LEMBRETE: OS PERSONAGENS PERTENCEM A JK ROWLING... QUEM DERA EU FOSSE ELA!!! A FIC TEM VIOLÊNCIA, SEXO E COISAS DO GÊNERO, SIM! SLASH TAMBÉM!!! É MERA FICÇÃO PRA QUEM CURTE E SE VOCÊ QUER COISAS BUNITINHAS E AGUADAS... NÃO CONTINUE A LER. AVISO DADO.

(Prometo não fazer nada de bom!... Mal feito feito!!!) Draco tome as rédeas... Harry é chegada a hora. PS: recomendo que tenham um lenço por perto...

CRUEL – CAP20... Neve...sangue e lágrimas.

Acordou com um sorriso no rosto, estivera angustiado até então, mas tivera um sonho bom... e triste, mas bonito, sonhara que estava abraçado com Draco na neve e ele sorria e chorava... ele sempre tivera um sorriso tão bonito.

-Não ouse levantar Potter.- disse Pomfrey ao vê-lo.- Sono agitado hein?

Se houvesse sangue suficiente coraria... mas tivera pesadelos também, ajeitou-se na cama.

-Estou bem...

-Sei.- disse a bruxa segurando seu rosto para olhar os olhos.- Sente alguma coisa?

-Côcegas?- disse ao sentí-la levantar a camisa do pijama e olhar o ferimento das costas.

-Não está de todo cicatrizado, mas acho que vai poder levantar... sem esforço...

Rony e Hermione entravam, ambos sorrindo ao vê-lo sentado na cama.

-Harry!

-Com calma...- cortou Pomfrey.- Muita calma... Potter vai sair, mas não pode fazer esforço... nem loucura alguma...

Só faltou os dois responderem "sim capitão!", ao olhar a bruxa, em seguida se levantou, sentiu o frio dos pés nus na pedra.

-Como estão todos?- perguntou colocando as meias.

-Bem melhor que você... encontraram Lupin e ele está bem!- respondeu Rony animado.

-Sério? Que bom!- respondeu pegando as roupas pronto para ir trocar de roupa, Pomfrey abriu duas janelas ao longe para ventilar o lugar.

-Agora vamos, prometemos a Hagrid que iríamos leva-lo para um chá nem que tivéssemos que te carregar nas costas!- disse Hermione sorrindo pegando a varinha de Harry do criado-mudo.

-É uma boa idéia.- disse indo para trás do biombo, mas foi interrompido quando uma enorme coruja entrou pela janela para desgosto de Pomfrey que parou na porta de sua salinha, a coruja planou até Harry deu uma volta em torno dele e deixou cair um envelope na cama, antes que o pegasse Hermione e Rony também estenderam a mão, Harry não queria que ninguém olhasse o pergaminho, poderia ser de Draco, mas Rony disse animado:

-Devem ser notícias de Lupin!

As três mãos seguraram a carta, imediatamente sugados num redemoinho de cores, sensação de ser puxado pelo umbigo.

Draco abriu os olhos, sentou-se na cama, havia adormecido, olhou em volta, se colocou de pé... segurou a veste, mão enterrada no cabelo, sentindo o coração na garganta. Na mente o sonho vívido de estar chorando abraçado a Potter no meio da neve... afastou o sentimento de angústia, mais ainda sem saber o que fazer, ainda com a veste azul no corpo.

-Draco...

Inevitável, deu um pulo, mas sentiu-se aliviado ao ver sua mãe.

-Sim?

Uma troca de olhares e ela entra no quarto.

-Querido... você está bem?

O que responder? O que dizer? Esperando o inevitável, já era maravilhoso saber da preocupação dela.

-Sim, estou.

-Seu pai mandou que ficasse no quarto até o almoço, mandarei algo para comer... por favor, fique quieto sim?

-Ficarei.- disse se sentando na cama.-Ficarei.

A porta se fechou, podia sentir no ar... algo mau... maligno, deitou-se.

Os pés bateram dolorosamente no chão de pedra, ergueram-se, Hermione soltou um gritinho ao ver as cinco varinhas apontadas para eles, Rony a segurou junto de si e Harry os olhou.

-Potter... Potter... Potter... o convite era só para você... mas fico feliz que seus amigos tenham decidido acompanha-lo.- disse Lúcio.

-O rapaz é um Weasley...- disse Bryan.- Vai ser um bom refém.

-Seus...

-Silencio!-Not fez Rony perder a voz.

-Gostaria de acertar contas comigo?- Dolohov se aproximou de Hermione.

