N/A:

Pessoal, finalmente aí está, um cápítulo fresquinho! (e sem erros... Acho).

Tem gente torcendo para H/Hr e outros para H/G?

Bom, você sabem como é o coração: Nunca obedece a razão! (Eu que o diga!).

Então... vai ter alguns espinhos no caminho... Mas isso já tá começando, não se preocupem!


"As pessoas que não ambicionam nada e não arriscam nada, não servem para nada."

Benjamin Franklin


Capítulo 6 – Decisões

Depois do almoço, Os adultos foram para a biblioteca, tratar de assuntos relacionados com a Ordem e Hermione sugeriu que Harry mostrasse o resto da casa. Eles acabavam de passar pela porta que dava acesso ao corredor do primeiro andar.

-O que vocês querem ver primeiro? - Harry perguntou:

-Eu quero saber o que você estuda aqui, Harry! – Rony falou com expectativa.

-É! – Os gêmeos falaram juntos e Jorge acrescentou: -O quê você faz aqui?

-Eu... – Harry começou a falar olhando para os amigos que tinham expressões ansiosas nos rostos. Ele teve uma idéia e sorrindo completou: - Vou mostrar pra vocês! Sigam-me.

Ele os levou até o fim do corredor, onde havia uma porta dupla e quando eles se aproximaram da porta, ela se abriu sozinha, assustando os amigos.

-Woa! – Fred exclamou. Harry deu uma risada e atravessando o batente anunciou:

-Esse era o Salão de Festas, mas foi transformado em campo de treinamento.

Fred e Jorge entraram no salão, seguidos por Hermione, Rony, e Gina. Os amigos olharam em volta impressionados. O salão era enorme, do tamanho do Salão Principal de Hogwarts, só que este parecia um campo militar: Havia paredes feitas de madeira, pilastras de pedra, troncos de árvores caídos no chão, arbustos, pedras, cordas que caiam do teto, duas pontes suspensas (uma delas somente de corda, acima de um pequeno riacho). Tudo arranjado de forma que a pessoa que estava treinando, deveria passar por todos os obstáculos para chegar ao outro lado do campo.

-Nossa mãe! – Rony exclamou. – Olha só: Têm até um rio!

Gina olhava para o campo e de volta para o amigo, incapaz de dizer algo.

-Harry, você está treinando combate? - Hermione perguntou se virando e encarando ele.

Harry fez um gesto afirmativo com a cabeça e Hermione continuou:

-Porquê?

Harry hesitou e Hermione percebendo a hesitação dele, levantou uma sombracelha.

-Harry! – Ela exigiu. – Ele odiava essa mania de explicações dela.

-Eu... Tenho praticado para... Me proteger...

Fred e Jorge se viraram para ele e vendo a expressão da amiga e a dele, riram. Harry os fuzilou com o olhar e eles seguraram o riso.

-Você treina como? Só tenta atravessar o campo? - Gina perguntou se recuperando.

-Não é tão simples assim... – Harry respondeu. – Quer ver?

Gina fez que sim com a cabeça e os outros concordaram.

-Certo. – Ele respondeu e chamou o elfo doméstico que apareceu em frente a ele, esperando a ordem do garoto.

-Quero fazer uma demonstração do treinamento pra eles.

O elfo assentiu e estalou os dedos, levando os visitantes numa plataforma para o meio do salão. Harry sacou a varinha e tomando posição no início do campo e gritou:

-Estou pronto!

Vários inimigos mágicos surgiram pelo campo: paredes mágicas; comensais voadores ou no solo, de varinhas em punho; leões, lobos, aranhas do tamanho de um homem; todos obstruindo as passagens para o fim do campo. Harry suspirou e correu para o primeiro obstáculo: atravessar uma área guardada por um bruxo a pé e um lobo. Ele se protegeu numa parede de madeira próxima, antes de ser atingido pelo feitiço que o bruxo lançara; rolou para o lado e disparou um expeliarmos, que atingiu o bruxo no peito e o mesmo sumiu.

"Um já foi", ele pensou e atirou outro feitiço no lobo que se preparava para saltar sobre ele. Correu para o próximo obstáculo: Um bruxo voador, um leão e uma ponte suspensa. Ele se protegeu do feitiço do bruxo, atrás de uma pilastra e correu para perto da ponte, atirando vários ataques na direção bruxo, que desviou de todos, voando na direção dele. Harry sorriu e observando o bruxo de aproximar, fez três disparos em seqüência na direção dele, que desviou do primeiro e do segundo disparos, mas foi atingido pelo terceiro.

-Muito bem! - Rony gritou lá de cima.

Sem se distrair, começou a atravessar a ponte; sendo observado pelo leão, embaixo dele. Foi na direção de três árvores no final da ponte, onde ele sabia estaria uma aranha. Andou cuidadosamente e quando estava quase debaixo das árvores, uma aranha preta caiu em cima dele. Ele desaparatou antes da aranha acertá-lo e aparatou a dois metros dela, atingindo-a com o feitiço do fogo mágico, ela queimou e sumiu. Ouviu gritos de surpresa dos amigos. Sorriu e atravessou 'o bosque', sentiu um arrepio na nuca e rolou, antes de ser atingido por outra aranha, que caiu da terceira árvore. Acertou-a com um misto dos feitiços Mobile-Corpus e Devorum. A aranha começou a se contorcer, tentando se morder sem conseguir. Ele saiu do bosque e foi pego de surpresa por um bruxo, mas o feitiço do bruxo foi refletido pelo escudo, que ele havia erguido por instinto. Havia agora a ponte de corda sobre o rio, uma matilha de lobos do outro lado do rio e dois bruxos voadores acima da ponte. Ele poderia aparatar, mas não teria a menor graça, então ele resolveu usar outra estratégia: atingir os bruxos e fazê-los cair. Ele transfigurou várias pedras em pomos-dourados e os fez atacar os bruxos, que não demoraram a cair: um no rio (que foi imediatamente atacado por uma serpente gigantesca, o que arrancou um grito de horror das garotas) e o segundo no meio da matilha, que o atacou (novos gritos). Ele atravessou tranqüilamente a ponte e deparou com uma armadilha mágica: Uma caixa contra-aparatação - "Droga!" - Ele pensou um pouco e resolveu usar o feitiço Engogio na caixa, para estourá-la. A caixa encheu, virou uma bolha e quando estava quase estourando, ele se encolheu e tampou os ouvidos. Houve uma explosão, que derrubou as pilastras próximas, mas ele nada sofreu. Os amigos gritaram de susto e ele acenou, para eles saberem que estava bem - "Falta pouco". Os próximos obstáculos eram: uma parede de pedra, um campo minado e subir na corda que levava para a bandeira que marcava o fim do treinamento. A parede foi fácil, ele usou um feitiço que Godric o ensinou que 'revela' uma passagem. No campo minado, ele usou o Vingardium-Leviosa nele mesmo e flutuou para o outro lado. A corda não era possível usar feitiços e ele teve de usar força bruta mesmo. Quando chegou no topo e pegou a bandeira, os obstáculos sumiram e Jinx levou a todos para o solo.

