Disclaimer: Saint Seiya / Cavaleiros do Zodíaco pertence a Masami Kurumada.
Resumo: Shaka e Mú conseguiram ajudar Afrodite na "crise" com MdM. Mas e as conseqüências do plano de Virgem para ele e Áries? Romance yaoi / lemon.
Eu não pretendia fazer continuação da "Ciúmes", tanto que estou escrevendo mais uma com um assunto bem diferente. Mas algumas pessoas perguntaram, sobre o que teria acontecido com o Shaka e o Mú. Aí a minha cabecinha já começou a ter vááááárias idéias, e não teve jeito. Escrevi!!!!! Espero que as fãs do casal gostem. É uma história meio óbvia, que ficou longa demais, mas acho que tá bonitinha.
Ah, e muuuuito obrigada pelas reviews da outra fic! Eu parecia uma boba lendo os comentários (uhuuuuu!!!, batendo os pezinhos no chão!!!). E se der p/ comentar essa aqui também, eu agradeço mesmo!!!
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Capítulo 01
Após a confusão gerada na danceteria, Shaka e Mú se encontraram ali perto. Mú havia dado em cima de Afrodite, e despertado a fúria de Máscara da Morte. Saiu do lugar, aparentemente fugindo de uma briga, e ficou por perto. Ao ver que Câncer saíra de mãos dadas com Peixes, e o levara para o bosque, tranqüilizou-se. O plano de Shaka aparentemente tinha dado certo.
- Ufa... Shaka, se essa sua idéia doida não tivesse funcionado, eu iria te teletransportar para a Sibéria!!!
- Mas eu já sabia que daria certo. Ah, Mú, você também é um ótimo observador, e conhece o gênio de Máscara. Você achava que ele iria entregar o Afrodite de bandeja pra você?
- Não, não acho, mas também não achei que ele iria me pegar daquele jeito. Juro que pensei que iria levar um belo de um soco.
- Bom... Era um risco necessário! – Shaka riu.
- Isso, dá risada. Você ri porque não era você. Aliás, você ainda não me respondeu o por que de ter me escolhido para dar em cima de Dite!
- Não é óbvio? Ou você preferia ter feito o papel de cavaleiro ciumento? Acredite, eu também não sai muito bem dessa história!
- Isso é verdade. – foi a vez de Mú dar risada - O que não fazemos por um amigo?
- Pois é... Pelo menos eles vão se entender. Acho até que Máscara irá descobrir que gosta de Di mais do que ele pensava.
- É... Mas, se deu certo, por que essa cara?
- Você ainda está lerdo por causa do choque? Credo Mú, caia na real. Agora quem tem um problema somos nós. E amanhã, quando vierem nos perguntar sobre aquela confusão, qual vai ser sua desculpa?
- ... Não sei.... Você não tinha pensado nisso???
- Preciso responder?
- Ai, merda... E você não tem nenhuma idéia?
- Estava pensando enquanto você não vinha, e tive duas: ou a gente sustenta a mentira, fingindo que eu fiquei mesmo com ciúmes da sua cena lá dentro, ou desmentimos, falando que era um plano para ajudar o Di. – Shaka viu a careta de Mú, e emendou – Eu sei, a primeira opção é terrível, mas a segunda também não é das melhores. Imagina se Máscara fica furioso por ter sido enganado....
- Ai ai, nem quero pensar... Hum... Olha, que tal se nós fingíssemos que estamos brigados por um tempo. Aí, quando a poeira abaixar, a gente pode agir como se nada tivesse acontecido, ou até contar a verdade. Provavelmente Máscara e Di já vão estar numa boa, e acho que aí ele não vai dar muita bola.
- Mú, agora sim estou te reconhecendo. Finalmente, essa foi sua primeira boa idéia da noite. Então combinado. A gente fica um tempo sem se falar, e recusa discutir o assunto com os outros. Depois a gente vê qual é a melhor opção.
- Então tá. Agora vamos embora. Tô morrendo de sono.
- A pé? Pó Mú, ir correndo na velocidade da luz vai chamar muita atenção. Atena não vai ficar brava se você usar o teletransporte, né!
- Pfffff..... Tá bom, vai. Vamos.
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E foi assim. Ao chegar na casa de Áries eles se despediram, e Shaka foi para seu templo. Mas Mú não conseguiu pegar no sono. Tomou um banho, revirou um pouco na cama, tomou água, e desistiu. Foi treinar alguns golpes de Kempo, uma arte marcial japonesa, e assim ficou até amanhecer. Tomou outro banho, e, mais calmo, se deitou; no mesmo momento sentiu que Afrodite e Câncer passavam pelo seu templo. Logo depois ouviu a tropa chegando e subindo para suas casas. "Nessas horas eu queria ser cavaleiro de Peixes, para que ninguém ficasse passando toda hora pelo meu templo. Ainda bem que não vieram perguntar nada sobre o que aconteceu."
