LEMBRETE: OS PERSONAGENS PERTENCEM A JK ROWLING... QUEM DERA EU FOSSE ELA!!! A FIC TEM VIOLÊNCIA, SEXO E COISAS DO GÊNERO, SIM! SLASH TAMBÉM!!! É MERA FICÇÃO PRA QUEM CURTE E SE VOCÊ QUER COISAS BUNITINHAS E AGUADAS... NÃO CONTINUE A LER. AVISO DADO. (Prometo não fazer nada de bom!... Mal feito feito!!!)
CRUEL – CAP05... UM SORRISO.
Levantou com a cabeça vazia, meio zonzo, dormira mal para variar.
-Acorda!
E um travesseiro atravessa a cortina o acertando em cheio, fazendo-o despencar do outro lado da cama.
-Ops! Foi mal Harry!.- diz Rony o olhando de cima.
-Poxa... primeira vez que "levanto" caindo... que emocionante.-estreitou os olhos.-Posso perguntar porque estou sendo agredido logo pela manhã?-disse cinicamente olhando o ruivo.
-Ah... estamos atrasados?-disse ele trocando de roupa.- Estou com fome? Vamos perder o correio?
Balançou a cabeça, ele podia muito bem dormir mais meia hora... não tinha tanta fome assim, se bem que a comida de Hogwarts era maravilhosa e com certeza não haveria correio para ele, somente Sirius lhe escrevia, e Sirius... estava morto.
-Anda!- disse o ruivo o puxando enquanto ele ainda estava fechando a camisa.- Harry, seu lesma, se apronta!
-Lesma é a sua...-reclamou arrumando a gravata.
-Tá!se apressa tampinha!-disse o outro o puxando.
-Rony, você anda sem noção do perigo!!!-disse ainda sendo arrastado pelo amigo-Accio veste!-meneou a varinha da porta enquanto era puxado pelo ruivo.
Saiu pelo retrato ainda com as vestes no braço e tentando se ajeitar.
-Credo Harry, o que é isso?- riu Hermione que abraçou o namorado e o olhou divertidamente.
-É o seu namorado, ele adora um café a luz de velas e convocou o candelabro oficial da Grifinória para acompanhá-los no café.
Disse tão rápido e tão sério que Gina e Dino que iam na frente pararam e começaram a rir.
-Que bom que você tá com um humor melhor...- disse ela.- Vamos então?
-Os casais a frente.- disse dando passagem aos dois.
Porque afinal de contas ficar nervoso com a tal Primavera Tardia na Grifinória não ia desanuviar seus problemas, foi atrás dos dois ainda tentando arrumar a maldita gravata, sem espelho era uma coisa quase imposível de fazer,já estava chegando ao salão quando conseguiu deixá-la decente, entrou pondo a veste e escolhendo um lugar que não fosse no centro dos namorados, sentou-se praticamente na ponta da mesa ao lado de Hermione, o que fez Rony o olhar e fazer uma careta.
-Nem vem Rony, não vou ficar no meio de vocês...- disse apontando Gina e Dino ao lado e Simas e Lilá a frente deles.
-É... isso fica chato.- disse Parvati se sentando na frente dele com uma cara de poucos amigos.
Hermione abriu um sorriso e olhou significativamente para ele que não correspondeu, não ia ficar sendo empurrado pra ninguém, além do mais a garota parecia mais mau-humorada que ele na noite anterior.
Comeram razoavelmente em paz, Gina dando uns risinhos bobos, Rony de olho, e Parvati soltando uns bufos irritados com cada gracinha de Lilá, até o correio interromper tudo.
A maioria recebia cartas dos pais, aquela história de "como foi a viagem?" que ele só conhecia porque os amigos também recebiam, qual não foi a surpresa quando uma pequena coruja castanho avermelhada com uma cara simpática parou a sua frente e lhe esticou a pata, por um segundo pensou que era engano, no segundo seguinte pensou na Ordem retirou o pergaminho que estava amarrado de uma forma cuidadosa, só pela forma de amarrar percebeu que não era uma mensagem normal, a coruja voou assim que as amarras caíram, ele observou o pergaminho, não era um pergaminho comum, era mais delicado, e mais caro, ele sabia, num tom diferente do amarelado comum, meio marfin, abriu e viu uma caligrafia desconhecida, bonita, numa tinta vermelho brilhante, logo percebeu que não era uma carta comum, começou a ler um perfume muito sutil se destacou do pergaminho.