-Cara! Isso foi sensacional! – Rony gritou. Fred queria saber que feitiço ele usou para criar a porta na parede e Jorge queria saber sobre como funcionava o escudo.

-Não era perigoso, era? – Hermione perguntou preocupada. – Aquela serpente e aqueles lobos!

Harry riu da cara dela e disse que não. Era apenas para criar um clima. Gina estava pálida e não conseguiu falar nada. Harry sorriu para ela e disse:

-Não precisa ficar preocupada, Gina. É apenas um treino. – Ele viu que ela tremia e ficou olhando para a garota, sorriu novamente e os chamou para fora do salão, no caminho para as outras partes da casa, ele explicou os feitiços usados e o porquê de os ter escolhidos. Os amigos se entreolhavam impressionados.


Eles continuaram o passeio e Harry percebeu que Hermione o observava com uma expressão estranha, mas nenhum dos dois tocava no assunto. Depois de mostrar toda a casa, eles estavam em frente à fonte.

-Harry, porquê têm tantos leões aqui? E não vem com essa história do Godric adorar a espécie. – Hermione perguntou de repente.

Harry, que estava observando a fonte, deu uma risada e encarando a amiga exclamou:

-Você não é fácil, Mione!

-Vai contar ou não? – Ela retrucou. Os outros só observavam os dois.

-Bem... – Ele começou a falar escolhendo as palavras – Essa casa foi atacada uma vez, pouco antes da primeira guerra... – Os amigos assentiram e ele continuou:

-Depois daquele ataque, Godric criou um feitiço para proteger a propriedade... – Os amigos o observavam em silêncio -... Esse feitiço está ligado à própria casa e abrange toda a propriedade... Os leões são essa proteção!

-Como assim? – Gina perguntou.

-Quando alguém ou alguma coisa, entrar na propriedade sem ser convidado... Os leões criarão vida e atacarão o invasor! Desnecessário dizer que não sobrará nada do invasor... Foi assim que Grindewald e seus seguidores foram derrotados.

Os cinco amigos arregalaram os olhos.

-Então, é por isso que o Dumbledore não quis nos trazer direto para dentro da casa! – Hermione exclamou e Harry confirmou.

Os amigos olhavam assustados para os leões, pensando o que aconteceria se eles criassem vida.

-Vocês querem nadar? – Harry perguntou, quebrando o silêncio que ficou no ar. Os garotos olharam para ele surpresos.

-Esqueceram? Têm uma piscina aquecida, enorme, lá dentro! – Ele apontou para a casa, que estava atrás dele, com o polegar.

-A gente não trouxe roupa de banho. – Hermione falou.

-Sem problema! Têm roupas para as visitas, lá no vestiário. – Ele respondeu e as garotas se entreolharam, pedindo a opinião da outra.

-Fred e Jorge deram um sorriso maroto olhando para Hermione. Ela não viu, pois eles estavam atrás dela. Somente Harry percebeu o sorriso.

-Tudo bem! – Hermione e Gina responderam.

Harry sorriu e os levou até a piscina. Mostrou o vestiário Feminino para as garotas e levou os garotos para o masculino. Eles já tinham se trocado e Fred e Jorge deixaram o vestiário, ansiosos. Rony olhou para Harry e limpou a garganta.

-Quê que foi? - Harry perguntou, olhando para ele. As bochechas do amigo estavam rosadas.

-Harry... – Rony começou, engasgando. – É...

-Fala. – Harry o incentivou.

-Bom... A Gina...

-Que têm a Gina? – Harry perguntou, mas já sabia o que ele queria dizer.

-Ela é minha irmã e...

-Rony, cê tá me mandando, não olhar?

-Não! É que... – Agora ele estava com o rosto vermelho de vergonha.

-Já entendi, não precisa continuar. – Harry riu da situação e dando um tapinha no ombro do amigo, saiu balançando a cabeça.

As amigas demoraram um tempo para sair. 'Provavelmente, criando coragem', Harry pensou. Quando elas deixaram o vestiário, eles já estavam na piscina e ficaram parados, olhando para elas, que ficaram vermelhas. Hermione usava uma touca rosa e Gina, havia prendido os cabelos, num coque. Harry olhava para Gina e Hermione, com um sorriso no rosto; igualmente Fred e Jorge, só que o deles, era mais escandaloso. Elas chegaram na beira da piscina e mergulharam, como dois golfinhos. Gina apareceu primeiro, a meia distancia de Harry; Hermione, para surpresa dele, apenas a alguns passos de distância de onde ele estava. Ela sorriu, ele corou e sentiu um frio na barriga. Hermione nadou na direção de Rony, que observava Harry.

-"Aí de mim! Ele vai me matar!" – Harry pensou e nadou para perto dos outros.

Cada um nadava em áreas diferentes da piscina e Fred desafiou os outros para uma brincadeira de pique, dentro da piscina.

-Como é isso? – Rony perguntou desconfiado. Harry avaliava a expressão do gêmeo, imaginando o que o outro estava planejando.

-Nada mais fácil, Roniquinho! Àquele que for o caçador, tentar pegar as vítimas, que fugirão dele, mas sem sair da piscina. Quando alguém for pego, essa pessoa passa a ser o caçador.

-De onde você tirou essa idéia, Fred? – Gina perguntou com um sorriso sarcástico.

-Eu... – O gêmeo começou a respondeu, mas parou, pensou um pouco e concluiu: - Não importa! – Jorge olhou pro irmão e dando uma risada, falou:

-Ora, Fred! Porquê você parou? Não pode contar o resto? – Ele observava o irmão com um olhar travesso. O irmão estava vermelho de vergonha e não respondeu.

