-Tem a ver com minha pessoa?
-Sim.- Talvez fosse só uma impressão, mas por um instante Ikki pensou ter visto todos os músculos de Shaka enrijecerem quando pronunciou a resposta.
O loiro levantou-se graciosamente, e foi andando, quase flutuando até onde Ikki se encontrava. A uns dois metros do cavaleiro abriu aqueles olhos hipnotizantes, fixando o olhar no seu. Fênix perdeu-se naqueles olhos, sem qualquer reação. Mas por mais que entrasse naqueles olhos, não encontrava qualquer emoção estampada, como se Shaka fosse cego, apesar do brilho em seus olhos.
Então ele sorriu. Era um sorriso meio arrogante, sarcástico, mas mesmo assim Ikki tremeu, sem sequer saber porque.
-E como seu problema me envolve?- disse quando chegou perto.
-Ahn...- Ikki teve se controlar para não abraçar o outro cavaleiro, afundar a cabeça em seu peito e lhe contar seus pesares, dos quais era o responsável.- Eu...-Seus olhos ficaram molhados, e teve dificuldade para se lembrar o por que de estar lá. Shaka percebeu a confusão mental que havia causado em Ikki com seu sorriso, e encorajou-o com uma voz suave.
-Fale, Fênix...estou ouvindo.
Ikki arregalou os olhos, surpreso com o tom de voz macio que o indiano usara. Respirou fundo, levantando o rosto e olhando diretamente em seus olhos, decidido.
-Shaka, eu queria ser seu discípulo...-O cavaleiro de Virgem riu alto, deixando o outro no mínimo irritado.-Que foi? Qual é a graça?!- Era uma risada provocadora, quase agressiva, que feria, pouco lembrando o homem que falara a de forma tão confortante há poucos instantes.
-Viu, não foi tão difícil assim...agora sim está parecendo você, Fênix, gritando desse jeito...- O cavaleiro de bronze começou a ficar vermelho de raiva. Ele havia ido até lá para receber ofensas? Mesmo depois de ter pedido educadamente? Ia berrar novamente, estava tremendo de raiva, quando o loiro colocou a mão em seu ombro, sorrindo de novo, daquele jeito arrogante- Acalme-se, Fênix. Atena já conversou comigo a respeito. E eu disse a ela que aceitaria o convite com o maior prazer.
Ikki sorriu de forma tímida, sentindo o contato quente da mão do outro cavaleiro em seu ombro. De repente, sendo compelido por um impulso forte, abraçou Shaka, que correspondeu de forma hesitante. Percebendo o que havia feito Ikki logo o soltou.
-Então, quando começaremos a treinar?- Disse com um sorriso, tentando descontrair o ambiente.
-Assim que eu me trocar.-Shaka virou-se, e Ikki podia jurar que o loiro havia sorrido antes de virar-se. Shaka usava uma toga budista vermelha e amarela, longa. Voltou com uma calça leve, branca, assim como era a cor de mangas longas e de tecido igualmente leve, quase transparente. Ikki ficou vermelho quando constatou que a camisa era amarrada por uma tira, e assim em cima a camisa ficava aberta...revelando seu peito alvo bem definido, mas não tão musculoso quanto o seu...aquele corpo esquio...um deus, definitivamente, pensou Ikki suspirando.
Shaka, sentindo-se observado de cima a baixo sorriu irônico, e, em uma fração de segundo desapareceu da vista de Ikki. Reapareceu na sua frente, empurrando-o com a mão espalmada em seu tórax. Ikki sentiu-se pressionado contra uma coluna, e logo em seguida Shaka desapareceu de seu campo de vista novamente. Olhou para os lados, e seu sangue gelou ao sentir uma mão segurar seu braço, e a respiração quente perto de sua orelha.
-Não deve se desconcentrar com a aparência das pessoas...- A voz era firme e fria, devagar. O cavaleiro de Fênix corou, se sentindo completamente indefeso, à mercê de Shaka. Chamou-lhe a atenção também o fato do loiro ter consciência de que era observado no momento que o atacara. Sim, Virgem deveria saber que sua presença o desnorteava e ficava a fazer joguinhos. Insensível...
-Isso foi jogo sujo, Shaka...
-Você sabe que não foi, e sabe os argumentos que eu usarei.
-Certo, você venceu. Pegou-me totalmente desprevenido. Está satisfeito agora?
-Hah! Você pediu-me para treina-lo, e é isso que estou fazendo. Não pense que me divirto te dando broncas...
-Ah...desculpe...
-Vamos começar de novo.-Ikki ficou em guarda, esperando outro ataque, mas o outro somente o puxou pelo braço, levando-o através da casa, até parar frente a uma porta com uma flor de lótus esculpida. Soltando o braço do cavaleiro de bronze abriu a porta, sorrindo ao ver a expressão de surpresa de Ikki.
-Este é o jardim das árvores gêmeas, Fênix. E é aqui que morrerei...debaixo dessa árvores.- Disse como se estivesse convidando-o a tomar chá. Ikki, chocado, arregalou os olhos.
-Como você diz isso de maneira tão indiferente? Por acaso quer morrer?
-E de que adiantaria me desesperar, Fênix?- Deu um sorriso triste, voltando seu olhar para as árvores, deixando que seus cabelos esvoaçassem graciosamente.
-Por que quer morrer, Shaka?- Ikki não resistiu, enrolando uma mecha em seus dedos e chegando mas perto.
-Eu preciso morrer.- Olhou frio, o que fez Ikki tirar os dedos daquele cabelo irresistível.- Mas chega de conversa! Vamos nos aquecer!
-Aquecer? Como?- O cavaleiro tentou, mas não consegui reprimir um sorriso malicioso.
