LEMBRETE: OS PERSONAGENS PERTENCEM A JK ROWLING... QUEM DERA EU FOSSE ELA!!! A FIC TEM VIOLÊNCIA, SEXO E COISAS DO GÊNERO, SIM! SLASH TAMBÉM!!! É MERA FICÇÃO PRA QUEM CURTE E SE VOCÊ QUER COISAS BUNITINHAS E AGUADAS... NÃO CONTINUE A LER. AVISO DADO.

(Prometo não fazer nada de bom!... Mal feito feito!!!) Reviews!!! Muito obrigada pelas Reviews!!!

CRUEL – CAP09... Encontros em Hogsmeade...

Foram dias difíceis porque não sabia precisar o que queria... estava livre dos pergaminhos cor de marfin, ao mesmo tempo que pela manhã no café se pegava olhando as corujas esperando por ele... nas aulas conjuntas não ouve um suspiro, uma palavra, um toque, aliviado e tenso ao mesmo tempo... vício...

Rony começou a se tornar razoavelmente implicante, ciúmes, o que os separou um pouco, admitia, ela era sua tábua de salvação, um sorriso, um gesto e ela o tirava dos pensamentos sombrios que vinha tendo, o que o tornava ainda mais infeliz... traidor...

Partido, esmigalhado, infeliz e sozinho... doente.

Sua doença? Loucura.

Harry estava de novo no corujal... deixara de ir até a torre, Cho não permitia, fazia vigília lá, o localizava mesmo com a capa. Cada dia ela o assustava mais com aquele convite estranho para a festa. "Decidiu?" ela perguntava a toda hora, já estava lhe dando nos nervos... e eles não andavam bem, pensou acarinhando Edwiges, não dormia a dias por causa dos pesadelos e da dor constante na cicatriz... as vezes as agulhadas eram tão fortes e súbitas que mordia a língua... esforço sobre-humano para não enfiar a mão na cicatriz e parecer mais doido que já diziam que era.

É porque a história do ministério foi vazando para a imprensa, a história da Ad... admirado e isolado... soubera por Hagrid que haviam pais pedindo sua retirada da escola... medo, ele era o alvo... ninguém fica perto de um alvo. E talvez tivessem razão.

"Tem sim e você sabe... sua vida, seu risco."

Tentou ignorar a voz que vinha lhe atormentando. Invadindo seus sonhos, aparecendo pelos cantos, era isso que o vinha fazer duvidar de sua sanidade... ele estava morto, não devia sussurrar em seu ouvido as verdades nuas e cruas... ele não faria isso...

Sirius era uma das poucas pessoas que gostara dele um pouco. De verdade.

Porque o assombraria? Não, Nick mesmo afirmara que Sirius não era um fantasma, então só podiam ser alucinações, ficou quieto... ninguém precisava de suas insanidades, ninguém precisava saber de nada, bastava sobreviver quieto, esperar o dia em que tudo na sua vida seria decidido e enfim...

Era preciso ficar quieto, pensou acariciando a cabeça da coruja encarapitado na janela do corujal em que ninguém entrava porque o frio de inverno já atingia, congelando a madrugada.

Nos dias em que se seguiram Draco tentou de todas as formas esquecer tudo, afirmar para si mesmo que fora um delírio, que era uma brincadeira, quase se convenceu que fizera tudo só para ver o Grifinório no chão, mas não conseguia... seus sonhos e pesadelos se encarregavam de esfregar na sua cara que tinha falhado miseravelmente.

Não era o mesmo.

Podia fingir frieza para sempre? Não.

Não conseguia evitar os pesadelos, olhos verdes acusadores, e os sonhos que tinha com o rapaz, as memórias cravadas tão fundo nos seus sentidos que acordava ensopado de suor e outra coisa, não tivera sonhos tão intensos com mais ninguém na vida.

Havia só uma coisa a fazer.

Forçar o outro a aceita-lo. Por bem ou por mal.

O problema era como fazer, já que o Grifinório só frequentava cinco lugares desde aquele dia.

Sala de aula.

Biblioteca.

Campo de quadribol.

Salão.

Sala comunal.

