N/A: Gente DESCULPA!!!!!!
Eu postei uma versão velha desse capítulo (que estava terrível).
Esse é o correto. Mudou só um pouquinho, mas fez uma diferença!
Fiquem tranqüilos, não vou parar não!
"Todos chegamos um dia como a água e nos vamos como o vento."
Graham Greene
Capítulo 5 – Em Família
O restante do dia foi gasto em um tour pela propriedade, que era maior do que ele imaginara. Havia cerca de trinta quartos na casa, três salas de estar, um salão de jogos, uma grande piscina de água aquecida que lembrava nuvens em um salão, um salão de ginástica, uma sauna, duas salas de jantar, um salão de festas e duzentos quadros em toda a casa (parecia que o único local onde não havia quadros era os banheiros). Jinx explicou que os quadros eram de todos os descendentes de Griffindor, desde os pais do próprio, até os de Harry. Ele passou quase uma hora conversando com o quadro dos pais dele (O quadro fora feitos logo depois do casamento) e eles não paravam de dizer que estavam orgulhosos dele. Depois de jantar numa sala do primeiro andar, observado pelo quadro de Godric (que parecia estar em todos os cômodos da casa), Dumbledore, Godric e ele conversaram sobre os ancestrais de Harry, a construção de Hogwarts, da casa e sobre o que Harry iria aprender, a partir da manhã seguinte, de segunda a sábado e pelos próximos dois meses.
"Vou estudar mais do que estudei, durante os cinco anos em que estive em Hogwarts..." – Ele pensou, resiguinado.
Harry descobriu que há cinqüenta anos, quando a Câmara secreta foi aberta pela primeira vez, Grindewald estava crescendo em poder e havia muitos seguidores dele e que Tom Riddle, sendo neto dele, era um aspirante a ser um. A avó de Harry estava então, no primeiro ano. Quando ela deixou Hogwarts, Grindewald já estava no auge de seu poder e num ataque à mansão dos Griffindor, a bisavó dele foi morta pelo próprio grindewald. Foi nesse dia que Dumbledore o derrotou. Alicia não se conformava com isso e deixou o mundo mágico e, anos mais tarde, conheceu Gregory e se casou e depois nasceram Petúnia e Lílian.
E que de acordo com as profecias (a original, feita a mil e quinhentos anos, que fala das guerras entre as duas famílias) e a última (aquela da Trelawney), essa deverá ser a última. Ele sabia que ninguém falaria, mas que o futuro do mundo como ele conhecia, estava em suas mãos. E isso o deixava apavorado...
-Você terá de aprender a usar os poderes do anel, Harry. – Godric falou, tirando ele daquele pensamento. –Ele aumentará seus próprios poderes e lhe dará o poder de um 'Free-Hand'.
-Free-Hand são bruxos que não precisam de varinha para fazer mágica... – Dumbledore comentou.
-Eu sei, já li sobre isso... – Harry respondeu e o diretor sorriu.
-Você é um free-hand, Harry. Como eu fui e o Alvo é. Você ainda não sabe usar essa habilidade, no entanto, você tem o dom. O anel será um catalisador dos seus poderes, fornecendo mais energia aos seus feitiços; assim seus feitiços poderão ter até cinqüenta vezes mais força do que antes. Por isso, você deverá tomar cuidado quando fizer um feitiço de ataque ou poderá matar o alvo do feitiço. Outra coisa, Harry: Quando sua mãe fez aquele encantamento... Bem, ele ainda não tinha 'assentado'... – Harry olhou nos olhos do quadro.
-Como assim? – Harry perguntou e foi o diretor quem respondeu:
-Quando ele é lançado, a mágica leva um tempo para assentar no alvo do feitiço. E então quando o Tom o atacou, o encantamento não tinha assentado em você e foi por isso que você absorveu alguns dos poderes dele e essa ligação de vocês nasceu...
Então... Se ele não tivesse me atacado naquela hora, ele ainda estaria onde ele estava na época? – Ele perguntou se virando para o diretor.
-Não! – o diretor exclamou. –O feitiço voltaria para ele de qualquer forma e ele morreria ali. O que aconteceu foi que uma parte dos poderes dele passou para você. É por isso que você pode falar com as cobras e sua cicatriz doe, quando ele está por perto. Nós não sabemos até que ponto você absorveu e talvez nunca saberemos. Só que, depois daquilo o encantamento assentou e agora, nesse ataque, ele foi reativado e eu acho que ele não voltará a 'dormir' novamente e é por isso que nós precisamos alertá-lo, Harry: Qualquer feitiço de ataque lançado contra você voltará para o lançador. Então, evite ficar no caminho de feitiços que não são de 'inimigos verdadeiros'... – O diretor falou essa última frase olhando nos olhos do garoto.
-Como assim? – Harry perguntou curioso. –O quê você quer dizer com 'inimigos verdadeiros'?
-Quero dizer pessoas que não são realmente inimigas! – O diretor disse, se inclinando na direção dele. –Você sabe que às vezes, as pessoas fazem coisas que não queriam fazer, e é isso que eu quero que você evite, Harry: Matar inocentes...
O garoto arregalou os olhos e disse: -Você quer dizer pessoas sobre o Império?
-Isso mesmo! – o diretor confirmou. –E mais uma coisa: Feitiços não funcionam, mas têm outras formas de atingi-lo. Como por exemplo: Poções, venenos e ataques físicos. Então, atenção!
Godric disse que ele teria treinamento físico (para desenvolver músculos e agilidade, estudaria feitiços avançados (de combate e defesa), estudaria a história bruxa (principalmente sobre as guerras) e técnicas de combate (com Remo Lupin, a partir da segunda semana). A primeira coisa que teria de fazer era o treinamento físico (acompanhado por Jinx), que começaria as seis da manhã e seguiria pela manhã até a hora do almoço. À tarde, ele passaria quatro horas na biblioteca, estudando sobre feitiços, que o próprio Godric lhe ensinaria (embora o mesmo não pudesse fazer mágica) e depois teria uma hora para colocar em prática o que aprendeu durante as aulas de feitiços. Terminaria o treinamento diário, nadando durante meia hora na piscina. Após o exaustivo dia, jantaria as sete horas e se deitaria às oito. Teria os domingos livres.
"Definitivamente, vou ter um verão militar!" – Ele pensava, enquanto ia se dirigia para o quarto, já que era quase oito horas da noite.
Ele acordou com alguém sacudindo ele violentamente. Ele abriu e fechou os olhos rapidamente, tentando se acostumar com a luz do ambiente. -"Que droga!". - Ele pensou, mas como as sacudidas não paravam, ele abriu os olhos novamente, após os esfregar com os nós dos dedos e se sentar na cama.
-Quê que aconteceu, Jinx? – Ele perguntou, enquanto bocejava.
-Está na hora de treinar, Harry! – O elfo falou animadamente, com um sorriso no rosto. O garoto pegou o relógio que ganhara de Rony, no último natal (depois que ele perdera o dele durante o torneio tribuxo).
Com um novo bocejo, o garoto se levantou e foi ao banheiro, lavou o roto e voltou ao quarto; onde o elfo já tinha separado um conjunto esporte, que ele pegou e vestiu. O elfo colocou uma bandeja com algumas frutas, pães e um copo de suco de laranja no criado mudo; ele comeu um bom pedaço de pão, tomou o suco e começou a comer a pêra enquanto seguia o elfo para fora do quarto, escadas abaixo e para o jardim. Todos os quadros ainda dormiam, enquanto eles andavam. Estava frio àquela hora, apesar de ser início de verão.
-E agora? – Ele perguntou, curioso.
-Agora, Harry fará uma caminhada pela propriedade para aquecer e depois exercícios.
Meia hora depois, ele havia andado pelo jardim e em volta da casa.