Mas não foi por falta de vontade. Miro estava louco para ir ver se Mú realmente dormia. Foi Kamus que segurou o curioso:
- Miro, não acredito que você vai ser de tamanha indiscrição! Mú já arranjou dor de cabeça demais para uma noite. Nem se atreva a ir até o quarto dele.
Miro até ia responder, mas viu a cara de Kamus, Aldebaran e dos outros cavaleiros. Nem falou nada, só seguiu em frente.
Ao ouvir novamente o silêncio, Mú voltou ao seu raciocínio. "O que está me incomodando tanto? O plano deu certo, mas estou com essa sensação estranha..." Ele sabia que Shaka não tinha reagido realmente de acordo com o combinado. Sim, era para ele arranjar uma briga, mas não tinha a necessidade de ser tão convincente na cena de ciúmes. "Quem diria... Eu nem sabia que Shaka podia ficar assim nervoso, sem ser em uma batalha. Até eu entrei em pânico ao vê-lo de olhos abertos. Aliás, ele tem olhos lindos..."
- Mas no que estou pensando!? Nos olhos de Shaka?? – Mú estava exausto, e cansou da batalha interna. Cochilou algumas vezes, mas desistiu e levantou logo.
O dia seguinte era um sábado, um dia normal para os cavaleiros. Apesar do momento de paz que viviam, a maioria deles mantinha a rotina de sempre: treinavam de segunda a sábado, e descansavam aos domingos. Havia algumas exceções, pois como não existia mais a constante urgência de estarem sempre extremamente bem preparados, tornou-se comum eles terem uma vida parecida com a de outros jovens. Alguns aproveitavam o fato de que muitos eram de outros países, e aulas de francês, de italiano, espanhol, e até português rolavam. Outros aprendiam técnicas de luta diferentes. Shaka, por exemplo, recebeu tantos pedidos de aulas de yoga, que formou uma "turma" aos sábados. Quase todos criaram uma vida social, e descobriram nos parceiros de combates grandes amigos. Além da paquera, entre cavaleiros e amazonas, e entre eles mesmos, claro.
Mas aquele sábado com certeza seria uma exceção. Depois da noitada, a maioria deles não apareceria antes do horário de almoço, ou por estarem cansados, ou por estarem cuidando da ressaca. Mas Mú detestava faltar aos compromissos e responsabilidades, e por isso desceu para a arena, mesmo morrendo de sono. Kiki já estava por lá, e lá foi o cavaleiro de ouro dar o treinamento ao seu discípulo.
E, obviamente, Shaka também não deixaria seus alunos na mão. Ele apareceu na arena, apesar de praticamente não ter dormido.
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Após despedir-se de Mú no Templo de Áries, Shaka dirigiu-se ao seu templo. Ao chegar lá ele banhou-se, mas já sabia que não conseguiria dormir. Tentou meditar, mas a imagem de Mú acariciando Afrodite sempre vinha à sua mente. Mesmo não admitindo para si, ele sabia que a cena de ciúmes tinha sido real. "Não... eu apenas entrei no personagem. Imagina, ciúmes do Mú! Por que eu teria ciúmes dele? Ele é uma pessoa muito importante para mim, eu tenho que reconhecer. Mas é por que somos parecidos, e nos damos bem. Imagina... Ciúmes..." E afastava o pensamento da mente. Mas logo ele voltava. E não era só a imagem que vinha, mas um aperto no peito, que Shaka não sabia identificar... "Eu, o homem mais próximo de Deus, perdido entre emoções humanas... Por Buda, o que é isso que eu estou sentindo?"
Mesmo com a meditação da madrugada, ele não achou a resposta dessa pergunta. E o engraçado é que ele não estava muito preocupado com as perguntas que os outros cavaleiros fariam no dia seguinte. O que estava realmente lhe tirando o sono era ter que ficar sem falar com Áries. "Por quanto tempo nós vamos ter que sustentar essa farsa? Será que eu vou conseguir fingir que estamos brigados?" E, durante o pouco tempo que dormiu, foi com essas questões ecoando na cabeça.