Nenhum deles era acessível, ele nunca estava sozinho, na verdade estava, mas no meio da multidão... Se revirou na cama, costas da mão contra a boca embolado nos lençóis, camisa do pijama de seda negro aberto... mesmo no frio intenso seu corpo inteiro queimava.

Foi assim que os dias passaram...

-Legilimens!

Memória ruim... um dia inteiro trancado embaixo da escada, sozinho em casa num dia de tempestade... só tinha cinco anos, ficara com muito medo dos trovões, tudo porque o tinha sido abraçado por uma velha e lhe acenara de volta para horror de sua tia... não entendia aquilo.

-Patético.- disse Snape ao baixar a varinha.

Harry respirava com dificuldade e de boca aberta, exausto como se tivesse corrido todas as escadas do castelo, suas barreiras eram perfeitas, mas era muito exaustivo ainda.

-O que é patético?- disse entre os dentes.

-Você é muito incompetente! Ainda desperdiça muito tempo com reações físicas! Existe algum cérebro entre suas orelhas?- Snape o olhou.

Harry apertou a varinha, era exaustivo, tremendamente exaustivo, essas seções de legilimência... por mais que levantasse barreiras com as lembranças mais sem importância, por mais que se focasse a pensar no vazio, para Snape ele era um eterno incompetente.

-Legilemens!

A pressão, o vazio... um vazio imenso e gotas de chuva apareceram... o lago transbordando, Harry estava jogando a mente do professor para fora quando um grupo de serpentes negras de olhos vermelhos irromperam do lago, assim como a dor irrompeu de sua cicatriz, como o grito irrompeu de sua boca, dor acima de dor, insuportável, devoradora.

-SAIA!- gritou de joelhos, as duas mãos na cabeça.

-POTTER!!!POTTER!!!

Ficou ali, gelado, insensível, ainda assustado.

-Potter!

Ergueu o rosto, Snape estava pálido, mas parecia furioso.

-O que foi isso?

-Foi Voldmort...

-Já disse para não...

-Como ele soube?- ignorou o outro.- Ele se aproveitou...

Snape o ergueu com violência, puxando-o pelo braço, Harry cambaleou e quase caiu, apoiou-se na escrivaninha.

-Você deixou as barreiras baixas!!! Potter! Seu acéfalo!

-CALE A BOCA!- disse alto, ainda tremendo.

-Como?- Snape arreganhou os dentes.

-Você não sabe como é! Como posso me defender de dois ataques?! Me explique! Você não imagina como cansa! Como dói!- se pôs de pé ainda zonzo.

-Você não se esforça!-disse Snape empunhando a varinha.- Você é um grande preguiçoso!

Harry o encarou, zonzo, pálido, enjoado, suor frio escorrendo da testa, que esforço a mais devia fazer? Pensou exaurido.

-Você é um grande incapaz... desperdício de tempo. Dispensado. Continue com os exercícios antes de dormir.

-Certo.- disse baixo pegando a mochila.

Sua cabeça latejava tanto que nem se importou quando Cho o importunou novamente, só disse um "vou pensar", que a fez sorrir de modo maldoso, seria muito intimidador se não estivesse tão cansado.

Desabou no sofá da sala comunal, deitado em frente a lareira apenas jogado ali infeliz, dolorido, na verdade a dor já era uma coisa passageira, talvez com o tempo se acostumasse, já não havia sentido quase todo tipo de dor? Não precisava ter medo, podia lidar com isso, podia aceitar, o que o incomodava era que remexessem em sua mente.

Como se tivesse pouca coisa nela...

"Como se houvesse muita..."

Deu um suspiro contrariado e sentou-se direito, aquilo por vezes o irritava demais.

-Então já está aqui?- perguntou Hermione sentando-se.

A olhou, uma onda de paz, "que droga!!!".

-Onde está Rony?- perguntou frio.

-No corujal com Gina... amanhã é dia de Hogsmeade, estão combinando de encontrar Fred e Jorge lá? Que tal? Vai ser animado!

-É vai ser.- pensou um pouco animado.- É vai ser sim!- sorriu.

Precisava mesmo pensar em outras coisas... estavam sorrindo quando os irmãos entraram, Rony apenas os olhou de modo estranho... novamente um clima, teve que se sentar mais reto e falar com Gina para o amigo relaxar. Precisavam mesmo sair e arejar as cabeças.