-E agora? – Harry perguntou, sentindo-se feliz de estar naquele local. – "Minha casa! Queria que o Sírius estivesse aqui!" – Esse pensamento o entristeceu. Não tinha pensado em Sírios desde o ataque.
-Agora fazer exercícios como estes! – E o elfo estalou os dedos e uma imagem de um homem fazendo exercícios de alongamento, apareceu a alguns metros adiante deles.
-Espero que você saiba o está fazendo! – Ele exclamou.
-Jinx, sabe! Ele ajudou Lílian e Tiago a treinar, quando eles se preparavam pra ser aurores...
-Eles treinaram aqui, juntos? – Harry perguntou, encarando o elfo.
-Sim. Quando eles terminaram Hogwarts, eles se casaram e vieram para cá! – O elfo falou, sorrindo.
O garoto esboçou um sorriso e 'tentou' imitar os exercícios. No início ele se atrapalhou, mas se acostumou rapidamente e depois dez minutos, a imagem sumiu e ele olhou pro elfo.
-Agora, correr... Três voltas em volta da casa! Começando devagar e aumentando a velocidade à medida que corre! – O elfo exclamou, com uma expressão satisfeita no rosto.
Ele fez uma careta, mas começou a correr. Depois de dez minutos, no entanto, teve que parar, arfando vigorosamente. Ele não havia terminado a primeira volta.
-Eu... Não... Agüento... Mais! – Falou entre profundas aspirações.
-Harry precisa continuar! – O elfo falou com tristeza. –Precisa correr pelo menos vinte minutos por dia!
-Vinte? Eu não consigo dar mais nenhum passo!
-Lembre-se do... Tom! – O elfo falou tremendo levemente.
Ao ouvir o nome, Harry ficou em pé ereto e com uma expressão furiosa no rosto, continuou a correr; desta vez não parando até ter dado a terceira volta, vinte e cinco minutos depois. Quando ele parou o elfo falou:
-Muito bem! Agora Harry têm de fazer mais exercícios!
E com um estalar de dedos, imagem que apareceu novamente e começou a andar pelo jardim, ele a seguiu e ela entrou na casa por uma porta lateral. Ele entrou e se viu num salão que estava repleto de aparelhos de ginástica, a imagem acenou pra ele se aproximar de um aparelho; Ele chegou perto e a imagem sentou no mesmo e começou a fazer movimentos com as pernas, exercitando-as. Entendendo a deixa, se sentou num aparelho igual que estava ao lado e começou a fazer como a imagem, no início foi fácil, mas depois de quinze minutos, o peso parecia ter aumentado (devido ao cansaço) e ele custou a acompanhar a imagem. A imagem mudou a posição do exercício e agora exercitava os braços, no mesmo aparelho; Ele mudou também e depois de mais quinze minutos, a imagem parou e se levantou. Com um suspiro de alívio ele parou o exercício e seguiu com o olhar a imagem, que agora fazia estranhos movimentos num canto do salão enquanto segurava uma barra em frente a um espelho. Ele seguiu a imagem e postando-se ao lado dela, começou a fazer igual. Algum tempo depois a imagem sumiu e o elfo falou:
-Agora, é hora da sauna, pra relaxar! – E conduziu o garoto até uma porta que ficava no extremo do salão.
Ao entrar ele se viu num vestiário retangular com vários chuveiros na direita e alguns armários à esquerda, com alguns bancos no meio, entre os chuveiros e os armários; O elfo falou:
-Aqui dentro! Tira a roupa e entre. – Ele apontava pra uma porta à esquerda, ao lado dos armários. Harry se despiu de toda a roupa, com exceção da sunga e entrou na sauna. Ele estava numa sala pequena, com azulejos azuis, quente e cheia de vapor; Ele se sentou num banco, que corria por todas as paredes da sala e relaxou... Ele estava quase dormindo quando ele ouviu a voz do elfo: - Hora de sair!
Ele levantou lentamente e percebeu que estava suado. - "eu realmente dormi!" – ele pensou e saindo da sauna, viu que o elfo que segurava uma muda de roupas, chinelos e uma toalha limpa.
-Harry, se lavar e vestir. Hora de comer!
Ele sorriu e pensando um pouco na situação, tirou a sunga e jogando-a para o elfo, entrou debaixo do primeiro chuveiro que viu. Ele sentiu a água fria escorrer pelos cabelos suados, rosto, ombros e pelo peito liso; Sentiu uma sensação de estar vivo, como se o efeito sauna-ducha tirasse todo o cansaço que estava sentindo. Depois de cinco minutos, ele começou a se esfregar e ensaboar com a esponja e sabão que o elfo colocou perto do chuveiro. Quando acabou, se virou, pegou a toalha que o elfo estendeu, enxugou cuidadosamente cada parte do corpo e vestiu uma camisa de malha verde-limão, com mangas compridas, que assentava perfeitamente e uma calça de moletom, também verde, só que musgo. Depois de colocar os óculos e calçar os chinelos, seguiu o elfo na direção da sala de jantar para um café da manhã completo. Onde era sempre servida as refeições. Serviu-se de vários pedaços de bolo de ameixa e um copo grande de suco de limão, enquanto o quadro de Godric o observava. Depois foi para o salão de jogos para praticar os feitiços que já conhecia...
Era quase meio dia, quando ele acabou o treinamento de feitiços. O elfo havia criado vários inimigos para ele tentar acertar e/ou desviar. Ele acertou em quase todos os alvos (mesmo os que não eram inimigos).
Ele estava na sala de jantar novamente para o almoço com vários tipos de tortas, carnes, geléias, sucos e frutas).
"Bem... Sobrevivi! Pelo menos ao primeiro dia..." – Pensou, embora o corpo doesse, ele se sentia muito bem.
-Agora que você já comeu, nós podemos começar! – Ouviu a voz do velho de barbas brancas, sentado na mesa do quadro.
-Você tem quantos quadros nesta casa? Eihn!? – Harry perguntou irritado.
-Bem... Não sei... Nunca contei! Quantos cômodos têm nessa casa? – O velho retrucou, sorrindo.
-Acho que terei de me livrar de alguns! - Harry falou com um sorriso travesso.
-Você não ouse! Ouviu! – O velho retrucou com seriedade.
-Veremos! – Ele completou, agora sorrindo abertamente.
Naquele momento a porta da sala se abriu e um velho também de barbas brancas e olhos azuis, falou:
-Vejo que cheguei em boa hora!
-Alvo! Ele que se livrar dos meus quadros! – O velho falou irritado. O visitante deu uma risada e falou:
-Eu também já quis isto uma vez, lembra Godric?
O garoto deu uma gargalhada abafada e falou: -Ele é irritante!
-Eu não sou irritante! – O quadro gritou.
-É sim! – O diretor e o garoto disseram juntos. E riram.
O velho do quadro fez uma careta e continuou: -Você têm de se preparar, garoto! Ou você acha que têm alguma chance neste momento?
-Ele tem razão, Harry. – O diretor falou em tom sério. -Você tem de estar preparado pra enfrentar Tom e os seguidores dele. – E completou em tom de brincadeira:
-A propósito... Acho que você devia receber umas visitas... Antes que a Molly me arranque a cabeça!
O garoto deu uma risada da expressão no rosto do velho e confirmou com a cabeça.
-Certo. – O diretor continuou: –Como as lareiras de Godric's Manor não estão mais ligadas a rede-do-floo e você não pode sair daqui... Acho que terei de providenciar uma chave portal, assim os Weasleys poderão vir te ver aqui.
-Não esqueça da Hermione! – Harry falou com urgência na voz. –Ou ela vai fazer pior do que arrancar sua cabeça!
-Não, claro que não. Ela irá para a casa do Weasleys pela rede-do-floo e então através da chave de portal...
-Mas hoje não! O Harry têm que estudar! – O velho do quadro rosnou.