-Aquecer os músculos, Fênix.- Shaka fuzilou-o com o olhar.
Treinaram até a hora do almoço, naquele jardim paradisíaco, que despertava pensamentos não muito...puros, em Ikki.
-Ah...vamos parar por aqui...-Shaka, extremamente suado, balançou a camisa, para arejar seu corpo, mas logo mudou de idéia e acabou por tirar a camisa, sob o olhar atento do moreno. Enxugou-se com ela, esfregando o corpo alvo.- À tarde recomeçaremos.- Saiu do jardim, deixando Ikki lá, sozinho, pensando se havia feito uma boa escolha quando aceitara ser discípulo de Shaka...
Sentou-se no chão , na sombra das árvores, amassando as flores. Então era ali que ele morreria...Deixou as lágrimas escorrerem, como há muito tempo não acontecia. Abraçou os joelhos, soluçando. Ele ia morrer...queria morrer. Tombou o corpo, ficando em posição fetal no chão macio, e acabou dormindo.
Acordou pouco tempo depois, vendo Shaka sentado a seu lado, em posição de semi-lótus. Tinha os olhos fechados, como de comum, mas eles pareciam estranhamente fixos em si.
-Enfim acordou, Fênix. Senti seu cosmo ainda aqui depois de tomar banho. Não vai almoçar?
-Ah, vou...e você, já comeu?- Esfregou os olhos, tentando enxugar as lágrimas quase secas.
-Não, ainda não almocei...Chorando, Fênix?
-Impressão sua. -Olhou para Shaka, que sorria fazendo pouco caso e respondeu mais duramente do que pretendia.
-Ah. Bom, se quiser ir comigo ao refeitório...
-Claro! -Sorriu feliz e levantou-se, observando Shaka fazer o mesmo. De novo vestido com a longa toga.
Caminharam até o refeitório em silêncio, com Ikki jogando olhares mal- disfarçados sobre o loiro.
-E então? Vai treinar com o Shaka, Ikki?- A voz de Saori assustou-o. Ikki virou-se e ela sorriu com bondade, esperando resposta.
-Ah sim, já começamos a treinar hoje de manhã...
-Que bom que se entenderam!- A moça ficou extremamente vermelha.- Er...quero dizer...que bom que começaram a treinar...
O cavaleiro de bronze se viu meio constrangido, mas logo foi chamado para sentar-se na mesa com os amigos. Fazia tempo que não os via...eles há algum tempo estavam morando no Santuário, mas Ikki chegara há apenas dois.
Entretido com eles, demorou a perceber que Shaka havia sentado sozinho, a algumas mesas de distância. Não entendeu o por que, pois Miro e Aldebaram ainda almoçavam...
Chamou:
-Shaka, você não quer se sentar conosco?
-Ahn...não se incomode, não gosto de barulho.- Disse ainda virado para sua própria comida. Ikki não se conformou, pegando seu prato e se deslocando até a mesa do loiro, se sentando à sua frente.
-Não vou deixar você comer sozinho. É deprimente, sabia?- Sorriu para Shaka, que retribuiu com um sorriso lindo, verdadeiro...Mas Ikki desfez o sorriso bobo assim que viu os amigos fazendo gozações e o imitando de forma afetada. Nossa, devia estar dando na cara mesmo, ainda bem que Shaka não estava vendo, pois estava de costas para eles. Apesar disso o cavaleiro de ouro sorriu estranhamente e balançou a cabeça divertidamente numa negativa, para depois voltar à sua comida.
-Eca, o que é isso, Shaka?
-Não é "isso", é sopa. De painço.
-Comida macrobiótica?
-Sim, Fênix...e se quer mesmo ser meu aprendiz acho bom se acostumar.
-Como assim?! Eu não quero comer isso!
-Ora, Fênix, Atena pediu-me para que você morasse na casa de Virgem...e é isso que se come lá.
-HÃ?! Eu vou morar com você então?- Notou o duplo significado da frase e tentou consertar.- Quero dizer...na casa de Virgem?
-Sim. Se você quiser, é claro...- Olhou para Ikki, enfatizando a última palavra e novamente voltou a sopa.O outro cavaleiro não cabia si de contente.
-Mas é claro! É..eu não tenho onde ficar aqui no Santuário e...
-Ter você tem...Cisne e seu irmão estão morando juntos em uma das casas reservadas aos aprendizes...se quiser você pode morar por lá...Eu só achei que ficaria mais prático se você morasse no meu templo.
-Sim...e... -Baixou a voz - Como assim "Cisne e seu irmão estão morando juntos"?!
Ora Fênix, tente entender, a frase não é tão difícil assim...
Ikki sentiu seu sangue ferver. Seu irmão junto com aquele pato tarado? Que escolha infeliz! Eles teriam de explicar aquilo direitinho...
Enquanto isso, Shaka, acabando de comer tocou sua mão de leve. Sem saber o porque do toque uma carga elétrica percorreu seu corpo. Levantou os olhos, esperançoso, encontrando os olhos frios do outro.
-Tente não entortar o garfo da próxima vez, Fênix.- Surpreso, Ikki viu seu próprio garfo completamente torto e Shaka levantando-se - Pronto?
-Ah, sim...- Ergueu-se também, acompanhando o loiro.
-Já se decidiu onde morar?
-Sim. Eu queria morar na casa de Virgem, se não for incômodo, claro...
-Não será. Mas você terá de seguir algumas regras...
-Tipo...
-Eu faço a comida, ou peço para trazerem, mas enfim, isso é por minha conta e você não vai poder reclamar. Você vai lavar a louça e manter tudo arrumado, o que vale para a casa toda...terceiro...- Ikki o interrompeu, levantando a mão, como um aluno do ensino primário- Fale, Fênix, dúvidas?
