LEMBRETE: OS PERSONAGENS PERTENCEM A JK ROWLING... QUEM DERA EU FOSSE ELA!!! A FIC TEM VIOLÊNCIA, SEXO E COISAS DO GÊNERO, SIM! SLASH TAMBÉM!!! É MERA FICÇÃO PRA QUEM CURTE E SE VOCÊ QUER COISAS BUNITINHAS E AGUADAS... NÃO CONTINUE A LER. AVISO DADO.
(Prometo não fazer nada de bom!... Mal feito feito!!!) Harry... liberando o lado mau... Draco... ele ainda não, desconte nela... Cho... melhor ficar quietinha. Rony e Hermione... quem diria?
CRUEL – CAP12... Cobiça, Orgulho, Vaidade, Luxúria, Ira e maldições imperdoáveis.
A festa agora estava entregue, o salão enfeitiçado rebrilhava com muitas abóboras iluminadas contra o céu ilusório e escuro, alunos dançando, bebendo, se divertindo... o planejamento perfeito para esquecerem os medos da guerra lá fora.
Até ele esquecera...
Harry estava afundado na cadeira, feliz e irritado ao mesmo tempo cada minuto passado era um a menos, olhando Chang rebolar, ela estava falando sério sobre isso, passando de mão em mão, ridículo passar por corno... ridículo mesmo, mas quem tem orgulho quando se quer distância?
Corner e Chang se superaram... devia um dia na vida pegar alguém e azarar pelas costas... fazer o idiota pagar por ser tão... idiota, pensou bebendo mais, que fosse mesmo, que fosse pra beber até cair... nunca tinha mexido com o imbecil, era tão divertido dizer pros amigos "olha só, fiz o Potter de idiota!", Corner sorriu mais ao colocar a mão na cintura da garota e o olhar, continue se acha que está provocando... bebeu mais.
Havia ficado extremamente feliz quando ela o dispensou na terceira pisada, tinha-a avisado que não sabia dançar, embora tivesse tentado pisar mais... era melhor assim, evitava aquela eterna pegação dela.
Estava levemente bêbado, isso amainava a irritação, deu um aceno aos amigos que iam passear antes de olhar seu copo de ponche enfeitiçado se reabastecer, agora muito mais batizado, já que a turma do sétimo ano da Lufa-lufa tinham enfiado muito uísque de fogo nele. Vamos, olhou o grupinho perto do ponche rindo, enfiem mais... vamos ver no que dá...
Então escutou Rony reclamar irritado.
-Melhor não fazer isso Goyle!
Crabbe e Goyle tinham puxado as varinhas, falando um monte de idiotices sobre sangues-ruins só para irritar Rony por causa de Hermione, Harry chegou a procurar Draco com os olhos, mas o sonserino estava jogando conversa com uma Parkinson recostada na cadeira, levantou e se meteu na bagunça, dane-se a Chang...
A confusão armada foi cheia de alunos e monitores no estilo "deixa disso", já tinham empurrado os dois gorilas para fora e Rony saía com uma Hermione irritada, falando algumas coisas sobre depois verem uma punição, retornou a sua mesa quando Chang lhe esticou o pescoço, claro, que entendia o olhar... não devia sair sem que ela deixasse, Rony ainda balançou a cabeça quando Harry apontou Chang e ergueu as mãos se desculpando, irritado com o fato de abandonar os amigos, ou seria ciúme de Rony e Hermione, não ia pensar nisso... sentou-se novamente, dolorido de estar mais de duas horas sentado, aquilo lhe martelou na cabeça, assim como a cara do Malfoy ao vê-los naquele corredor... o que eles deviam estar fazendo para chamar tanta atenção do sonserino? Pegou o copo e virou de uma só vez...
Gosto estranho... bom... doce... um leve aperto na garganta e um calor bom no corpo,chegou a fechar os olhos por causa da sensação.
-Potter...
Se virou para encara-lo, pensando no diabo...
Malfoy sorriu.
O que era bom, tornou-se a perfeição.