-Não. Eu pensei no domingo pela manhã, assim todos poderão vir juntos. – O diretor adicionou.
-Tudo bem, então. – Godric declarou. –Mas agora, Vamos pra biblioteca!
Com um suspiro, Harry se levantou e saiu da sala.
-Ele é rebelde! – O velho do quadro falou.
-Ele é um adolescente, Godric, como nós fomos um dia e já sofreu mais nessa vida do que nós dois juntos na idade dele. – O velho diretor falou. –Dê um tempo a ele.
-Um tempo que ele não têm! – O quadro replicou.
Quando Harry entrou na biblioteca, ele olhou pro quadro e perguntou: -O que eu vou estudar aqui?
O velho do quadro suspirou e disse: -Pra começar, você pode ler 'Hogwarts: Uma História'.
"Grande!" – Harry pensou.
-Vamos praticar suas habilidades de Free-Hander. Eu quero que você se sente na escrivaninha e enquanto olha pra estante, concentre-se no livro, deseje que o livro venha até você!
Curioso Harry fez como o velho disse: Ele olhou pra estante e concentrando no livro, imaginou o livro saindo da prateleira e vindo até a mesa. Com um susto ele viu o livro sair da estante e voar direto até ele; mas antes de alcançá-lo, caiu no chão com estrondo.
-Não desvie o pensamento enquanto faz isso, garoto! – O velho rosnou. –Agora, vamos tentar de novo. Pense no livro e traga-o até você!
Ele pensou no livro indo até a mão dele e com um sorriso no rosto, viu o livro sair do chão e voar pra mão dele.
-Legal! – Harry exclamou.
-Devolva o livro ao lugar dele agora. – Godric mandou. Ele ia ficando em pé quando o quadro gritou:
-Do mesmo jeito! Isso é para praticar!
Com uma carta assustada, o garoto se soltou na cadeira e começou a se concentrar na tarefa. Não era fácil, visto que o velho ainda o olhava com uma expressão brava. Depois de um suspiro, ele tentou novamente e dessa vez o livro foi para o lugar dele direto e se encaixou no lugar suavemente.
-Muito bom! Vejo que você tem potencial para 'Free-Hand'. – O bruxo comentou um tom natural. –Agora, eu quero que você pratique isso com cada livro dessa prateleira.
-QUÊ! Mas há uns trinta livros ali! Alguns são duas vezes mais grossos...
-Eu sei disso, li cada um deles! – O velho falou e com um rosnado completou: –Agora... Vamos, Comece a praticar!
E Harry praticou... Praticou... E praticou... – Duas horas depois exausto falou: -Chega! Não agüento mais! – E com um salto se levantou e foi na direção da porta.
-Volte aqui, garoto! Nós ainda não acabamos! – O velho gritou pra ele.
-Eu já! – Harry respondeu e ia saindo, quando o quadro gritou:
-O livro, leia o livro!
Harry parou e concentrou no livro, que veio voando para a mão dele. Ele se virou e saiu, batendo a porta.
-Adolescentes! – O velho resmungou.
-Quem ele pensa que é! Eu não sou um soldado! –Harry resmungava ao sair da biblioteca, batendo os pés. No hall de entrada, resolveu dar uma volta no jardim. - "Não quero ver a cara dele tão cedo!" – E começou a andar pelo jardim observando os jardins, com suas enormes árvores e gramado verde, e parando nas estátuas dos unicórnios pensou. – "Este lugar é lindo!" – E sentando do banco próximo ficou observando, maravilhado, as belas figuras na frente dele. De repente, ele ouviu uma pancada na estátua atrás dele, ele se virou rapidamente e viu a coruja do amigo, Pichi. Ele se apressou para ver se ela tinha se machucado, e viu que a coruja estava apenas tonta... Ele a pegou e tirou o bilhete amarrado na pata dela, que piou e voou pro céu azul. – "Nossa, será que ela consegue voltar?". E desdobrando o bilhete, leu:
Harry!
Dumbledore disse que nós (A família, mais a mione) podemos te ver no domingo! (Acho que a ameaça da mamãe funcionou!), bem, então domingo, eu e tropa toda vamos estar aí! Então se prepara cara!
Rony
Ele riu e guardou o bilhete no bolso e voltou a olhar pro jardim.
-Quantos leões têm aqui? – Ele perguntou em voz alta.
-Cinqüenta – Alguém respondeu, atrás dele. – Ele se virou depressa e viu o velho diretor, sorrindo para ele.
-Você quase me matou de susto! – Ele exclamou.
-Godric me pediu pra falar com você, Harry... – O velho falou com uma expressão cansada.
-Eu estou cansado! Ele quer que eu fique o dia inteiro estudando naquela biblioteca! – Ele falou quase gritando e ficando em pé.
-Ele apenas quer que você esteja preparado, Harry. Você é um alvo fácil, como ficou provado...
-E o feitiço que me protege? Eu não estou tão desprotegido assim!
-Existe mais de uma maneira de se morrer, Harry! Esteja certo disso... Aproveite esse tempo que... Você não tem de se preocupar com a escola e se prepare! Seu futuro depende do que você aprender aqui! – O velho falou com um brilho no olhar.
-Tá... – O garoto respondeu com um olhar triste.
-Muito bem! Porquê você não se diverte um pouco? Agora que você pode usar magia? – O velho falou com um sorriso maroto. O garoto abriu um sorriso e o velho rumou pra casa, deixando o garoto imaginando como se divertir sozinho...
No dia seguinte, após o treino físico, no qual Harry foi muito melhor, ele tinha acabado de entrar na biblioteca para a aula de feitiços.
-Você esteve muito bem no treino hoje, Harry! – Godric exclamou. – Como vi que você está bem em combate, resolvi avançar nossas aulas um pouco. Hoje você vai aprender transfiguração avançada.
Harry engoliu em seco, lembrando suas péssimas atuações em transfiguração e perguntou:
-Como assim?
-Você aprendeu em Hogwarts, a transfigurar pequenos objetos e animais, nada complicado. Agora, vou lhe ensinar a transfigurar, retransfigurar e controlar suas transfigurações.
Harry tremeu um pouco, não tinha como fugir, Godric iria fazê-lo praticar durante toda à tarde. Ele caminhou silenciosamente até a escrivaninha e viu num canto da sala, vários objetos: uma caixa com cinco bolas coloridas do tamanho de bolas de tênis; um bule, uma caixa de música, uma estatua de uma ave, uma de um gato e uma de um cachorro.
-Pegue a caixa com as bolas, vamos começar por elas. – Godric mandou.
-O que vou fazer com elas? - Harry pegou a caixa e se sentou na escrivaninha, examinando as bolas.
-Pegue uma e transfigure-a para um pomo. – O velho mandou.
-Quê!? Mas eu mal comecei com as xícaras! – Harry exclamou.
-Quero ver como você está na matéria! – Godric exclamou sorrindo. Harry bufou e pegou a varinha.
-SEM A VARINHA! – O velho berrou e completou gritando: – Já disse que você não vai usar a varinha nas minhas aulas!
Harry arregalou os olhos e guardou a varinha mais rápido do que a tinha tirado.
-Não precisa ficar nervoso, ranzinza! – Ele guspiu a frase e pegou uma bola azul-claro. O quadro resmungou.
-Agora, ponha-a na mesa e a transfigure em um pomo, que voe e aja como um pomo! – O velho falou com dureza.
Harry olhou para a bola e invocou o feitiço mentalmente. A bola tremeu levemente e mudou de cor para um amarelo-claro, preguiçosamente, ficando imóvel na mesa.
-Lembre-se: invoque o feitiço, mantendo a bola em sua mente. Imagine-a se transformando em um pomo, focalize a transformação. – O velho orientou, tranqüilamente.