-Não se aproxime dela!- Harry disse entre os dentes.

Os cinco riram, Belatriz ria mais alto.

-Se não o que Bebê Potter?! Vai nos azarar? Onde está sua varinha?

-Ora, Bela, não seja mal educada, é óbvio que interrompemos o sono do jovem Potter, ele nem está decentemente trajado.

Era verdade, Harry sentiu-se esfriar, estava desarmado, sua varinha se não estava enganado estava com Hermione, estava apenas com o pijama da enfermaria.

-Seus grandes covardes... – ergueu o rosto olhando Belatriz.- E então? Onde está o velho cara de cobra?

-Pressa de morrer Potter?- disse o bruxo que estivera em silêncio até então segurando o braço de Belatriz que perdia a calma.-Temos muito tempo...

Eles riram, em um segundo virou um pesadelo, quando o braço de Belatriz foi solto ela o atingiu com um Cruciatus, enquanto estuporavam seus amigos, ainda viu sob a maldição os dois serem revistados, Dolohov e Not planejando se divertir com Hermione mais tarde, enquanto arrastavam os dois para fora da cela de pedra onde estava.

Seria a manhã mais longa de sua vida...

A mão de Draco tremia ao tomar o chá olhando o jardim, sua mãe bordava algo calmamente.

-Você não pode estar com seu pai.- ela disse lábios contraídos.

-Não quero estar com ele.- disse sem pensar.

-Logo estará acabado Draco... não pense nisso.

-O que vai estar acabado?

Ela largou o bordado e foi ao seu lado, segurou-lhe os ombros, ambos olhando para fora, eram poucos os momentos em que se sentia protegido por sua mãe, fechou os olhos.

-Potter já chegou, está no calabouço, logo o dia irá acabar e ele estará morto.

Draco derrubou a xícara, morto, foi como se alguém apertasse seu coração.

-Morto...- lembrou-se de si mesmo repetindo.

Não conseguia conviver com aquilo que pronunciara alto tantas vezes... Morto Potter... você está morto. Falando alto para não sofrer com o fato.

Mas sofria, repetiu de novo.

-Morto.

-Mas isso não deve acontecer meu querido... não deve.

Se virou olhando a mãe, ela afastou um fio teimoso da testa dele.

-Ah, meu querido, o que o destino não nos faz...

Harry mal sentia a dor... não... insuportável, mas era uma criatura que já sentira todo o tipo de dor... o que doía mesmo na alma eram os risos... principalmente o de Belatriz.

-Anime-se Potterzinho... logo fará companhia ao meu primo... isso não é bom?

-Sua vaca...- gemeu.- Vaca!

-Não seja grosseiro!-Dolohov o acertou com um feitiço.

Pulsos sangrando por estar preso com algemas de ferro que pendiam do teto forçando-o a apoiar-se na ponta dos dedos dormentes para não magoar os braços presos propositadamente de mal jeito. Fechou os olhos, o feitiço parecia uma chicotada... ferindo as costas já feridas, e não estava de todo recuperado, Belatriz sorriu.

-Pronto? Crucio!

Os gritos recomeçaram, fazendo Hermione enfiar as mãos no ouvido e encolher-se mais contra o peito de Rony, ele também chorava, de raiva.

-Vão matar ele! Estão matando ele!- ela gemia.- Parem por favor... é horrível demais!

Rony apenas a segurou, o que poderia fazer? Preso na cela pequena, sem varinhas, apenas escutando o amigo ser torturado e os risos daquelas bestas... o que podia fazer? Pensou apenas apertando mais Hermione contra seu corpo, na vã tentativa de não deixa-la escutar os gritos já roucos de Harry.

-Malditos.... malditos...- repetia baixinho, lágrimas de raiva escorrendo quentes dos olhos.

Draco ainda olhava sua mãe, confuso, sim, estava confuso, ela lhe acariciou o rosto.

-Potter não deve morrer Draco, por você ele não pode.

-Por mim?

Ela sorriu meio triste.

-Não quero ver você sofrendo... não...- ela o abraçou apertado.- Não quero ver você definhar de amor... não, não quero ver o Lorde das Trevas mata-lo por estar sentindo algo tão bom...

Draco estava surpreso, ela sabia?

-Mãe... você... você sabe?- a olhou.

-Eu tenho bons olhos, eu vejo o seu coração, desde o primeiro dia, só quem já amou pode reconhecer esse brilho, seu pai, os outros, o mestre deles, não reconheceria esse olhar, o brilho que se estende por ele toda vez que o nome de Potter é mencionado, eu sempre soube meu querido... antes de você eu acho.