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Não teve jeito. Além de Mú e Shaka, Kamus também apareceu no treino, mas foi discretíssimo; o que ninguém sabia era como os cavaleiros de bronze já tinham ouvido sobre o ocorrido. Eles também estavam no Santuário, pois eram a "guarda pessoal" – Seiya detestava esse cargo – de Atena. Hyoga, Seiya, Shun e Shiryu foram discretos, mas Ikki não perdeu a oportunidade, cutucando Virgem assim que ele acabou a aula:
- E aí Shaka, quer dizer que ontem você arranjou confusão na cidade? Resolveu assumir a paixão? – Ikki fez a pergunta com o sorriso irônico que sempre o acompanhava.
- Não lhe devo satisfações, Fênix. E saia do meu caminho se não quiser perder o sentido que lhe permite a fala. – Shaka ficou vermelho, não somente de raiva, mas de vergonha. Havia passado quase que a manhã inteira próximo de Mú e Kamus, mas ainda não tinha surgido nenhuma piadinha. Achou que conseguiria terminar o treinamento, e a manhã, sem qualquer saia curta.
Ikki não disse mais nada, pois conhecia extremamente bem o poder do cavaleiro. Mas ele realmente adorava tirar Virgem do sério.
Mú já tinha percebido a situação, e dera um jeitinho de dispensar Kiki e voltar ao seu templo. Se Ikki já sabia, até o final da tarde o restante do Santuário estaria comentando. E ele não estava a fim de falar com ninguém a respeito.
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Sábado à noite houve uma reunião nos fundos do templo de Miro. A maioria dos cavaleiros estava lá, e muitos ainda estavam realmente detonados. Mas a noite estava quente demais para que eles ficassem enfiados em casa sem fazer nada. Ironicamente, os únicos a não comparecer foram Mú e Shaka. E claro, Afrodite e Máscara, que ainda deviam estar ocupados. Até os cavaleiros de bronze e as amazonas estavam por lá.
Algumas cervejas depois, Saga não perdoou:
- Gente... alguém entendeu aquela confusão de ontem?
- Que confusão? – perguntou Shura.
- A briga entre Shaka e Mú! Eu ainda estou curioso. Vocês viram algum dos dois hoje?
- Eles estavam treinando, Miro. Aliás, somente eu e eles descemos para o treino. Ao invés de cuidar da vida dos outros, vocês deveriam honrar as suas obrigações. – Kamus não estava se conformando com toda aquela curiosidade.
- Ah, vai mala, não começa o sermão. Eu tenho certeza de que até você queria entender o que aconteceu. O Mú dar em cima do Afrodite já era estranho demais, mas o Shaka perder a cabeça daquele jeito.... Eu pensei que todos iríamos virar pó!! – Lógico que Miro retrucou.
Todos, menos o "mala", riram. A conversa continuou um bom tempo. Surgiram desde as hipóteses mais óbvias, até as mais absurdas:
- Eu acho que eles estão apaixonados, mas o Mú é muito orgulhoso. Ele pode ter toda aquela pose de calmo, mas não é nenhum carneirinho. Sei lá, deve ser difícil encarar uma situação dessas....
- Ah, Deba, será? Mú é tão cheio de atitude. Acho que se ele realmente gostasse do Shaka, ia tentar fazer alguma coisa. – rebateu Aioria.
- Que nada, eles já devem ter um caso, e não contaram pra ninguém! – Saga quase convenceu.
- Eu ainda acho que vocês estão cuidando demais da vida alheia. Por exemplo, acho que vocês, Shura e Aioria, deveriam estar prestando mais atenção na Shina e na Marin. A não ser que realmente vocês não vejam problema em ver as duas saindo com dois cavaleiros de bronze. – Kamus aproveitou a oportunidade para ver se eles se desviavam do assunto. Não tinha jeito, ele não tinha paciência para fofocas, e sempre se arrependia de sentar com aquele povo nessas festinhas.
Shura e Aioria pularam das cadeiras, e viram Hyoga e Ikki conversando respectivamente com Marin e Shina em um canto. Eles não namoravam, nem nunca haviam tido nada com elas, mas todos sabiam da queda deles pelas amazonas. Mais do que depressa se uniram aos quatro, causando o riso e a mudança de assunto dos outros cavaleiros.
E, enquanto isso, Mú estava enfiado em casa, assim como Shaka estava em Virgem. Ambos continuaram mantendo a farsa, e por isso nem saíram mais depois do treino. Mas também não estavam com muita esperança de terem uma boa noite de sono.
Continua...
Eu já terminei o segundo capítulo, e o terceiro (e último) está acabando. Separei a fic em capítulos só pra ela não ficar muito pesada. Mas como é difícil carregar um capítulo, imagine dois... Amanhã ou sábado posto o 2, e quem sabe até o fim!?!?
Bjinhos!!