-Fred Weasley! – Gina exclamou. – Você tá vermelho? Então, o resto não deve ser publicável!

Todos, exceto Fred, gargalharam.

-Isso não importa! Topam ou não? - Harry o salvou, quando conseguiu parar de rir.

Os outros pensaram um pouco e Hermione respondeu com um sorriso:

-Que mal pode ter? Eu topo. – Os demais concordaram. Fred suspirou de alívio.

-Você vai me contar essa história depois, ouviu! - Jorge falou entre- dentes, para o irmão. Que devolveu o olhar.

A brincadeira correu inocente por um tempo, sem nenhum incidente. Mas na segunda rodada... O caçador era Rony, que demorou, mas pegou Hermione pelo pé; que não demorou a pegar o Harry, só que pela sunga do rapaz, que desceu um pouco, o suficiente para deixá-lo encabulado e vermelho igual a um pimentão e a garota não ficou atrás e tremia tanto que eles tiveram que interromper a brincadeira, para ela se recompor. Fred e Jorge gargalharam até cair sentados (se isso era possível dentro d'agua).

Quando recomeçaram, Harry tentou pegar Gina, mas pegou mesmo foi o Fred, que entrou no meio dos dois. Harry olhou feio para ele, que devolveu um sorrisinho malicioso, deixando Harry pensando o quê o gêmeo pretendia. Não demorou muito e ele descobriu: Fred agarrou Hermione por trás, num abraço pela cintura, e demorou a soltar a garota. Harry olhou para Rony, que espumava e ia à direção no irmão.

-"Não quero ver isso!", Harry pensou. Mas Hermione gritou e mandou o garoto largá-la e ele obedeceu, com um sorriso maroto no rosto. Rony estava perto o suficiente para perceber o sorriso do irmão e tomar satisfação. Mas Jorge chegou antes em Rony e o mandou parar com o ciúme bobo, dizendo que era só uma brincadeira inocente...

-"De inocente não têm nada!", Harry pensou sorrindo.

Depois disso, Hermione e Rony, não quiseram continuar e todos deixaram a piscina e foram para o vestiário.

-E aí? O que achou? - Jorge chegou no irmão e perguntou, num sussurro. Harry foi o único que percebeu a conversa e prestou atenção.

-Cara, ela é quente! - O outro respondeu sorrindo. Os dois pararam de conversar ao perceber o olhar de Harry.
Eles chegaram no vestiário e Rony olhava de cara feia para Fred, que fingia não perceber.

-O quê você tava pensando, einh? – Rony gritou olhando para o irmão.

-Aí, Roniquinho! Tá com ciúme, por quê eu peguei a garota que você gosta? – Fred exclamou, fazendo gestos de deboche. Rony avançou para ele, as orelhas vermelhas e um olhar de assustar.

-Rony! Chega! - Jorge gritou, entrando no meio dos dois e completou olhando para Fred:

-Fred! A mãe vai ficar furiosa se souber que você... – Ele não terminou a frase, eles finalmente se tocaram que havia mais alguém ali.

-Não se preocupem comigo! Estou adorando ver 'como os Weasleys resolvem suas diferenças...' – Harry exclamou, deixando os irmãos sem graça. Eles recuaram e se sentaram cada um num lugar, longe um do outro.

-A Kate é que não vai gostar de saber disso... – Rony falou num murmúrio. Fred olhou para o irmão assustado.

-Você não se atreveria... – Fred gritou ficando em pé, ameaçador. Rony o olhava com um sorriso sarcástico. Fred mudou a expressão e perguntou: – Como você sabe?

Rony deu uma risada e falou:

-Você acabou de confirmar, idiota!

Fred avançou para o garoto e o pegou pelo braço, levantando-o com violência.

-É melhor largar ele ou vai se machucar! - Harry gritou, ficando em pé.

Fred soltou o irmão e se afastou assustado. Os quatros permaneceram quietos um tempo e foi Jorge quem quebrou o silêncio:

-Rony, como você soube?

Rony olhou para o irmão e perguntou: -Sobre o Fred e a Kate ou sobre você e a Alicia?

Os gêmeos olharam para o irmão e perguntaram juntos: -Há Quanto tempo?

Rony riu e explicou:

-Primeiro vocês quatro sempre somem juntos e nunca são vistos juntos, a não ser no quadribol. Então não foi difícil desconfiar...

-Mas isso não quer dizer... – Jorge começou, mas foi interrompido por Rony.

-Então, no último dia dos namorados, eu vi vocês dois em Hogsmeade, comprando presentes...

Os gêmeos se entreolharam e Fred falou: -Ainda não quer dizer nada!

-Não quereria dizer nada... Se eu não as visse usando o bracelete e o brinco, que vocês compraram... – Rony completou, triunfante.

Os gêmeos riram e Jorge falou:

-Parece que nosso irmãozinho está aprendendo!

-É. – Fred falou e olhando para um Harry incrédulo, acrescentou: -O quê você iria fazer comigo, eihn?

-Você não iria gostar de saber! - Harry respondeu, envergonhado da ameaça.

-Se você tivesse feito algo, iria se arrepender pelo resto de seus dias!

Harry engoliu em seco e os quatros caíram na risada. Fred tirou a sunga e entrou debaixo do chuveiro mais próximo.

-Vocês dois deveriam tomar uma ducha também! - Jorge falou depois de olhar para eles e antes de seguir o exemplo do irmão.

Harry ficou um minuto parado sem entender o recado. Então, a ficha caiu quando ele olhou para os gêmeos e viu... Ele pensou: - "É mesmo!" – tirou a sunga e entrou no próximo chuveiro vago, ao lado de Jorge, sendo seguido por Rony. O resto da ducha foi cheio de gracinhas e piadas dos gêmeos. Harry, pela primeira vez, sentia como era ter irmãos...
Eles agora estavam na sala de visitas em frente à biblioteca, já fazia três horas que a reunião havia começado e então a porta da sala se abriu.

-Até que enfim! – Harry exclamou. O diretor sorriu e falou:

-Já é tarde. Acho que todos deveriam voltar aos seus afazeres...