Harry baixou muito devagar o copo, o copo! Olhou, o gosto estranho... o aperto na garganta.
-Malfoy...- sussurrou, não conseguiria falar.- O que você fez?
Draco o olhou surpreso...
Crabbe e Goyle fizeram sua parte assim como Chang, ela o irritara, e como previra Potter desatara a beber, bom, ele tinha o direito, suportar as amigas dela e passar por corno na frente de toda a escola... ele tinha o direito de perder a sensatez, os dois idiotas também ajudaram, bastou uma sugestão e correram infernizar o casal Grifinório, distração suficiente para se aproximar, deixando a Parkinson que dormia bêbada na cadeira, e enfiar toda a poção no copo de Potter discretamente, sabendo que era só chama-lo quando virasse o copo novamente, tão simples... só temia que a poção tivesse um efeito muito forte e Potter perdesse a noção que estavam em público, ledo engano.
Ou não tinha um efeito tão imediato, ou Potter resistia, os olhos demostraram a surpresa, o olhar ao copo demonstrou que o raciocínio do rapaz não fora comprometido, mas o rubor que tingiu o rosto dele quando voltaram a se olhar confirmou.
Ele estava sob efeito da poção, Draco sorriu de novo.
-Pretende ficar muito tempo esperando a Chang?
Harry desviou o olhar, coração acelerado, queria muito sumir, sabia o que estava acontecendo, parte queria ir embora, correr, fugir, ou partir pra cima e enfiar a mão na cara dele, outra adoraria dar dois passos e grudar os lábios contra os do loiro a sua frente, uma pequena parte dele sabia que Chang o vigiava, isso seria sua perdição... seu coração disparou tanto que achou que poderia morrer ali mesmo, apenas contemplando o céu cinzento nos olhos do outro.
-Não é minha escolha.- falou muito baixo, voltando o olhar a Chang.
Draco deu um passo a frente.
-Estranho, não vejo o que te impede de ir... Potter.
O som alto e os alunos que dançavam abafavam cada palavra, nem se importariam se os dois se agarrassem ali, tão escuro estava ficando o ambiente, magia de alguns sonserinos do último ano.
Harry sentiu-se realmente tentado, só um passo... um só, e tudo acabaria ali, de encontro com já conhecido aperto do outro...
NUNCA MAIS!
Virou-se sentindo tudo a sua volta tornar-se preto e branco... entrou no meio dos que dançavam e puxou Chang pelo braço a conduzindo para fora.
-A festa acabou, vamos ao jardim.- disse entre os dentes.
Preferia o ódio, do que ser humilhado ainda mais caindo novamente nos braços de Malfoy, não se permitiria isso... aquele prazer custava muito caro, era muito perigoso. Não caíria daquela maneira sórdida... que armadilha suja... maldito...
Draco olhou seu copo e o jogou com força no chão, amaldiçoando o padrinho alto sem se importar.
-Maldito Severo! Não era a poção mais forte que tinha?!
Olhou o rapaz puxar Chang do meio dos dançarinos a arrancando dos braços de Conery, um corvinal do sexto ano e puxá-la não muito delicadamente para fora.
Draco estreitou os olhos.
-Ele me paga.- disse indo devagar pelas sombras atrás dos dois.
A noite era muito mais que madrugada, há muito deixara de ser uma criança...
-Hum...- Chang gemeu e puxou Harry para perto.- Demorou para tomar uma atitude... você gosta de mim então?
-Não seja ridícula.- disse puxando o braço.- Só cansei de bancar o idiota, mas se quiser voltar a se esfregar no Conery ou no Corner...
Ela o puxou de novo.
-Isso parece ciúme...
-Isso é falta de paciência.- disse a olhando torto quando a garota enfiou novamente a mão por dentro da veste o abraçando.
-Certo.- ela riu.
Estava com, raiva, bêbado e enjoado, sentiu a garota aperta-lo novamente e reprimiu a vontade de bater nela... talvez fosse uma punição justa...
