"Quando eu te vejo

                  Espero teu beijo

                  Não sinto vergonha, apenas desejo.

                                                         Nenhum de Nós e eu não lembro o nome da música X)"

A manhã do dia do baile, sexta-feira, amanheceu fria e nublada, mas parecia que não ia chover. Era nisso que Gina Weasley pensava enquanto olhava pela janela. Tinha acordado cedo demais, às oito horas, mas simplesmente não conseguia mais dormir. Candy tinha passado a noite fora novamente, e a loira nem podia culpa-la. Se tivesse um namorado, faria o mesmo. "Quem me dera..."

 Mas, ela aparentemente não apareceria até a noite, e então Gina iria ter que se preparar sozinha no quarto. "Quem animador! É isso que me dá vontade de ir ao baile...". Provavelmente Draco só iria acordar dali a umas três horas, então ela resolveu ir tomar um banho e depois ir ao corujal para avisar a ele que não iria comer e que ia começar a se arrumar já!

  Ficou uns vinte minutos em baixo da água repassando mentalmente tudo que iria fazer até a hora do baile, afinal, queria estar simplesmente deslumbrante. Podia até imaginar o que Draco diria se ela falasse isso para ele "Ora, mas você fica deslumbrante até com o mais simples dos vestidos!" e ela não pode deixar de sorrir depois disso, para depois perguntar-se confusa o por que daquele sorrisinho besta.

  Depois de colocar uma roupa qualquer, foi até o corujal e enviou para Draco uma carta extremamente curta, somente explicando que não iriam poder se ver naquele dia e dizendo para ele espera-la às oito horas, ao pé da escada. Ela iria atrasar-se, é lógico, mas queria que ele já estivesse lá quando chegasse, Tinha medo de quem poderia encontrar.

  Subiu para o quarto e começou a se aprontar para uma noite que prometia ser muito longa.

                                                           **********

  Draco acordou às nove horas com uma coruja chata e enorme piando ao lado dele, em sua cama. Após praguejar e amaldiçoar quem tinha lhe mandado uma carta àquela hora, ele desamarrou o envelope e lançou um olhar tão mortífero a coruja que ela logo saiu, piando tristemente. Ele ficou com dó e pensou "Depois eu vou levar algo para ela no corujal" e parou, para fazer uma cara de espanto "A convivência com a Gi não está me fazendo bem...".

  E qual não foi sua surpresa ao ver que a carta era exatamente da loira. Ele abriu e a sua cara de tédio se intensificava a cada linha. Não acreditava que ela iria deixa-lo sozinho o dia inteiro, sendo que o baile só começava às oito horas. Mas tudo bem... Ele era mulher e tentava entende-la. Largou a carta, virou para o lado, e dormiu de novo.

  Acordou ás onze horas, com o seu mau humor mais acentuado do que em qualquer outro dia, o que o fez tomar um daqueles chazinhos que o Dumbledore o tinha "receitado". Resolveu dar uma volta pelo castelo, e qual não foi a sua surpresa ao ver muitos sonserinos no Salão Comunal. Deveriam ter chegado durante a manhã, enquanto ele dormia.

  Ele passava e era cumprimentado pela maioria, mas muitos eram filhos de Comensais presos ou até mortos na guerra, portanto nutriam um grande ódio pelo loiro. Não que ele se importasse. Gostava muito da casa Sonserina, mas simplesmente não conseguia mais suportar as pessoas de lá.

  Qual não foi sua surpresa quando, três segundos antes dele conseguir atravessar a saída, ele ouviu uma voz esganiçada que ele não ouvia a muito, muito tempo mesmo.

- Draquinhooooooooooooooooo.... – Pansy

- Ei Pansy – disse Draco virando casualmente e notando que ela estava grávida do... Sexto? É, devia ser, sexto filho. Não que ela gostasse deles, mas tinha conseguido uma coisa que queria dês de que sabia falar: casar com um homem rico. E ele era, de fato, rico, o marido dela. Era um conde francês que tinha pedido a mão de Pansy no sétimo ano dos dois. À parte que Draco não entendia era o "pedido à mão'. Quem, afinal, em sã consciência pediria Pansy em casamento? Mas ele pediu, e aparentemente a família dele gostava que a mulher mostrasse fertilidade. Era por isso que Pansy tinha tantos filhos.