Houve vários protestos dos garotos. A Sra. Weasley fez cara de brava e exclamou:

-Nada de reclamar! Todos nós temos coisas a fazer... – Os garotos soltaram um suspiro e se conformaram.

Meia hora depois, Harry estava sozinho em frente ao portão de ferro, com um olhar perdido no tempo.

–"Não vou esquecer esse dia nunca!" – pensou, deu um profundo suspiro e voltou para casa, com um sorriso no rosto. Subiu para o quarto, se deitou na cama e ficou com àquele sorriso bobo por muito tempo ainda, sonhando acordado, até que uma risada baixa o trouxe de volta, à terra.

-Estamos sonhadores, hoje! – O quadro de Tiago, falou sorrindo.

-Vai se danar! – Harry respondeu, rispidamente. O quadro deu uma gargalhada e acrescentou, debochadamente:

-Nossa isso é jeito de falar com seu pai?

-Você não é meu pai! É só um quadro idiota, de quando ele nem namorava minha mãe ainda!

-Já vi que não dá pra conversar agora! - O quadro falou com raiva e quando estava saindo da moldura, rosnou: -TCHAU!

Harry ficou olhando para a moldura, sem a ver, no entanto.
Uma semana depois, após um treinamento duro, no qual Harry enfrentou quinze bonecos-bruxos, invocados por Lupin e Jinx. Harry e Lupin estavam na sauna. Harry abriu os olhos e observava o amigo do outro lado da sauna, deitado no banco de olhos fechados.

-Pode perguntar, Harry. – O professor falou sem abrir os olhos.

-Hum? – O garoto murmurou.

-Eu sei que você quer me perguntar uma coisa, mas está sem coragem de perguntar... Eu percebi isso, logo de manhã. O que é?

-Bem... Eu queria te pedir uma coisa... – O garoto começou, em dúvida se devia ou não continuar.

-Sim?

-Você me ajuda a me tornar um animago? – O garoto soltou atropelando as palavras..

O homem riu, e ficando sentado, olhou profundamente nos olhos do rapaz, que o olhava ansioso.

-Eu esperava que você me fizesse esse pedido... Desde o dia em que você soube que o Sírios e seu pai eram animagos... - O garoto ainda o olhava, em ansioso silêncio.

-Se eu disser 'não', você desistirá? – O homem perguntou, observando a reação do rapaz.

-Não! – O garoto exclamou, sem hesitar.

-Você leu a respeito? - O homem perguntou depois de um suspiro.

-Eu li o livro 'Animagia Sem Mistérios' do Dumbledore... Eu não sabia que o Alvo tinha escrito um livro! Ainda mais sobre Animagia! – Harry respondeu.

-É esquisito, não é? Mas lembre-se: Ele já foi professor de transfiguração... Aliás, esse foi o mesmo livro que nós usamos... – O professor riu. –Muito bom. Você já sabe a forma que você pode assumir?

Harry lembrou-se das notas no início do livro, que eram na verdade, avisos: "O bruxo que quiser tentar animagia, primeiro deve estar ciente de que a forma animaga depende de diversos fatores, nessa ordem:

A capacidade mágica do bruxo; Espírito do bruxo: coragem, inteligência, habilidade naturais, medos, etc; Elementos da varinha: tripa de dagrão, pelo de unicórnio, pluma de fênix, etc.

OBS: Bruxos com pouco poder mágico, nunca conseguirão atingir
a forma animaga, se tentarem, acabarão morrendo no processo.

O processo pode ser doloroso para bruxos que ainda não atingiram
a maturidade mágica (após a puberdade e o desenvolvimento completo
de seus poderes básicos).

Para se saber a forma animaga (ou quais formas o bruxo pode se tornar):
Invoque o feitiço 'Animagus transfigurum revelum' em si próprio e observe
a imagem (ou as imagens) que se forma(m) e escolha a que mais lhe
agradar.

Para o poção de animagia:

Uma parte do animal escolhido: pêlo, unha, dente, etc.

OBS: Escolher a forma inadequada pode ser fatal. Não vá contra o
animal revelado.

A mistura de espécies incompatíveis, pode acabar em
deformações horrendas e irreversíveis.

A Fênix é o único animal absolutamente não aconselhável para
uma escolha. Uma vez que o bruxo morrer na forma animaga, ele não
conseguirá voltar à forma humana e estará condenado a viver por no
mínimo um século nessa forma (o tempo médio de vida da ave), antes
de morrer...

-Harry? – Lupin o tirou do devaneio.

-Eu posso me tornar um felino grande: leão, tigre, leopardo; então eu escolhi um leão! – O garoto falou orgulhoso.

-Um leão? O Godric têm alguma coisa com essa escolha? - O professor perguntou curioso.

-Na verdade, sim. Depois de ouvir ele falar tanto nisso, fiquei curioso e fiz uma pesquisa sobre os leões... – O garoto tinha um brilho no olhar quando falou isso.

O homem deu uma risada e perguntou sério: -Você sabe que é difícil e doloroso se tornar um animago, não é?

-Sei. Já tenho os ingredientes da poção e tenho estudado a fisiologia e comportamento deles.

-Você só me pediu ajuda pra preparar a poção, não é? – O homem perguntou, com uma expressão brava.

-Bem... É! – O garoto respondeu envergonhado.

-Igualzinho ao Tiago! – O professor suspirou ao falar - Então vamos começar hoje! A poção leva um mês pra ficar pronta e a lua cheia é daqui alguns dias... Durante o tempo que eu ficar fora, você terá que cuidar dela.

-Certo! – Harry respondeu com um sorriso brilhante estampado no rosto.

Os dois saíram da sauna, tomaram uma ducha e foram jantar. Durante o jantar, eles combinaram os detalhes. A poção seria preparada na cozinha, assim o elfo podia monitorá-la, quando os dois estivessem ocupados.

A poção foi iniciada naquela mesma noite. Depois de preparar o caldeirão, Lupin colocou os ingredientes iniciais, um a um enquanto Harry ia lendo a receita do livro. Dumbledore, que esteve ali naquela tarde, informou a Harry que a 'leitura do testamento' de Sírios, seria em três dias.
Na noite seguinte, Lupin estava aguardando a lua cheia passar. Harry se esgueirou, usando a capa da invisibilidade, até a cozinha e certificando-se que Jinx não estava por perto, tirou um lenço do bolso, no qual estava enrolada uma pena vermelho-dourado, e com um movimento rápido, soltou-a no caldeirão, mexendo o mesmo lentamente em círculos, ora em sentido horário, ora em sentido anti-horário. A poção, que antes estava pastosa na cor prata, rapidamente mudou para uma vermelho-alaranjado e passou a soltar pequenas chamas. Com movimentos, agora rápidos, voltou à cor prata.

