"Sentimentos são

                   fáceis de mudar

                   mesmo entre quem, não vê que alguém

                  pode ser seu par."

                                                   Música da Bela e a Fera, versão dublada

  Quando eles chegaram em Hogwarts, foram invadidos por um sentimento de... Seria saudades? Só então perceberam como tinham sido bons os seus anos no colégio. De maneiras bem diferentes, é lógico. Draco gostava de estar na escola, por que não tinha que aturar o chato do seu pai lá, por que ali ele era quem mandava, ele, mais ninguém.

  Já Gina, gostava do colégio, por que ali ela tinha os seus amigos, poucos, mas eram seus amigos. Sentia muita falta de sentar em baixo de uma árvore e escrever em seu diário, de sair com as suas amigas a noite para "explorar" o castelo, de aprender... Tudo isso fazia muita falta. E eles só notaram isso quando colocaram os pés ali de novo.

  Dumbledore logo veio lhes falar. Parecia estar esperando alguém chegar, pois demorou poucos minutos para vir.

 - Draco! Gina! É ótimo ver vocês. E juntos? Não sabia que estavam...

 - Não estamos! – apressou-se Gina – Simplesmente, ficamos amigos. Em uma situação estranha, mas ficamos.

 - Oh, bem... De qualquer maneira, vocês foram os primeiros a chegar. Não é ótimo? – disse o diretor, radiante

 - Sim, é... Eu acho... – disse Draco estranhando o diretor assim tão feliz – Bom, mas aonde nós vamos dormir nesta semana Dumbledore?

 - Nos seus antigos dormitórios, é claro! – disse o velho, como se fosse uma coisa muito óbvia

 - Nossa! Que ótimo! Eu tenho tantas saudades dos dormitórios de Hogwarts. Vou subir, e me afogar em lembranças. Eu desço para o jantar. Tchau! – disse divertida, espontânea e feliz, tudo ao mesmo tempo como só ela conseguia fazer

  Os dois homens viram Gina desaparecer escada acima, e depois seguiu-se um silêncio, até que Draco disse:

 - Será que vai demorar demais até que outras pessoas cheguem?

 - Acredito que não... Mas só alguns confirmaram presença. Os Potter, por exemplo, só vem no dia da festa, por que eles não querem que a Naty veja... – ele olhou para Draco, como se percebesse o que ia dizer – Bom, você não vai ir para a sua casa? Deve estar com saudades não?

 - Diretor, quem o Potter não quer que a Naty veja?

 - Ora, mas que besteira! Eles não querem que ela conheça Hogwarts antes dos seus onze anos...

 - Diretor, não me venha com desculpas esfarrapadas. É a Gina, não é?

 - Bem... – disse Dumbledore, meio desarmado

  Mas, foi salvo pelo gongo. Pois um grupo de ex-estudantes excepcionalmente barulhentos, adentrou a porta, e o diretor se fez de desentendido e aproveitou a deixa para sair e ir dar as boas vindas aos recém chegados, sem nem olhar para Draco. O loiro balançou a cabeça com um sorrisinho amarelo, olhando para o diretor. Girou nos calcanhares e foi para seu antigo quarto, o qual não tinha tanta saudade assim.

  Gina estava completamente extasiada. As poltronas estavam nos mesmos lugares, a lareira tinha os chamuscados nos mesmos pontos, o carpete ainda tinha a mesma cor, mas tudo parecia tão mais bonito. Subiu as escadas lentamente, lembrando de tudo, ou ao menos da maioria, das coisas que tinha feito naquele salão.

  Entrou no antigo quarto, e sentiu os seus olhos marejarem. Estava tudo igual. Tudo parecia feito exatamente para que ela quase morresse de saudade. Correu e se jogou na cama, e ficou ali, sentindo os travesseiros fofos e tudo de bom, que só os quartos de Hogwarts tinham. Aquela escola não era só uma escola para ela. Tinha sido a sua casa, e ainda era a morada de suas melhores lembranças.

  Foi então, de repente, que lembrou-se de uma coisa. Lembrou-se que, com certeza, Rony e Mione iam ficar hospedados ali nesta semana e que iam ficar na torre da Grifinória. Ia começar a desesperar-se quando lembrou das palavras de Draco "Eu vou estar com você. Confie em mim" e sentiu-se mais confiante. Levantou-se da cama e foi tomar um banho.

  Quando saiu do banheiro, deu de cara com Candy, uma das suas mais queridas colegas de quarto.

- Candy! – gritou Gina

- Ginny! – gritou Candy

  As duas correram e se abraçaram. Depois se afastaram, se olharam até que a Candy disse:

- Você está linda! Eu tenho tanta inveja... – disse, sem motivo. Ela era linda, com os cabelos castanhos e lisos até o ombro e sempre escovadinho para fora e olhos azul piscina. De repente ela olhou para o dedo da Gina e deu um berro – Ah! Eu não acredito... Vocês estão... Quer dizer, vocês dois sabe? Ah, eu sabia! O namoro de vocês no sétimo ano, depois que ele ajudou a derrotar o Lord já dizia tudo, e ele já era bonito, mal posso esperar para vê-lo agora e...

- Candy, nós não estamos mais junto... – disse Gina baixinho, a outra a olhou como se ela tivesse dito que Voldemort tinha ressurgido

- Como... Por que?

- Ah, ele era perfeito demais, sabe? Queria tudo certo... Queria que eu parasse de trabalhar depois que a gente casasse! Ridículo sabe?

- Ridículo, é? – disse a outra arqueando uma sobrancelha – Então por que você ainda usa o anel?

- Bom – disse Gina, levando automaticamente o dedo indicador esquerdo para acariciar o anel, como já era sua mania – Eu... Acho que ainda gosto dele, sabe? O que a gente teve foi bem forte...