"hipócrita."
-Quero que venha comigo.- ela disse o puxando.- Vem...
A acompanhou de má vontade passando ambos arrastadamente pelo jardim congelado, flocos de neve caindo sobre todos ali, mas agora tudo estava quente porque havia um feitiço que aquecia o lugar... passaram por alguns casais meio escondidos... tudo preto e branco, tudo tão irreal...
Bonito e triste.
-Aha.- Cho parou por um momento e o segurou.- Vem cá.
A seguiu até uma parte do jardim, ela o fez se esgueirar até uma parte rebaixada perto da estufa, obrigando-o a olhar para um casalzinho escondido, ao contemplar a cena que ela lhe forçava a ver, percebeu que não importava....
Não mais... pelo menos não agora.
Não era digno de pensar nisso.
-E então?- ela lhe perguntou.
-O quê?- disse baixo.- É aqui que você joga tudo pra cima?
Mais a frente Rony e Hermione esquecidos do mundo iam em frente com que Malfoy atrapalhara, apaixonadamente, sofregamente, finalmente assumindo a a paixão que tinham.
-É...- ela sorriu mão no peito dele.- Seu coração está acelerado...
A olhou, não era tão frio assim, mas não sabia o que pensar.
A um dia atrás morreria vendo aquilo.
Agora... talvez não importasse mais... estranho.
Embora de certa forma doesse, talvez a fatalidade do fato o coibisse de sentir,talvez outra coisa estivesse plantada no lugar.
-O que você vai fazer?- perguntou ausente.
Ela sorriu, mãos no rosto dele.
-Depende de você.
-Como?- disse afastando o olhar da cena, os amigos mereciam a privacidade.
-Eles estão ali, um deslize e o Weasley não vai ter tempo de fechar as calças para ter um ataque.
-Você teria coragem? Mesmo? De atrapalhar aquilo?- apontou os amantes.- Você...
Ela colocou a mão na boca dele.
-Vem comigo, Harry...
Se deixou levar, subiram até um caramanchão meio abandonado além das estufas, uma parte quase dentro da floresta, proibido também... e ela o puxou para dentro, cheirava mato e neve.
Cho o empurrou até o banco, mãos por dentro da veste dele, lábios brincando com o pescoço e queixo, Harry se sentou sabia que não poderia evitar aquilo, percebeu-a sentar em seu colo, de frente para ele, mãos no seu cabelo.
-Agora, você faz o que eu quero e tudo acaba bem...
-E o que você quer?- perguntou sem olha-la.
Tinha medo da resposta... muito medo.
Ela se debruçou, corpo todo colado no dele.
-Quero que faça amor comigo... agora, aqui.
Draco acompanhou os dois saindo do castelo, agora tudo que queria era fazer os dois infelizes sofrerem, esperando como uma serpente a hora de dar o bote, porque Potter tinha-lhe virado as costas, Draco nunca aceitaria aquilo, não uma segunda vez...
Como? A poção não fez efeito? Que merda aprontara Severo? Era bem capaz de ter descoberto... que se danasse se fosse veneno, adoraria ver Potter agonizar... se retorcer.
Estourava roseiras por pura raiva, para ver alunos assustados correndo achando que era algum professor na total escuridão da noite morna e silenciosa, até quase trombar nos dois, se embrenhou em meio de um arbusto, rasgando a veste e escutou, viu, a chantagem então envolvia os amigos?
"Eles estão ali, um deslize e o Weasley não vai ter tempo de fechar as calças para ter um ataque."
Quem diria... os dois monitores não tinham noção do perigo, Draco olhou apenas os vultos deles, mas teve certeza do que via... ah, sabia bem o que estava vendo... quantas vezes visitara aquele mesmo canto... para fazer a mesma coisa.