"Pronto!" – Ele pensou, e saiu silenciosamente.

-Espero que você não se arrependa, garoto! – O quadro de um cozinheiro- bruxo, acima da lareira, exclamou para si mesmo.
Harry estava sentado na biblioteca, em frente ao avô. Ele estava mais distraído do que o normal.

-Está pronto, Harry? – O diretor perguntou preocupado, observando o garoto perdido em pensamentos.

-Hã?... Estou... – O garoto olhou para o velho e tinha os olhos mais tristes do que nunca.

-Bem... Acho que está na hora... Aqui. Pegue essa moeda, ela vai a chave de portal que vai te levar até a casa dos Weasleys. De lá nós iremos até o local da leitura. – E assim o diretor entregou a moeda para o garoto. –Você sabe o que fazer. Com um aceno, Harry pegou a moeda e a examinou: Era de prata e tinha de um lado o número 'um', que cobria toda a superfície e do outro, uma face de mulher, com uma coroa na cabeça. O garoto olhou para o diretor e perguntou:

-O senhor não vem?

-Tenho que passar em Hogwarts, primeiro. Encontro você lá.

-Certo. – O garoto respondeu e ativou a chave de portal, sentido o puxão no umbigo, que o levou até a porta de entrada da Toca.

-Ô de casa! – Harry gritou e ouviu uma correria e gritos, dentro da casa.

-Ele chegou! – Gina exclamou, abrindo a porta com pressa.

-Oi. – Harry falou simplesmente, sorrindo, embora estive dolorido por dentro.

-Olá, Harry! – Gina exclamou, abraçou-o e deu um beijo na face do garoto, que ficou vermelho. Gina riu e o puxou pela mão para dentro da casa.

-Harry! – Rony gritou, descendo as escadas e abraçando o amigo, sem jeito e examinando o rosto do amigo, perguntou: –Como você está?

-Indo... - Harry respondeu com um sorriso forçado. O outro fez uma careta e quando abriu a boca para falar de novo, foi interrompido pela mãe:

-Harry! Querido! – Ela falou sorrindo, enquanto o abraçava com força.

"Acho que ela percebeu que não tô 'legal'...", ele pensou e deu um suspiro. Ela o afastou e levantando a cabeça do garoto falou:

-Você deveria passar uns dias aqui...

-Isso não é possível, Sra. Weasley. Eu tenho que... – Ele começou, mas parou no meio da frase. Os outros o olharam esperando o fim da frase, mas ele não a terminou e os Weasleys se entreolharam.

-Não importa! – a Sra. Weasley falou e puxou o garoto até a mesa. –Você têm que comer!

-Eu já comi... Estou cheio! – Ele falou se soltando da mão dela.

-Coma mais um pouco. Você come tão pouco! – Ela falou o olhando.

-Não obrigado. – Ele respondeu rispidamente e ela percebeu que ele não estava disposto a comer ou tão pouco, conversar.

-Nós estamos atrasados, pra variar... O Sr. Weasley descia as escadas e parou ao ver o garoto.

-Olá Harry! Que bom que você chegou...

-Olá Sr. Weasley.

-Nós estamos atrasados! – O homem falou apresado se dirigindo á família. -Vamos vocês aí! Todos se apressaram e entraram no carro que o ministério 'gentilmente' cedeu à família (na verdade, uma exigência de Dumbledore).

Quinze minutos depois, eles estavam no saguão de entrada do ministério, em frente a fonte dos irmãos mágicos (perfeitamente restaurada). Harry se lembrou daquela noite, quando Dumbledore enfrentou Voldemort, para salvá- lo. A mesma noite em que Harry levou os amigos e o padrinho para uma armadilha. Uma lágrima escorreu do olho esquerdo dele. Hermione, que o observava constantemente, se aproximou e o abraçou com força, dizendo baixinho:

-Aquilo não foi sua culpa... – Ele sabia que por mais que todos dissessem o contrário, ele sabia que era sim.

-vamos! – O Sr. Weasley os apressou.

Eles estavam agora, numa sala de audiências enorme, no segundo andar. A placa que Harry leu à entrada dizia: 'DEPTO. DE DIREITO MÁGICO: Justiça bruxa. Um homenzinho, perto dos cinqüenta, que estava sentado numa bancada de Juiz, falou:

-Ah! Sim... Acho que todos já estão presentes. Podemos começar...

Dumbledore entrou naquele instante e se dirigiu para onde Harry estava sentado, perto de Hermione. Harry ficou surpreso ao entrar e encontrar ali, quem ele viu: Alicia Spinnet, com uma expressão assustada, ao lado de uma mulher que provavelmente era sua mãe, que pela aparência, estivera chorando. Ele olhou para os Weasleys, que como ele não haviam entendido o porquê delas estarem ali. Dumbledore se sentou ao lado dele. Harry olhou para Alicia e então para o avô, uma sobrancelha levantada. Este disse baixinho:

-Você verá em breve...

-Como eu dizia: Vejo que todos os interessados estão presentes. – O juiz falou, olhando os presentes. –Meu nome é Edward Roster, eu sou o inventarista, designado pelo Depto. de Justiça para efetuar o inventário dos Black. Esta é uma audiência pouco comum, visto o assunto e os motivos dela ter sido arranjada... Esta é uma audiência para definir quem herdará os bens que um dia, pertenceram à família Black... Visto que, após as mortes de Sírios Black e Bellatrix Lestrage, não existem herdeiros naturais...

Harry se encolheu na cadeira e Hermione o enlaçou novamente. O garoto se deixou ficar assim 'protegido'.

-Como também, nem Sírios ou Bellatrix, tinham feito testamento... – O homem continuou. –No entanto, uma carta me foi entregue pelo diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore, a pedido de Sírios Black... E esta carta está aqui. – O homem a levantou e mostrou a todos os presentes. –A qual eu irei ler agora:

Querido Harry,

Se você está lendo (ou ouvindo isto), eu já não me encontro mais com você... Sinto ter quebrado minha promessa, mas espero que você continue seu caminho, seja do jeito que for).