Agarrou as costas do vestido de sua mãe.

-Mas ele vai morrer...- apertou-se contra o corpo dela.- Ele vai morrer aqui e o que eu posso fazer?

-Ora Draco- ela disse séria segurando seu rosto.- Vai salva-lo... ou não resta nada dos Black nesse seu sangue? Vai salvar o seu amado... você ainda é o melhor de nós Draco. Salve-o.

-Como? Estão todos aí... seria suicídio... seria mata-lo mais cedo.

Ela sorriu e estalou os dedos, um elfo apareceu, na mão trazia três varinhas.

-Essas são as varinhas deles, que seu pai mandou para a biblioteca... isso- ela tirou uma corrente do pescoço e deu-lhe.- É a chave para meu Chalé de veraneio... não ouça-me... logo os chamarei ao banquete que seu pai preparou para receber mais alguns convidados, direi que não se sentes bem... nesse momento é que deves ir até o calabouço e liberta-los.

-Libertá-los?

-Sim, Potter acabou vindo acompanhado de dois amigos.

"Weasley e Granger... pensou olhando as varinhas, isso as explicava."

-Mas ele vai nos encontrar no chalé... a menos que... há flú lá?

-Sim, uma lareira desimpedida, para meu uso... essa não tem armadilha alguma, não há uso já faz dois anos, mas deve estar em perfeitas condições...

Sorriu, a mãe o abraçou.

-Ah, Draco meu menino, sabia que iria escolher bem...

-Você o aprova?- perguntou num sorriso tímido.

-Um bruxo de família... rico... famoso... que melhor partido haveria pra você?- ela sorriu, mão nos olhos do filho.- Você o ama muito... isso é o que importa... Draco, isso é só o que importa. Ele te ama também?

-Não sei... acho que sim.

-Tolice... quem não o amaria? Mandarei Tobby avisar quando nos retirarmos para o banquete, fique aqui e se prepare, não leve nada além de muito agasalho, e acima de tudo, não faça nenhuma magia desnecessária.

-Isso eu sei... porque não vem comigo mãe?

-Não poderia, chamaria muita atenção... além do mais, Draco, eu amo seu pai... não o deixaria nunca. Mas amo você antes, prefiro vê-lo longe de mim, mas bem.

Se abraçaram, Draco não sabia o que sentir, alívio ou tristeza? Coragem ou medo?

Amor ou dor?

-Patético!- exclamou Dolohov chutando o corpo de Harry no chão.- Porque não o matamos logo?

-Porque esse prazer deve ser do Lorde.- disse Belatriz olhando o corpo inerte.

-Enervate!- Bryan despertou o rapaz pela quinta vez, apenas para escutarem as tossidas sangrentas dele.

Não sentia mais seu corpo, caído no chão gelado, só com as calças do pijama, e encharcado, porque lhe tinham jogado água para que despertasse, ou seria para que o frio penetrasse mais nos ferimentos... os pés estavam enrijecidos e dormentes, as pernas estavam rijas de cãimbras, o corpo estava aquecido pois o sangue escorria ainda dos ferimentos abertos, como se tivesse sido chicoteado, presente de Belatriz e Dolohov, dois sádicos, não podia movimentar os braços, os músculos não respondiam os pulsos estavam em carne viva felizmente agora não estavam mais presos naquelas correntes.

-Potter!- Gritou Lúcio.- Potter! Já vai nos abandonar de novo? Temos uma tarde inteira ainda... Senão resistir teremos que procurar diversão com seus dois amigos...

-Não seria má idéia.- disse Dolohov.- Tem uma certa garota que vai adorar me ver.

Riram quando os punhos dele se fecharam, se erguendo apoiado nos braços que tremiam.

-Certo, ainda estou aqui...- gemeu dolorosamente.

Não havia saída, ficou de joelhos os vendo rir, se não os deixasse brincar com ele logo quem sofreria seriam seus amigos.

"alguém... alguém nos salve... por favor... pensou vendo as varinhas apontadas contra seu corpo... pelo menos Rony e Mione... eles não tem culpa..."

-Crucio!

Hermione ainda estava quieta, Rony e ele estavam encolhidos em silêncio apreensivos desde que os gritos haviam parado, as vozes distantes não podiam ser compreendidas, mas os risos iam e vinham, os dois já estavam perdendo as esperanças.

-Temos que fugir Rony... temos que dar um jeito.- disse baixo.