- Eu posso deixar pelo menos meu quarto desarrumado?- Fez uma carinha que dava dó, não percebendo que os outros cavaleiros de bronze se divertiam, e muito, as suas custas...
-Não. Um local arrumado permite maior clareza de pensamentos. Como eu ia dizendo, o terceiro é... acordar todo dia as sete e meia da manhã, e de sábados e domingos pode acordar as oito e meia, no máximo e só ir dormir depois de dispensado.
-Sim senhor! Mais alguma coisa?- Perguntou brincalhão, mas terrivelmente aborrecido com o horário que teria de acordar.
-Ah, já ia me esquecendo! Toda semana faremos faxina de domingo.
-COMO?!
-Sim. Não gosto de fazer os outros limparem minha casa, não é justo.
-E daí você usa o próprio discípulo de escravo. Os empregados estão sendo pagos...
-Não interessa, eu sujo eu limpo.
Nesse momento Ikki vira-se, ao ouvir a risada alta de Aioria, que havia acabado de chegar.
-Ai, ai, Shaka...mal começaram e já está impondo regras?- Debochou ele, fazendo uma massagem nos ombros de Seya distraidamente.
-Aioria...ele é meu discípulo e é necessário disciplina...
-Oh claro! Discípulo...- Sorriu malicioso.
-Eu não sou do tipo de "mestre" que você é para Seya...- Retorquiu irônico, os lábios crispando-se num sorriso maldoso e ambíguo.
-Hah! Ainda não...- Aioria disse com maldade.
-E que me lembre, você não tem nada a ver com minha pretensa vida pessoal, Leão.
Aioria apenas sorriu desdenhoso. Ikki, extremamente constrangido desviava o olhar de um para outro, como se estivesse assistindo a uma partida de tênis.
-Fênix, vamos aproveitar hoje para arrumar seu quarto. Pegue suas coisas.- Disse e saiu, rumando escada abaixo para o templo de Virgem.
O cavaleiro de Fênix ficou sem reação, até Aioria se dirigir a ele.
-Durão ele, né?- Ikki apenas sorriu triste como resposta, se dirigindo em seguida ao quarto onde estava acomodado. Deixou escapar um suspiro. Que dia longo aquele...Refez suas malas e rumou a casa de Virgem, cansado.
Shaka estava na porta e foi lhe guiando até o quarto. A casa era dominada por tons claros, e o piso coberto inteiramente por tatame, com exceção da cozinha e dos banheiros. Tudo era extremamente limpo e organizado, uma casa sóbria, uma casa digna da do provável próximo Buda. Ikki não conseguiu evitar, mas olhou por entre a porta do quarto do tutor. Havia um enorme futon sobre o tatame, coberto com uma roupa de cama branca e transparente, assim como as cortinas. Um armário embutido, um abajur, uns quadros zen- budistas e uma porta para o banheiro...
-Hey, Fênix, este é o meu quarto. -Falou seco, o suficiente para fazer Ikki despertar de seus devaneios e tomar consciência de que já estava dentro do quarto do loiro.
-Ah, certo...ei! Gostei do seu quarto! Tem bom gosto, apesar de tudo ser um pouco branco demais...- Disse, já saindo, quando algo lhe chamou a atenção...uma fotografia...
Nela apareciam os cavaleiros de ouro, antes da traição de Saga. Todos trajavam suas armaduras de ouro com orgulho e Shaka estava sorrindo, encantador. Um sorriso ingênuo, doce e verdadeiro...lindo...mas o que era aquilo?
Virgem estava abraçado com Áries?! Por isso que ele estava sorrindo daquele jeito maravilhoso, do modo que Ikki sempre desejara que sorrisse para si?!
Mas outra mão tirou o porta-retrato das suas.
-Como ousa, Fênix!?- Ikki olhou para cima e viu um ódio mortal despontar nos olhos do outro cavaleiro. Ficou com medo.- Essa é minha foto preferida...você quase quebrou o porta-retrato!
O cavaleiro de bronze se encolheu todo, pronto para receber uma agressão. Parecia que o corpo não era seu...quando entrara novamente no quarto de Shaka e tomara a foto entre suas mãos? Não fazia idéia...quando se deu por si estava simplesmente agachado com a foto.
O indiano o puxou de maneira rude pelo braço, levando-o para fora do quarto. Depois fechou a porta e soltou se braço, andando rápido.
-Nunca mais invada minha privacidade assim...-Pensou um tempo e completou- ...sem autorização.
-Tá...- O pedido de desculpas não lhe descia pela garganta de maneira alguma, Ikki não se lembrava de um dia que tivesse pedido desculpas para alguém do que aquele.- Não farei mais isso, Shaka.
Olhou sério, enquanto Shaka abria uma porta. O quarto era diferente do resto da casa...muito diferente! As cortinas erram pretas, havia um futon coberto por um edredom preto e bordô, prateleiras, um armário e uma cômoda com um vaso com cravos. A cara do cavaleiro de Fênix.
-Uau! E por que é tão diferente do resto da casa?- Naquele momento até esqueceu-se de seu ciúmes, e da irritação de Shaka com ele.
-Atena disse que você gostaria da decoração assim.
-Obrigado...
-Hunf, fique à vontade, depois te chamo para jantar.- Saiu do cômodo e deslizou a porta, fechando-a.. Ikki reparava melhor agora em como fora caprichada a decoração. Aquele ar de sofisticação moderna que ele gostava...anotou mentalmente para perguntar ao loiro quem decorara o local. E...agora tinha certeza que Shaka sabia de antemão que ele aceitaria o convite de morar na casa de Virgem. O restante da casa também era extremo bom gosto e...o quarto de Shaka...ahh, parecia de um anjo...começou a pensar nele deitado àquela cama, a luz das velas e..quando se tocou tinha um enorme volume entre as pernas.