Harry olhou novamente com firmeza para bola e invocou o feitiço. A bola tremeu violentamente e duas asas prateadas apareceram nos lados dela e ela começou a voar pela sala, numa velocidade louca. Harry tentou acompanhar o 'novo' pomo, mas ele era muito rápido.
-Excelente! – Godric exclamou. – Agora, você têm de controlá-lo!
-Como? – Harry perguntou espantado.
-Da mesma forma que você o transfigurou, você pode controlá-lo! Tudo que um bruxo transfigura, ele pode controlar. – O velho falou. – Pense nele e mande-o parar na sua mão!
Harry fez como instruído e ficou impressionado quando o pomo parou no lugar onde estava e pousou na mão dele, como se fosse uma pena. Ele sorriu e pensou: - "Isso será muito útil!".
-Não ache que isso funcionará com o pomo da escola. Ele é protegido por feitiços contra esse tipo de controle! – Godric falou e Harry fez uma careta.
-Agora, quero que você o transfigure de volta. - Harry fez isso em dois segundos.
-Muito bom! E agora... – Godric fez suspense e Harry pensou: - "Lá vem bomba!".
-... Transfigure as cinco bolas de uma vez só! – Godric continuou, agora observando o garoto com atenção.
-Mas isso é impossível! – Harry gritou.
-Nada é impossível! Só um pouco mais difícil! – O velho exclamou sorrindo ironicamente.
-Humpf! – Harry bufou e colocou as cinco bolas na mesa e se concentrou profundamente na tarefa. Na primeira tentativa, dois pomos apareceram perfeitos e saíram voando pela biblioteca; o terceiro ficou sem uma asa; a quarta bola só mudou de cor e a quinta não mudou em nada.
-Razoável para a primeira tentativa. Faça-os voltarem e tente de novo! – Godric exclamou alegremente. Harry respirou profundamente e os fez voltarem ao estado original. Depois de mais duas tentativas, cinco pomos alucinados, voavam pela biblioteca.
-Excelente! O Alvo só conseguiu isso na quinta tentativa! – O Quadro exclamou.
Harry deu uma risada e comandou os pomos para fazerem uma verdadeira batalha entre si. Estava radiante com o seu progresso: Não só melhorou em magia sem varinha, mas também em transfiguração. Estava cansado, isso exigiu muita concentração, mas não desistiria. Passou a tarde inteira praticando várias transfigurações: transformou a estátua do gato em um gato de verdade, o cachorro em um porco (não deu vida ao cachorro, pois, não queria se lembrar do Sírios). No fim do dia, estava tão cansado que desmaiou na cadeira. Godric chamou Jinx, que o levou para o quarto e o pôs na cama.
-O que aconteceu, Jinx? – Tiago perguntou, quando Jinx o colocou na cama.
-Nada, mestre. Ele só tá exausto... – O elfo respondeu nervoso.
-Entendo... Aquele velho doido fez de novo, não? Fez ele treinar até cair! – O quadro gritou.
-Vai acordar ele, mestre. – O elfo falou baixinho. O quadro bufou e saiu da moldura.
Com um estalo, as chamas da lareira ficaram verdes e das chamas saiu uma moça, cabelos castanhos cacheados; Ela trajava uma calça justa jeans e uma blusa de lã vermelha e carregava uma pequena mala.
-Mione! O garoto de cabelo avermelhado, sentado no sofá jogando xadrez com a irmã, também com cabelo avermelhado exclamou.
-Oi, Rony. Gina. É bom ver vocês, apesar das circunstâncias... Vocês tiveram mais notícias do Harry? Ele me mandou apenas uma carta, aquela no dia seguinte ao... Bem vocês sabem! – Ela falou em rápida sucessão, o que não deu tempo a eles para se quer pensarem numa resposta.
-Não. – Os dois responderam juntos quando ela parou.
-A única carta que eu recebi dele, foi no mesmo dia. – Rony falou preocupado.
-Ele me mandou duas... – Gina disse insegura.
-Duas? Porquê ele te mandou duas e pra nós, só uma? – Rony perguntou encarando a irmã.
-Bem, ele queria ter certeza que eu estava bem... – Ela respondeu, devolvendo o olhar do irmão e adicionou: - Porquê você contou a ele, eihn?
-Contou o quê? – Hermione perguntou e olhou de um para o outro, exigindo uma resposta.
-A Gina... – Rony começou.
- Besteira do Rony! – Ela cortou o irmão e deu um olhar furioso pra ele.
-Não foi besteira, não! Você ficou mal...
-Não fiquei não! – Ela gritou, quase chorando.
-Tudo bem, Gina. Eu sei que você gosta dele. – Hermione a abraçou e consolando-a, completou: -Eu sempre soube...
-Desde quando? – A garota com os olhos úmidos perguntou.
-Desde a primeira vez que vi como você ficava perto dele... – Hermione falou com uma expressão triste no rosto.
-Viu, todo mundo percebia! Até eu!
-Só o tonto que não – Hermione falou inocente.
-Mas ele percebeu! – Rony falou – Só que ele... A via como uma irmã.
-Eu não quero mais falar disso! – A garota resmungou alto.
-O que será que ele tá fazendo? Onde ele está? Ele falou? – Hermione perguntou olhando para a Gina.
-Ele disse que tava sob disciplina militar (seja lá o que for isso!) e que não podia dizer onde estava, mas que estava seguro e que tinha muita coisa pra contar, mas que só contaria quando nós fossemos vê-lo.
-Disciplina militar? O Que é isso? Um tipo de aula? – Rony perguntou, olhando pra amiga, esperando que ela pudesse responder.
-'Disciplina militar' é uma expressão trouxa... – Ela começou. –E pelo que eu pude ler a respeito disso... É um tipo de treinamento, onde a disciplina é rigorosa.
-Rigorosa? Como assim? – O garoto estava curioso e esperava mais esclarecimento a respeito.
-Imagine uma Hogwarts... – Ela parecia em dúvida sobre a comparação a ser feita. – Onde todos os professores fossem... Ou o prof. Snape ou a prof. McGonagal! – Ela concluiu, satisfeita pela comparação.
Com os olhos arregalados, os irmãos olharam pra ela e disseram juntos: -Isso é horrível!
-Bem, isso eu acho que é. Tanto que, somente garotos rebeldes vão pra escolas que usam este método de ensino. Mas isso não é tudo, nessas escolas, os garotos além de estudar as matérias normais das escolas comuns, eles passam o dia inteiro fazendo exercícios.
-Exercícios? Que tipo de exercícios? – Gina perguntou assustada.
-Físicos... Tipo nadar, escalar árvores, pular muros, coisas assim...
-Isso é pior do que horrível! – O garoto gemeu. –Ele tá sendo torturado.
-Não é bem assim... – Uma voz rouca, falou atrás da garota de cabelos castanhos.
Com um giro a garota pôde ver quem falara e exclamou: - Professor Dumbledore!
O velho diretor estava em pé em frente à lareira com um sorriso no rosto. Os outros dois garotos pareciam preocupados que o diretor os tivesse ouvido falar sobre o treinamento do Harry.
-Não precisam ficar preocupados, o treinamento do Harry não é igual àqueles filmes, Srta. Granger! – Ele falou com um sorriso no rosto.
-Desculpe, Professor! – Ela gemeu, se encolhendo.
-Não precisa se desculpar, vocês o verão daqui a pouco. É melhor se arrumarem! Vocês vão passar o dia inteiro lá e voltar antes do anoitecer. – O diretor falou sério.
Os três subiram as escadas correndo, enquanto a mãe do garoto e da garota de cabelos vermelhos, vinha da cozinha.
Quarenta minutos depois a mulher gritou:
-Rony! Anda logo, o Dumbledore não pode ficar aqui o dia todo! – A Sra. Weasley gritou e se virando pro diretor perguntou: - Alvo, como nós chegaremos lá? É longe?