O cabelo negro de Potter brilhava com o luar, era tão perfeito, ali mesmo sobre a neve fria, Draco se sentia roubado, não entendera a recusa, ele não gostava? Era isso? De nada? Não era verdade... e como a poção ainda não fizera um efeito mais... real... Acompanhou o caminho que a garota usava para conduzir o moreno, novo até para Draco, perigoso também, praticamente dentro da floresta, O rapaz bêbado andava devagar, logo avistou o caramanchão abandonado, desviou-se para não ser visto e se abaixou por trás de uma fresta na madeira e a viu empurra-lo até um velho banco, o chão estralava pela folhagem seca, ela estava sentada no colo dele, Draco apertou a varinha, orgulho ferido, primeiro era sua presa, seu amante, e estava ali, espiando escondido como um elfo doméstico assustado, segundo, aquilo prometia, Draco sentiu a própria respiração excitada com a cena que via, escutou:
-Agora, você faz o que eu quero e tudo acaba bem...
-E o que você quer?
A voz dele era quase tímida, baixa, era isso que gostava de ver em Potter, essa raiva controlada que aprendera a detectar na voz, a voz rouca do outro. A vadia se encostou nele falando algo em sua orelha, Draco não escutou mas viu a reação.
-Está brincando!- Harry disse alto.
Ela o agarrou pelo cabelo o forçando a olha-la.
-Não!
Harry balançou a cabeça, ainda sem acreditar, na verdade tentando mentir pra si mesmo porque sabia que era aquilo que ela queria a um bom tempo, mas uma parte não queria acretidar...
-Não... você não está falando sério...
-Estou.- ela disse se encostando nele de novo.- Eu quero...
Harry a afastou.
-Não vou fazer isso.
-Vai sim...- ela disse abrindo sua camisa.- Que escolha você tem?
Ah, eu podia sumir com você... pensou com raiva.
Os dedos que puxavam seu cinto o despertaram para a realidade.
-Não mesmo!- a segurou com força.
Chang perdeu a paciência.
-Qual é o problema? O virgem não acha um bom lugar? O vai ver que já levou tanta magia que não funciona? É isso? Porque eu sei que não sou tão de se jogar fora!
Existem insultos que não devem ser feitos, pensou Draco surpreso ao entender a proposta, nem perto da surpresa que teve ao ver a reação dele...
Irritação e raiva, com um gosto amargo de querer ferir, Harry nem escutou o baque que o corpo de Chang fez contra o chão quando a empurrou se jogando em cima, só pensando que ela tinha que se arrepender daquilo, um ódio cego infiltrado em cada parte de seu ser, viu os olhos arregalados dela, num misto de surpresa e pavor, não conseguiu ter pena, as pernas dela presas por baixo das suas, braços imobilizados.
-Harry! O que...
-Melhor calar a boca!- disse frio.
Empurrou os braços dela para cima da cabeça, segurando ambos os pulsos com uma única mão, ao mesmo tempo que a outra desceu e num único movimento o vestido dela estava na cintura.
-O que você está fazendo?- ela perguntou se debatendo.- Harry...
Não falou, guiado unicamente pelo ódio, mão correndo até o púbis e num único puxão atirou a calcinha dela longe.
-Harry...- ela gemeu assustada pela violência empregada.- Harry não...
Não estava escutando... na verdade estava mas não se importava, só queria isso, vê-la assustada, com medo, quase chorando, largou os braços dela e levou as duas mãos ao peito da garota, sem se importar com os empurrões e tapas, da garota que se debatia.
Draco chegou a se assustar, ao entender o que ele ia fazer, escutou o som de tecido se rasgando, os protestos dela, tinha que admirar o rapaz, os olhos dele podiam ser vistos mesmo dali, o verde intenso, luminoso como de um gato, assim como os dela, já marejando, tudo tão intenso que ele mesmo acostumado com as coisas da vida de certo modo se surpreendeu, aquele Potter dava medo, uma fera, uma pantera particularmente perigosa, escutou o choro e o grito da garota quando ele voltou a segurar os braços dela... terrível o tom de voz dele, frio, cortante.
Aquele Potter lhe dava medo.
-Não! Não... pare! Harry pare com isso! PARE!-ela gritara ao ter o vestido rasgado expondo os seios.