NÃO DESISTA NUNCA!

Eu o adorei desde o primeiro dia que o vi, nos braços de sua mãe... Tão belo e contente, um sorriso lindo... Sei que você não sorri mais, há muito tempo... Culpa daquele maldito...


O homem parou e limpando a garganta, falou baixinho: -Voldemort.

-Diga o nome dele alto: Voldemort! – Harry gritou, ficando em pé. Os presentes, que não estavam acostumados ao nome, gemeram. Dumbledore colocou a mão no ombro do rapaz para acalmá-lo. Ele suspirou e se sentou. O homem deu um suspiro de alívio e continuou:

-Seus pais lutaram até o fim. Espero que você siga o exemplo deles...
Quando eles me escolheram para ser seu padrinho, eu mal pude me conter! O Pontas riu até não poder mais e a Lílian... Ela era simplesmente... Uma maravilha! Mas isso é muito antigo...

Naquele dia, em que nos encontramos a primeira vez, eu devo confessar: Quando você agarrou minha garganta, eu pensei que eu ia morrer... Eu tive medo! Vi tanto ódio naquele olhar... Mas, você não me matou ali. Queria respostas e eu, fiquei feliz de poder respirar novamente e poder contar a verdade: Que eu não traí seus pais e sim o Rabicho, aquele rato nojento!

Você me surpreendeu novamente, naquela mesma noite: Você salvou minha vida! E Eu estava mais que orgulhoso: Afinal, meu afilado executou um patrono perfeito e expulsou mais de uma centena de dementadores... Eu já disse para você mais de uma vez: Eu estava orgulhoso, a cada passo que você dava.

Eu quase me revelei àquele dia, ao final do Torneio Tribruxo, quando vi como você estava ferido. Você novamente provou quem era: Harry Tiago Potter, 'O Garoto que Sobreviveu'. Mesmo que aquele idiota do Fudge negasse! Eu sabia que você falou a verdade! Voldemort voltara.

Harry se surpreendeu ao ouvir o homem pronunciar o nome (desta vez em bom tom).

Mas eu estou fugindo do assunto. Esta carta não é uma despedida e sim um testamento. Como você sabe: EU sou o último que carrega o sobrenome 'Black'... Embora, eu não seja o último dos 'Black'. Eu não falo daquela mulher, que um dia foi minha irmã. Eu não a considero minha irmã! Eu falo de... Bem... Minha filha... Alicia!


Todos pararam de respirar e olharam para a garota, que estava sentada próxima à mãe. Ela tinha lágrimas escorrendo pelo rosto.

Eu amei a mãe dela, Harry. Como eu a amei! Durante os dois últimos anos em Hogwarts, eu estive atrás dela e ela me ignorava. Então, logo depois de sairmos de Hogwarts, um ano depois, precisamente... Nós nos encontramos e aconteceu... Bem, depois daquilo você sabe: Voldemort atacou você e seus pais e aí...

Bem... Agora que eu contei, nem sei ao certo se ela iria querer saber disso, mas eu tinha de contar! Era a minha última chance!




Harry suspirou. Lágrimas escorriam pelo rosto do garoto, de Hermione, Gina e da Sra. Weasley. Agora que eu contei, me sinto bem melhor!


Quando à herança, queria que ela (Alicia) aceitasse, pelo menos partilhar parte da fortuna dos Black. Se ela não quiser usar meu sobrenome, eu entenderei...

Bom... Mesmo que ela aceite, deixo para você, Harry, a casa em Grimmauld Place e tudo o que há dentro dela. Sei que você saberá o que fazer com ela... O resto dos bens, deixo que você e Alicia, dividam entre si, igualmente.

Só mais uma coisa: E isso é um pedido, para o Professor Dumbledore: Eu sei que o Sr. só quer o bem do Harry, mas eu tenho minhas dúvidas se o Sr. sabe mesmo o que é o melhor para ele... Não o culpo pela vida HORRÍVEL que o Harry teve todos esses anos, vivendo com àqueles... VERMES IMUNDOS!



Todos se viraram para Harry, que estava de cabeça baixa.

Então, o meu pedido é: Que o Sr. permita ao Harry, deixar àquela casa e ir viver com os Weasleys, que eu não tenho dúvida, querem isso mais que tudo. Sei que eles pediram para criar o Harry, quando os pais dele foram mortos. E que o Sr. disse que seria mais seguro, não só para ele quanto para eles, se você ficasse com os tios... Mas, pelo amor de Deus!


Harry levantou a cabeça, surpreso do padrinho usar uma expressão trouxa e vendo que os presentes, que não tivessem muito contato com trouxas, não compreenderam. O Juiz era um deles...

-É só uma expressão trouxa, uma suplica. – Harry explicou e os bruxos soltaram um 'Ah!' de entendimento. O juiz continuou:

O Sr. não acha que ele já teve sofrimento suficiente?

Molly, não permita que o Harry volte para àquela casa! Eu sei que você o ama como um filho, então... Liberte-o daqueles... Bom, isso é o que tinha para dizer.

Seja feliz Harry!


Sírios Black




Todos olhavam para Harry, com expressões tristes. Harry sabia que muitos deles estavam assustados, por saber que 'O Garoto Que Sobreviveu', tivesse uma vida nada feliz. Uma lágrima rolou do olho direito do diretor, que observava Harry. A Sra. Weasley, se levantou e abraçou o rapaz por trás, que estava retraído e inseguro. Ela olhou para o velho que tinha uma expressão de profunda tristeza no olhar.

-Hum... Hum...

Todos pararam o que estavam fazendo e olharam na direção do som, especialmente, Harry, Rony e Hermione, que tinham péssimas lembranças com esse som.

-Bem! Isso é o que estava escrito na carta... Agora, será que os herdeiros poderiam se aproximar... Para podermos esclarecer algumas dúvidas? – O juiz perguntou, olhando de Harry para a garota, de profundos olhos negros, que olhava para Harry, como se nunca o tivesse visto na vida.