- Então por que eu acho que tem outro cara na parada? – disse Candy pegando a toalha dentro da mala e lançando um olhar rápido a Gina – Não é o Harry de novo né?

- Claro que não! Nós estamos brigados... Já faz três anos que eu não falo com ele.

- Nossa... Bom, outra hora você me conta o por que, certo?

- É, tudo bem... Mas e você? – disse Gina enquanto escolhia um vestido para colocar no jantar

- E eu o que?

- Não está namorando? Duvido...

- Não estou não, ta? É que eu não tenho mais tido tanta sorte com o sexo oposto como eu tinha em Hogwarts...

- Como assim?

- Bom, o meu último namorado roubou todos os galeões e as coisas valiosas que eu tinha em casa. E o antes dele, tinha duas famílias e quatro filhos, e o antes deste aí, descobri que era gay depois de um ano de namoro. E ele estava me traindo com o meu melhor amigo, lembra do Lex?

- Não acredito! Aquele cara é lindo! Não acredito que é gay, que desperdício... – as duas riram e então Gina lembrou de uma coisa, vendo que a amiga não estava feliz sem um namorado – Ei, eu posso te apresentar alguém...

- Quem?

- Bom, você não gostava dele na nossa época de escola, mas ele mudou e agora nós somos super amigos, sem contar que ele está extremamente bonito.

- Quem é? – disse a outra muito impaciente

- Draco Malfoy!

- O que? E você realmente acha que eu vou sair com ele? Eu perdi as contas de quantas vezes ele me chamou de sangue-ruim, ou coisas bem piores!

- Candy, ao menos de uma chance. Ele também me ofendia, ofendia a minha família inteira! Mas até o Potter anda com ele hoje em dia, ele mudou demais!

- E ele é bonito? – pediu a outra já se rendendo

- Nossa! Um deus!

- Tudo bem então, depois você me apresenta a ele. Eu vou tomar banho amiga, depois se falamos.

- Tudo bem.

  Gina colocou um vestido até os joelhos, azul e de gola alta, de mangas compridas. Uma sapato preto e ajeitou o cabelo, e resolveu descer as escadas. Chegando no salão comunal, viu muitos rostos conhecidos, e deu "oi" para todos. Saiu pelo retrato e deu de cara com o Draco que parecia estar tentando convencer a Mulher Gorda deixar ele entrar. Mas é claro que ela não queria então, quando Gina chegou ele já estava berrando coisas terríveis, e ela agradeceu por Candy não estar junto, se não ela nunca iria sair com ele.

  Mas quando ele viu ela, sorriu aquele sorriso que ele guardava só para ela, e disse:

- Ainda bem que você saiu! Este quadro atrevido não acreditava que éramos amigos, e não estava querendo deixar eu entrar! – disse olhando para a pobre Gorda com um olhar rancoroso

- Desculpe-me senhorita Gina, mas se bem me lembro em seus tempos de colégio, vocês brigaram várias vezes bem aqui, em frente a mim!

- Tudo bem, eu entendo perfeitamente o seu lado. O Draco aqui é que de vez em quando tem que soltar o seu lado Malfoy, não é? – disse olhando ironicamente para ele – Agora, vamos. Até mais Senhora.

  Quando já estavam longe, Gina parou e disse nervosa para Draco.

- Draco, você não podia ter sido um pouco mais delicado?

- Desculpe Gina, mas a verdade é que foi ela que não deixou eu entrar. O que eu poderia fazer?

- Ah, deixa para lá. Você nunca vai mudar mesmo. Vamos ir descendo para o jantar, sim? – eles começaram a andar – Estranho a Hermione e o Ronald ainda não terem chegado. Achei que ela ia querer conferir a biblioteca durante a semana...

- A Professora McGonagall me disse que eles só vem na quarta-feira...

- Ainda bem! Ah, esqueci de te dizer, eu te arranjei um encontro... – disse ela casualmente

- Um encontro? – o loiro falou exaltado – Mas... Eu não queria sair com ninguém e...

- Não é exatamente um encontro. Eu te mostro ela no jantar, se você gostar, eu deixo os dois sozinhos depois de comermos, e vou para o meu quarto esperar ela voltar e me contar tudo. Mas não vá segura-la até de manha, hein? Hehehe...

- É... – disse ele meio desconfortável

  Ela estranhou o comportamento de Draco, mas não disse nada. Eles continuaram andando em silêncio, para o Salão Principal. Quando entraram pela grande porta de carvalho, viram que já não eram poucas as pessoas que estavam no castelo. A mesa da Corvinal estava quase cheia, a da Lufa-Lufa estava pela metade, a da Grifinória tinha umas quarenta pessoas. Mas na da Sonserina, só iria sentar Draco.

  Ele lançou a Gina um olhar perdido e começou a se dirigir para a mesa de sua antiga casa. Ela ficou olhando para ele com muita pena de sua cara de tristeza e disse:

- Você acha mesmo que eu vou te deixar jantar sozinho? Venha aqui seu bobo, você vai sentar comigo!

  Ela sabia muito bem que ele escondia seus sentimentos por trás de seu rosto. Era quase impossível saber o que ele estava sentindo. Mas ela podia jurar que tinha visto um sorriso antes do rosto do loiro ficar, novamente, sem nenhuma expressão. Os dois se dirigiram a mesa da Grifinória, e quando eles chegaram lá, ninguém fez cara feia para Draco. Depois que ele tinha "ajudado" a vencer o Lord, a sua má popularidade tinha diminuído bastante.

  Os dois sentaram e começaram a comer normalmente. Até que Draco, que estivera observando um grupinho na ponta da mesa, disse em tom zombeteiro:

- É ridículo como as pessoas parecem ter regredido dês de que entraram aqui. Olha bem, fazendo guerrinha de comida...