Passou a mão pelo cabelo. Só faltava aquela mesmo...já estava anoitecendo e fora um dia puxado, definitivamente, um banho frio caía bem...
Ficou no banho até que Shaka chamasse-o para o jantar. Cabelos mal enxutos, a pele úmida e a yukata completamente aberta na parte de cima...foi assim que Ikki foi se sentar, na verdade ajoelhar, pois era uma mesa do estilo japonês, a pouca distância do chão. O cavaleiro notou surpresa nos olhos de Shaka, quando o viu sentar-se assim, mas devia estar devaneando. De novo...
O loiro não estava menos deslumbrante, a bem da verdade, em um pijama branco e leve. A calça prendia nos tornozelos com elásticos e a camisa lhe caía de um jeito que o fazia parecer apenas um menino. Levantou-se e voltou logo após com duas cumbucas.
-Sopa...- Disse Ikki de forma depreciativa e Shaka congelou-o com o olhar.
-Sim, sopa. E você não pode reclamar, lembra- se ? Tome antes que esfrie...- A última frase foi dita em um tom paternal, preocupado. Jantaram em silêncio, arrumaram a louça e foram para seus respectivos quartos.
Enfim havia acabado aquele dia...- pensou Ikki, rolando na cama e xingando Áries de todos os palavrões que conhecia, o que atrasou bastante seu sono, pois afinal não eram poucos...
Eu reeditei o fic pq estava abrindo sem os parágrafos...esses são os comentérios do anterior. No próximo capítulo eu respondo, tá?
Shini-sama
Hum...essa eu quero ver o Ikki sendo organizado.
Mas ele ficou meu OOC,né??
Espero novos caps...
Gostei da fic.
Paula Marques
Meu, sua fic tá 10! só tenho umas dúvidas
1 - Vc esqueceu do capitulo em que os cavaleiros de ouro dão o sangue pra concertar as armaduras de bronze depois da batalha das 12 casas, e nesse dia o Shaka não só deu o sangue dele justo para a armadura de fênix como conversou com o próprio fênix. e tmb tem um mangá daqueles tipo cap extra que conta, q depois da batalha das 12 casas os 5 cav de bronze estavam feridos se recuperando quando recebem um ataque de um cavaleiro de asgard, ai o ikki que era o unico q tinha condições de ficar de pé, sai correndo para fora do quarto e indo para longe, ele sabia que não podia lutar pq estava ferido, mas a sua intenção era so de afastar o guerreiro deus dos amigos o maximo possivel até alguém chegar, ai ele se dá em sacrifico, ai ele fecha os olhos pra receber o golpe com guerreiro deus quando ele abre "alguém" entrou na frente e recebeu o golpe no lugar dele esse "alguém" era justamente o cavaleiro de virgem...(ai eu achei tão lindo!) bom, ai o shaka cai nos braços do Ikki com a armadura meio rachada e eles conversam a bessa o shaka conta pra ele sobre os lendarios guerreiros deuses e tals... vai lá no site oficial e da uma olhada vale a pena chama "o grande amor de athena" nesse capitulo rola um clima entre o mú e a saori (eca!)... bem pula essa parte e vai logo na parte q o shaka salva o ikki......
2- Se eles estavam tomando sopa, pq o ikki estava com um GARFO na mão?... sinistro...será q ele fica tão distraido assim quando esta do lado do shaka?ahahahahahaha:-P
Fora essas duvidas eu to achando a sua fic muito boa... mostra o ikki sensivel... eu falo q o ikki eh sensivel... todo mundo diz q não... esse povo não sabe ver além...!
O gênero é yaoi, e, sim, mais para frente contém cenas lemon....quem não se sentir a vontade com relacionamentos homossexuais tenha a maturidade de sair dessa página. Não aceitarei críticas em relação a isso. Quem gosta, se sinta à vontade e me mande comentários!XD
Ao cair das flores
Capítulo 1- Chegada
Frio, distante...eram as únicas designações que encontrava depois recebimento quase indiferente de Shaka. O moreno cavaleiro de Fênix havia esperado ansioso por aquele dia, e, quando finalmente tinha tomado coragem e ido ao Santuário, Virgem o havia recebido daquele jeito horrível...Lembrando-se da cena uma lágrima escorreu por sua face...
"-Oi Shaka! Está tudo bem com você?
O loiro nem abriu os olhos, continuando na posição de meditação.
-Fênix, o que está fazendo aqui?
-Hã...aqui onde, no Santuário ou no seu Templo?
-Ambos.
-Bom...no Santuário eu estou porque Atena pediu-me para que eu viesse. Em sua casa porque eu queria falar com você.
-Ah. Falar sobre o que?- O cavaleiro loiro continuava com a mesma expressão indecifrável.
-Ora, eu só queria cumprimenta-lo, afinal não nos vemos desde a nossa luta...
-Sei.
-Droga! Todos os outros cavaleiros me receberam bem! Qual o seu problema?
-Não lhe devo satisfações, Fênix.
-Devia ao menos ser educado...mas isso não vem ao caso, já estou de saída!- Virou as costas, rumando ao Templo de Atena."
Aquele episódio já fazia bem uma meia hora, mas Fênix queria apenas ficar sozinho.
-Ikki? Que bom que atendeu ao meu chamado!-A deusa pôs a mão no ombro do cavaleiro, percebendo que havia algo de errado com o homem de costas para si.-Ikki...? O que houve?
-....nada, Atena...minha convocação se deve a que?
-Eu...só pretendia que ficasse confortáveis, afinal seus irmãos estão aqui também treinando e...eu gostaria que você treinasse com eles...
-Ah...- O cavaleiro virou-se, já com os olhos secos.- Claro.