"Da pérola mais perfeita és branco
Da noite mais escura és negro
Da floresta mais remota és verde
Tudo lembra ti
E de outras coisas me lembra
Coisas que não vi
Essa é apenas para dizer
Seja bem vindo de volta
Estou feliz por tê-lo aqui"
Não havia assinatura, nem nada mais que pudesse indicar o propósito da carta, olhou intrigado até escutar Hermione arrulhar ao seu lado.
-Aow, que bunitinha... parece que você nem vai precisar de ajuda...
Num ímpeto fechou o pergaminho e olhou a amiga.
-Mione! Você leu?
-Desculpe.- ela falou baixo.- É que eu achei... que pudesse ser da Ordem.Mas é muito melhor!- ela exclamou animada.
-O que é melhor?- perguntou Rony os olhando.
-Harry recebeu uma carta... de uma fã.-ela disse sorrindente.
Rony o olhou como se novamente tivesse incorporado Fred e Jorge.
-Ah ham... uma fã?- disse esticando a mão e quase catando a carta.- Poxa Harry libera aí, deixa eu ler!
-Nem morto, a Mione viu de enxerida!-disse enfiando a carta no bolso interno da veste.
-Enxerida?-ela perguntou se fingindo de magoada.
-O que a Hermione viu?-perguntou Lilá.
-Que carta é essa Harry?-perguntou Gina que tinha visto o irmão tentar catar a carta.
-É uma carta, de uma admiradora...- começou Hermione.
-Mione!- disse ohando a amiga com vontadede esganá-la.
-De quem é?- perguntou Parvati.
-Admiradora secreta, que bunitinho!- disse Hermione o provocando.
-Tá certo...- disse meio irritado.- Quem fez essa brincadeira?
-Ih pronto...- disse Rony olhando pra cima.- Não dá pra brincar...
Ainda estava com a respiração acelerada, que idiotice tinha feito? era o pior que tinha escrito... se bem que se usasse os outros teria matado o rapaz de vergonha, porque pelo jeito os "amigos" dele não sabiam o que era uma correspondência particular, foram metendo as caras, foi uma sorte...pois tudo mais que tinha escrito inspirado nele tinha um ar... mais sensual... ou quente, ou... bem era impossível não ter, o moreno era sensual por natureza, como tinha chegado a conclusão, um enorme gato preto de olhos verdes... tinha que se controlar, por Deuses e Demônios... mas não era o que tinha decidido depois de tudo, que ia conquistar Harry Potter?
Tinha que começar aos poucos, nada como abrir os braços e dizer que ele era bem, vindo... esperado, o primeiro passo tinha que ser assim, o rapaz era arisco, como bem sabia, tímido e desconfiado, como um gato.
Mesmo assim tentou não reparar no que ia acontecer, não podia chamar atenção, mas a surpresa começou logo na entrada, estava definido, foi vê-lo entrar vestes rodopiando a volta quando a vestia, para o mundo parar, ele pelo menos parecia animado, tinha um ar tão abatido e infeliz no trem, não que tivesse tomado uma atitude para melhorar, não é? Pelo contrário... e tão irritado depois... culpa daquela vaca da Chang... garotinha desqualificada.
Mas a espera foi válida, a forma como ele soltou o pergaminho da coruja, delicadamente, e abriu o mesmo, leu... sentiu-se gelar... tinha tudo para dar errado, tinha tudo para ser um fracasso, mas não admitia fracassos.
Um Malfoy não fracassa.
Mas não podia se dar ao luxo de dar pistas de quem era... o perderia, ele fugiria, mas era um fato da vida, e com os fatos da vida não se pode lutar, sabia, desde aquele dia na loja de Malkin que o garoto seria o centro da sua vida.
Ele, Draco Malfoy, dezesseis anos devaneando? Perdido em lembranças como uma velha? Era pura verdade, e só aquele maldito Potter fazia aquilo com ele... uma força da natureza, um fato da vida, não podia evitar... Tentara ignorá-lo, odiá-lo, mas tinha que admitir, desde o primeiro dia, estava fadado a adorá-lo, desejá-lo... quando aquilo tinha tomado aquele rumo? Não sabia... sabia que tinha desejado o garoto, inocentemente, desde o primeiro dia, talvez fosse a famosa paixão a primeira vista, o garoto entrara naquela loja e chamara sua atenção, nunca vira criatura tão exótica, uma coisa absurdamente pequena para ter onze anos e entrar para Hogwarts, os mais belos olhos que tinha visto, tinha um jeito de abandono despojado, seu oposto, e ar de deslumbramento inocente que o divertira, como um bom Malfoy logo puxou conversa, logo começou a se exibir, seria bom ter muitos conhecidos na escola, foi seu maior erro, a criatura ao seu lado era fria, insensível ao charme do poder que o seu nome tinha, por isso perguntara o nome do garoto, quem podia reagir tão friamente a sua pessoa? Quem era tão importante para ser pajeado por um funcionário da escola, mesmo sendo aquele meio gigante imbecil? Nunca passara pela sua cabeça quem era a criatura ao seu lado... ironia da vida.