- Ah, Draco, fala sério... Você é muito chato sabia? Já ouviu falar de senso de humor?

- Há-há-há... Muito, muito engraçado Gina. Agora conta aquele lá do papagaio pra melhorar a piada...

- Não disse? Você é pior do que um velho de noventa anos, com dor nas costas e calos nos dedos... – ela disse, e riu com a expressão que ele fez depois do comentário

- Melhor do que parecer que eu tenho sete anos... – disse como se fosse um comentário

- Ei, espere aí... Quem aqui parece ter sete anos? – disse ela estreitando os olhos e com uma expressão divertida

- Deixa eu pensar... Ah é! Tem 21 anos, na verdade, lindos cabelos loiros e está sentada do meu lado! – disse ele, tacando uma ervilha nela

- Ora, seu...

  Os dois começaram a se dar petelecos, se jogar comida e rir muito alto. As pessoas ao redor não pareceram se importar, sendo que a maioria estava fazendo a mesma coisa. Mal repararam quando uma mulher parou atrás deles com uma expressão divertida e as mãos na cintura. Ela pigarreou para chamar a atenção do casal e então disse:

- Estou interrompendo alguma coisa?

  Era Candy. Draco olhou para ela totalmente espantado. E não era para menos. Quando ele saiu do colégio, Candy ainda não era bonita e não chamava a atenção dos meninos como Gina chamava, mas no sétimo ano das duas, os cabelos castanhos e os olhos azuis da moça foram finalmente valorizados.

  Ela também olhou para Draco espantada. Talvez por que era a primeira vez que eles ficavam mais de quinze segundos perto um do outro e não se xingavam. Talvez por que ele também a olhava. Ou talvez por que ele estava muuuuuuuuuuuito gato mesmo. Gina apostaria todas as suas "fichas" na última opção. Ela sorriu, levantou-se e foi até o lado da amiga. Disse:

- Draco, essa é Candy Anderson. Lembra dela? – ele fez que sim com a cabeça – Então, era ela que eu queria te apresentar, para vocês conversarem...

- É? É você mesmo Anderson? – disse Draco de volta com seu tom irônico – Não a reconheci... Nos tempos de Hogwarts mal parecia uma menina...

- Ora, Malfoy, quem diz isso sou eu. Quando te olhava, achava estar vendo um ratinho loiro. Mas vejo que melhorou um pouco, não é?

- Pois é, Anderson, mas nem todos tem esta sorte. Alguns, como você, demoraram tanto para ser meninas, e agora que deveriam ser mulheres, parecem ter onze anos!

- Malfoy, seu ridículo! – disse ela ainda em uma voz suave e em tom calmo – Você ainda usa estes cabelos horríveis puxados para trás? Deve puxar tanto o seu cérebro que... Oh, é mesmo – disse pondo a mão em frente a boca – Você não tem cérebro!

- Tábua!

- Oxigenado!

- Pirralha!

- Riquinho metido a besta!

- Enxerida!

- Mimado!

- Feiosa!

- Asqueroso!

  E eles estavam tão entretidos com a sua conversa "civilizada" que nem notaram que Gina tinha se afastado. "Daqui a pouco eles cansam e vão estar se beijando dez minutos depois!" ela não sabia, realmente, se esta idéia a deixava feliz. De qualquer maneira, ela saiu pelas portas de carvalho, sem notar que uma pessoa que tinha acabado de chegar a olhava estranhamente.

  Chegou no dormitório e constatou que ou a Jessy e a Sarah, suas outras duas colegas de quarto na época do colégio, não passariam a semana ali, ou iriam chegar amanhã. Tirou a roupa, colocou o pijama e se deitou na cama macia. Estava sem um pingo de sono. Passou uma hora, e nada da Candy. Gina duvidava que os dois ainda estivessem brigando. Mas foi interrompida de seus pensamentos pela amiga, que entrava no quarto sorridente. Gina se pôs de pé, na hora, e disse:

- E então?

- E então o que? – disse a outra tirando a blusa rosa que estava usando

- Ora, você sabe. O que vocês dois estavam fazendo até agora? – disse maliciosamente

- Não seja boba. Logo depois que eu e aquele projeto de homem notamos que você tinha saído, nos separamos. – disse como se fosse óbvio, enquanto colocava a camisola

- Eu não acredito que você não achou ele bonito! Eu duvido que isso realmente tenha acontecido. E se fosse verdade, como explica este sorriso na sua cara?

- Bom, enquanto eu estava vindo, eu encontrei... Tchan tchan tchan tchan! David Morrow! – disse a outra caindo de costas na cama, com um olhar de adolescente apaixonada

- Não acredito! – gritou Gina caindo de joelhos na cama da outra – Aquele que você amava no sexto ano? – mas de repente fechou a cara – Eu lembro que você chorou por que ele disse que não queria nada com você, lembra? Que ele já estava no sétimo ano e bla bla bla... E que você parecia criança! Como você pode estar feliz em vê-lo?

- Simplesmente por que ele me disse que eu estou perfeita, jogou o maior charme e me convidou para se encontrar com ele amanhã as três da tarde na torre de astronomia!

- AAAAAAAAAH!!!!!! Que lindo!!!!!! – gritou Gina, quem olhasse as duas amigas pulando como menininhas no meio do quarto iria rir muito.

  As duas caíram de costas na cama de Candy. Depois de cinco minutos de silêncio, a loira disse:

- Eu senti muita falta sua Candy!

- Eu também. Depois desta semana, a gente tem que prometer que vai se ver com mais freqüência, certo?

- Certíssimo!!!