O dia amanheceu frio, mas bonito, daqueles dias em que o sol limpo e o vento frio cortante queimavam a pele, andavam devagar, Rony abraçado com Hermione, Gina logo se separou deles com Dino.

Encontraram os gêmeos no três vassouras e eles não esperaram em pagar algumas rodadas de cerveja e quentão, mistura perigosa, houveram risos e comentários apimentados, Rony e Hermione já estavam abraçados quando os gêmeos se olharam.

-Precisamos ver algumas coisas na Dervixes.- disse Fred olhando com uma cara esquisita para Jorge.

-É...- terminou a cerveja num só gole.- tempo é galeão, não vamos ficar a tarde inteira.

Ambos olharam para Harry, não queria, mas entendeu o recado.

-Vou com vocês.- disse e se levantou.

Bom, riu um pouco com as piadas dos gêmeos, não tinha como não rir, falou sobre a reação da Sra Wealey, mas afirmou categoricamente que não ficara aborrecido e aconselhou-os a visitá-la e conversar, dentro da Dervixes e Banges olharam prateleiras até encontrarem os antigos colegas e logo começaram a juntar fãs da Gemialidades a ponto dos dois irmãos terem que dar uma fugida.

-Peça desculpas ao Rony por nós!- sorriu Jorge num dos cantos da loja.

Ambos desaparataram.

Não tinha ânimo para ficar pelas lojas, quer dizer, não tinha ânimo para as pessoas que o olhavam e comentavam sua passagem, quando viu estava já na frente da casa dos gritos.

A casa dos gritos, a olhou com pesar... nossa, quanto tempo se passara quando ali encontrara Sirius...

Sirius... ergueu os olhos para o segundo andar da casa abandonada, e seu coração parou, mesma face, mesmo olhar quebrado, expressão vazia de seus sonhos...

Era Sirius que o olhava da janela do segundo andar.

Nunca na vida usara tanta força, escancarou a porta velha com um único chute, entrou na casa velha correndo, boca seca, subiu os degraus de dois em dois e entrou no quarto.

-Sirius!

Olhou em volta.

-Sirius!

Olhou em volta novamente, voltou ao corredor, chamou várias vezes, até perceber que fora uma ilusão, uma alucinação... uma mentira. Voltou a janela do segundo andar e olhou para baixo desconsolado.

-Que merda... que grande merda.

Caiu de joelhos, mão ainda no vidro e testa na parede suja. Inconformado, porque por alguns momentos a vida pareceu ser generosa... ser boa, por alguns segundos se achou perdoado... ilusão. Uma doce. O que tornava a realidade mais fria e vazia ainda... culpa.

Demorou para sair do torpor exaustivo em que estava... desceu as escadas e tinha posto o pé para fora quando algo chocou-se nele.

-Mione?-perguntou surpreso reconhecendo imediatamente os cabelos.

Ela levantou um rosto marcado de lágrimas.

-Mione o que foi?- perguntou pondo as mãos nos ombros dela.- que foi?

-Ah... Harry...- ela começou a soluçar e o abraçou.

A tristeza dela corroendo seu coração, doía nele também, sentou com ela na soleira da porta que ele havia escancarado, ela soluçou em seu ombro.

-Brigou com Rony não é?- perguntou afastando uma mecha do cabelo lanudo.

Ela só fungou e se enfiou mais no seu ombro abraçando-o.

Harry olhou o céu... podia chorar também se conseguisse... por que algumas pessoas tem coisas e não sabem dar o devido valor?

Ela ainda soluçou um pouco, ele a consolou, se ela soubesse o quanto queria beija-la agora... suspirou amarrando o seu próprio coração partido com arame farpado, um monstro era o que era, apenas limpou as lágrimas dela e falou, estavam com os narizes quase encostados, desejo insano de beija-la.

-O Rony sempre fala essas besteiras... mas ele te ama, muito.

-Eu sei.- ela disse baixinho.- Mas ele é tão...

-Grosso?- sorriu.

Ela sorriu também, abaixou o rosto.

-Viu? Se te faz sorrir é porque você gosta disso também.

Ela ergueu o rosto, perto demais, então se levantou sorrindo.

-Vou procurar o Rony! Obrigada!- deu um beijo muito leve na testa do amigo, saiu correndo, amar é assim.