-Draco? O que foi? Não está se sentindo bem?- perguntou Pansy.
Desviou o olhar do rapaz que agora cruzara os braços irritado com os amigos e olhou a garota ao seu lado.
-Que foi Pansy?
-Você nem tocou na comida Draco... não está se sentindo bem?
"Ao seu lado, não, imagine..." pensou com desgosto, porque aturava a garota afinal? Aparências... precisava de uma parceira de crime, e ela também... eram amigos e só isso, mas as vezes ela exagerava achava que tinha que ser sua babá também.
-Não Pansy... você sabe que não como muito no café da manhã...- disse desviando o olhar e sentindo um frio, procurando avidamente pelo moreno que saíra da mesa, sozinho? Estava já na saída.- Pega o meu horário Pansy, quero fazer uma coisa no dormitório antes.- sorriu e se levantou.
Ela não se atreveria a segui-lo, era firme quando queria ficar sozinho, Seguiu o moreno ao longe, mas se conteve e tomou o rumo das masmorras, as coisas tinham que andar lentamente, tinha que erguer pilastras numa terra arenosa que ele mesmo destruíra, tinha que semear esperanças em terras ermas que ele mesmo desolara, fizera tanta burrice por orgulho que o rapaz talvez nunca pudesse sentir por ele sequer amizade... mas iria tentar, era uma necessidade.
Necessidade de redenção ele chegou a pensar... necessidade de superação, mas não, queria o moreno e pronto, tinha que aceitar, queria e pronto, o que queria tinha, sempre fora assim, não fora isso que o fizera tentar odiar o rapaz? Um não? Não tivera ímpeto de espancá-lo por não aceitar tão cruamente sua amizade? Fora horrível, ás vezes ainda tinha pesadelos com aquilo, o rapaz se negando a apertar sua mão... e como desejara pegar naquela mão(e não só nela)... primeiro desejo, e lhe fora negado, criatura exótica... tão diferente das outras... porque bastava estalar os dedos e metade das garotas de Hogwarts lhe abrira as pernas, era fato, não era digno, mas era fato, bastava querer, bastava olhar, era bonito o suficiente, fora os garotos e foram outro tanto, até o falecido, garoto perfeito, mártir adorado do Digory não caíra com seu charme? Tudo por notícias sobre Potter... o moreno não o olhava com desejo... não, dele só havia um olhar de raiva, e acusação... e o pior, admitia, fizera por merecer... maldito orgulho infantil.
E o outro teve que enfrentar um Dragão para compreender... não foi quando Potter enfrentou o Dragão que gritara desvairado por ele? Se não fosse a multidão os outros Sonserinos o matariam pelo que gritara.Por que quis morrer logo após pronunciar o nome completo do desafeto... ou afeto... fizera tudo para destruí-lo, tanta coisa acontecera... tantas feridas abertas... deitou-se na cama, e uma imagem retornou a sua mente.
Uma cascata de cabelos negros arrepiados e um pescoço longo que terminava na gola da camisa e um onda de tecido negro que voava em torno dele, caindo devagar cobrindo o corpo bonito, mesmo estando tão magro... e estava magro mesmo, pode constatar no trem... porque afinal o moreno voltava tão magro das férias? Não gostava de ficar longe de Hogwarts? mas os pensamentos se nublavam no rosto angelical entretido entre meio sorriso e o trabalho de fechar as vestes que ainda caiam ás costas, como se fossem asas, asas negras de um anjo mau... mau? E havia maldade naquela maldita criatura? Potter não era o São Potter, defensor de todas as causas nobres e justas? O menino-que-sobreviveu? Sentiu um arrepio, como o Lorde tivera coragem de erguer a varinha contra uma coisa tão doce? Como devia ser o rapaz com um ano, ainda no berço, olhando a morte? Um arrepio angustioso lhe percorria o peito quando lembrava do que seu pai falara, o Lorde não descansaria enquanto não matasse o rapaz... Malfoy tinha que conviver com o fato que seu belo gato negro estava marcado para morrer... não conseguia conviver com aquilo que pronunciara alto tantas vezes... Morto Potter... você está morto.