-Acalme-se Molly. Como o local não está ligado à rede-do-floo e o Rony e a Gina não podem aparatar, nós usaremos uma chave de portal, que nós deixará na entrada da propriedade.
-Mas por quê na entrada da propriedade? Não podia ser dentro da casa? É uma casa, não? – Ela parecia mais nervosa a cada minuto.
-Ele suspirou e falou: -Não se pode aparatar dentro da propriedade, pelo menos pra vocês. Ela é protegida por feitiços muito mais fortes do que os que protegem Hogwarts.
-Certo. – Ela respondeu e olhando pro alto das escadas, gritou com toda força dos pulmões:
–Rony! Eu vou ter que te arrastar desse quarto?
O velho riu. O garoto desceu as escadas correndo.
-O Pichi não queria entrar na gaiola! – Ele falou apressadamente.
-Deixe essa coisa em casa, hora! – Ela rugiu.
O garoto se encolheu, vendo a fúria no olhar da mãe.
-Até que enfim, Rony! – Hermione falou.
-Nós estamos prontos a meia-hora. – Gina exclamou e se virando paro diretor: -Nós já vamos?
-Já. – O velho falou olhou em volta, para ver quem estava ali e constatou: A Sra. Weasley, Gina, Rony, Hermione e os gêmeos. –O Arthur não vêm?
-Eles o chamaram no ministério. Agora, até aos domingos ele trabalha! – A mulher falou irritada.
-Bem, então é melhor nós irmos. Depois eu falo com ele... – Ele pegou um bibelô de cristal no bolso e falou: -Portus!
-Coloquem seus dedos na peça... – E vários dedos tocaram o bibelô e ele contou: -Um... Dois... Três!
No instante seguinte, os sete estavam em pé em frente a um enorme portão, guardado por dois leões de pedra.
-Uau! Olha só pra isso. – Rony exclamou, se aproximando do portão.
-É melhor eu avisar que chegamos. – O velho falou e se aproximando de uma placa ao lado do portão, disse: -Alvo Dumbledore e a família Weasley para ver Harry Potter.
Ao terminar de pronunciar a frase, o portão se abriu silenciosamente, permitindo a entrada deles. Enquanto eles andavam na direção da casa, os visitantes olhavam em volta de olhos arregalados.
-Nossa, que lugar esquisito! Olha só pra todos esses leões de pedra! – O Rony murmurou.
-Meus antepassados abusaram na decoração, não é? – Uma voz tranqüila falou quando eles passaram pela fonte.
-Harry! – Todos, exceto o velho, gritaram e foram ao encontro dele, que caminhava na direção deles com um largo sorriso no rosto e um grosso livro debaixo do braço. Hermione correu na direção dele – Antes que ela chegasse até ele porém, o livro sumiu com um pop. Ela pulou no pescoço dele, abraçando-o com força e gritou: - Nunca mais me assuste assim, Harry. Você quase me matou de susto!
-Oi, Mione! Eu não posso prometer isso. – Ele falou afastando ela e completou:
-Gina! – Ele falou com um sorriso especialmente preparado para ela.
-Ei! Que sorriso safado é esse? – Fred falou com uma cara séria. – Olha o que você tá pensando, eihn! – Todos riram e a garota ficou vermelho rublo.
-Sra. Weasley! – Harry exclamou e recebeu um abraço esmaga-osso dela.
-Rony! Espera até eu te mostrar umas azarações que eu apreendi... A gente pode experimentar no Draco! – Ele esboçou um sorriso travesso. Que a mulher registrou e com um olhar de desaprovação que fez ele mudar de assunto.
-Bem-vindos a Godric's Manor! – Ele exclamou.
-Godric's Manor? – Eles exclamaram.
-Minha casa! – O garoto acrescentou. – Com um brilho no olhar.
-Harry, como você está? – A mulher perguntou. Todos concordaram com a pergunta e o encararam esperando a resposta.
-Eu estou bem, Sra. Weasley! – Ele exclamou e olhando para o velho diretor e completou:
-É melhor nós entrarmos ou o velho vai querer se vingar de mim, por deixá-lo esperando.
-Velho? – Todos exclamaram.
-Vocês verão. Cuidado com o que falam pra ele, ele é... Meio temperamental...
O Rony que estava se recuperando do choque olhou pro amigo e perguntou: -Que livro é aquele que você tava lendo, Harry?
-Na verdade, relendo. – Ele falou em tom casual.
-Harry Potter, relendo um livro? – Os gêmeos, que até aqui tinham ficado em silêncio, exclamaram em uníssono. Todos riram do comentário.
-Muita coisa mudou nessa semana que eu passei aqui. – Ele falou e conduziu os visitantes na direção da casa. Eles tentaram obter mais algumas respostas dele, mas ele se recusara a respondê-las antes que eles estivessem confortáveis.
Quando eles chegaram as portas, elas se abriram e revelaram o hall de entrada, onde um elfo, vestido em uniforme de mordomo os esperava. Os visitantes o olharam e se viraram para o garoto, esperando uma explicação.
-Este é o Jinx, ele é o elfo da casa e está aqui desde antes de meus avós nascerem. – Ele explicou pra eles. –Ele não é livre... Mas têm cooperado comigo e usado algumas roupas...
O elfo abriu um sorriso para o que o garoto disse e os convidou a entrarem, abrindo a porta da sala de visitas. Quando eles entraram na sala, o quadro sobre a lareira, disse com uma voz rouca: -Até que enfim!
O grupo olhou pro quadro e Hermione gritou com os olhos arregalados:
-Godric Griffindor!
O velho do quadro sorriu abertamente e disse: -Pelo menos alguém leu 'Hogwarts: Uma História' e é capaz de me reconhecer! – E olhou na direção de Harry, que estava se esforçando para não dar uma resposta torta.
Todos riram e o cumprimentaram polidamente. Harry os mandou se sentarem, indicando os sofás espaçosos da sala de visitas. Os outros quadro da sala cumprimentaram os visitantes com um aceno de cabeça. Jinx estalou os dedos e diversas bandejas de quitutes mágicos e jarros de suco, apareceram na mesa de centro e saiu por uma porta a direita da entrada. Rony foi o primeiro a se servir, seguido pelos gêmeos e as garotas. O diretor ofereceu uns bolinhos a mulher, que aceitou. Alguns minutos depois, quando todos já tinham se servido Hermione começou o interrogatório:
-O que aconteceu, Harry? Eu li no Profeta Diário que ouve um ataque de comensais a você e que os cinco comensais morreram no ataque; eles disseram que as testemunhas do ataque (todos trouxas) não puderam dar muitas respostas que fizessem algum sentido e que você tinha escapado dos aurores do ministério.
Todos pararam de comer e olharam pra ele, aguardando a resposta da pergunta que todos queriam fazer, mas tinham receio de fazer. O garoto, depois de olhar para o diretor, que balançou levemente a cabeça em sinal negativo, respondeu:
-Eu acho que foi o feitiço da minha mãe... – Ele respondeu, incerto se falara demais e vendo o sorriso no rosto do diretor, percebeu que tinha se saído bem. O diretor, Godric e ele tinham conversado longamente no sábado à noite, sobre o que ele podia ou não contar, para quem e o porquê disso. Ele ficou satisfeito que eles não queriam que ele revelasse como ele escapou, assim ele tinha uma desculpa para não falar.
-Alvo... Você tem alguma idéia do que aconteceu? – A mulher perguntou se virando para o diretor, com uma expressão ansiosa.
-Eu temo que não, Molly. Como eu já disse antes, dificilmente nós poderíamos descobrir... Já que ninguém sabe que feitiço a Lílian usou antes de morrer...
Hermione, que estava observando Harry atentamente deste o início da conversa, tinha uma expressão desconfiada no rosto e fez outra pergunta:
-Harry, eram quantos comensais?
