Capitulo VI

Já no Expresso de Hogwarts, Harry, Ron, Hermione, Ginny e Dudley arranjaram uma carruagem só para eles, mas logo Neville se juntou a eles.

- Então, como passaram as vossas férias? – perguntou ele, arrumando o seu malão.

- Err... o normal. – respondeu Hermione com um grande sorriso. No entanto, o seu sorriso desapareceu quando Harry deu a sua resposta.

- Uma merda, foi o que foi.

- As minhas também não foram lá muito boas. – respondeu Neville envergonhado. Harry limitava-se a olhar pela janela. De repente, Ginny levantou-se.

- Se me dão licença, tenho uma pessoa para ver. – e saiu da carruagem muito corada.

- Quando eu apanhar aquele Dean Thomas... Francamente, andar a comer a minha irmã! Ele vai ver, ele que espere pela demora... – Ron começou a praguejar baixinho e provocou um raro sorriso a Harry, enquanto Dudley parecia partilhar da mesma opinião que Ron. Neville baixou os olhos e começou a mexer nervosamente as mãos. Hermione irritou-se e começou a discutir com Ron, o que já era habitual.

- Talvez devesses era pensar mais nas tuas relações e deixar a tua irmã em paz!

- Ai sim? E deixar que esses gajos se andem a aproveitar da inocência dela?

- Desculpa lá, mas mentalmente és 10 anos mais novo que ela! És mesmo infantil!

- E tu? És uma traidora! Andas por aí a pavonear-te com o Krum!

Só se calaram quando a senhora do carrinho da comida chegou e fizeram os seus pedidos. Comeram em silêncio, enquanto Dudley se divertia a apanhar os sapos de chocolate que saltavam e coaxavam por cima deles. Passado um tempo, Luna entra sorridente na carruagem.

- Olá! Hmm... Porquê que um dos trolls do Malfoy está aqui? – perguntou, olhando reprovadoramente para Dudley.

- Não é um dos guarda-costas do Malfoy, é o meu primo Dudley.

- Ok.

Luna sentou-se como se não fosse nada, deixando Dudley de boca aberta. Começaram a conversar animadamente, até Harry parecia sentir-se melhor. Por vezes, olhava em frente e sentia um arrepio quando os seus olhos cruzavam os olhos penetrantes de Luna.

Quando a viagem estava quase no fim, começaram a ouvir gritos vindos do corredor.

- É a voz da minha irmã! – Ron parecia alarmado. Neville levantou-se dum pulo, mas Dudley deu-lhe um safanão, que fez Neville cair em cima de Ron, e saiu para o corredor rapidamente.

- LARGA-ME, SEU IMBECIL ASQUEROSO! – Ginny tentava soltar-se de Crabbe que a agarrava por trás, fazendo gestos indecentes, enquanto Malfoy e Goyle se desfaziam a rir. Rapidamente, Dudley dá um soco na cara de Crabbe, que cai no chão com Ginny, e começa a bater-lhe violentamente.

- Impedimenta! – disse Malfoy firmemente, fazendo Dudley voar para trás. Neste momento, já quase toda a escola olhava o confronto e Malfoy tinha um sorriso escarninho nos lábios. Mas, de repente, Harry aproximou-se.

- Não sejas cobarde, ele não sabe magia. Porquê que não lutas antes comigo? – Harry segurava a varinha firmemente na mão. Malfoy olhava-o com uma expressão de ódio louco.

- Eu vou acabar contigo, mas não aqui.

- Estás com medo? De certeza que demoro menos tempo contigo do que demorei com o teu pai. – ouviram-se risos. Malfoy ficou vermelho de raiva.

- Cru...

- Que é que se passa aqui? – Malfoy não terminou o feitiço, quando ouviu a voz dum professor. Limitou-se a olhar para Harry, com o rosto distorcido de tanta raiva. Saída da multidão, Tonks apareceu, dirigindo-se a Malfoy.

- ESTÁS BEM DA CABEÇA?! ISSO É ILEGAL! Vens comigo o resto da viagem. Quando chegarmos à escola, levo-te ao director.

- E QUEM É VOCÊ PARA ME DAR ORDENS? – Malfoy parecia cada vez mais irritado. Olhou penetrantemente para Tonks e de repente um sorriso maldoso rasgou os seus lábios. - Eu conheço-a de algum lado... Nymphadora, a ovelha negra da família!

- Está caladinho! Eu sou a nova professora de Defesa Contra as Artes Negras e já estás com muita sorte em te dizer isto, porque não tenho de dar satisfações a ninguém! E 50 pontos a menos para os Slytherin!

Malfoy seguiu Tonks, mas não antes de lançar um último olhar de ameaça a Harry. O resto dos alunos estava espantado, murmurando coisas entre eles e desaparecendo nas suas carruagens. Harry ajudou Dudley a levantar-se.

- Puta que pariu este gajo, pá.

- Obrigado por me teres defendido. - disse Dudley levantando-se. – Olha, que feitiço é que ele te ia mandar?

- É um feitiço ilegal, serve para torturar as pessoas. – respondeu Harry dirigindo-se com os outros para a sua carruagem.

- Fizeram-me isso... antes dos meus pais morrerem...

- A mim também já me fizeram.