  As duas se desejaram boa noite e Gina foi para a sua cama. Tão logo deitou, ela disse:

- Você realmente não achou ele bonito? – e tudo o que recebeu foi uma travesseirada na cara

  Gina dormiu a noite inteira, sem acordar nenhuma vez e, por isso, no outro dia estava extremamente bem humorada. O que com certeza era o contrário de Draco...

- Ah, porcaria de ovos mexidos! Esta vida ninguém merece! Eu queria eles com bacon, não com queijo!!! Maldição! E veja isso, o meu suco Gina! Eu queria de abóbora, mas só tem de laranja. E então eu tenho que ficar tomando esta porcaria trouxa! Elfos malditos!! – Gina observava tudo se segurando para não rir. Já era bem tarde, mas estavam todos tomando café, pois ninguém tinha acordado cedo – E olhe bem, agora... Estas corujas fedidas! Ah não, eu vou atirar um Avada Kedavra naquela ali! Ela largou uma pena no meu café...

  Gina não ouviu mais o que o amigo resmungava, pois recebeu uma carta. O papel era lindo, e certamente muito caro. Ela abriu cuidadosamente enquanto ouvia Draco reclamar que as pessoas falavam alto demais de manhã. Mas ela parou abruptamente ao reconhecer a letra. Oh, céus, e como não reconheceria? Quantas foram às juras de paixão trocadas por carta enquanto estavam noivos e ele estava na guerra? Em algum lugar, dentro dela, ela não queria ler. Mas a sua curiosidade foi mais forte.

                    "Gina

                Encontre-me amanhã as três da tarde, na sala ao lado do quadro do Buko, o esquecido.

                                            Você sabe quem

  Merlim, e como não saberia? Será que ia? Será que não ia?  Ela bem que queria pedir para Draco a sua opinião, mas ele estava demasiado ocupado reclamando que o café estava muito amargo para lhe dar ouvidos. Decidiu que depois iria pedir a opinião do amigo, pois eram dez horas e ela achava que até o meio dia ele já estaria normal de novo. Não que isso fosse muito reconfortante, já que Draco era mal humorado, sarcástico e frio por natureza. Se bem que com ela ele mudava tanto que mais parecia um cordeirinho. Ela riu. "Ainda bem que ele não lê pensamentos!" pensou.

  Deixou o loiro reclamando que a escola estava fria demais e foi para a biblioteca. Chegando lá, constatou que Madame Pince estava tão, ou mais, mal humorada do que em seus tempos, e não conseguiu deixar de sorrir. Era bom estar de volta. Entrou e procurou um livro sobre um assunto qualquer. Pegou um intitulado "Grandes Bruxos da Bretanha e seus feitos" e começou a ler. Era uma leitura interessante e construtiva, ela pode notar. Mas se dissesse que tinha absorvido mais de três páginas, seria uma mentira deslavada.

  Não podia deixar de pensar na carta. Por que ele queria encontrar com ela? Já fazia tanto tempo que não se viam, e agora que as feridas iam se curando, ele decidiu remexer em tudo novamente? Por que? Por que? Por que? Era tudo que conseguia se perguntar. Afinal, ela não gostava mais dele. Talvez gostasse um pouco, mas não tanto quanto antes. Agora ela já conseguia dormir sem sonhar com ele, ou com a separação. Já não era mais tão doloroso. Mas vê-lo iria, com certeza, fazer com que ela lembrasse de coisas que não queria. E talvez, muito provavelmente, desencadeasse sentimentos indesejáveis a ela.

  E ela não queria este tipo de coisa. Mas, de qualquer maneira, queria encontra-lo. Ansiava por isso dês do rompimento do noivado. Queria esclarecer dúvidas, suas e dele. Decidiu então, por ir encontrar com ele. Afinal, que mal ele poderia fazer? Decidiu também não dizer nada a Draco, pois ele iria ficar contrariado.

  Na hora do almoço Draco já estava mais calmo, mas às onze horas tinha colocado fogo na cabeça de uma mulher, e esta tinha reclamado com Dumbledore. O diretor deu a Draco um chá para ele tomar quando acordasse para parar com este mau humor todo. O loiro tinha concordado, mas fazia cara feia ao contar para Gina.

  Passaram uma tarde agradável pelos jardins, visitando pontos escondidos e passagens secretas que lembravam da época do colégio. No fim da tarde foram tomar uma cerveja amanteigada em Hogsmeade, e Gina não percebeu que foi vigiada o dia inteiro.

  A manhã de quarta feira amanheceu ensolarada. Era um dia frio, mas lindo. Gina estava extremamente ansiosa com o encontro que teria a tarde. Também não pode deixar de notar que Candy estava sumida dês da tarde passada. Parecia a Gina que o encontro tinha sido bom. Riu sozinha de seus pensamentos.

  Foi tomar um banho e demorou um pouco mais do que o normal, não sabia o por que, mas sentia que iria acontecer algo muito importante hoje à tarde. Saiu do banho, se secou e saiu preparada para Candy pular em cima dela muito feliz e serelepe. Mas ela não pulou. E Gina começou a ficar preocupada. Mas depois ela lembrou que a amiga tinha dito que era faixa preta em karatê, um esporte trouxa que Gina gostava muito.

  Mais tranqüila ela foi se trocar. Decidiu que tinha que estar bonita, mas não exageradamente. Discreta, mas também um pouco ousada. Não sabendo o que usar resolveu optar por uma calça jeans colada e reta, uma bota preta e uma blusa de gola alta preta. Pronto.

  Saiu tranqüila do dormitório e desceu as escadas para encontrar um Salão Comunal praticamente vazio. Não estranhou por que tinha consciência de que tinha acordado meio tarde. Mas, quando olhou para o relógio, constatou que não tinha acordado meio tarde. Tinha acordado muito tarde! Era meio-dia!