Harry soltou outro suspiro e se dirigiu até a mesa do juiz. Ele pôde ouvir a Sra. Weasley falando com o diretor, sobre a carta do padrinho. Quando ele e Alicia, chegaram em frente à mesa, o homem os examinou e começou a falar:

-Primeiro Sr. Potter, o Sr. Black relacionou todos os bens da família em uma folha anexa a esta carta, no entanto, com relação à propriedade denominada 'Grimmauld Place'... Bem, esta não foi localizada... – Harry deu um sorriso, que o homem registrou. -Pela sua reação, o Sr. sabe ou conhece a propriedade...

-Sim. Somente eu e o Sírios, podemos chegar até ela... – Harry começou. – O homem levantou uma sobrancelha. – Ela é protegida por um feitiço criado pelo tataravô do Sírios. Então, somente alguém com o sangue dos Black's, pode entrar na casa.

-Certo. Mas eu terei que avaliar a casa... A menos que a Srta. Spinnet aqui, não tenha interesse na propriedade. – O homem olhou a moça, que olhou para Harry, interrogativamente. Ele com um leve movimento da cabeça, indicou para ela recusar o interesse e ela assim o fez.

-Não, tudo bem! – Ela respondeu ao homem, que observava os dois atentamente.

-Certo. – O homem falou ainda examinando Harry atentamente. – Com relação à divisão dos bens, isso levará algum tempo e será necessário que os senhores indiquem alguém, um responsável, para tal tarefa. Então, se os senhores já tiverem alguém em mente, por favor, fale!

-Por mim, minha mãe... – Ela respondeu e olhou para Harry.

-Pode ser o meu... Hã...– O homem o olhou com certa desconfiança, a hesitação do rapaz. -O professor Dumbledore.

-Certo. Poderiam chamá-los aqui?

-Certo. – Os dois responderam e se dirigiram aos seus 'tutores' e depois de falar com a mãe, Alicia puxou o garoto pelo braço para um canto afastado e perguntou:

-Por quê você não quis deixar ele ir até a casa?

Harry, sentiu uma pancada no estomago. "Eu não posso contar para ela, se eu contar, terei de dizer da Ordem e isso eu não posso contar...".

-Bem... É que...

-Harry! – Hermione se aproximou interrompendo a conversa. – Olá Alicia. Como você está?

-Tô bem... – A garota respondeu e se virando para Harry insistiu: - E então?

Hermione olhou para Harry e entendeu que a outra estava tentando arrancar alguma informação que o amigo não queria fornecer.

-Desculpa, Alicia. Mas o professor Dumbledore está chamando o Harry... – E saiu puxando o garoto pela mão, que se virou sorrindo para uma moça que o olhava furiosa.

-Depois a gente se fala, OK? – Harry falou e seguiu com Hermione.

-O que ela queria? – A amiga disparou, sem se virar.

-O inventarista tinha falado que ele não havia localizado a casa de Grimmauld Place e eu inventei uma história de que a casa era protegida por um feitiço, que somente um Black poderia vê-la e ela queria saber o porquê disso...

Hermione parou e se virou para encarar o amigo.

-E você falou o quê?

-Nada! Você interrompeu bem a tempo...

A garota o olhava muito séria e ele engoliu em seco.

-Harry, você dá bandeira demais! – O garoto fez cara feia.

-Acho melhor nós irmos! Já acertei com o Edward os detalhes das providências que terão que ser tomadas, a partir de agora...- Dumbledore falou. -Sra. Spinnet, A Sra. e a Srta. Spinnet poderiam vir comigo?

As mulheres olharam para o diretor e então uma para a outra.

-Claro! Professor Dumbledore. – A mãe de Alicia respondeu e as duas se dirigiram para onde o diretor, Harry, Hermione e os Weasleys esperavam.

-"timo! Acho que a Sra e sua filha têm muitas perguntas para fazer não é mesmo?

-Sim, eu... Nós temos... – A Sra. Spinnet respondeu constrangida.

-Nós iremos para Hogwarts e então eu e Harry poderemos responder algumas. Vamos?

As duas mulheres acenaram com a cabeça e seguiram os outros até o Hall de Entrada e pela rede-do-floo, até Hogwarts, onde todos conversaram durante horas. Quando a conversa chegou ao fim, a mulher e a filha estavam assustadas, afinal descobriram que tudo que sabia sobre o Sírios era mentira. A moça que no início detestava a idéia de ser filha de um criminoso, agora tinha orgulho de ser filha de um homem bravo e corajoso. Os Weasleys, assim como Hermione, deixaram a escola ao final da conversa. Hermione assim que as explicações terminaram, puxou Harry para um canto e teve uma conversa particular com os garotos, observados de perto por dois Weasleys, curiosos...
Duas semanas depois, quinta-feira, a poção animagia estava pronta. Harry queria usá-la assim que ficou pronta, mas Lupin disse que ele deveria esperar até o sábado à noite, para não atrapalhar o treinamento. O garoto não disse nada sobre o ingrediente 'extra' na poção, e no sábado ao entardecer, os dois estavam num salão vazio no primeiro andar, eles eram as únicas coisas ali dentro.

-Harry, ainda é tempo de desistir... – O homem, de aparência cansada, falou esperançosamente.

-Não! Eu quero isso! – Harry respondeu, duro.

-Bem... Então é melhor se preparar... – O homem falou, com uma expressão triste.

Harry começou a tirar a roupa, ele sabia que não se podia usar nada na primeira transformação, para evitar efeitos colaterais durante a volta à forma humana. Assim ele tirou todas as peças de roupa, os óculos e o anel.

-Agora, beba a poção assim que eu lançar o feitiço em você. Lembre-se de manter foco em seu eu humano. – O professor instruiu a garoto, que tremia à frente dele, de frio e nervosismo.

-Tá – Harry respondeu.

-Animagi Transfigurum Corpus! – O Professor apontou a varinha para o garoto e disse o feitiço.

Quando o professor terminou de pronunciar a última sílaba do feitiço, um feixe de luz prateada, saiu da ponta da varinha e atingiu o garoto no peito, que permaneceu parado no lugar. Uma aura amarela o envolveu e ele sentiu a corrente de energia do feitiço penetrar em cada célula do seu corpo. Ele sabia que ele tinha que beber a poção agora, e assim ele o fez: Bebeu o conteúdo do frasco de um gole só. Assim que ele bebeu a poção, uma dor, como se estivesse sendo estripado, nasceu do seu estomago e se espalhou por todo o corpo. Ele caiu de joelhos e tentava manter em mente apenas uma coisa: Ele.