Não percebeu que tinha deixado alguém sangrando pra trás.

Harry voltou a olhar o céu... tão limpo, tão brilhante, e o frio que o açoitava, e só agora percebia.

Draco queria comer o fígado de Pansy Parkinson, sempre que vinham a Hogsmeade ela se distanciava dele e ia bater perna nas lojinhas de jóias, amuletos e roupas, mas dessa vez não... ela estava muito preocupada com seu "amiguinho" para deixa-lo.

E tinha visto Potter andando sozinho... queria segui-lo, mentalmente anotou a direção dos passos do rapaz... casa dos gritos com certeza... pensou observando o ar perdido e desligado do rapaz que andava olhando tudo sem ver nada.

Quando conseguiu que Pansy se distraísse deu a desculpa de que queria ir até o correio, saiu com passos apressados, Potter devia estar sozinho, num lugar praticamente deserto, oportunidade ideal... no meio do caminho quase esbarrou naquela sangue-ruim cabeluda, que tinha os olhos mais travados e vermelhos que nunca e um sorriso idiota na cara.

-Tenho dó do Potter por andar com essa gente...- sussurrou vendo-a parar na frente da DedosdeMel e entrar agitada.

Dobrou a esquina e novamente quase bateu em outra doida.

-Chang! Não olha para onde anda?! Os foras andam te deixando mais burra?

Ela o olhou, segurou a câmara fotográfica que levava com um sorriso:

-Não Malfoy! Sai da minha frente, estou feliz.- deu um risinho e encostou a câmera no rosto com carinho.- Muito feliz.

"Convenção das malucas em Hogsmeade... essa vila já foi um lugar decente." Pensou continuando a andar.

E quando chegou o viu, de costas, olhando para dentro da casa, da porta aberta, a porta devia estar aberta? O cabelo carregado pelo vento, o casacão imenso que mais parecia um sobretudo, andou devagar, se aproximando, lá no fundo um sentimento de saudade cresceu no peito do sonserino, que ainda olhou em volta para certificar-se de que tudo estava vazio, se aproximou mais.

-Potter.

Harry se virou, já sabia quem era, mas não percebera que estava tão perto. Enfiou a mão no bolso, mas não tirou a varinha.

-O que quer? Finalmente veio rir da minha cara?-disse olhando a figura imponente do loiro.

Difícil, Draco passou a mão nervosamente pelo cabelo que estava sendo revirado pelo vento, se pelo menos conseguisse tirar os olhos daquela boca...

-Não.

-Então com licença.- Harry disse tentando passar.

Foi instinto, Draco segurou o rapaz e de supetão estavam alguns metros dentro da sala escura e decadente, longe das vistas curiosas.

-Mas que...- Harry tentou pegar a varinha, mas o outro lhe segurava firmemente.

-Me escuta!- disse afobado sem perceber que imprensara o Grifinório contra a parede.- Você nem me deixou falar!

-Falar o quê? Me larga seu idiota!- tentou se soltar.

-Droga Potter! Não era brincadeira!

Harry o olhou, falou sério.

-Não... deve ser pior... vindo de você...

-Vindo de mim... você bem que gostou... lembra?

Enfiou os lábios no pescoço do rapaz, subindo até a boca, violento, faminto, o desejo queimava Draco de modo que ele não podia se dar ao luxo de perder a oportunidade, separou-se e olhou o outro, porque o rapaz cerrara os dentes impedindo o beijo.

-Admita Potter, você gostou, eu também!

Harry estava com o coração disparado e ouriçado, o outro era mais forte do que parecia, a força com que segurava seus braços, assustador e excitante, porque lhe trazia todas as lembranças a tona, não teve como negar o quanto aquilo o excitava, mas também consciente do quanto a situação era delicada e perigosa.

-Me larga Malfoy!- se debateu.- Ora... espere pra ver o que vai te acontecer...

Malfoy forçou o beijo novamente, se concentrando nos lábios e nos dentes cerrados, inebriado pela face vermelha do rapaz, tão lindo quando ficava furioso, os olhos verdes brilhavam intensamente.

-Quero você.-disse e olhou o rapaz.

-O... o quê?- perguntou surpreso.