  Correu para o Salão Principal, e ao chegar, encontrou um Draco extremamente aborrecido:

- OK! – disse o loiro com os braços cruzados. Ele a tinha esperado em frente à escada – Tudo bem, as mulheres demoram para se arrumar, e eu até entendo. Mas você ultrapassou qualquer limite de tolerância! Gina, a gente tinha marcado de se encontrar aqui as dez e meia. Ou seja, eu estou aqui dês daquela hora. E a sua querida amiguinha Candy não apareceu também, me deixando então, sem nenhuma explicação para o seu não comparecimento. E aí? Explique-se!

- Ora Draco! – disse a loira indignada – Eu não tenho que te dar nenhuma satisfação. Desculpe-me por ter te deixado esperando, mas é que eu perdi a hora. E eu tenho um... – mas de repente lembrou que não ia contar nada a ele – Eu tive vontade de me arrumar, por que ultimamente eu tenho me sentido muito feia!

- Gina! – disse o loiro que agora tinha uma expressão indecifrável – Você sabe que... Bem, que... – ele estava coçando a nuca o que queria dizer que estava mais nervoso do que quando ele se balançava na planta dos pés. Gina só o olhava, curiosa – Você sabe que é linda. Eu te digo isso o tempo todo! Você é provavelmente a mulher mais bonita que eu já vi em toda a minha vida! O que você quer dizer com "estou me achando feia"? Você é linda, e eu não me canso de dizer. Agora, me diga. O que estava pensando ao dizer aquela enorme asneira?

  Ela olhou para Draco totalmente abismada. Aproximou-se dele, deu um beijo em sua bochecha e disse:

- Nada não Draco, não importa. Vamos almoçar, eu estou com fome!

  Ele a olhou desconfiado, mas depois sorriu e acompanhou a mulher para a mesa. E a loira ia pensando em como a desculpa que ela tinha inventado na última hora poderia deixa-la tão feliz.

  O dia passou voando e quando ela viu já eram três horas. Ela inventou uma desculpa bem esfarrapada para Draco, que pareceu não acreditar, mas disse que tudo bem. Correu e chegou em frente à porta da sala combinada em poucos minutos. Respirou fundo e entrou.

  Ele estava lá. Com a mesma barba por fazer que ele insistia em deixar e que ela reclamava, mas achava linda. Com os cabelos arrumados. Com o olhar calmo. Tão, mas tão diferente de como era em Hogwarts que era praticamente impossível dizer ser a mesma pessoa. Mas eles tinham começado a namorar no sexto ano dela, no fim do sétimo dele.

  Ela pigarreou para ele ver que ela estava ali. Ele virou e olhou para ela em um misto de alegria e tristeza. Andou até ela e quis passar a mão em seus cabelos, porém, ela recuou. Ele a olhou estranhando e pediu:

- O que houve Gin?

- Eu não quero que você me toque.

- Então, com o Malfoy você anda para cima e para baixo, ele mexe nos seus cabelos, te abraça e eu não posso nem te tocar? – ele estava realmente irritado

- Ora! Quem é você para me dizer ou não o que fazer? Não somos mais nada um do outro, e eu não quero ter nada mais com você!

- Não me ama mais? – pediu como se provocasse

- Nunca amei – ela respondeu secamente

- Então me diga, por que ainda usa o anel? – disse como se estivesse tentando achar uma saída

- Não o uso mais! – disse tirando o anel do dedo e jogando-o no chão

- Gina, não ouse fugir de mim. Eu quero falar com você! – ele chegou perto dela e tentou beija-la

- Me solte!

  Ela gritou e saiu correndo, chorando. Estava sentindo-se terrivelmente mal. Como podia ter sido tão ingênua? É óbvio que ele nunca quis voltar a ser seu amigo, apenas amigo. Ele queria mais. Ao pensar nisso, Gina chorou ainda mais. Corria, sem saber onde estava indo, mas ouvia ele atrás dela gritando seu nome. Estava tomada pelo desespero e não enxergava direito por causa das lágrimas nos olhos.

  Ao virar em uma "esquina" deu de cara com Draco. Este, ao vê-la chorando quis fazer algo, mas ela o empurrou meio bruscamente e saiu correndo. O loiro ia sair correndo atrás dela, mas alguém vinha correndo pelo corredor e ele virou para ver quem era, pois era um homem e gritava o nome de Gina:

- Longbottom? – ele estava pasmo – O que você quer com a Gina? O que fez com ela? – Draco estava realmente alterado

- Cale a boca Malfoy, e saia da frente. Eu e a Gina temos muito o que conversar, sem a sua presença.

- Ora seu... – Draco não podia explicar o que tinha sentido. Só sabia que ao perceber que Neville tinha feito Gina chorar, foi como se estivesse com Voldemort dentro do corpo. Ele queria matar, esmigalhar e quebrar cada osso do moreno com as suas próprias mão. Mas o que fez foi dar um soco bem no meio do nariz dele e ir correndo atrás de Gina.

  Encontrou-a aonde ele achava que estaria. Na árvore na margem mais afastada do lago, lugar que ela contara que usava para escrever em seu diário. Ela estava lá, sentada com as costas escoradas no tronco e já tinha parado de chorar. Agora ela simplesmente olhava o céu e parecia pensar. Ele sentou-se ao lado dela e ficou esperando ela o notar, o que não demorou muito:

- Draco! – ela passou a mão nos cabelos – Desculpe-me, eu não queria te empurrar daquele jeito. Eu estava correndo e chorando, não queria te fazer mal nenhum.

- Gina, mal foi o que eu fiz ao nariz do Longbottom. O que você dois estavam fazendo juntos? Ou melhor, o que ele fez para você?

