AUTODIDATAS E ESTUDANTES
FASE UM – Autodidatas: O Princípio de Tudo
Autor: Ricky Crouch
Sinopse
Numa época em que ainda não existia Hogwarts, as pessoas estudavam por sua própria conta. Denominavam-se bruxas através de sua própria razão. Muitos caminhos eram difíceis e diversas portas permaneciam trancadas. Entretanto, quatro grandes bruxos se uniram para mudar essa história e fundaram a primeira e a maior escola de todos os tempos. Conheça a história deste grande acontecimento.
CAPÍTULO QUATRO
O SEGREDO DE EDWIGES
- Sim, mas eu não lhe disse que Ártemis podia mudar sua penugem.
- Como é que é? – exclamou Godric, incrédulo. – Edwiges, não me contaste que não era Ártemis?
- Bem, na verdade, não era para você saber disso. – disse Edwiges, como se odiasse falar deste assunto.
- E qual o problema em eu te chamar de Ártemis?
- O problema é que Ártemis não é o meu nome verdadeiro. Eu sou Edwiges, mas os gatoelhos me chamam de Ártemis por bons motivos. Infelizmente, eu não posso te contar, não aqui. Vá para a sua casa, então eu voarei até a janela de seu quarto e poderei lhe contar tudo.
- Tudo bem. – disse Godric – Mas como é que voltarei para casa?
- Siga o caminho que o gatoelho lhe mostrou.
- Mas parece não ser o caminho certo...
- APENAS SIGA! – interrompeu Edwiges, muito aborrecida.
E, muito contrariado, Godric contornou o lago e seguiu o caminho que o gatoelho apontara. Era um campo de poucas florestas, com certeza isso indicava o fim da floresta, mas será que estava seguindo o caminho para a cidade?
Depois de duas horas, Godric encontrou a conhecida estrada que usava para ir à escola. Demoraria mais uma hora, talvez, para chegar em casa, pois, a julgar pelo cenário, sua casa deveria estar a dois quilômetros dali.
Exausto, Godric chegou em casa, e as perguntas de seus pais o acompanhou.
- Godric, onde você estava? – perguntou a Sra. Gryffindor – Nos deixou angustiados de tanta preocupação! Por onde andaste? Sua roupa está toda suja! Por acaso, esteja perambulando pela floresta?
- Sim, mas...
- Não vou querer saber que esteve lá outra vez! – interrompeu a Sra. Gryffindor, totalmente desgostosa – A floresta é perigosa e você poderia ter se perdido. Levaríamos dias até encontrá-lo.
- Mas, mãe, eu fui porque...
- Não me interessa o porquê de você ter ido àquele lugar!
- Querida, deixe Godric nos contar porque foi à floresta. Ele não iria lá sem um bom motivo. – disse o Sr. Gryffindor.
- Ah, está bem.
Godric contou tudo sobre o que acontecera. Desde os flashes dourados e vermelhos até a história de Ártemis e os gatoelhos.
- Godric, não espere, pois essa coruja não virá lhe contar a história. – disse o Sr. Gryffindor.
- Por que não?
- Bom para isso teríamos que contar a história...
- Então me conte! Já que a coruja não virá para me contar mesmo...
- Está bem, está bem. Todos os bruxos conhecem essa história, é bastante conhecida, por sinal.
"Como você deve saber, a Edwiges é a única coruja da floresta. Ela sofreu uma maldição dos gatoelhos, e por isso, não poderia sair da floresta. O encanto só seria quebrado no dia em que as corujas aceitassem dividir as árvores do centro da floresta com eles. Mas como a Edwiges era a única coruja, o encanto nunca seria quebrado. Então, um dia, os lobos atacaram a vila dos gatoelhos, e Edwiges, como era amiga dos lobos, acalmou-os e, conseqüentemente, salvou os gatoelhos. Os gatoelhos, muito agradecidos, passaram a proteger Edwiges. Primeiro, quebraram o encanto. E então, para enganar a todos os outros animais, os gatoelhos passaram a chamar a Edwiges de Ártemis, para que os outros animais pensassem que existiam mais de uma coruja na floresta. Depois, os gatoelhos deram à Edwiges poderes mágicos, e com isso ela podia trocar as cores de suas penas quando quisesse."
- É mais ou menos isso a história. Os poderes mágicos são mantidos pelo príncipe dos gatoelhos. Ele possui um colar de jades. No dia em que todos os gatoelhos morrerem, Edwiges perderá os seus poderes e todos os animais da floresta não poderão mais falar.
- Então, isso significa que todos os animais floresta sabem falar?
- Obviamente.
- E se algum animal deixar a floresta?
- Isso, eu não sei.
Depois do jantar, Godric foi ao seu quarto. Estava muito cansado, depois de tudo o que acontecera na floresta. Mas, encima de sua cama, estava Edwiges.
- Já era tempo, Godric. Estava desistindo de ter vindo.
- Edwiges! Pensei que você não pudesse vir...
- Por que não?
- Meu pai contou toda a história.
- Ah... – Edwiges pareceu muito desapontada – Bom, tem mais um motivo de eu ter vindo.
- E qual é?
- Eu vou ficar, é claro. Não voltarei mais para a floresta.
- Mas, Edwiges, e se os lobos voltarem a atacar os gatoelhos? Você não poderá mais falar e...
- Os gatoelhos acham que já sabem de defender muito bem sozinhos.
- Mesmo assim, eu acho que...
- Godric. – Edwiges parecia muito irritada – Eu sou a única coruja da floresta? Como poderão surgir novas gerações de corujas se eu continuar sozinha? Não posso deixar que todas as corujas desapareçam!
Pela maneira que Edwiges falava, parecia que ela era a única coruja do mundo. Mas Godric preferiu não contrariá-la. Se uma coruja decide alguma coisa, está decidido. Não há nada que possa fazê-la mudar de idéia.
Até que foi bom Edwiges ter resolvido morar com Godric. Ainda havia muitas coisas que Godric gostaria de perguntar, e, quando ele precisasse de ajuda, a coruja poderia auxiliá-lo – a coruja era muito sábia.
A Lua iluminando o quarto, Godric dormiu profundamente, enquanto Edwiges se aprontava encima do armário. Já imaginava o que os pais diriam na manhã seguinte.