A olhou, segurando as mãos que insistiam em acertá-lo, olhando o corpo exposto sob ele, bonita, ela era bonita, sim, Harry sabia disso, mas não podia sentir nada por ela, não conseguia sentir nada por um pedaço de carne tão vazio.
-Não o quê?! Pare porquê?!-disse alto e friamente a encarando.- Não era isso que você queria?!
-Não! Não isso!- ela protestou.
-Ora! Decida! Você não queria transar comigo?! Qual o problema?!
-Pare! Harry... não! Não era isso!
-Ah... é... você disse algo como fazer AMOR...- disse ferinamente.- Mas esqueceu uma coisa Cho... Eu não AMO você, e você não me AMA... na verdade não AMA ninguém!
-Pare!- as primeiras lágrimas escorreram.-Por favor...
-Não!- disse e puxou as pernas dela uma de cada lado, mesmo voltando a ser esmurrado pela garota.- Vou dar o que você quer...
-NÃO!!! Não! Pare por favor Harry! Pare!
-Parar? Está bem... tchau.- se levantou a deixando caída no chão.
-Você vai se arrepender...- ela gemeu do chão.- Muito.
-Vai se danar Cho! Vai se danar!- disse limpando a veste e saindo.
-"timo!- ela berrou.-Foge Potter! É só o que sabe fazer! Seu imbecil! Você está morto por dentro!
Harry estava parado na saída, se virou para olhar a garota praticamente nua jogada no chão como uma coisa sem valor, berrando...
Ela era a melhor deles... com certeza.
O que quase fizera apenas o fazia sentir sujo... monstruoso.
Fugiu... era mesmo só o que sabia fazer... não poderia encara-la, mal conseguia raciocinar...
Draco ainda sentia o coração aos pulos quando viu o rapaz indo apressado ao castelo... o que vira marcado na cabeça, Potter com uma face transtornada...ao voltar os olhos para o lugar, onde a garota se arrumava ainda gemendo assustada,a raiva lhe tirou toda a sensação de assombro... não, foi tomado por uma frieza imensa, aquela vadiazinha... o que ela dissera, o que fizera... ah... hora do pagamento, levantou e foi rápido a entrada.
Trombou com Chang, aproveitando o susto dela para agarra-la pelos cabelos, feliz pelo gritinho assustado que ela deu.
-Olá Chang... lugarzinho bacana esse...
-Ma...Mal... Malfoy...
-Não fale meu nome, sua vagabunda.- a empurrou para dentro.
Chang caiu no chão, vestes aberta segurando o vestidinho arruinado, o olhando assustado.
-O que vai fazer? O que está fazendo aqui? O que vai fazer comigo?
Draco se apoiou na entrada, devorando a presa com os olhos, não... não com desejo, mas ao ver uma vítima assustada, riu maldosamente.
-O que vou fazer? Com certeza Chang, não costumo remexer no lixo do Potter... mas no seu caso, tem muito que eu gostaria de fazer... não se levante.- apontou a varinha para ela.- Não se dê ao trabalho.
Ela o olhava assustada.
-Porquê está aqui? O que você viu...
-O que eu vi? Ah... eu vi muito... e isso é importante... você tem uma coisa que eu quero Chang... muito.
-Eu não tenho na...
-Não tenho tempo para seus cacarejos Chang... você anda chantageando o Potter... como?
-Eu... eu não...
Apontou a varinha... sorriu enquanto empurrou o cabelo para trás.
-Você sabe quem eu sou Chang... sabe o quanto é perigoso me irritar, principalmente... tem idéia do preço que pode pagar ao andar com Potter?
Ela apenas abraçou o próprio corpo assustada, Draco apenas sorriu ainda mais satisfeito, veneno escorrendo pelo canto da boca, ah doce sensação de ter outra pessoa indefesa nas mãos, sensação de poder... amava isso.
-Boa menina... entendeu? O que você tem contra Potter?