-Falando alto para não sofrer com o fato.- gemeu o loiro baixo contra o travesseiro.
Saiu da mesa irritado, ótimo! Queriam tirar sarro de um pedaço de papel que fosse! Mas não na sua frente, por tudo que era mais sagrado, nem um bilhete podia receber em paz sem ter que informar o que era? Desgraça! Alem do mais podia muito bem ser uma brincadeira, catou o papel do bolso enquanto ia até o dormitório, quem podia fazer uma brincadeira dessas? Alguém da Grifinória com certeza... mas lá no fundo, no fundo mesmo sabia que não era brincadeira, sabia que o bilhete fora rabiscado com pressa apesar da letra desenhada e rebuscada, que fora feito num arroubo, mas por quem? Quem envia um desses bilhetes assim sem assinatura, sem pseudônimo, sem sequer uma inicial? Fazia crer que era brincadeira, o tom simples... mas havia algo por trás dessas palavras...
"sempre estou pensando em enganação, armação, jogo? É só um bilhetinho... mais elaborado do que aquela mensagem da Gina no segundo ano, mas com certeza, deve ser do mesmo tipo de autora." Pensou e olhou o retrato.
-Primavera Tardia.
-Pra você também, espero, querido.
Passou pelo retrato e subiu até o dormitório se esticando na cama, não era bom pelo menos fingir que era pra ele, fingir que não era brincadeira? Pensou olhando o bilhete. Não seria bom se realmente tivesse alguém interessado... seria sonhar alto demais, porque as garotas interessadas nele , na verdade estavam interessadas na fama, nem sabiam o que era realmente ser o Menino-que-sobreviveu... não tinham nem idéia do que passara e como desejava ser uma pessoa comum. Mais um na multidão, sem ter profecias lhe agourando a vida e mortes lhe martelando a cabeça.
Leu o bilhete de novo e viu um pouco de malícia esboçada num tê-lo, em vez de vê-lo... não, não era uma garotinha deslumbrada, deixou o bilhete de lado, talvez fosse mais uma maluca abusada como a Chang.
-Esquece isso.- disse esfregando o rosto e levantando pegando a mochila quando o amigo entrou e lhe estendeu o horário.
-Então? Deu pra ler com calma?- deboxou o ruivo.
-Aquilo?- apontou para o papel amassado em cima da cama.- Não... nem li, estava separando os livros, e então? O que temos hoje?
-Herbologia, História, Conjuração, Adivinhação... é suficiente?
-Adivinhação? Logo de cara? Vai ser um primeiro dia ótimo.
Mas o amigo estava com olho comprido para o papel, Harry o pegou e enfiou no peito dele.
-Lê logo e pára com essa cara de mamãe estou com fome!
-Eu não estou com cara...
-Está sim! E vamos, estamos atrasados!
Uma certa garota de longos cabelos negros e olhar rasgado observava avidamente a mesa Grifinória no café da manhã, certo rapaz que ali estava teria que falar com ela na saída, então acompanhou as brincadeiras, pelo menos ele estava de bom humor, sabia que tinha cometido alguns erros, mas por todas as fadas... ele tinha dezesseis anos, porque afinal tinha que agir como um garotinho de treze? Apesar disso fazê-lo o que era... uma coisa linda. Chang no entanto não gostou do que viu, um bilhete, não precisava ouvir o que diziam para saber o que ocorria, alguém lhe mandara um bilhete, um bilhete íntimo para ele agir daquele jeito com aqueles dois amigos idiotas dele, principalmente com a amiga, garota irritante.
-Se pelo menos a Granger largasse dele um minuto.- disse baixo.
-Que foi Cho?- perguntou Marieta.
-Ah, nada.- disse olhando a mui amiga que ainda apresentava sardas leves que se observadas com atenção formavam um Dedo-duro naquela cara de pau.
O que lhe chamou a atenção e lhe deu um certo esgar de medo foi ver um certo rapaz loiro seguir seu amado, seu, porque era isso que Harry era, seu e nada ia mudar aquilo.