-Cinco. – Ele respondeu secamente e completou – Eu não quero falar disso, tá bem?
-Que casa estranha essa! Aquele monte de leões lá no jardim... – Rony comentou, mais para mudar de assunto do que por curiosidade, assustado pela reação do amigo. Harry olhou para o quadro, que fez uma careta.
-O Godric era obcecado por leões... – Ele respondeu com um sorriso maldoso e olhou para o quadro novamente, que resmungou: -Eu gosto de leões sim... É por isso que o símbolo da Grifinória é um leão!
-Com um acesso de riso, Hermione, Gina e os gêmeos, caçoaram de Rony, pelo comentário. O diretor e a Sra. Weasley se limitaram a sorrir.
-Hermione, depois vou te mostrar uma coisa que eu acho que você vai adorar... – Harry falou, olhando para a amiga, que tinha aquela expressão novamente.
-O quê? – Ela perguntou curiosa.
-A biblioteca. Acho que você não encontrará em nenhum outro lugar, nem mesmo em Hogwarts, alguns dos livros da biblioteca daqui! – Harry falou olhando para ela, que tinha um brilho no olhar agora – Depois eu te mostro.
Harry que olhava para Gina a cada cinco minutos, quando achava que ninguém estava reparando, perguntou:
-Gina, você tá bem? Você não falou nada desde que chegou...
-Hã... Estou... – E com uma expressão perdida, olhou pro garoto à frente dela.
O diretor e a Sra. Weasley, que tinham se levantado há algum tempo, estavam conversando com expressões sérias, perto de uma janela. Jorge olhando para a irmã disse:
-Ela tá esquisita há algum tempo, Harry... Desde... – Mas parou no meio da frase ao ver o olhar afiado da irmã. O outro gêmeo ria tanto que se dobrou ao meio e falou quando conseguiu ficar um pouco sério:
-Cuidado, ou ela arranca seus olhos, maninho!
Harry continuou a observar a garota e desviou o olhar quando Rony falou:
-Harry, lembra o que eu falei na carta?
-O quê? – Ele perguntou.
-Sobre os gêmeos... A respeito de eles saírem da escola!
-Nem me lembre disso! – Os gêmeos falaram juntos.
-A mamãe ficou uma fera quando soube que eles tinham abandonado a escola. Ela quase os arrastou pela orelha, lá de casa até a escolha... A pé! Foi hilário!
-Você fala isso por que não foi sua orelha, Roniquinho! – Jorge exclamou, esfregando a orelha direita, no que foi seguido pelo outro gêmeo, que esfregou a esquerda.
-Isso me lembra uma coisa! – Harry falou e olhando para Hermione, acrescentou: -Mione, eu quero te pedir uma coisa...
-O quê? – Ela perguntou curiosa.
Ele se inclinou pra frente e abaixou o tom de voz para um sussurro que somente os seis pudessem ouvir:
-Quero que você assine o diário profeta pra mim... Receba o jornal e mande ele depois pra mim, aqui. Eu mando o dinheiro pra você, pela Edwirges.
-Porquê você não assina e recebe você mesmo? – Rony perguntou.
-Porquê se eu fizer isso, todo mundo vai saber que eu estou aqui... E ninguém, além de vocês é claro, deve saber disso! Pelo menos até o dia do meu aniversário... – Ele falou, olhando na direção da janela, onde o diretor e a Sra. Weasley conversavam.
-Certo, pode deixar. E por quê até o dia do seu aniversário? – Ela perguntou.
-Por causa do que vai acontecer então... – Ele falou, agora extremamente infeliz.
-O quê vai acontecer? – Os cinco amigos perguntaram juntos.
-Isso é com o Dumbledore. – Ele respondeu, olhando para o diretor.
-E quanto tempo você vai ficar aqui? – Gina perguntou.
-Até o dia que as aulas começarem. Eu não vou pegar o trem... – Ele falou com tristeza na voz.
-Como você vai pra Hogwarts, então? – Gina perguntou novamente.
-Vou aparatar...
-Como assim... Vai aparatar? – Rony perguntou.
–Você já prestou o exame? – Os gêmeos perguntaram numa só voz.
-Não.
–Se você não prestou o exame, como você vai aparatar se você não tem licença? – Hermione perguntou.
-Vou prestar o exame no dia seguinte ao meu aniversário. E eu aparatei naquele dia... Foi assim que eu cheguei aqui...
-Você aparatou? Como? – Rony perguntou.
-Não sei. Eu simplesmente, num instante tava lá e no outro aqui. São centenas de quilômetros de lá até aqui...
-Uau! – Os gêmeos falaram – Nunca ouvi dizer de alguém que tenha aparatado essa distância na primeira vez!
-É, eu li a respeito... – Harry comentou e falou –E eu recebi uma carta do ministério...
-E o que eles disseram? – Hermione estava ansiosa.
-Que devido às circunstâncias... Eu estava liberado pra usar magia fora da escola! – Ele falou sorrindo agora.
-Quê!? – Rony e Gina exclamaram ao mesmo tempo.
-Isso que você ouviram! – Ele exclamou.
-Acho que é hora de contarmos alguns fatos para seus amigos, Harry. – O quadro falou, olhando para o diretor.
-Certo! – O diretor falou se aproximando deles, sendo seguido pela Sra. Weasley.
Depois se sentar no sofá onde estivera antes, o diretor suspirou e começou:
-Vocês todos conhecem a história da fundação de Hogwarts, não é? – Ele perguntou olhando para cada um dos presentes. Todos confirmaram com um aceno de cabeça.
-Certo. E também que Salazar deixou Hogwarts, jurando vingança? – Ouve novos acenos e ele continuou:
-Desde então, de tempos em tempos, surge um herdeiro de Salazar... Que têm ânsia de poder... como Tom Riddle...
-Quem? O Sr. quer dizer Você-Sabe-Quem, não é? – Fred perguntou.
Com um rosnado, o velho do quadro gritou:
-Será que vocês não vão parar com essa besteira de Você-Sabe-Quem? O nome dele é Tom Riddle! – Todos, exceto Harry e o diretor, pularam nos assentos e olharam para o quadro assustados.
-Calma aí, velho! – Harry exclamou e olhando para as visitas acrescentou:
- Ele detesta quando não se fala o nome verdadeiro dele.
-Velho é você, moleque! - O Quadro retrucou. Harry riu e acenou para o diretor continuar.
-E sempre que um herdeiro é derrotado, surge outro, mais poderoso. Há cinqüenta anos atrás, era Grindelwald; agora é Tom Riddle... – Dumbledore falou.
-Mas o senhor pode derrotá-lo, não é? O senhor é mais poderoso: "O único que ele já temeu..." – Hermione falou, olhando para o diretor.
-Não... Eu já fui mais poderoso que ele sim, mas não sou mais. Ele me alcançou em poder, faz algum tempo...
-Então, ninguém pode derrotá-lo? – Gina perguntou perturbada.
-Não! Sempre há alguém... – Dumbledore respondeu, olhando para Harry. Os outros não entenderam a frase e a Sra. Weasley perguntou:
-Quem Alvo? Quem é mais poderoso que você e poderia derrotá-lo? – A Sra. Weasley insistiu.
-Aquele que poderá detê-lo ainda não têm o poder para derrotá-lo, mas está muito perto disso...
-Quem é essa pessoa, professor? – Rony perguntou curioso.
-O outro herdeiro. – Dumbledore respondeu.
-Outro herdeiro? – Fred perguntou, assustado.
-Herdeiro? Se Vol... Tom Riddle é o herdeiro de Salazar... – Gina começou.
-Então... – Hermione, olhando de Harry, à frente dela, para o quadro, então para o diretor e terminou a frase: -Isso quer dizer que... Harry é o herdeiro de Godric Griffindor!