- Ele. Olha, não foi nada de mais, é só que... Bom, ele tentou me beijar, a força... – Draco ia se manifestar, mas ela disse – Não se preocupe. Eu sei me defender. Acontece que eu não me senti bem. Eu joguei até o meu anel de noivado fora... – disse mostrando a mão para Draco

- Aquele anel era um anel de noivado? Mas, então você e ele são...

- Nós não somos nada. É só que, nós fomos noivos por muito tempo, e acabamos por causa daquela famosa briga com a minha família. Quer dizer, aquela foi à gota d'água. Nós brigávamos muito e temos opiniões completamente diferentes sobre algumas coisas. Ele queria que eu parasse de trabalhar depois que a gente casasse e ficasse em casa cuidando dos nossos filhos. Mas da para entender, afinal ele foi criado pela avó...

- Isso não vem ao caso. Por que você ainda usava o anel Gina? – ele pareceu notar uma coisa e falou muito baixo e com um tom triste que nem ele mesmo entendeu – Você ainda o ama?

- Eu nunca o amei Draco. Eu nunca amei ninguém. E ele também nunca me amou. Nós íamos casar, por que até que o nosso namoro ia bem. Mas eu usava o anel por que achava que sentia alguma coisa muito forte por ele ainda. Mas vejo que me enganei.

- Ele mudou demais dês de os tempos do colégio...

- Muito. Quando a avó dele foi morta pelos Comensais, no começo do sétimo ano de vocês, ele começou a mudar, Ficou mais frio, emagreceu e ficou muito bonito. Todas as meninas começaram a querer sair com ele, mas dês do quarto ano dele ele gostava de mim. Ele me falou no Baile de Inverno do Torneio Tribruxo. Um dia eu estava aqui mesmo nesta árvore e ele veio falar comigo. Ele já não era mais o mesmo, não só em aparência. Como eu disse ele tornou-se frio e estranho. E depois que começamos a namorar ele se mostrou muito possessivo também. Era horrível! Enquanto ele estava na guerra me mandava muitas cartas, Chegou a me mandar três por dia!

- Nossa! E você não dizia nada?

- Não. Mas quando ele veio com esta história de eu parar de trabalhar, eu tive nojo dele! Ele sabia, como todos, o quanto eu amo o meu trabalho. Eu acabei o noivado. E espero nunca mais vê-lo...

  Um silêncio mortal pairou sobre os dois. Eles não sabiam quanto tempo ficaram ali, mas tinham consciência que era muito. Quando Gina resolveu falar de novo o Sol já estava se pondo no horizonte avermelhado:

- Por que veio atrás de mim Draco? Eu te empurrei e fui extremamente grossa te escondendo aonde ia. Não confiei que você fosse deixar eu ir. Achei que iria tentar me impedir, ou fazer algo...

- Como o quê Gina? – Draco pediu curioso

- Não sei. Você ia querer saber quem era o meu noivo e... Ah, eu não vou conseguir mentir para você novamente! Eu tive vergonha. Muita! Eu tinha medo, muito medo que você risse de mim depois que eu dissesse quem era meu noivo. Eu detestava quando você ria de mim na época do colégio. Os meus irmão podiam se defender, mas eu? Eu, como você dizia, até servia para entrada, mas não passava de mais uma Weasley. E eu chorava. Ah, Merlim, como eu chorava! Eu não suportava passar perto de você dos seus amigos, eu tinha medo que vocês falassem alguma coisa, pois eu não sabia falar alguma coisa como as que os meus irmãos falavam.

- Mas Gina...

- Você não pode nem tentar defender-se Draco! – ela tinha lágrimas nos olhos – Eu nunca fui forte, e continuo não sendo. Você foi o pior trauma da minha infância, pois quando eu olhava para você eu lembrava imediatamente do seu pai! E do episódio da Câmara Secreta! Eu sei que você odeia, mas é extremamente parecido com seu pai. E hoje isso já não me assusta mais, pois eu vi que você é diferente. Mas você me chamava de coisas que até hoje eu lembro nitidamente.

- Gina, eu...

- Espere, me deixa terminar. Quando meu irmão, o Potter e você se formaram eu pulei de felicidade, não por eles, mas por que eu ia ter um ano, UM ao menos em que eu poderia transitar livremente no corredor sem ter que olhar para você e ter que ver aquele olhar de desprezo. E eu nem merecia ele! Eu tenho consciência de que eu era muito pobre, mas você Draco é, e sempre será, excepcionalmente rico. Para você todos eram pobres, e tinha gente que era mais pobre do que a minha família. Então por que Draco? Por que nós? Eu, ao menos que me lembre, nunca tinha te feito nada e toda a vez que eu era insultada por você eu me perguntava o que eu tinha feito. Você entende, Draco?

- Entendo o que?  - ele falava muito baixo e parecia envergonhado

- Quando eu fui te entrevistar eu...  – ela suspirou e lágrimas caíram teimosamente dos seus olhos, muitas lágrimas – Eu tratei como um desafio. Eu queria ver o que você ia falar. Como você ia estar. Se você iria ir. E eu me surpreendi ao gostar do que você virou. Ao gostar de você. Entende agora?

- Sim, Gina. Só não entendo o que você sentia por mim. Nojo? Raiva? Medo? – ele dizia cada uma das "opções" mais baixo.

- Medo – ela ainda chorava – é, um pouco de medo. Mas o que eu realmente sentia era vergonha. Você me fazia ter vergonha de ser quem eu sou.

  Ele pareceu comover-se depois destas palavras, pois virou para ela com uma cara de arrependimento que era de dar pena. E, para a surpresa de Gina, ele a abraçou. Para falar a verdade nem Draco entendeu o que estava acontecendo. Ele já não estava mais entendendo fazia tempo. Tudo o que ele sabia era que ver ela ali sofrendo doía muito, doía demais saber que ainda por cima ele causava isso. Mas ao sentir as lágrimas dela molhando sua camisa ele não conseguiu dizer mais nada. "Mas uma hora vou ter que falar." Pensou.