-E se você concordar eu poderia pedir para um cavaleiro de ouro ajuda- lo....O cavaleiro de Virgem se mostrou solícito....
Ikki sentiu cada gota de sangue congelar-se em seu corpo.
-Como? O Shaka me treinar?
-Sim. Ele estava disposto a isso quando eu pedi.- "Não pareceu.", pensou Fênix, baixando o olhar.
-Atena, posso pensar até amanhã?
-Oh, claro. Aliás, esta noite, se quiser, pode dormir em um dos quartos do Templo do Grande Mestre...
-Obrigada, ficarei. E onde está meu irmão?
-Ainda tá treinando com o Miro...
-Ah...tudo bem, amanhã falarei com ele...
-Certo.-A deusa foi se dirigindo ao Templo do Grande Mestre- Me acompanhe.
Ikki deitou-se na cama macia, pensativo. Precisaria conversar antes com Shaka, para tomar a decisão de ser seu discípulo. Tomou um banho, mecanicamente e deitou-se, dormindo logo em seguida, pelo cansaço da viagem...
Acordou tarde, reparando que havia chorado durante o sono. Espreguiçou-se e foi se vestindo devagar, colocando uma regata preta e um jeans escuro. Fragrou-se arrumando o cabelo rebelde, se inclinando para perto do espelho, preocupado com cada detalhe de sua aparência. Tá, isso não era novidade, aquela insegurança que o assaltava em relação a aparência quando se tratava de Shaka...mas ficar vinte minutos à frente do espelho já era demais. Riu, indo para a porta, decidindo deixar de lado seus temores...
Adentrou a casa de Virgem com passos firmes, mas em seu interior ele não estava tão decidido assim...logo encontrou Virgem, meditando sobre a flor de lótus, com um cosmo dourado à sua volta, os cabelos longos e loiros flutuando ao seu redor, a boca entreaberta, os lábios mexendo-se suavemente, entoando um mantra. Lindo...sobrenatural também...
O cavaleiro de bronze ficou estático, diante da visão divina, mas foi interrompido pela voz cortante e fria do outro.
-Fênix...está com algum problema?
-Estou.
-Tem a ver com minha pessoa?
-Sim.- Talvez fosse só uma impressão, mas por um instante Ikki pensou ter visto todos os músculos de Shaka enrijecerem quando pronunciou a resposta.
O loiro levantou-se graciosamente, e foi andando, quase flutuando até onde Ikki se encontrava. A uns dois metros do cavaleiro abriu aqueles olhos hipnotizantes, fixando o olhar no seu. Fênix perdeu-se naqueles olhos, sem qualquer reação. Mas por mais que entrasse naqueles olhos, não encontrava qualquer emoção estampada, como se Shaka fosse cego, apesar do brilho em seus olhos.
Então ele sorriu. Era um sorriso meio arrogante, sarcástico, mas mesmo assim Ikki tremeu, sem sequer saber porque.
-E como seu problema me envolve?- disse quando chegou perto.
-Ahn...- Ikki teve se controlar para não abraçar o outro cavaleiro, afundar a cabeça em seu peito e lhe contar seus pesares, dos quais era o responsável.- Eu...-Seus olhos ficaram molhados, e teve dificuldade para se lembrar o por que de estar lá. Shaka percebeu a confusão mental que havia causado em Ikki com seu sorriso, e encorajou-o com uma voz suave.
-Fale, Fênix...estou ouvindo.
Ikki arregalou os olhos, surpreso com o tom de voz macio que o indiano usara. Respirou fundo, levantando o rosto e olhando diretamente em seus olhos, decidido.
-Shaka, eu queria ser seu discípulo...-O cavaleiro de Virgem riu alto, deixando o outro no mínimo irritado.-Que foi? Qual é a graça?!- Era uma risada provocadora, quase agressiva, que feria, pouco lembrando o homem que falara a de forma tão confortante há poucos instantes.
-Viu, não foi tão difícil assim...agora sim está parecendo você, Fênix, gritando desse jeito...- O cavaleiro de bronze começou a ficar vermelho de raiva. Ele havia ido até lá para receber ofensas? Mesmo depois de ter pedido educadamente? Ia berrar novamente, estava tremendo de raiva, quando o loiro colocou a mão em seu ombro, sorrindo de novo, daquele jeito arrogante- Acalme-se, Fênix. Atena já conversou comigo a respeito. E eu disse a ela que aceitaria o convite com o maior prazer.
Ikki sorriu de forma tímida, sentindo o contato quente da mão do outro cavaleiro em seu ombro. De repente, sendo compelido por um impulso forte, abraçou Shaka, que correspondeu de forma hesitante. Percebendo o que havia feito Ikki logo o soltou.
-Então, quando começaremos a treinar?- Disse com um sorriso, tentando descontrair o ambiente.
-Assim que eu me trocar.-Shaka virou-se, e Ikki podia jurar que o loiro havia sorrido antes de virar-se. Shaka usava uma toga budista vermelha e amarela, longa. Voltou com uma calça leve, branca, assim como era a cor de mangas longas e de tecido igualmente leve, quase transparente. Ikki ficou vermelho quando constatou que a camisa era amarrada por uma tira, e assim em cima a camisa ficava aberta...revelando seu peito alvo bem definido, mas não tão musculoso quanto o seu...aquele corpo esquio...um deus, definitivamente, pensou Ikki suspirando.
Shaka, sentindo-se observado de cima a baixo sorriu irônico, e, em uma fração de segundo desapareceu da vista de Ikki. Reapareceu na sua frente, empurrando-o com a mão espalmada em seu tórax. Ikki sentiu-se pressionado contra uma coluna, e logo em seguida Shaka desapareceu de seu campo de vista novamente. Olhou para os lados, e seu sangue gelou ao sentir uma mão segurar seu braço, e a respiração quente perto de sua orelha.