Todos arregalaram os olhos e olharam de Harry para o diretor, esperando uma negação, que não veio.
-Sim... Ele é! – O quadro respondeu.
-Então, é por isso que Vol... Quer dizer... Tom quer tanto Harry morto! Para se garantir! – Rony exclamou.
-Na verdade, não. – O diretor falou. – Ele não sabe que Harry é o herdeiro do Godric, pelo menos nada demonstra isto...
-Então, por quê ele atacou os pais do Harry? – Jorge perguntou. Todos olharam para o diretor.
-Harry? – Ele perguntou, olhando para o garoto.
-Pode contar. – Harry respondeu, sem entusiasmo e todos olharam para ele, questionadoramente. Dumbledore deu outro suspiro e falou:
-Por causa da profecia que estava guardada no departamento de mistérios...
-Profecia!? – A Sra. Weasley perguntou, olhando do diretor para Harry, Gina, Hermione e Rony, ela sabia que eles haviam estado no departamento de mistérios, só não sabia o porquê.
-Sim, ele queria ouvir a profecia, na esperança de descobrir uma forma de derrotar o Harry... – O diretor falou – Mas não obteve sucesso...
-Mas se ele não sabe que o Harry é o herdeiro de Griffindor, porque ele atacou os pais dele? – Hermione perguntou.
-Afinal, o que diz aquela profecia? – Rony perguntou, encarando o diretor.
-Harry? – O diretor olhou para ele, questionadoramente.
-Não! – O garoto respondeu, encarando o avô.
-Harry! Nós somos seus amigos! – Rony exclamou, suas orelhas vermelhas.
-Eu já falei pra vocês: Ele faria QUALQUER COISA para obtê-la, nem que tivesse que te torturar até a morte! – Harry exclamou, encarando Rony e quase gritando.
-Acho que é quase hora do almoço. – O diretor anunciou, de repente. –Harry, porquê você não mostra os quartos onde eles poderão descansar?
-Certo.– Ele falou olhando para os visitantes, que o observavam com pena.
-Acho que vou mostrar os locais principais agora e depois do almoço, se alguém quiser, posso mostrar o resto. Os seis visitantes concordaram e os setes se levantaram.
Depois de meia hora, mostrando as salas e salões do primeiro andar, Harry os levou para o segundo andar. Eles estavam no corredor dos dormitórios.
-Esses são os quartos. Vocês podem escolher qualquer um dos quartos, exceto os dois últimos do lado direito. Porque esses dois são o meu quarto e o do vovô.
Cinco pares de olhos olharam para ele questionadoramente.
-Alvo Dumbledore é meu bisavô! Sua mãe sabia Rony!
Eles olharam para ela que confirmou com um aceno.
-Porquê a senhora não contou? – Gina, Rony e os gêmeos perguntaram juntos.
-Alvo pediu isso há muito tempo... Quando a Lílian e o Tiago Morreram. Poucas pessoas sabiam que a Lílian era neta dele, já que a Alicia casou com o Gregory e resolveu deixar o mundo mágico para trás.
Os cinco pareciam atordoados.
-Meus avós maternos. Alicia era filha de Dumbledore. - Harry esclareceu.
-Certo. – Hermione falou e emendou: -Mas porquê ela abandou o mundo mágico? Ela era um aborto?
-Não! – A Sra. Weasley exclamou e completou: –Isso foi quando apareceu Grindewald. Ela ficou com medo que ele fosse atrás deles, então ela desapareceu no mundo trouxa e ninguém ouviu falar mais neles, até que a Lílian chegou a Hogwarts.
-É melhor nós irmos nos aprontar! – Harry cortou qualquer esperança deles perguntarem mais alguma coisa.
-Vamos! – A Sra. Weasley mandou e eles seguiram.
Harry colocou cada um num quarto. Os gêmeos e Gina mais Hermione reclamaram, mas concordaram em ficar cada um num quarto, desde que os quartos fossem interligados. Então Harry os colocou em quartos duplos e quando se dirigia para o seu, Rony chamou:
-Harry eu queria falar com você!
-Depois do almoço a gente se fala – Ele respondeu e entrou no quarto dele, fechando a porta. O amigo ficou parado, olhando para a porta, até que uma voz o chamou.
-Rony, vem cá! – Hermione o chamou. Ele seguiu a garota para o quarto dela e viu que Gina já estava lá, junto com gêmeos.
-Cê viu aquilo? Ele me ignorou! – O garoto falou estupefato.
-Quê que você queria? Depois de tudo que aconteceu e de tudo que ele descobriu! – Hermione retrucou.
-Mas é exatamente isso que eu queria conversar com vocês... – Ela continuou: – Vocês repararam como ele tá estranho?
-Como você disse, Mione: Por causa do que aconteceu! – Gina exclamou.
-Não é isso! Eu falo do comportamento dele: Ele está muito diferente. Vai dizer que vocês não repararam? – Ela completou.
-Ele tá só perdido... - Jorge começou e Fred completou: –... É. Ele só precisa de um tempo.
-Ele precisa conversar com alguém em quem confia. – Hermione falou.
-E o que nós somos? – Rony rosnou.
-Alguém que ele confia e que tenha experiência de vida, Rony! A opção lógica seria o Sírius...
-Mas ele morreu! – Rony exclamou.
-Exatamente! E quem seria tão confiável para o Harry quanto o Sírius? – Hermione falou.
-Lupin! – Gina exclamou – Afinal, ele era amigo do pai do Harry e do Sírios, acho que Harry o considera como o próprio Sírios...
-Certo! – Hermione falou e completou: -acho que um de nós terá que pedir ao Prof. Dumbledore para deixar o Lupin vir aqui conversar com o Harry.
Todos concordaram.
-Mas Quem vai falar com ele? – Os gêmeos perguntaram. E os cincos se entreolharam.
-Eu vou! – Um rapaz no quadro ao lado da porta falou. Eles se viraram e olharam para o quadro: era um rapaz, cabelos pretos despenteados, olhos castanhos e óculos.
-Você é... – Hermione começou, mas foi interrompida pelo rapaz:
-Tiago. Vai ser bom rever o Remo!
-Tiago Potter! – Os gêmeos exclamaram juntos e completaram se aproximando do quadro: –Cara, é um prazer conhecê-lo! O maior apanhador da Grifinória.
-Obrigado pelo elogio rapazes. Vocês também são famosos... Não só pela habilidade com os bastões, como também pelas confusões! – O quadro completou com um sorriso.
-Obrigado! – Os gêmeos responderam.
Hermione interrompeu a troca de elogios e perguntou: - Quando você vai falar com ele?
-Agora mesmo, mamãe! – O quadro respondeu com um piscar de olhos para os gêmeos que desataram a rir e deixou a moldura.
-Agora eu sei de onde Harry herdou essa mania irritante! – Ela esbravejou e se sentou para esperar.
Quinze minutos depois o rapaz voltou com um sorriso no rosto e disse: -Falei pra ele da sua idéia menina e ele disse que já devia ter feito isso. Quando deixei o quadro do velho rabugento, ele estava conservando com o Remo. Ele chegará a qualquer momento.
-Velho rabugento? Você quer dizer o Godric? – Rony perguntou.
-Isso mesmo, rapaz! – O quadro respondeu e deixou a moldura do quadro, voltando para a sua própria, que estava agora no quarto de Harry.
Vinte minutos depois, Jinx informava que o almoço estava pronto, e que havia novas visitas. Harry desceu, junto com os amigos.
-Harry, pode vir aqui um minuto? Preciso falar com você. - Dumbledore chamou Harry, seguindo para a biblioteca.
Harry mandou Jinx levar os demais para a sala de jantar e entrando na biblioteca, descobriu quem eram as 'novas visitas': Arthur Weasley, Remo Lupin e Alastor Moody.
-Olá, Harry! – Arthur o cumprimentou com um sorriso franco.