-Malfoy.- falou irritada ao se levantar.-Marieta pegue o meu horário.
-Cho! Ei! CHO!- a outra falou irritada.- Não sou sua elfa!
-Não!- Hermione disse séria.- Dessa vez não! Se virem preguiçosos!
-Hermione, você lê minha correspondência... e não vai me deixar ler suas anotações?- alfinetou.- Ah Mione! quem ia imaginar que ele ia pedir um relatório?
Ela olhou Harry, Rony continuou.
-Ele é doido, fantasma doido.Quem liga para o controle de natalidade dos Trasgos? Parece que bebe!
Hermione deu um risinho da cara sonsa do namorado e lhe deu um beijo, que fez Harry suspirar de tédio.
-Tá.- ela o olhou.- Eu empresto, mas prestem atenção, logo eu não vou emprestar mais.
-Mione, eu te amo!- Rony agarrou a garota e deu um beijo empolgado em pleno corredor a garota ficou vermelha.
-Rony!- ela exclamou olhando em volta,aliviada pelo corredor vazio, mas ele já a puxava de novo.
Harry já estava bem a frente, sem paciência, nem devia estar se incomodando, devia? Que droga, pensou olhando a mochila.Sentiu um braço passar pelo seu e um beijo estralar na sua bochecha.
-Podemos falar agora Harry?- sorriu Chang.
-Não, não podemos não.- fechou a cara e deu dois passos para o lado se desvencilhando da garota.- Qual é Chang? Acha que pode ficar falando de mim assim? Acha que eu sou idiota? -disse vendo o sorriso dela sumir.- Acha que depois de tudo que fez no ano passado é só ficar me agarrando? Você acha que eu sou o quê?
-Eu sei que fiz besteira, sei que falei umas coisas... mas Harry, eu gosto de você, e você...
-Não continue, porque eu não sinto mais nada por você.- disse bem devagar e claramente.- Agora, me deixa em paz.-disse virando as costas pronto para ir ao salão.
-Você não entendeu Harry.- ela disse o segurando pelo braço com força.
Ele a olhou, olhou para a mão que o segurava, sentiu raiva.
-Como assim?- perguntou.
-Eu quero voltar.- ela disse firmemente.- Quero voltar e namorar você.
-E eu disse não.- falou encarando a garota.
-Mas eu não aceito um não.- ela deu um passo a frente.
-Não é uma questão de aceitar.- disse sério tirando a mão dela de seu braço.
-Algum problema Harry?- perguntou Hermione.
Ele viu a garota olhar seus amigos com um profundo desprezo, ela devia estar doida... chegara mesmo a gostar dela? Como pudera amar uma criatura tão egoísta? Se é que chegara a amar mesmo.
-Não, a Chang estava para me pedir desculpas pela palhaçada de ontem.
Ela o olhou, e ele viu algo estranho no olhar da garota.
-Eu converso em particular com você depois Harry.- ela disse e virou as costas, saindo com passos duros e velozes.
-Hum...- disse Rony ainda olhando a garota andando no corredor.- não gostei disso, e você Harry?
-Você não gostou de que?- perguntou também olhando a garota que ia firme sem olhar para trás.-A cara que ela fez, ou o tom que ela estava usando?
-Eu já ouvi falar em determinação.- disse Hermione.- Mas acho que isso é um pouquinho demais.
-Ah...- deu de ombros.- Ela vai entender. Vamos comer, agora estou com fome.
E tinha sido maravilhoso que certo casal tivesse parado de se agarrar e tivesse ido acudí-lo, pensou, porque mais um segundo e ia pular no pescoço daquela vaca, como ela pudera agarrá-lo daquele jeito? Não gostara daquele tom, mas não pudera fazer nada, pensou saindo de trás da tapeçaria onde se escondera ao perceber que o Grifinório não estava sozinho, Malfoy anotou mentalmente que Chang era um empecilho perigoso, não fora Digory que comentara que a garota era do tipo que tinha acessos violentos de ciúme? Não foi por isso que instigou Pansy a tentar separar os dois? Não foi por isso que fizera uma das garotas da Corvinal que tinha uma queda por ele ficar fofocando para Chang, sobre o Potter e a Granger? Ela não podia se aproximar dele, tinha ficar atento.
-Se acalma, Draco.- murmurou em censura.- Até parece que Potter tem alguma coisa por ela. - pensou e sorriu com a lembrança das palavras do moreno.
"Não continue, porque eu não sinto mais nada por você. Agora, me deixa em paz."