-Não deve se desconcentrar com a aparência das pessoas...- A voz era firme e fria, devagar. O cavaleiro de Fênix corou, se sentindo completamente indefeso, à mercê de Shaka. Chamou-lhe a atenção também o fato do loiro ter consciência de que era observado no momento que o atacara. Sim, Virgem deveria saber que sua presença o desnorteava e ficava a fazer joguinhos. Insensível...
-Isso foi jogo sujo, Shaka...
-Você sabe que não foi, e sabe os argumentos que eu usarei.
-Certo, você venceu. Pegou-me totalmente desprevenido. Está satisfeito agora?
-Hah! Você pediu-me para treina-lo, e é isso que estou fazendo. Não pense que me divirto te dando broncas...
-Ah...desculpe...
-Vamos começar de novo.-Ikki ficou em guarda, esperando outro ataque, mas o outro somente o puxou pelo braço, levando-o através da casa, até parar frente a uma porta com uma flor de lótus esculpida. Soltando o braço do cavaleiro de bronze abriu a porta, sorrindo ao ver a expressão de surpresa de Ikki.
-Este é o jardim das árvores gêmeas, Fênix. E é aqui que morrerei...debaixo dessa árvores.- Disse como se estivesse convidando-o a tomar chá. Ikki, chocado, arregalou os olhos.
-Como você diz isso de maneira tão indiferente? Por acaso quer morrer?
-E de que adiantaria me desesperar, Fênix?- Deu um sorriso triste, voltando seu olhar para as árvores, deixando que seus cabelos esvoaçassem graciosamente.
-Por que quer morrer, Shaka?- Ikki não resistiu, enrolando uma mecha em seus dedos e chegando mas perto.
-Eu preciso morrer.- Olhou frio, o que fez Ikki tirar os dedos daquele cabelo irresistível.- Mas chega de conversa! Vamos nos aquecer!
-Aquecer? Como?- O cavaleiro tentou, mas não consegui reprimir um sorriso malicioso.
-Aquecer os músculos, Fênix.- Shaka fuzilou-o com o olhar.
Treinaram até a hora do almoço, naquele jardim paradisíaco, que despertava pensamentos não muito...puros, em Ikki.
-Ah...vamos parar por aqui...-Shaka, extremamente suado, balançou a camisa, para arejar seu corpo, mas logo mudou de idéia e acabou por tirar a camisa, sob o olhar atento do moreno. Enxugou-se com ela, esfregando o corpo alvo.- À tarde recomeçaremos.- Saiu do jardim, deixando Ikki lá, sozinho, pensando se havia feito uma boa escolha quando aceitara ser discípulo de Shaka...
Sentou-se no chão , na sombra das árvores, amassando as flores. Então era ali que ele morreria...Deixou as lágrimas escorrerem, como há muito tempo não acontecia. Abraçou os joelhos, soluçando. Ele ia morrer...queria morrer. Tombou o corpo, ficando em posição fetal no chão macio, e acabou dormindo.
Acordou pouco tempo depois, vendo Shaka sentado a seu lado, em posição de semi-lótus. Tinha os olhos fechados, como de comum, mas eles pareciam estranhamente fixos em si.
-Enfim acordou, Fênix. Senti seu cosmo ainda aqui depois de tomar banho. Não vai almoçar?
-Ah, vou...e você, já comeu?- Esfregou os olhos, tentando enxugar as lágrimas quase secas.
-Não, ainda não almocei...Chorando, Fênix?
-Impressão sua. -Olhou para Shaka, que sorria fazendo pouco caso e respondeu mais duramente do que pretendia.
-Ah. Bom, se quiser ir comigo ao refeitório...
-Claro! -Sorriu feliz e levantou-se, observando Shaka fazer o mesmo. De novo vestido com a longa toga.
Caminharam até o refeitório em silêncio, com Ikki jogando olhares mal- disfarçados sobre o loiro.
-E então? Vai treinar com o Shaka, Ikki?- A voz de Saori assustou-o. Ikki virou-se e ela sorriu com bondade, esperando resposta.
-Ah sim, já começamos a treinar hoje de manhã...
-Que bom que se entenderam!- A moça ficou extremamente vermelha.- Er...quero dizer...que bom que começaram a treinar...
O cavaleiro de bronze se viu meio constrangido, mas logo foi chamado para sentar-se na mesa com os amigos. Fazia tempo que não os via...eles há algum tempo estavam morando no Santuário, mas Ikki chegara há apenas dois.
Entretido com eles, demorou a perceber que Shaka havia sentado sozinho, a algumas mesas de distância. Não entendeu o por que, pois Miro e Aldebaram ainda almoçavam...
Chamou:
-Shaka, você não quer se sentar conosco?
-Ahn...não se incomode, não gosto de barulho.- Disse ainda virado para sua própria comida. Ikki não se conformou, pegando seu prato e se deslocando até a mesa do loiro, se sentando à sua frente.
-Não vou deixar você comer sozinho. É deprimente, sabia?- Sorriu para Shaka, que retribuiu com um sorriso lindo, verdadeiro...Mas Ikki desfez o sorriso bobo assim que viu os amigos fazendo gozações e o imitando de forma afetada. Nossa, devia estar dando na cara mesmo, ainda bem que Shaka não estava vendo, pois estava de costas para eles. Apesar disso o cavaleiro de ouro sorriu estranhamente e balançou a cabeça divertidamente numa negativa, para depois voltar à sua comida.
-Eca, o que é isso, Shaka?
-Não é "isso", é sopa. De painço.
-Comida macrobiótica?
-Sim, Fênix...e se quer mesmo ser meu aprendiz acho bom se acostumar.