-Sem nossas varinhas?

-Não podemos deixar eles matarem o Harry...

-Mione... ele parou de gritar faz quase uma hora eu acho...

-Eles ainda estão rindo.- ela respondeu.

Abraçou a namorada, não querendo confessar que já perdera a esperança.

-Olhem isso... olhem isso.- disse Belatriz.

Harry não sabia o que estava acontecendo, mas já se sentira assim uma vez... no primeiro ano, mas ao mesmo tempo era diferente... seu corpo parecia ter travado, sumido, sentia só o frio e a dor... só, ou quando fora envenenado pelo basilisco... se isso era morrer...

-Sangue... ele está chorando sangue?- perguntou Bryan.

-Ah... eu lembro disso.- riu Belatriz.- Cruciatus demais... Lembra da Longbottom?

-Potter! Potter! Ainda esta acordado?- Gritou Dolohov.

-Ah está,- disse o bruxo desconhecido rindo.- Podem ter certeza, mas não vai poder falar... não por enquanto.

-Vamos parar.- disse Lúcio olhando o elfo trêmulo na porta.- Narcisa nos chama ao banquete, vamos nos recompor, porque essa tarde.- ele riu.- Teremos mais com que nos divertirmos.

Dolohov acertou o último feitiço que fez Harry esparramar-se no chão, ferido demais até para gemer, caído numa poça de água e sangue...

Rony se ergueu tenso ao escutar o grupo passar, mas eles nem se dignaram a olhar para dentro da cela, passaram rindo e falando de coisas banais, Rony e Hermione se olharam ambos tremendo, quando o corredor silenciou chamaram por Harry sem resposta, até Hermione sentar-se chorando apoiada na parede.

-Mataram ele! Mataram... Rony- ela ergueu o rosto lavado de lágrimas.- Mataram o Harry!!!

Rony se apoiou na porta a olhando, sem coragem de dizer que acreditava nisso.

-Os convidados estão se reunindo Mestre...

Draco apertou as quatro varinhas na mão.

-Senhor?

-Já ouvi... pode ir Tobby.- disse sem se virar.

O elfo abaixou as orelhas, se pudesse fugiria com seu mestre mais jovem ou fugiria atrás do primo Dobby... mas não podia, estava preso a família, mas ver alguém se libertar era suficiente... mesmo sendo o jovem Malfoy, se aproximou e disse muito baixo.

-Boa sorte, mestre.

Draco se virou, haviam sete elfos no todo o olhando.

-O que...

-Boa sorte menino Draco.- disse a única elfa do grupo.

Eram os elfos que o haviam visto crescer... era uma despedida.

-O...obrigado... ah... todos vocês...- sentiu-se estranho agradecendo algo a um elfo.

-Apresse-se Mestre! Tempo não tens sobrando!- disse o elfo mais velho.

-Tem razão.- disse olhando para a porta.- Tens razão, com licença!

Passou correndo pelos elfos, não tinha tempo para perder com besteiras, onde estava com a cabeça! Corre imbecil! Corre silencioso como sempre foi, pois o tempo é tudo que não tem.

Narcisa está impassível esperando seus convidados, que entram já sentando-se a mesa, Lúcio chega a seu lado.

-Onde está Draco?

-Indisposto.

-Como?- retorquiu frio.

-Não mandei deixa-lo beber ontem... está indisposto, e não chame atenção para o fato Lúcio, já é vergonha suficiente.

Sentou-se olhando-o firme, Lucio lhe deu um olhar, ficaria preocupada se não soubesse onde o filho realmente estava, porque aquele olhar denunciava um castigo sendo preparado.

Lucio apenas educadamente iniciou o banquete, na mente apenas repetindo " o roteiro Draco... não podes seguir o maldito ROTEIRO! Me pagas... me pagas por isso ingrato... vais ver o quanto indisposto vais ficar..."

Draco puxou o cachecol mais perto do rosto, o ar do calabouço estava congelado, doía respirar ali, sua respiração condensava a sua frente... passou por algumas celas, mas as portas abertas as mostravam vazias, no meio do corredor havia uma fechada... onde espiando viu os dois amigos de Potter... não, encontraria Harry primeiro, tinha um mal pressentimento... se apressou, mesmo assim nem um passo era ouvido no corredor, sentindo o nariz arder do frio... foi até a última, e maior das celas estava entreaberta... mesmo assim algo chamou sua atenção, assim que empurrou a porta ela rangeu grave e baixo.

-Não... não!- andou rápido deslizando pelo chão congelado.