  Afastou-a e limpou suas lágrimas com a parte de trás da mão delicadamente. Não conseguia tirar os olhos daqueles enormes olhos castanhos.

- Você não deve chorar. Você sabe que eu mudei. Eu não sou mais assim, não por inteiro ao menos. – ela sorriu e ele disse – Isso, abra um sorriso. Você fica ainda mais linda sorrindo, se é que isso é possível.

  Ele tirou a mão do rosto dela e ela virou para frente e parecia não querer falar nada no momento. Estava com as costas na árvore e os cabelos esvoaçavam ao vento. Draco só conseguia pensar em quanto gostava dela, não podia pensar em nada para dizer. Mas, de repente, as palavras saíram como se ele quisesse e soubesse o que dizer:

- Você não deve ter medo. Não deve ser fraca, e nem sofrer, enfrente quem você não gosta de frente e com a cabeça erguida. As pessoas vão te respeitar mais do que já respeitam, e você vai gostar mais de si mesma – ela olhou para ele intrigada e ele pediu – Gina, você lembra daquela vez no Caldeirão Furado que eu disse que nunca tinha realmente gostado de alguém, só sentido afeição? – ela fez que sim com uma cara de quem estava lembrando de antigos acontecimentos – Bom, eu acho que gosto de alguém – ela o olhou espantada – Eu gosto de você Gina. Gosto muito. Você é a minha única amiga. E eu gosto de quem você é. Você nunca deve ter vergonha disso.

  Ela sorriu e eles não disseram mais nada, só se olharam e sorriram. Um dos poucos sorrisos que Draco dava verdadeiramente e Gina percebeu como ele ficava mil vezes mais bonito assim. Ficaram em um silêncio que parecia dizer bem mais do que qualquer palavra e voltaram ao castelo.

  A noite passou rápido e Gina não foi jantar. Parecia estar se isolando por uma noite. Ela avisou Draco e este sentou sozinho. No outro dia, quando Gina acordou fez a sua higiene pessoal e desceu normalmente. Bom, quase, pois quem estava lá em baixo não a agradou muito. Hermione e Ronald. Ela ia passar reto e ignorar, mas ela falou. Ela que na época do colégio se dizia sua amiga, mas que quando Gina brigou com a família foi a que mais deu argumentos contra a loira. Granger.

- Então, você apareceu. Engraçado, achei que ia ter alguma vergonha na cara... – Ronald só olhava, mas estava visivelmente do lado da mulher em tudo o que ela dizia.

- Sim, Granger, eu vim por que eu também estudei neste colégio tanto quanto você – Gina nem virou para responder e já estava saindo quando ela falou de novo.

- É, parece que os pobres elfos vão ter que desinfetar os lençóis, sofás, cadeiras, garfos... Sabe, talvez falsidade passe e todo mundo comece a trai... – mas ela nunca terminou a palavra ou a frase, pois recebeu um tapa tão forte no rosto que os dedos de Gina ficaram marcados como uma tatuagem no rosto da morena.

- Oh, desculpe. É, agora você vai ter que desinfetar a cara. Sim, quem sabe até seja melhor e você fique um pouco mais bonitinha. E tomara que não saia até o baile, ninguém merece te ver tentando ser bonita! – virou para ir embora, mas olhou para ela de novo depois – E não ouse falar comigo de novo, sua ridícula metida à sabe-tudo, por que eu já não tenho mais paciência com você. VOCÊ me enoja e se alguém aqui é traidora, não sou eu.

  Depois de tirar o dedo da cara de Hermione e sair do buraco, Gina constatou nunca ter estado mais leve. Logo que colocou os pés para fora da passagem, avistou Draco. Correu até ele e este a olhou intrigado. "Por que está tão feliz, sendo que provavelmente encontrou o irmão e a Granger?" pensou o loiro.

- Olá Draco! – disse Gina com um sorriso de orelha a orelha

- Olá! Mas, diga-me, o que houve para estar assim tão alegre? – os dois já estavam se encaminhando para o caf

- Bom, digamos que eu acabei de fazer o que me pediu ontem – ele a olhou como se não estivesse entendendo – Eu fui forte Draco! A Granger falou que os elfos iam ter que desinfetar tudo o que eu tivesse encostado! E sabe o que eu fiz? Eu não chorei Draco, eu dei um tapa na cara dela que ficou até marca!

- Parabéns! – disse Draco sorrindo e, tomado por alguma coisa que nem ele sabia o que era, levantou Gina do chão em um grande abraço. Depois que notou o que estava fazendo largou a amiga e murmurou – Desculpe...

- Tudo bem – disse a loira encabulada

  Os dois continuaram caminhando, mas sem falar nada agora. Ao chegarem no salão, sentaram em seus lugares habituais e comeram. Mas, no meio do café Gina viu Candy entrando no Salão.

- Candy!! – disse a loira acenando como uma louca para que a amiga a notasse. A morena veio sorrindo em direção de Gina.

- Amiga! Olá! Que blusa bonita heim? – e sentou como se não tivesse ficado sumida dois dias. Gina olhou para ela com uma cara tão indignada que Draco chegou a rir

- Escuta aqui Candy! Como é que você some assim, sem nenhuma explicação? Eu fiquei preocupada e aí você chega agora, e senta aqui como se nada tivesse acontecido! Pode ir se explicando aí! – Gina estava extremamente exaltada

- Calma Gi! Nossa, que estresse! Olha só, eu e o meu mais novo namorado fomos para um hotel em Hogsmeade passar estes dois dias. Podíamos?