E um arrepio seguiu a frase, sentiu-se corar ao imaginar o sentido literal do que o outro quis dizer.

-Quero você.- disse Draco encostando corpo todo contra o corpo do rapaz menor impressado na parede, voltou a sugar o pescoço do Grifinório, o cheiro que tanto o perseguia, o sabor agridoce da pele, delicioso, mal conseguia se conter, porque naquele instante Draco desejou com toda a força que tinha segurar o rapaz e possuí-lo ali mesmo.

No meio daquela sala, bem naquela casa, não era um cenário pitoresco?

Porquê? Porque perdera a voz? Porque não conseguia protestar? Pensou abobalhado enquanto sentia fogo e gelo.

Gelo, vinha da cabeça, do medo das carícias violentas que o sonserino fazia, da forma como estava sendo segurado, da vergonha...

Fogo, da pele, dos sentidos... do cheiro do outro, da pele branca do sonserino, do cabelo platinado que roçava no seu rosto, da mão agora em sua nuca e na sua cintura, porque aquilo era maravilhoso, porque aquilo já fora algo bonito de se agarrar...

Mas doía... muito, e mesmo assim era maravilhoso.

Era verdade... uma alma podia sangrar.

Draco escutou um suspiro resignado, conhecia aquele suspiro, era algo bonito e triste, grudou seus lábios nos do outro, não obteve retorno, mas não havia mais resistência...

"prostituta."

Harry sentiu o gelo lhe dominar quando arregalou os olhos, a cena que penetrou em sua mente era crua... num espasmo instintivo arqueou o corpo e com as duas mãos empurrou o rapaz violentamente ao mesmo tempo que olhou a volta assustado, ouvira e vira num espaço muito curto de tempo para não imaginar que era real... e então seus olhos confusos se fixaram no rapaz estentido no chão, apoiando-se no ombro e o olhando surpreso.

Não podia ficar ali... morreria.

Draco nunca imaginara que o moreno, tão pequeno e magro pudesse ter aquela força, estendeu-se no chão com um baque surdo e olhou o outro esperando uma azaraçao ou agressão, mas não, Potter olhava a volta como se houvesse alguém, como se tivesse sentido ou ouvido alguém, então o olhou, Draco não pode precisar o que viu por trás daquele olhar... algo errado, havia confusão, e ele desviou o olhar para fora e olhou-o novamente.

Passou correndo por ele, deixando o sonserino para trás com um gosto amargo na boca, Draco se deixou escorregar e deitado olhou o teto descascado,agridoce... não amargo... agridoce, devia ter ido mais devagar...

Nunca alguém, percorrera o caminho entre Hogwarts e Hogsmeade tão rápido, não corria, mas andava rápido o suficiente para ter que desviar dos poucos que voltavam, suas pernas formigavam quando chegou ao portão da escola e queimavam quando chegou em frente ao retrato, Harry era o retrato da exaustão quando entrou no dormitório e se jogou suado na cama, sem forças sequer para levantar.

Confuso de tudo, o que andava fazendo consigo mesmo, pensou enosando os dedos nos próprios cabelos, como explicar tudo que ?

Seria uma criatura tão baixa assim? Não, não podia ser tão cruel consigo mesmo... não merecia isso... merecia paz, queria e necessitava de paz.

Porque? A vida era uma deusa sádica... pensou olhando na janela o dia indo embora.

Rony e Hermione procuraram Harry em vão por meia Hogsmeade, ambos ainda melindrados com a briga, Rony pedira mais desculpas do que julgava necessário e Hermione achando que recebera menos desculpas que merecia, mas o importante era encontrar o amigo, que não devia ter sido deixado sozinho, muito menos perto da casa dos gritos, só quando voltavam com o intuíto de informar o desaparecimento dele é que Gina comentou que o tinha visto pegar o caminho de volta com uma cara estranha e muita pressa, o que fez os dois voltarem quase correndo.

-Sabe, a gente tem dado pouca atenção ao Harry ultimamente.- ela disse afogueada andando rápido.

-Besteira.- disse Rony com uma cara.

-Sério Rony.- ela disse parando um pouco.- Você não reparou ainda?

-Reparei no quê? No que você tanto repara no Harry, hein?

Hermione revirou os olhos e voltou a andar.