No meio da sala o corpo estendido era branco mármore, estendido na água gelada, Draco se aproximou devagar, chocado com o que via...

-Não...

Via o corpo caído, as costas marcadas por lacerações, o rapaz devia... não... ajoelhou-se ao lado dele, seminu naquele frio, Draco retirou seu pesado casaco de pele e puxou Harry para seu colo, estava mole, frio, lábios azuis, todo marcado por hematomas e pulsos em carne viva.

-O que fizeram...- disse apertando-o contra o peito.- Harry... não...

Nem sinal de respiração, nem de calor no corpo que embrulhou no casaco.

-Ah Merlin isso não é justo!- olhou o rapaz de olhos fechados pregados pelo sangue coagulado que descia pelo rosto, temeu que tivessem cegado o outro antes de mata-lo...-Harry, eu me atrasei... me perdoa.- Beijou a testa gelada.- Ah... que idiota... ah... meu amor...- beijou-o.- Ah porquê?- olhou para o teto da cela.

-Draco...

Draco arregalou os olhos, mirou os olhos verdes entreabertos.

-Harry?- passou a mão no rosto ainda gelado.

-Draco...- Harry balbuciou.- Aqui...

Draco sorriu... estava vivo, apertou-o mais e obteve um gemido sentido como resposta.

-Vou te carregar para fora daqui.- disse na orelha de Harry- Vamos fugir meu amor... vou te salvar.

Os braços gelados agarraram seu pescoço sem força alguma, escorregando de volta moles, o moreno estava tão leve que podia dizer que não existia, ou a urgência era tão grande que Draco o carregaria mesmo que fosse feito de chumbo, ajeitou-o no casaco e andou devagar para não escorregar.

-Meus amigos Draco...- Harry disse muito rouco, e um pouco mais consciente graças ao calor reconfortante que sentia do outro.-Por favor...

-Eu sei onde estão... não se preocupe.- disse baixinho.

Chegou ao lado da porta fechada, encostou o rosto ao de Potter.

-Vou senta-lo no chão agora, para ajudar os dois... fica bem?

-Estou melhor.- disse já olhando com os olhos mais abertos, vendo nublado por estar sem os óculos.

-Vocês dois, fiquem bem quietos que vou solta-los!- sibilou entre a grade da porta.

-Como?- perguntou Rony.- MALFOY!

-Cala a boca Weasley!- repreendeu o ruivo.- Estou ajudando! Coopera!

-Estamos cooperando, sabe onde está o Harry?- foi Hermione que perguntou.

-Está comigo.- disse empurrando a porta pesada.

Os três se encararam, Draco e Rony principalmente.

-Andem.- disse procurando a corrente no meio das roupas.

-Harry!- gemeu Hermione.- Ah!

-Estou bem.- Harry falou num fio de voz.

-Por Merlin, Malfoy, o que fizeram com ele?- disse Rony agressivamente.

Draco não respondeu retirou a corrente arrancando alguns fios de cabelo no processo, ajoelhou-se tão rápido que o som duro do joelho batendo no chão ecoou.

-Chave de portal, sabem usar não?- disse friamente.

-Vai nos levar onde? Direto a Voldmort?

Hermione gemeu, Draco fez uma cara horrorizada e Harry apenas balançou a cabeça.

-Rony.- Harry disse.- Não.

-Porque?- Rony insistiu.

-Weasley você é definitivamente burro, quer ficar pra trás não pegue a corrente! Melhor para nós.- Draco sibilou irritado.

Hermione segurou a mão de Rony e o olhou, ambos olharam Draco que segurou a mão de Harry fazendo-o abrir os dedos duros e segurar a corrente, com um sorriso de incentivo.

-Pronto?- perguntou.

Harry ascentiu com a cabeça, Draco os olhou:

-Então?

Rony e Hermione seguraram a corrente, Draco apertou com força o pendente ativando a chave de portal.

Harry apenas perdeu o apoio que tinha tombando deitado no chão, os dedos duros magoados porque a corrente fora puxada, Rony e Hermione ainda sentados no chão, Draco olhava em volta então se aproximou de Harry.

-Estás bem?- perguntou o puxando devagar e tomando-o no colo, se pondo de pé.- Estás bem amor?- depositou um beijo na testa de Harry saindo pela salinha em direção a outro aposento sem se importar com os outros dois que olharam a cena embasbacados.

-Ah! Eu não acredito!- Rony sibilou puxando Hermione.

-Isso explica muita coisa na verdade.- ela disse segurando a mão do namorado.