Potter não sentia mais nada por ela... estava livre... sozinho, estava desimpedido e isso era tudo que queria.
Harry comeu sem olhar para nenhuma mesa, apenas irritado, por mais que os amigos tentassem animá-lo, além do mais as agulhadas finas na testa o estavam deixando enjoado.
-Vamos começar conjuração hoje.- disse Hermione animada.
-É.- concordou despertando.-Parece que é legal.
-Legal? O Gui fez conjuração!- disse animadissímo.- Me disse que é melhor que tranfiguração! Se bem que é a profa Lavelle que dá a matéria, ele disse que ela só perde para a profa Minerva... quero conjurar elementais, dizem que são bem úteis.
-É mas só vamos conjurar elementais lá pelo fim do ano.- cortou Hermione.
Conjuração era uma turma avançada preparatória para os Niem's, para quem tinha ido bem em feitiços e transfiguração, a professora Lavelle esperava, numa nova e pequena sala quando os três amigos perceberam a entrada de alunos de outras casas e a ausência de outros grifinórios, mas ela chamou a atenção deles, antes que comentassem o fato.
-Bem vindos a turma de conjuração, todos que estão aqui conseguiram excelentes NOM's e como perceberam vocês já são destaques, são poucos alunos de cada casa que conseguem entrar para essa turma, podem observar, que infelizmente esse ano a turma é uma das menores que já tivemos,-ela balançou a cabeça.-E as magias aqui estudadas são complexas e exigem muita atenção por isso o trabalho é feito em duplas, e porque alguns trabalhos devem ser mantidos em sala, vocês se sentarão sempre no mesmo lugar, então se levantem que eu vou separar as duplas e os lugares.
Rony e Hermione apertaram as mãos mais forte e se levantaram, todos se levantaram, e então pode perceber o quanto a turma era pequena, quatro Corvinais, dois Lufas-lufas, três Sonserinos, e Rony lhe deu um cotucão e apontou Malfoy, deu de ombros até se tocar que só eles eram Grifinórios, contabilizando exata uma dúzia de alunos, mas estava distante, a cicatriz começou incomodar dolorosamente, mal ouvia a professora.
-Tenho os nomes de vocês dentro dessa garrafa, vão sair dois nomes de cada vez, serão a dupla de trabalho, já aviso que não haverá mudanças, vocês irão sentando nessa ordem, uma dupla por bancada.- e tocou a garrafa que pareceu tomar vida ao ser agitada internamente.
Blás Zabini e Pansy Parkinson não pareceram muito felizes em serem os primeiros a sairem, mas Harry não prestou a atenção, esfregando de leve a cicatriz que ardia, escutou algo sobre Justino mas estava de olhos fechados lutando para não ter um ataque porque tudo que não precisava é ter um ataque no primeiro dia de aula, escutou chamarem Rony e Hermione e deu um sorriso pequeno, pronto os namorados estavam juntos.
Foi quando o casal de Corvinais se sentou animados comemorando é que se forçou abrir os olhos e olhar os amigos, estranhou a cara de peocupação deles e olhou para a professora que desviou o olhar do casal para ele.
-Bem meninos, não precisamos tirar esses papelzinhos da garafa não?-ela acenou a última bancada, então olhou para o lado, voltou imediatamente a cara para a professora que ainda os olhava e então disse.
-Sr Potter e Sr Malfoy, creio que entenderam, são a última dupla. E não haverá problemas nem mudanças.
Ela foi tão enfática quanto a profa Minerva, Harry deu um suspiro e se encaminhou para a bancada, ia sentar quando o sonserino se meteu na frente esbarrando nele, irritado sentou e evitou furiosamente olhar ao seu lado.
Felizmente foi uma aula introdutória muito chata, pode curtir a dor de cabeça em paz, mais tarde copiaria a matéria de Hermione.