- É lógico que podiam! – disse Gina emburrada – Mas você poderia ter avisado.

- Sim, eu poderia, Desculpa, ta?

- Sim, tudo bem. Bom, eu já acabei de tomar o meu café. Você acabou Draco?

- É, acabei. Onde quer ir?

- Ah vamos para Hogsmeade? Eu tenho que comprar um sapato decente! Os meus estão terríveis.

- Mas você comprou sapatos semana passada! – observou Draco, estupefato.

- Sim, mas nenhum deles combina com o meu lindo vestido! – disse a outra como se fosse óbvio – Quer ir conosco Candy?

- Não, muito obrigada. Eu e o David vamos nos encontrar a tarde e quero me arrumar.

- Até logo então!

- Até...

  Os dois andaram até Hogsmeade conversando sobre coisas sem nenhuma importância. Ao chegarem lá, Gina disse:

- Bom, você sabe alguma loja boa aqui? É que sempre compro roupas em cidades trouxas sabe... As roupas deles são muito melhores do que as nossas.

- Bom, eu não sei de nada. Compro roupas na cidade trouxa também, parece-me que eles têm muito mais bom gosto do que nós. Mas eu sei que a minha mãe comprava sapatos por aqui, por que uma vez ela me obrigou a vir junto, mas eu era pequeno. Só lembro que era perto da Zonko's.

  Os dois andaram até a loja de logros e ali pararam. Depois de um tempo parados como dois idiotas, Gina começou a andar para o lado direito da loja. E realmente ali havia uma loja de sapatos. Uma enorme e linda loja, com sapatos tão bonitos que fizeram os olhos de Gina brilharem e Draco revirar os olhos. "Por que as mulheres são assim?" pensava.

  Entraram e logo uma vendedora veio atende-los. Era uma senhora com seus sessenta anos, mas muito bem conservada. Aparentemente era a senhora Malvim, a dona da loja.

- Olá senhor, senhorita. Em que posso ajuda-los? – disse a velhinha com um olhar bondoso

- Eu quero um sapato social. Preto.- disse Gina olhando ao redor

- Bom, aqui, nós temos este que vai ficar lindo. – era um sapato preto de verniz com a ponta fina e o salto agulha. A mulher colocou no pé de Gina e deu um gritinho – Oh! Nunca acharemos um sapato melhor! E este é um sapato especial, pois ele parece extremamente desconfortável, mas dentro há um feitiço que o deixa enorme. É ótimo para festas.

- "timo, vou leva-lo então. Você quer comprar alguma coisa Draco? – disse Gina pegando a carteira

- Não. Já tenho a minha roupa e o meu sapato. Eu não sou como você que compra um sapato diferente para cada festa que vai! Haja dinheiro! – disse o loiro divertido enquanto Gina pagava

- Ora Draco, o importante para uma mulher é sentir-se bonita. Se nós nos sentimos bonitas, todos nos acharão bonitas. Você não concorda? – os dois saiam da loja

- Bem, digamos que você tem uma certa razão. Mas mesmo assim, nada justifica! Se você tiver uma festa por semana, vai comprar um sapato por semana.

- Ai Draco, que bobo! Falando nisso, eu nem olhei o meu vestido. Tomara que não tenha acontecido nenhum imprevisto com ele.

- Gina, o que poderia acontecer a um vestido?

- Não sei. Mas alguma coisa pode!

- É, ta legal. Hei, vamos almoçar naquele restaurante em que a gente se "conheceu" – disse Draco fazendo sinal de aspas – É que já está perto da hora do almoço, e eu estou com fome!

- Tudo bem. Eu não estou com fome, mas vou comer alguma coisa de qualquer jeito.

  Os dois passaram o resto do dia literalmente fazendo nada. Ficaram em Hogsmeade até as quatro e Gina disse que estava cansada e queria voltar para o castelo. Depois ficaram até a hora do jantar andando pelos jardins e conversando, molharam os pés no lago. O jantar foi ótimo, e uma coisa que Gina notou foi que Hermione não estava na mesa. Disse isso para Draco, mas ele disse que não devia ser nada e continuou comendo seu pudim de pêssego. Ela não achou isso muito normal, mas depois do jantar ela e Draco foram de novo para os jardins e ficaram falando sobre o baile. Gina disse que não iria comer amanha, só à noite, por que ia fazer uma coisa especial e por isso iria levar o dia todo para se arrumar. Draco ficou abismado com este fato, mas disse que tudo bem, já que ele iria acompanhar a dama mais linda festa. Ela riu e disse boa noite para ele, e foi dormir.

  Draco ainda ficou mais um tempo ali. Cada dia ele gostava mais de Gina. A cada dia que passava ele tinha mais certeza de que a amizade deles ia durar. Mas uma pergunta surgiu no fundo da sua mente "Será que você a quer somente como amiga?". Draco logo afastou estes pensamentos. Não estava gostando de Gina. Simplesmente não podia ser possível. Se conheciam a muito pouco tempo, e era normal ele pensar nela, lembrar dela a toda hora e querer estar com ela a todo o momento. Eles eram amigos, afinal! Afastou a mente destes pensamentos ridículos, como ele mesmo chamava, e foi dormir. É lógico que se Draco tivesse alguma experiência com sentimentos, saberia que o que ele estava sentindo era amor em sua maior forma.

N/A: pois é gente!!! Demorou, mas aí está o capítulo! E este com os parágrafos certos. AWEEEEEEEEEEEEEE, hehehehehehe. Bom, demorei, mas olha o tamanho do capítulo, então, rewiews, OK? Se não eu não escrevo mais, por que eu estou decepcionada, ninguém comenta!!!!! Beijinhos e até mais!!!