Ela balançou a cabeça, Draco soltou um chio irritado.
-Acho que você não está entendendo...- se aproximou.- Eu tenho interesse nisso. Agora, você não quer passar por dificuldades... quer?
-Seu nojento! Filho de um porco! Seguidor de você-sabe-quem!
-Hum...-riu- Nojento? Não foi eu que arrastou certo garoto dourado até aqui e gritou de medo quando tudo ficou interessante...
Ela ficou vermelha e virou o rosto.
-Então Chang... tanto esforço e nem chegou perto do virgem... tá perdendo o jeito? Falando nele... qual sua história sórdida?
-Ora esquece Malfoy! Nada vai me fazer entregar...
-Ora Chang eu tenho como fazer você falar... não me provoque.
-Você não passa de um garotinho mimado... não tem coragem de...
-Silencio!
Chang colocou as mãos na garganta e o olhou.
-Sabe porquê fiz isso Chang?
Ela ainda o olhava, Draco sorriu quase bondosamente.
-Porque não quero escutar você gritando... CRUCIO!
Harry andava devagar dentro do castelo, suando frio, apoiou-se numa das paredes de pedra do castelo agora abandonado e silencioso, se não fosse um ou outro grito de algum aluno bêbado fazendo bagunça para irritar Filch.
Estava enjoado, não só pela bebida... mas por si mesmo, o que quase fizera com Chang o atormentava, felizmente não fora até o fim, se pudesse, provavelmente não conseguiria... tudo rodava em sua cabeça, Rony e Hermione, as insinuações das amigas de Chang, que noite horrível... e mais uma coisa que teimava em tentar não pensar...
Malfoy...
-Droga... isso está muito errado.- Se deixou escorregar pela parede mãos na cabeça.-O que está havendo... que merda... não.
Não ia se deixar levar... ah, mas era nisso que estava pensando... foi nisso que pensara quando a deixou quase nua... que ela não se comparava a ele... olhou a pintura a sua frente, era de uma enorme paisagem açoitada pelo vento.
Céu azul acinzentado, passou a mão pela nuca... olhos dele, aqueles olhos congelados...uma poção... sabia muito bem... pela cara de Malfoy, pelo gosto da bebida... devia ter prestado mais atenção no que Moody lhe dizia sempre, para olhar em volta...
A pintura continuava fustigada pelo vento, assim como sua mente era assaltada por imagens, lembranças.
Porque aquele maldito mexia tanto com sua sanidade? Que brincadeira infeliz... pensou olhando o chão de pedra, imbecil... que imbecil... prometera a si mesmo esquecer aquilo... era burrice demais se aproximar...
A paisagem da pintura mudou... chovia...
Estava cansado, mas não conseguia reunir forças para ir a torre... claro que se chegasse lá não dormiria, pensou olhando a pintura carregada pela tempestade... no fundo uma figura se movia... algo na relva escura.
Era uma cobra... uma serpente maldita... "uma serpente muito sexy... mas serpente afinal..." o problema era esse, nunca em nenhum momento Draco fizera algo para que Harry confiasse nele, não, nunca... eram cartas anônimas, azarações e teve Hogsmeade... na pintura um vulto negro se movia...
Harry voltou a passar a mão pela nuca sentindo o arrepio... tão maravilhoso... tinha sido tão bom... bem no meio da casa dos gritos... na casa dos gritos.
O enorme cão chegou até a frente da pintura e lhe arreganhou os dentes.
Harry se assustou com a ferocidade da criatura que o olhava pelos negros arrepiados.
-Sirius?
Chang estava deitada no chão, arfava, Draco batia a varinha no sapato olhando-a sentado no banco, o banco que ele acariciava com a mão enquanto ela se debatia, onde ele estivera sentado... ah, ela merecera a dor.
-Vai cooperar agora Chang?
-Vo...Vo...ce... vai... –ela gemeu.- vai se dar mal... essa mal...maldi...