A dor era terrível, ele gritava e rolava no chão; Não sabia mais nada, a não ser sentir a dor. O professor se afastou e ficou olhando penalizado para o garoto. Era a quarta vez que ele via aquilo e ainda não se acostumara. Depois de um minuto de agonia, a dor sumiu e começou a transformação: Primeiro, o cabelo e os pêlos do corpo começaram a crescer e a mudar de cor, seguidos pelos ossos do corpo: Braços e pernas se encolheram e engrossaram; as mãos viraram patas; as feições do rosto começaram a se alargar e tornar mais felinas; o tronco aumentou de tamanho, tanto em comprimento, quanto em espessura. Três minutos depois do início do processo, um leão com pêlo bege e juba vermelho-alaranjada, estava deitado de lado no chão, exausto.

-Harry... - O professor chamou preocupado.

O leão se espreguiçou e se levantou lentamente, cambaleando. Depois de uma sacudidela da cabeça, levantou-a e olhou para o homem preocupado a observá- lo. Um minuto foi o tempo que os dois se encararam e então o leão soltou um rugido ensurdecedor e saltando para o lado, correu pelo salão. Depois de duas voltas, parou num dos lados do salão e começou a se contorcer de dor.

-Harry! – O homem gritou e começou a correr em direção ao garoto, mas parou assustado ao ver o que acontecia: Chamas cobriram o corpo do animal.

-QUÊ? – O homem exclamou. – O quê você fez, Harry?

As chamas que envolviam o leão se extinguiram e o leão começou a caminhar, encarando o homem.

-Harry, o que você fez? Você podia ter morrido! – O homem gritou.

O leão olhou para o chão e então começou a mudar... Um minuto depois, um garoto exausto, envergonhado e nu, estava de pé em frente ao homem. Que tinha uma expressão furiosa no olhar.

-Vista-se! A gente conversa amanhã, depois que você tiver descansado. – O homem exclamou e deixou o salão.

O garoto se vestiu em meio a um sorriso e o seguiu na direção da porta. Sabia o que o esperava na manhã seguinte: Um belo sermão sobre responsabilidade.

"Não importa! Funcionou!" – Harry pensou e deixou o salão. Ele queria correr e gritar para todo mundo que ele era um animago, mas mudou de idéia quando se lembrou que isso colocaria os bruxos do ministério atrás dele. Ele seguiu o corredor que levava à entrada da casa e as escadas para o segundo andar e para os quartos. Quando chegou ao topo das escadas, mudou para a forma de leão, o que provocou gritos de susto dos quadros próximos; ele rosnou para eles e seguiu na direção do fim do corredor e parou em frente à penúltima porta do lado direito.

"Agora, como vou fazer isso?" – Ele ficou parado olhando para a porta. Sabia que não era possível fazer magia nesta forma.

"A maioria também não tinha capacidade de fazer magia sem varinha... Mas ele era uma exceção... Então, não custa tentar..." – e olhando a porta, mandou que ela se abrisse. A porta abriu-se lentamente e num salto poderoso, ele entrou no quarto. O que se ouviu foi um grito de surpresa e uma risada alta.

-Harry! Você conseguiu! Eu sabia que você podia! Esse é o meu garoto! – O rapaz no quadro gritou as frases em rápida seqüência e deu outra risada.

O garoto mudou de volta para sua forma humana e disse:

-Oi, pai. Então o que você achou do 'meu leão'? – Harry perguntou sorrindo.

-Excelente! – O quadro respondeu e acrescentou: - Mas, e essa mecha vermelha aí?

-Mecha vermelha? – Harry falou e correu ao espelho para ver.

Ele olhou para o espelho e viu: na testa, do lado direito, os fios que cobriam a cicatriz, estavam vermelhos.

-Deve ser um efeito colateral... – Ele respondeu com uma expressão de surpresa. -...Amanhã a gente conversa. Vou tomar banho e dormir um pouco. – Completou e foi ao banheiro. Ao sair reparou que o quadro estava vazio. Naquela noite Harry sonhou. O primeiro sonho que ele tinha em quatros semanas.

Harry lembrou as conversas que ele e Tiago tiveram durante a semana seguinte à troca dos quadros (do velho Godric com Tiago Potter), onde Harry contou tudo que podia se lembrar sobre o tempo dele com os Dursleys; os anos dele em Hogwarts: sobre a pedra filosofal e o encontro com Voldemort; a câmara secreta, Tom Riddle, o basílisco; O terceiro ano, Sírios, a fuga de Azkaban, Rabicho, os dementadores, o patrono (Tiago adorou saber que o patrono do filho era igual à forma animaga dele), a morte de Sírios... Com a lembrança dele, uma lágrima rolou pelo rosto adormecido do garoto. O sonho mudou... Ele agora estava andando por uma savana em sua forma animaga, observando os movimentos da presa alguns metros à sua frente, ele podia sentir o cheiro do animal, da grama ao redor, ouvir o barulho dos passos dos animais em volta; ele estava faminto e iria comer... Agora!

Com um salto, ele começou correr atrás de uma zebra. Ela mudava a direção, mas ele estava atrás dela e se aproximando. Então, com um salto, cravou os dentes no pescoço da presa.


Com um grito, Harry acordou e olhou ao redor: ele estava suado em sua cama, o quadro de seu pai o olhava divertido.

-O que você sonhou? – O rapaz do quadro perguntou.

-Eu tava caçando... – Harry respondeu assustado.

-Não se preocupe, com o tempo você não terá esses sonhos mais. Eu tive apenas três sonhos desses: eles são um brinde, nada para se preocupar... Agora é melhor você se arrumar e descer. Está acontecendo uma reunião na biblioteca e o assunto é você! – Tiago falou a última frase com um tom sério. –Eu já sei o que você fez ontem!

Harry fez uma careta e foi ao banheiro.


N/A: Comentem... Comentem... Comentem as cenas.

Esse capítulo foi escrito em partes, algumas partes foram escritas antes das anteriores (vocês sabem: às vezes as idéias pipocam tanto na cabeça, que fica difícil continuar escrevendo certas passagens...), então é hora de mudar de assunto.

Gritem, batam em alguém (em animais não!), mas digam o que sentem, o que gostaram e o que não!

Simas

Próximo capítulo: "Quando o Amor Acontece..."