-Oi, Sr. Weasley. – Harry o cumprimentou, sem entusiasmo e olhando para Lupin e Moody, acrescentou: -Oi, Prof. Lupin, Moody.
-Oi, Harry. Como vai? – Lupin o cumprimentou, com uma expressão triste, parecendo mais velho do que nunca. –E eu não sou seu professor mais.
-Como vai, Harry? – Moody falou, com aquela expressão, sofrida de sempre, olho mágico fixo em Harry.
-Vou indo. – Ele respondeu, sem entusiasmo.
-Harry, eu coloquei o Arthur, Lupin e Olho-Tonto, a par da situação... - O garoto viu o olhar preocupado dos três homens à sua frente, fixos nele.
-No dia primeiro de agosto, iremos ao ministério, onde você terá uma audiência para relatar os acontecimentos do dia do ataque e... Requerer o reconhecimento de sua herança... Como um legítimo Griffindor.
O garoto fez uma careta, ao ouvir aquela frase. Os quatro homens se entreolharam.
-O senhor vai anunciar que sou seu bisneto? – Harry perguntou, olhando nos olhos do avô.
-Sim. Você não quer isso? – O diretor falou sem desviar o olhar do garoto.
-Seria muito pior, em Hogwarts, se todos soubessem disso. – Harry respondeu desanimado. Os três visitantes o olharam com pena.
-Entendo... Mas ao revelar que você é um Griffindor, muitos saberão que você é meu parente, Harry. Assim, não há como esconder isso.
Com um suspiro, Harry respondeu: -Certo.
-Harry, depois de tudo que aconteceu e tudo que você e seu nome representa, isso é imprescindível. Dará muitas esperanças, a todos os bruxos de bom coração e terror aos que não o têm. – Moody falou, sendo apoiado pelos demais. Harry apenas olhou para ele, sem expressão.
-... Depois, você fará o teste de aparatação. E mais uma coisa... – O diretor ficou em dúvida sobre o assunto seguinte. -... Em duas semanas, nós iremos a leitura do testamento do Sírios... Em Londres.
-Tá... – O garoto respondeu, desviando o olhar para o chão.
–Isso é tudo?
-Não. Dois membros da ordem irão acompanhá-lo o tempo todo, quando você deixar esta casa.
-Tá. – Ele respondeu depois de um profundo suspiro.
-Posso ir?
-Pode.
O garoto deixou a sala ao ouvir a resposta, sem olhar os presentes. O coração sendo espremido pela dor...
Quando a Sra. Weasley, que estava do lado de fora, o chamou, ele levantou a cabeça, limpando as lágrimas que escorriam pelo rosto.
-Harry, você está bem? – Ela perguntou aflita.
-Estou. – Ele respondeu sem olhá-la e seguiu para a sala de jantar, sendo seguido por ela, que estava com o coração apertado.
Eles estavam comendo em profundo silêncio, depois que Dumbledore, Lupin, Sr. Weasley e Moody deixaram a biblioteca, alguns minutos após o Harry. Depois de cinco minutos de silêncio, a Sra. Weasley, se inclinando para pegar uma travessa de bolinhos de batata, que Harry tinha colocado no meio da mesa, após ter se servido, arregalou os olhos e soltou um grito estridente:
-POR MERLIN!
-O quê aconteceu, Molly? – O Sr. Weasley perguntou assustado, enquanto todos a encaravam.
-Arthur! A... A... – Ela tentava falar, mas o susto fora tão grande que ela não conseguia falar.
-Molly, o que aconteceu? – Dumbledore perguntou preocupado. Harry, percebendo que ela estava olhando para a mão dele, rapidamente escondeu a mão.
-A... A... Cicatriz... – Ela tentou falar, mas ainda não recuperada do susto. Todos a olhavam assustados.
-PENA... DE... SANGUE! – Ela conseguiu finalmente falar, apontado para a mão de Harry.
-Quê! – Dumbledore exclamou.
-A mão do Harry! Ele têm a cicatriz da Pena-de-Sangue! – Ela exclamou rapidamente.
-Harry, me mostre sua mão! – Dumbledore ordenou.
Harry estendeu a mão direita para o avô, envergonhado. O diretor segurou o pulso do garoto, examinando a mão.
-Quem? – Ele perguntou, com um olhar furioso.
-Umbridge. – Harry respondeu assustado.
-Fudge! Ele vai pagar por isso ou não me chamo Alvo Dumbledore! – o velho rosnou.
-Que que foi? Por quê todo mundo tá bravo? – Gina perguntou.
-A Pena-de-Sangue era muito usada no século passado, para arrancar confissões de criminosos bruxos, no ministério. Até que foi banida, há mais de 50 anos. Foi considerado um castigo muito cruel. – o Sr. Weasley respondeu, também nervoso.
-Harry, quando ela fez você... Usar a pena? – A Sra. Weasley perguntou, recuperada do susto.
-Durante as minhas detenções, no último ano – Ele respondeu, cuidadoso.
-Que foram muitas! Não é mesmo, Harry? – Hermione falou. Harry a olhou zangado e ela se encolheu no assento.
-Acho que quase toda semana, durante o último mês de aula! – Rony exclamou, olhando para Dumbledore.
-QUÊ! – Dumbledore, Moody, Lupin, Sr. e Sra. Weasley exclamaram juntos.
-É. – Hermione, falou e acrescentou: -Até que aquele dia... Acho que foi o último, você voltou para a torre da Grifinória à meia-noite, sua mão estava sangrando...
Com um turbilhão de emoções aflorando nele: Raiva, ódio, medo, vergonha, Harry queria sair dali, fugir, ir para um lugar onde pudesse ficar sozinho.
-Por que você não procurou a Minerva, Harry? Ela teria dado um jeito naquela... – Dumbledore falou enquanto o encarava, não terminando a frase.
-Se eu tivesse feito isso, ela teria conseguido o que queria: Me derrotar, mostrar que eu era fraco! Não, eu não seria fraco! – Ele respondeu, a raiva se revelando em seus olhos.
-Harry! Pedir ajuda não é ser fraco. – A Sra. Weasley respondeu, olhando para ele com pena.
–O que você vai fazer, Alvo? – O Sr. Weasley perguntou, sem tirar os olhos de Harry.
-Harry vai mostrar para o Conselho o que eles fizeram. E eu vou pedir a cabeça dele! – Dumbledore respondeu.
-Já era hora! – Harry respondeu, colocando uma torta de abóbora na boca. Todos o olharam, preocupados.
-Rony, você já melhorou? – Hermione perguntou, mudado o rumo da conversa de propósito.
-Eihn?! – Rony virou de lado para olhá-la. – Por quê?
-Ora, Rony. Os cérebros! Você tá bem? – Ela insistiu.
-Ah... Isso! Tou muito bem. – Ele respondeu, se perguntando o porquê dela ter mudado de assunto dessa forma.
-O Rony foi examinado pelos bruxos do ministério e eles disseram que ele ficaria bem, só um pouco diferente, por causa da injeção de pensamentos que aquelas coisas fizeram nele. – A Sra. Weasley respondeu, olhando da garota para o filho, curiosa.
-E ele ficou estranho por uns dias, depois que deixou Hogwarts! – Gina exclamou. – Ele falava sozinho, como se tivesse conversando com alguém.
-Não fiquei, não! – Rony exclamou, suas orelhas vermelhas.
-Ficou sim! – Os gêmeos responderam. – Falando umas coisas doidas, como se estivesse se lembrando de algo.
-Que coisas? – Dumbledore perguntou, olhando para Rony.
-Não sei. Era como se fosse uma história antiga, algo que aconteceu há muitos anos... – Rony respondeu.
Harry estava contente que o assunto da conversa tivesse deixado de ser ele, permaneceu quieto, para não chamar a atenção para si.