-Com essa maldição imperdoável?- falou impaciente.- Não se preocupe querida... magias não são detectáveis em Hogwarts... temos a noite toda para brincar... a menos é claro que você se canse...
-Sua varinha...- ela sentou-se e sorriu.- Sua varinha...
-Não é a minha.- disse sorrido batendo a varinha na testa.- essa? Essa é descartável Chang... não se preocupe...
O sorriso dela sumiu.
-Eu sou prevenido querida... ao contrário de você... podemos continuar?- esticou a varinha.
-NÃO!- ela se encolheu.- Por favor... não repita... não....
-Ora... é só me dizer... o que você tem contra o Potter?
Ela chorava baixinho, sem saber direito o que fazer, sabendo que o sonserino era a última pessoa que devia ter aquilo em mãos...
-Não é nada... nada de mais...
-Não brinque com a minha paciência Chang!- ficou de pé.
-É uma foto!- ela berrou assustada.
-Uma foto?- Draco franziu a testa...
"Chang! Não olha para onde anda?! Os foras andam te deixando mais burra?
Ela o olhou, segurou a câmara fotográfica que levava com um sorriso:
-Não Malfoy! Sai da minha frente, estou feliz.- deu um risinho e encostou a câmera no rosto com carinho.- Muito feliz."
Era tão óbvio... fora em Hogsmeade... mas não podia, a olhou.
-Com quem Potter estava em Hogsmeade?
Não podia ser com ele, porque a encontrara antes... forçou a memória, os amigos... "Eles estão ali, um deslize e o Weasley não vai ter tempo de fechar as calças para ter um ataque."
-Granger... com a Granger.
Draco riu, riu muito e riu mais do olhar irritado dela.
-Impossível! Eu vi a Granger e o Weasley...
Ela catou a foto das vestes, jogou no sonserino.
-Estava? Estava sim... Ah, o Harry é tão idiota... eu a vi voltando para o Weasley depois de ser consolada por ele, tão idiota que nem assume que gosta dela!-Chang começou a rir, mas com os olhos escorrendo lágrimas.- Ele é tão imbecil...
Draco pegou o papel já amassado, as figuras nele mal se moviam, ainda enroscados naquele abraço. Sentiu um incômodo estranho.
"Potter... o que é isso?"
-Sirius...- repetiu ao tentar focar os olhos, mas o cão não estava mais lá, Harry estava de pé de frente para a pintura.- Mas...
Olhou em volta... desconsolado por ter visto de novo e de novo viu...
O cão.
Lá no fim do corredor.
-Sirius?
Andou, rápido, correu.
Vazio.
-Não... pare... pense!- encostou-se numa parede e bateu a cabeça nela com força.- Ele está morto! E você está alucinando de novo! Pare!
Respirou contra a parede fria, uma névoa se formou, tudo estava gelado.
-Maldito!- bateu os punhos na parede com força.
O grito era pra si mesmo.
Draco olhou a garota rindo e chorando, ainda com um nó na garganta, Chang ria e chorava e falava desconexamente.
-Um trio! Isso é idiotice! Não pode haver um trio! Alguém sempre sobra! Potter é justo demais para ir atrás dela! Weasley bobão nem sabe disso, e essa vaca da Granger... ah ela sabe... deve saber... mas é tão bom ter Potter nas mãos... tão bom...- ela olhou as próprias mãos.- Qual de nós não ia querer te-lo ali... tão fácil, o melhor amigo... o companheiro, não é perfeito Malfoy?- ela o olhou.- Essa sabe o que quer não? Tem o amada e o amante... Granger sua vaca! Eu sempre soube!
Dessa vez Draco não podia responder... as palavras e Chang eram tão... iguais as suas... era realmente muito bom ter Potter nas mãos... mas... olhou a foto novamente, não parecia real.
-A sangue ruim...
-É... a sangue ruim.- disse Chang do chão.
Olhou a garota no chão, isso lembrava que tinha coisas a fazer.
-Chang.
Ela voltou a olha-lo, encolheu-se quando a varinha lhe foi apontada.
-Imperio!