Era ótimo aquela aula ser bem chata, por que podia perder tempo observando-o assim, o mais perto que já estivera sem ser num ataque ou coisa que o valhesse. Mas estava um pouco preocupado, o moreno não parecia muito bem, antes de sentarem ele parecia desligado do mundo a volta, se bem que abrira muito os imensos olhos verde quando percebera que ia ser seu parceiro, Draco sorriu, alguém nas altas esferas o amava, ter Potter como parceiro era uns dois degraus a mais em direção ao sucesso de seu plano, mas precisava se controlar... controlar? que nada, era a última fila, podia secar o moreno á vontade que ninguém ousava sequer olhar para trás, e ele tão distraído de olhos fechados era um sonho. Ficaria sempre esperando essas aulas, pensou olhando a mão dele, até cair na cicatriz, algo o apertou, uma sucessão de lembranças e comentários velados na escola sobre o ano anterior, ali, na sua frente a prova, desenhada com a própria letra dele a frase "Não devo contar Mentiras" ainda visível nas costas da mão pequena de dedos longos, mais uma maculando a pele clara e lisa dele, não tinha uma imperfeição aquela criatura? Onde até as cicatrizes ficavam bonitas? Talvez fosse seu sadismo natural apontando o fato que a aura de criatura engaiolada assentava muito bem naquele felino aborrecido.
-Malfoy eu vou soca-lo se não parar de me agourar... não estou morrendo.- Harry soprou irritado.
Fazia mais de meia hora que aquele "ser" o encarava, claro, ele sabia que se não estava parecendo um preguiçoso covarde com medo de olhar feio o sonserino, devia estar parecendo moribundo, como sempre acontecia quando tinha aquelas crises de dor, duas desgraças somadas, só duas? Mais algumas em sua lista interminável de desgostos, abriu os olhos para ver o loiro tão chocado quanto o vira a exatamente cinco anos antes, no trem quando se negara a cumprimentá-lo, sentiu uma ponta de remorso, talvez o outro só quisesse ser civilizado, "anota Harry, você pirou o Malfoy civilizado? Hahaha."
"Ugh" Draco teve que dissimular toda a surpresa, o outro estava olhando? Como? Ô percepção apurada, disfarçou num comentário ácido.
-Tem certeza? Que pena, eu estava me animando em me livrar de você.
-Vá sonhando, taí um prazer que não vou lhe dar.
"Repete Potter, porque essa frase quero guardar na memória..." pensou escutando o sinal e a professora dispensando a turma.
Saíram sem se falar, imediatamente Pansy grudou-se em Draco lamentando sua pouca sorte, não que Rony e Hermione não fizessem o mesmo por ele, mas estava na verdade preocupado com outra coisa.
-Harry você tem certeza que está bem?-perguntou Hermione pela trigésima vez.
Olhou devagar para o corredor vazio antes da última aula do dia e suspirou.
-Não Mione, estou de mau humor porque certo filho da puta não pára de me encher desde a hora do almoço, entendeu?-disse apontando para a cicratiz.
-Isso Harry seja bem grosso com ela.- disse Rony o olhando torto.
-Ah! Me poupa Rony!-disse sentindo uma irritação velha conhecida lhe esquentar, tinha que se controlar não magoar os amigos, baixou o tom de voz antes de falar.- Anda Rony, a desgraça só vai ficar completa depois que a Trelawney prever uma morte horrenda pra mim.
Rony e Hermione trocaram uns beijos antes dela se separar deles e ir para a aula de Runas.
-Pelo menos metade das aulas será com Firenze.- disse Rony.
-Maravilha, vamos deitar no chão e olhar as estrelas... as estrelas vão dizer o futuro, talvez marte não esteja mais brilhante.
-Sinceramente Harry, vamos pedir a Pomfrey para lhe dar uns calmantes.
Respirou fundo e subiu pela escada de corda que dava na sala de Trelawney, foram os últimos a entrar, Sibila deixou o alçapão cair com um estrondo.
-Agora que estamos todos reunidos.- ela disse assumindo seu ar etéreo, apesar de olhar Harry meio torto.- Vamos adentrar na sofisticada leitura das cartas do tarot, na leitura dos espirais do incenso, na leitura da marcas na terra, e das chamas, mas hoje iniciaremos com a visão da água.
Seguiram as ordens e pegaram as pequenas bacias de prata, a professora foi derramando um pouco em cada bacia.
-Água pura, da chuva, ou de fonte mineral intocada, Não toquem na água ou irão macular sua capacidade de captar as ressonâncias do futuro...
Rony tinha acabado de fingir que ia lamber a bacia como um cachorro, um ronco de riso morreu ao lembrar-se de Sirius ao mesmo tempo que achava o que o amigo fazia engraçado.
-Peguem o exemplar de desvendando o futuro pelos elementos e abram no capítulo um: advinhação sobre o espelho dágua.
-Lá vamos nós.- disse abrindo o livro.- Quanto tempo você acha que demora?
-O quê?- perguntou Rony olhando o livro.