Draco entrou na biblioteca deixando Harry no Divã, ele apenas gemeu.

-Descance, logo estaremos em Hogwarts.- disse fechando os olhos de Harry com a mão, preocupado com a face exaurida dele.

-Estou bem... mesmo.- disse voltando a abrir os olhos.

-Certo.- Draco sorriu.- Mas fique deitado.

Se levantou no momento que que o casal entrava, foi até um armário e retirou o cobertor que era usado por sua mãe para ler no verão frio das montanhas.

-Sabe como se parece pó de flú Weasley?

-Sei sim.- disse Rony.- Porquê?

-Procure.- disse Draco estentendo o cobertor em cima de Harry.- Vamos procurar o flú... espera?

Não esperou Harry responder, o viu fechar os olhos, virou-se e olhou os dois.

-Fica com ele Granger, vamos procurar o flú, Weasley.

-Dá para parar de mandar na gente?- Rony disse o encarando.

Draco segurou Rony pela camisa empurrando-o para fora da biblioteca, Hermione o acompanhou assustada.

-Harry está mal, seu imbecil!- Draco disse rangendo os dentes.- Mal! Quero ele bem! A salvo em Hogwarts! Acho que você também!

-Calma!- disse Hermione segurando as mãos de Draco que estavam agarradas no colarinho de Rony quase o sufocando.- A gente entendeu, Rony entendeu, não Rony?

-Eu entendi!- disse olhando o loiro.- Qual o plano Malfoy?

-Só há uma lareira nessa casa que é livre, e em algum lugar aqui tem flú... não é a lareira da biblioteca, ela só leva de volta á mansão.

-Fechadas?- disse Rony.- Onde estamos afinal?

-Chalé de veraneio da minha mãe... não é seguro, temos que sair daqui.

-Pode acreditar Malfoy queremos sair daqui mais que você.

-Você é que pensa Weasley... você é que pensa.

-Parem de falar... não podem entrar em acordo?- Harry perguntou agarrado a porta.

-Droga Harry!- gemeu Draco.- vai deitar!

-Eu cuido disso.- Hermione deu uma batida de leve no ombro de Draco.- Vão procurar o flú vocês dois. Vem Harry, Malfoy está certo, não está em condições de ficar em pé.

Draco correu até o quarto no segundo andar, lá havia uma lareira, mas não era disponível porque tinha o M marcado, mesmo assim procurou o flú.

-Você não sabe qual lareira Malfoy?- Rony disse entediado revirando as gavetas.

-Não venho pra esse chalé desde os cinco anos Weasley, nunca reparei qual minha mãe usava para ir ao Beco Diagonal!- chutou a mesinha de cabeceira.- Merde!

-Pra você também...- Rony disse baixo.- Onde mais?

-Não faz sentido esconder o flú... então... para o quarto de hóspedes... não, não deve ser lá.

-Nesse quarto aqui?- Rony perguntou abrindo a porta.- Eu procuro aqui, procure em outro lugar.

-Vou descer, sala de jantar...

Hermione o tinha obrigado ao menos a sentar, apesar dos protestos.

-Isso está feio.- ela disse olhando um dos pulsos dele.

-Sei... está sim.- disse olhando o outro.- Dói bastante...

-Harry?

-Hum?- grunhiu esfregando os olhos.

-Você e o... Malfoy... ah...

-Não sei Mione... sinceramente não sei...- a olhou.

-Era por causa dele que você estava chorando anteontem?- ela perguntou envolvendo o pulso mais ferido com um lenço.

-Era... era sim.- disse baixo.

Ela o abraçou, sentindo preocupada o quanto ele estava gelado.

-Você tentou falar... mas a gente não estava escutando... deve ter sido difícil...

-Ah... é sim... é complicado.-disse fechando os olhos sentindo cabelo da amiga no rosto.

-Ele gosta de você...- ela disse se afastando e o olhando.

-Acho que sim... é o que parece.

-E você?

Harry olhou o teto, a amiga e confessou sorrindo.

-Me apaixonei por ele Mione... de verdade.-"estou falando isso? mesmo?"

Ela sorriu, o som dos passos de Draco os fizeram olhar para a porta.

-Temos que ajudar a procurar... temos que sair daqui.- disse a olhando.

Hermione o olhou se levantar, sabia que não ia manter o amigo sentado por muito tempo, era um teimoso.

-Certo disse se aprumando, mas fique comigo.