-Reparei que ele anda falando pouco, e que as vezes olha em volta assustado, Rony...- ela olhou o namorado- ele tem tido pesadelos?

-Ele não dorme.- falou com um ar preocupado.- e quando dorme tem pesadelos sim, dá para escutar.

Os dois se olharam, voltaram a andar.

-Sabe, ele ainda está encucado com Sirius...- disse Rony.- Ás vezes acho que escuto ele pedindo desculpas... sabe? -olhou outros que andavam no caminho.- Por ter ido ao ministério, por não ter impedido. Poxa... ás vezes eu é que tenho vontade de pedir desculpas por atrapalhar tudo com aquela bagunça...-suspirou.- Não tenho coragem de tocar no assunto porque...

Hermione olhou a cara do namorado, triste.

-Porquê?

-Porque eu já escutei... ele pedir desculpas pra mim.- olhou para Hermione.- E sei que não mereço.

Ela o abraçou.

Quando voltaram Rony o encontrou dormindo, jogado na cama, ainda vestido e com um dos pés para fora da cortina, decidiu não acordar, eram raros os cochilos calmos do amigo, que aproveitasse, voltou um pouco mais calmo e decidiram não acordá-lo até o jantar.

Draco jantou devaneando, numa exitação doentia, apesar da preocupação, não conseguia se controlar...

Era insano.

Era maravilhoso.

Era terrível.

Daquelas coisas que fodem tudo... nem teve vontade de se juntar aos colegas e tirar sarro de alguns calouros, coisa pra se preocupar, reparou nos olhos atentos de Zabini... é tinha que admitir estava fora de controle.

Trabalho... isso requisitava trabalho.

Alívio... era um enorme alívio, nas aulas de defesa contra as artes das trevas, principalmente na turma avançada, só ali conseguia um pouco de paz porque não precisava prestar atenção, conhecia mais azarações que toda a turma, o professor Engell era bastante simpático, meio avoado é claro, parecia parente de Thonks e nem percebia que metade das alunas tinham um enorme interesse por ele, só perdia em fã clube para o idiota de Lockhart, só perdia como professor para o Lupin e mesmo assim era tão bom professor que ás vezes esquecia o que estava falando no meio da frase... avoado totalmente.

Mas era um cara legal.

-Escudos...- ele franziu a testa.- Ah, sim escudos defensivos podem ser sim usados para ataque, isso explica alguns contratempos...- disse e sorriu para Harry.

Bom, Harry tinha acabado de incinerar a cadeira que deveria proteger... e estava razoavelmente abobalhado por ter se dado mal numa aula de defesa.

-Bom, Potter.- o professor conjurou outra cadeira.- Vamos tentar de novo... com menos – ele parou e franziu a testa de novo.- Menos... menos entusiasmo ok?

-Ah... ok.- disse olhando a cadeira.

-Mellius!- apontou a varinha.

A cadeira devia ser envolvida por um círculo de fogo que a protegeria... mas de novo ela pegou fogo... Harry abaixou a varinha estupidificado.

-Mas que...

-Hum... acho que você tem um probleminha com fogo.- disse Engell olhando a cadeira estalando em chamas.

-Acho que você tem um probleminha com fogo... eu tenho é um problemão com fogo!- disse irritado ao sair da aula com lição extra depois de tostar a sétima cadeira.

-Calma Harry!- riu Hermione que para variar tinha pego tudo muito rápido.- A gente nunca teve escudos antes...

Como explicar que era uma questão pura de orgulho?

-Ah Mione... mas foi muito engraçado a quinta cadeira...- Rony riu muito.- A cadeira...- riu ainda mais.

-E você que nem tirou fumaça dessa varinha?- Harry alfinetou.

-Pelo menos não ando torrando nada.- disse o ruivo ficando quieto.

-Vocês dois.- Hermione sorriu.- podemos fazer revisão da matéria na sexta.

-Mi.- Rony abraçou a cintura da namorada.- Sexta... a festa do dia das bruxas... tenha piedade!

Mione riu, os dois se beijaram, nada como uma seção de beijos para os dois ficarem quietos... e Hermione esquecer as lições.

Nada como uma seção de beijos.

Harry desviou do caminho para um corredor vazio.

Queria ficar sozinho.

Tinha lembranças de Hogsmeade.