-Pra ela vir me agourar.
-Uns dez minutos.
-Muito pouco...
Dez minutos cravados, Harry estava tentado a enfiar a cara nágua para aplacar a queimação na cicatriz quando escutou ás suas costas, se endireitando no mesmo segundo que a professora se abaixava, fazendo ela encaixar o rosto no seu ombro.
-Eu vejo algo aqui!
Rony balançou a cabeça para o amigo compartilhando sua agonia, alguns alunos da turma aguçaram os ouvidos a maioria só pelo prazer de escutar umas bobagens, já que poucos andavam levando a sério o que ela dizia.
-Ah... eu vejo sangue... muito sangue...
"ela mudou o disco! Agora ela vai dizer como será minha morte, não só que eu vou morrer! Que emoção."
-Mas não é sangue físico, não é o corpo que sangra é a alma...
""timo, agora vão retalhar minha alma..."pensou sorrindo tristemente para Rony que tentava não rir.
-Não, não é só a alma, é o coração, pobre rapaz, pobre rapaz, sem sorte, eu vejo que vai ter o coração estilhaçado.
"Nossa o que aconteceu com o básico coração partido?"
-Ah...- ela se afastou... são muitas tristezas para uma vida curta.
-Tava demorando.- sibilou irritado.
Sibila foi se recompor e logo dispensou a turma, Rony grunhia ao tentar se conter, Harry num acesso de ira com a cicatriz enfiara a cara na água.
-Estou ajudando, suicídio conta como morte não? Afogamento é fácil!-disse empurrando o cabelo molhado pra cima.
-Ei, sei que é duro Harry, mas se conforme, está ficando cada dia mais ridículo!
-É verdade! Não é o corpo que sangra é a alma!- disse imitando o tom etéreo de Sibila.
-É você não vai ter o coração partido, vai ser estilhaçado, não sabia que seu coração era de vidro... não você tem um coração de gelo!
-É até a Sibila vai se meter na minha vida amorosa agora.
-Sabe de uma coisa Harry, acho que tem gente olhando pra você mas você não se toca!
-Sério Rony? Será que não são as mesmas pessoas que me olham torto desde o fim do ano retrasado, ou aquelas que achavam o herdeiro de Slyterim? Ah, Rony larga de querer me desencalhar! –disse olhando para cima, vendo estrelinhas de dor percebeu Hermione se aproximando sorrindo.- Olhe Rony aproveita para namorar.- mas sentiu que se arrependia de falar aquilo , sorriu triste para a amiga que se aproximava, queria falar com ela, mas o ruivo acatara a idéia e a carregava pra longe depois dos dois lhe darem tchauzinhos.
Ele ficou sozinho no corredor, uma sombra agourenta no coração e uma dor maldita na testa, "essa é sua vida Harry, se conforme."
Foi andando devagar ainda meio zonzo por causa da dor na testa, entrou retrato a dentro e se esparramou na cama ainda vestido.
Não pode dormir, algo estava bicando a janela, não se moveu, alguém finalmente tomou uma atitude, a coruja se enfiou cortinado a dentro, soltou um pergaminho em seu peito e saiu.
-Potter recebeu uma coruja!-era a voz de Neville.
Escutou os sussurros, alguém meteu devagarinho a mão por dentro da cortina, ele botou a cara pra fora como um tigre raivoso, fazendo um Simas assustado cair pra trás soltando um berro:
-SEUS!!!! Espero que não tenha passado pelas cabeças ocas de vocês lerem minha correspondência!
Reações diferentes, Simas começou o Na...na não temeroso, Dino se torceu de rir e Neville perguntou toscamente se ele estava ali.
-É eu posso estar na minha cama sem que vocês saibam, então não toquem na minha correspondência! Ou vão ganhar orelhas de burro!
Se enfiou cortina adentro ainda escutando Dino rir e Neville erguer Simas dizendo um "bem feito".
Sentiu nos dedos o toque fino do mesmo pergaminho que recebera pela manhã o mesmo tom de marfim as mesmas letras vermelhas, mas agora duas vezes mais rebuscadas, exímia caligrafista a garota, deitou-se de bruços e ficou olhando sem ler a letra bonita, perto da sua, melhor nem comparar na verdade tinha uma letra bem feinha, que vergonha. Finalmente se pôs a ler a linha de texto.
E essa é pra te desejar boa noite AMOR.
E finalmente algo arrancou um sorriso dele.
Só um.