Os dois voltaram a sala e então começaram a procurar, revirando prateleiras e gavetas, Hermione retorcendo o nariz por causa da poeira e dos mil enfeites e vasos "Esses bruxos colecionam cada quinquilharia", Harry apenas sorriu imaginando a reação de Draco provavelmente um "E o que você entende disso Sangue-ruim?... fazia um bom tempo que ele não era mal educado... pensou olhando-o ir a outra salinha. Acabou se afastando e entrando na cozinha, procurando o pó de flú... sem muito sucesso, agarrado ao casaco de Draco, estava com frio, sentiu dois braços o envolverem.

-Você devia estar deitado... está gelado.

Virou-se ao som da voz arrastada, quando começara a apreciar aquele tom de voz que ele sempre tinha? O olhou nos olhos, primeira vez depois de tanta coisa, e ali, agora, somente uma coisa lhe ocorria.

-Obrigado... Draco.- encostou o rosto no peito do loiro.- Muito obrigado.

-Pelo quê?- perguntou puxando-o mais para perto, agradecer o quê? Pensou... sentindo-se um pouco culpado, afinal, fora seu pai que o machucara daquele jeito.

-Por salvar minha vida...- disse forçando os braços cansados abraçarem o outro.

-Não...- disse baixo.- Eu... eu tinha que fazer... o que queria? Que ignorasse? Depois de tudo? Eu não posso viver sem você... nunca pude.

Harry sorriu, talvez Draco não o visse ali sorrindo, mas sentiu-se feliz... talvez Draco nem imaginasse a felicidade que ele estava sentindo, ergueu o rosto, disposto a falar as três palavras de todo o coração.

Draco o olhava, Harry erguera o rosto com um vestígio de sorriso que foi roubado assim como a cor, e ele que estava pálido, ficou morbidamente branco, olhos arregalados, Draco apenas sentiu as mãos em suas costas agarrarem sua roupa com força, O rapaz apenas balbuciou.

-Não...

-Harry o que foi?

-Temos que sair daqui... ele me achou...

Harry ergueu uma mão trêmula até a marca que tinha na testa, Draco compreendeu.

-Vamos, acho que no velho galpão tem algumas vassouras...

Nos segundos em que chamaram os amigos, que Draco devolveu as varinhas tentando se lembrar de quantas vassouras poderia ter e que Harry foi ajudado a se arrastar para fora da casa ao caminho do velho galpão meio abandonado, Harry apenas sentiu que sua cabeça iria rachar pela cicatriz, reconhecia aquela dor, sabia que Voldmort estava próximo, perigosamente próximo então gritou, desabando de joelhos no chão, escutou o som de cinco aparatações aproximadamente, o grito de Hermione.

-Potter...- sibilou o próprio Voldmort.

Se forçou a ficar de pé, vendo os amigos olharem o bruxo, todos paralizados, seu coração disparou.

-Eu não me preocuparia com eles...- Os olhos vermelhos se estreitaram.

Voldmort ergueu a gêmea de sua varinha com aquela mão pálida de dedos longos, nos olhos a malícia estampada.

"Estou morto..." pensou erguendo a varinha também.

-Não se preocupe Potter, não pretendo lhe dar uma morte rápida, muito menos indolor.- os lábios finos se repuxaram num sorriso.

Não houve tempo de pensar, apenas se defender.

Bom, pensou Rony, devia muito as aulas da AD sem dúvida, aos treinos com Harry pra o Tribruxo e o tempo que Hermione disonibilizara em ensiná-lo, porque agora, pensou ele puxando a namorada, poderia ao menos lutar, e poderiam dizer que tinha lutado até o fim ao lado de Harry contra o próprio Voldmort e seus comensais, se talvez alguém um dia lembrasse deles... pensou na sua mãe, pelo menos Gina estava a salvo... Daria tudo para salvar Hermione ao menos, pensou estuporando um dos bruxos.

Hermione mal consiguiu se conter ao sentir a presença de Voldmort em pessoa, então compreendeu o que afetara tanto o amigo nesses anos, se ali, só de perto, Voldmort dava medo, ela pensou no que poderia ser enfrentá-lo sozinho, sentiu-se protegida por Rony e ergueu sua varinha, se iria cair, que fosse lutando.

Draco apenas sentiu o mundo lhe fugir dos pés ao ter a compreensão do que tudo aquilo significava, tinha falhado, não salvara Harry, se afundara e afundara ele e os amigos junto, tinha errado, falhado. Deu um passo em direção aos dois que já duelavam, foi interrompido.