-Como assim?! Eu não quero comer isso!
-Ora, Fênix, Atena pediu-me para que você morasse na casa de Virgem...e é isso que se come lá.
-HÃ?! Eu vou morar com você então?- Notou o duplo significado da frase e tentou consertar.- Quero dizer...na casa de Virgem?
-Sim. Se você quiser, é claro...- Olhou para Ikki, enfatizando a última palavra e novamente voltou a sopa.O outro cavaleiro não cabia si de contente.
-Mas é claro! É..eu não tenho onde ficar aqui no Santuário e...
-Ter você tem...Cisne e seu irmão estão morando juntos em uma das casas reservadas aos aprendizes...se quiser você pode morar por lá...Eu só achei que ficaria mais prático se você morasse no meu templo.
-Sim...e... -Baixou a voz - Como assim "Cisne e seu irmão estão morando juntos"?!
Ora Fênix, tente entender, a frase não é tão difícil assim...
Ikki sentiu seu sangue ferver. Seu irmão junto com aquele pato tarado? Que escolha infeliz! Eles teriam de explicar aquilo direitinho...
Enquanto isso, Shaka, acabando de comer tocou sua mão de leve. Sem saber o porque do toque uma carga elétrica percorreu seu corpo. Levantou os olhos, esperançoso, encontrando os olhos frios do outro.
-Tente não entortar o garfo da próxima vez, Fênix.- Surpreso, Ikki viu seu próprio garfo completamente torto e Shaka levantando-se - Pronto?
-Ah, sim...- Ergueu-se também, acompanhando o loiro.
-Já se decidiu onde morar?
-Sim. Eu queria morar na casa de Virgem, se não for incômodo, claro...
-Não será. Mas você terá de seguir algumas regras...
-Tipo...
-Eu faço a comida, ou peço para trazerem, mas enfim, isso é por minha conta e você não vai poder reclamar. Você vai lavar a louça e manter tudo arrumado, o que vale para a casa toda...terceiro...- Ikki o interrompeu, levantando a mão, como um aluno do ensino primário- Fale, Fênix, dúvidas?
- Eu posso deixar pelo menos meu quarto desarrumado?- Fez uma carinha que dava dó, não percebendo que os outros cavaleiros de bronze se divertiam, e muito, as suas custas...
-Não. Um local arrumado permite maior clareza de pensamentos. Como eu ia dizendo, o terceiro é... acordar todo dia as sete e meia da manhã, e de sábados e domingos pode acordar as oito e meia, no máximo e só ir dormir depois de dispensado.
-Sim senhor! Mais alguma coisa?- Perguntou brincalhão, mas terrivelmente aborrecido com o horário que teria de acordar.
-Ah, já ia me esquecendo! Toda semana faremos faxina de domingo.
-COMO?!
-Sim. Não gosto de fazer os outros limparem minha casa, não é justo.
-E daí você usa o próprio discípulo de escravo. Os empregados estão sendo pagos...
-Não interessa, eu sujo eu limpo.
Nesse momento Ikki vira-se, ao ouvir a risada alta de Aioria, que havia acabado de chegar.
-Ai, ai, Shaka...mal começaram e já está impondo regras?- Debochou ele, fazendo uma massagem nos ombros de Seya distraidamente.
-Aioria...ele é meu discípulo e é necessário disciplina...
-Oh claro! Discípulo...- Sorriu malicioso.
-Eu não sou do tipo de "mestre" que você é para Seya...- Retorquiu irônico, os lábios crispando-se num sorriso maldoso e ambíguo.
-Hah! Ainda não...- Aioria disse com maldade.
-E que me lembre, você não tem nada a ver com minha pretensa vida pessoal, Leão.
Aioria apenas sorriu desdenhoso. Ikki, extremamente constrangido desviava o olhar de um para outro, como se estivesse assistindo a uma partida de tênis.
-Fênix, vamos aproveitar hoje para arrumar seu quarto. Pegue suas coisas.- Disse e saiu, rumando escada abaixo para o templo de Virgem.
O cavaleiro de Fênix ficou sem reação, até Aioria se dirigir a ele.
-Durão ele, né?- Ikki apenas sorriu triste como resposta, se dirigindo em seguida ao quarto onde estava acomodado. Deixou escapar um suspiro. Que dia longo aquele...Refez suas malas e rumou a casa de Virgem, cansado.
Shaka estava na porta e foi lhe guiando até o quarto. A casa era dominada por tons claros, e o piso coberto inteiramente por tatame, com exceção da cozinha e dos banheiros. Tudo era extremamente limpo e organizado, uma casa sóbria, uma casa digna da do provável próximo Buda. Ikki não conseguiu evitar, mas olhou por entre a porta do quarto do tutor. Havia um enorme futon sobre o tatame, coberto com uma roupa de cama branca e transparente, assim como as cortinas. Um armário embutido, um abajur, uns quadros zen- budistas e uma porta para o banheiro...
-Hey, Fênix, este é o meu quarto. -Falou seco, o suficiente para fazer Ikki despertar de seus devaneios e tomar consciência de que já estava dentro do quarto do loiro.
-Ah, certo...ei! Gostei do seu quarto! Tem bom gosto, apesar de tudo ser um pouco branco demais...- Disse, já saindo, quando algo lhe chamou a atenção...uma fotografia...
Nela apareciam os cavaleiros de ouro, antes da traição de Saga. Todos trajavam suas armaduras de ouro com orgulho e Shaka estava sorrindo, encantador. Um sorriso ingênuo, doce e verdadeiro...lindo...mas o que era aquilo?
Virgem estava abraçado com Áries?! Por isso que ele estava sorrindo daquele jeito maravilhoso, do modo que Ikki sempre desejara que sorrisse para si?!
Mas outra mão tirou o porta-retrato das suas.
-Como ousa, Fênix!?- Ikki olhou para cima e viu um ódio mortal despontar nos olhos do outro cavaleiro. Ficou com medo.- Essa é minha foto preferida...você quase quebrou o porta-retrato!
O cavaleiro de bronze se encolheu todo, pronto para receber uma agressão. Parecia que o corpo não era seu...quando entrara novamente no quarto de Shaka e tomara a foto entre suas mãos? Não fazia idéia...quando se deu por si estava simplesmente agachado com a foto.
O indiano o puxou de maneira rude pelo braço, levando-o para fora do quarto. Depois fechou a porta e soltou se braço, andando rápido.
-Nunca mais invada minha privacidade assim...-Pensou um tempo e completou- ...sem autorização.
-Tá...- O pedido de desculpas não lhe descia pela garganta de maneira alguma, Ikki não se lembrava de um dia que tivesse pedido desculpas para alguém do que aquele.- Não farei mais isso, Shaka.
Olhou sério, enquanto Shaka abria uma porta. O quarto era diferente do resto da casa...muito diferente! As cortinas erram pretas, havia um futon coberto por um edredom preto e bordô, prateleiras, um armário e uma cômoda com um vaso com cravos. A cara do cavaleiro de Fênix.
-Uau! E por que é tão diferente do resto da casa?- Naquele momento até esqueceu-se de seu ciúmes, e da irritação de Shaka com ele.
-Atena disse que você gostaria da decoração assim.
-Obrigado...
-Hunf, fique à vontade, depois te chamo para jantar.- Saiu do cômodo e deslizou a porta, fechando-a.. Ikki reparava melhor agora em como fora caprichada a decoração. Aquele ar de sofisticação moderna que ele gostava...anotou mentalmente para perguntar ao loiro quem decorara o local. E...agora tinha certeza que Shaka sabia de antemão que ele aceitaria o convite de morar na casa de Virgem. O restante da casa também era extremo bom gosto e...o quarto de Shaka...ahh, parecia de um anjo...começou a pensar nele deitado àquela cama, a luz das velas e..quando se tocou tinha um enorme volume entre as pernas.
Passou a mão pelo cabelo. Só faltava aquela mesmo...já estava anoitecendo e fora um dia puxado, definitivamente, um banho frio caía bem...
Ficou no banho até que Shaka chamasse-o para o jantar. Cabelos mal enxutos, a pele úmida e a yukata completamente aberta na parte de cima...foi assim que Ikki foi se sentar, na verdade ajoelhar, pois era uma mesa do estilo japonês, a pouca distância do chão. O cavaleiro notou surpresa nos olhos de Shaka, quando o viu sentar-se assim, mas devia estar devaneando. De novo...
O loiro não estava menos deslumbrante, a bem da verdade, em um pijama branco e leve. A calça prendia nos tornozelos com elásticos e a camisa lhe caía de um jeito que o fazia parecer apenas um menino. Levantou-se e voltou logo após com duas cumbucas.
-Sopa...- Disse Ikki de forma depreciativa e Shaka congelou-o com o olhar.
-Sim, sopa. E você não pode reclamar, lembra- se ? Tome antes que esfrie...- A última frase foi dita em um tom paternal, preocupado. Jantaram em silêncio, arrumaram a louça e foram para seus respectivos quartos.
Enfim havia acabado aquele dia...- pensou Ikki, rolando na cama e xingando Áries de todos os palavrões que conhecia, o que atrasou bastante seu sono, pois afinal não eram poucos...
Eu reeditei o fic pq estava abrindo sem os parágrafos...esses são os comentérios do anterior. No próximo capítulo eu respondo, tá?
Shini-sama
Hum...essa eu quero ver o Ikki sendo organizado.
Mas ele ficou meu OOC,né??
Espero novos caps...
Gostei da fic.
Paula Marques
Meu, sua fic tá 10! só tenho umas dúvidas
1 - Vc esqueceu do capitulo em que os cavaleiros de ouro dão o sangue pra concertar as armaduras de bronze depois da batalha das 12 casas, e nesse dia o Shaka não só deu o sangue dele justo para a armadura de fênix como conversou com o próprio fênix. e tmb tem um mangá daqueles tipo cap extra que conta, q depois da batalha das 12 casas os 5 cav de bronze estavam feridos se recuperando quando recebem um ataque de um cavaleiro de asgard, ai o ikki que era o unico q tinha condições de ficar de pé, sai correndo para fora do quarto e indo para longe, ele sabia que não podia lutar pq estava ferido, mas a sua intenção era so de afastar o guerreiro deus dos amigos o maximo possivel até alguém chegar, ai ele se dá em sacrifico, ai ele fecha os olhos pra receber o golpe com guerreiro deus quando ele abre "alguém" entrou na frente e recebeu o golpe no lugar dele esse "alguém" era justamente o cavaleiro de virgem...(ai eu achei tão lindo!) bom, ai o shaka cai nos braços do Ikki com a armadura meio rachada e eles conversam a bessa o shaka conta pra ele sobre os lendarios guerreiros deuses e tals... vai lá no site oficial e da uma olhada vale a pena chama "o grande amor de athena" nesse capitulo rola um clima entre o mú e a saori (eca!)... bem pula essa parte e vai logo na parte q o shaka salva o ikki......
2- Se eles estavam tomando sopa, pq o ikki estava com um GARFO na mão?... sinistro...será q ele fica tão distraido assim quando esta do lado do shaka?ahahahahahaha:-P
Fora essas duvidas eu to achando a sua fic muito boa... mostra o ikki sensivel... eu falo q o ikki eh sensivel... todo mundo diz q não... esse povo não sabe ver além...!