-Você sabe qual o preço que se paga por traição Draco.- disse Lúcio se pondo em frente ao filho.

-Sei.- disse Draco.- Não pretendo pagar... Pai.- disse erguendo a varinha conjurando mãos de terra.

-Lúcio Malfoy para você... Eu não tenho filho.- cancelou o feitiço.

-Melhor,-sibilou tentando estuporar o pai.- Nunca tive grande apego pela família mesmo.

Nas poucas chances que teve, sabia que tinha sido feliz em evitar magias mais fortes, feliz em evitar que Voldmort o possuísse novamente, nunca imaginara que podia trancar sua mente assim, ao mesmo tempo que tinha impressão que estava apenas cansado demais para pensar algo relevante, nas poucas vezes que as varinhas não se ligaram Voldmort o acertou com algo que parecia ser uma faca em brasa, felizmente nada profundo, e o fazia sempre que Harry se distraía com os amigos, felizmente Rony e Hermione conseguiam usar escudos bons o suficiente para evitar o pior e dois comensais estavam no chão.

Sentiu na carne, e perdeu a visão por uns instantes, mal levou a mão no rosto evitou outra magia, Voldmort parecia muito feliz em brincar com ele.

-Covarde... nunca me enfrentaria a sério, frente a frente num duelo limpo...

-Potter isso é sério... estamos frente a frente e não há nada de errado em nossos duelos...- sibilou o bruxo.

Tudo estava borrado, pois estava sem óculos desde que fora sequestrado... mas agora via só por um olho, dor lacinante vinda do outro olho... talvez perdido, mas isso não era importante... sobreviver...

O grito de Draco perfurou seus tímpanos, distraíu-se, Rony e Hermione juntos enfrentavam Dolohov, e Lúcio avançou para Draco que caiu se retorcendo no chão.

-Avad...

-MELLIUS!!!- Harry apontou a varinha para Lúcio.

No momento que ia proferir a maldição de morte foi atingido pelo feitiço protetor de fogo de Harry, e como o esperado, o escudo falho envolveu o braço de Lúcio em chamas, O bruxo berrou.

Draco o olhou.

-Isso foi um erro Potter.

Se virou,Voldmort tinha um brilho satisfeito nos olhos... foi isso que registrou ao ser atingido no peito pelo feitiço... a distração custara caro.

Draco gritou, se levantando, isso chegou a ouvir ao ver a face de Voldmort se endurecer.

-Velho maldito!- Voldmort disse.- Mas chegou tarde, Eu venci.

E desaparatou.

Draco tinha visto, correu pela neve fofa, nunca alguns metros pareceram tão longe... Voldmort desaparatara fugindo, Mas Harry recebera o feitiço no peito, ainda estava de pé, parado, em silêncio então os joelhos vergaram, esticou os braços para ampará-lo antes de tocar o chão.

Dor? Não sentia mais... sentia o calor, sentia o calor do sangue que escorria pelo rasgo feito em seu peito, piscou o único olho que enxergava, sentiu-se cair... era isso afinal? Estava certo... pensou ao sentir as mãos de Draco o amparando, era justo... lutara... pelo menos se servia de consolo, seus amigos e Draco estavam bem, vivos... aceitava isso, pensou olhando o rapaz que o segurara com os olhos arregalados, a profecia se cumprira afinal... falhara, mas tinha feito o que pudera... Draco estava vivo e isso era mais do que merecia... tentou sorrir, queria falar mas sentia algo sufocar, algo que impedia de respirar, mas não conseguia tossir, escutou Draco desesperado...

-Não! Não! HARRY Não se atreva a morrer... não! Você não pode me abandonar sozinho... por favor... Oh Merlin! Isso não pode acontecer! Fique comigo Harry! Por favor! Por favor...

Se houvesse algo pra se lamentar na sua curta vida era o fato de não poder consolá-lo agora, dizer que estava tudo bem... que devia continuar, Harry só levaria um único remorso para a outra vida, não ter dito que o amava... e não poder dizer agora, como queria que Drago lesse isso nos seus olhos, pensou sentindo o peito queimar e a conciência se esvair devagar, preferia tanto levar a imagem de Draco sorrindo consigo, mas afinal, como no seu sonho ele chorava... Harry sentiu a cabeça pender devagar, não ouvia mais o choro do outro...

A neve caía branca do céu nublado, assim como as lágrimas caíam cálidas dos olhos azuis de Draco... porque a neve do chão era vermelho, vermelho sangue.


Bom... é assim que se encerra CRUEL... pelo menos esse é o último capítulo.