- Como está querido? Casou? – disse enquanto olhava babacamente para os lados, procurando a esposa de Daco, aparentemente

- Não. Ainda não achei alguém com quem eu queira passar o resto da minha vida... – disse divertido – Mas e você? Quantos filhos já tem?

- Ah, nem me fale Draquinho, nem me fale. Estou grávida do sexto... – dizia enquanto sentava com dificuldade – Mas sabe, eu acho que realmente gosto de ser mãe. Francis é um homem muito ocupado, administrando os negócios da família, ele mexe com a magia avançada, sabe? E é bom ter companhia, às vezes aqueles monstrinhos realmente me irritam, mas eu não me importo. São meus afinal... – ela sorriu – E eu fiz Francia deixar eu colocar todos os nomes ingleses. Eu simplesmente detesto os nomes franceses... São tão vulgares!

- E quantos anos eles tem?

- Bom, eu me casei aos dezessete anos, logo depois que sai de Hogwarts, Engravidei na lua de mel. Os gêmeos, Edward e Rodolph, tem quatro anos. Logo depois eu fiquei grávida da Louise, que agora está com três anos. Depois veio a Anne, que tem dois. Mas foi só depois de dois meses que eu dei a luz a Anne que, infelizmente, eu fiquei grávida de novo. Artur veio, e agora já está com um ano. Agora estou grávida de novo, e eu espero que seja uma menina. São mais fáceis, sabe?

- Pois é... Já me disseram isso. Bom Pansy, eu tenho que ir. Tenha um bom dia e até a noite.

- Oh, até então.

  Draco saiu pelo buraco e andou pelo corredor em direção ao Salão Principal. Ficava pensando... Muita gente realmente achava que Pansy era um saco. Digamos que ele também achava isso até o sexto ano, por que ela gostava dele e não largava do seu pé. Mas no sétimo ano ela tinha ficado muito legal, principalmente depois que ela ficou noiva. E talvez ela não estivesse com ele só por dinheiro... Draco riu. "Até a Pansy consegue amar alguém... Afinal, qual é o problema comigo?".

  Ao chegar no Salão, viu Dumbledore vindo até ele. O diretor pediu ajuda com a decoração, por que estvam só ele e os professores, nenhum aluno para ajudar, o que dificultava um pouco o trabalho. Draco aceitou na hora, não teria nada para fazer até às sete horas, quando subiria para se arrumar para o baile...

  O tempo passou incrivelmente depois que ele começou a ajudar. Ele colocou enfeites no teto, arrumou as mesas e conversou um pouco durante o almoço que seria para os professores, mas que ele acabou desfrutando também. Descpbriu que Hogwarts estava exatamente igual a como era em sua época. Talvez um pouquinho diferente aqui e ali, já que alguns professores como a Trelawney morreram, ou se aposentaram. Mas, no geral, estava ótima como sempre. É claro que em sua época de colégio ele odiava todos os professores, exceto Snape, que nem dava aulas ali agora. Tinha arranjado alguém para casar com ele e se mudara para a França. Draco riu de novo. "Merlin, até Snape está casado!" pensava. Virou para o diretor e perguntou:

- O Professor Snape virá hoje à noite?

- Receio que não. A sua mulher deu a luz semana passada, acredito que eles não irão querer se ausentar de casa.

- Puxa, eu não sabia que o Severo tinha tido filhos... – disse Draco, realmente impressionado

- Pois é, as coisas mudam. Acredito que foi uma das conseqüências boas da guerra. Se não fosse ela, Severo nunca teria conhecido o amor.

- Realmente – falou Draco e olhou para o relógio – Nossa! Sete e quinze, é melhor eu subir.

- Então, até a noite Sr. Malfoy.

- Até diretor!

  "Oito e meia!" pensava Draco ao pé da escada "Ela começou a se arrumar às oito horas da manhã e ainda não terminou! Mulheres!". Ele e David, o namorado de Candy, estavam um ao lado do outro. Candy tinha chagado às três horas da tarde e subido direto para se arrumar. Falando nela...

  Candy estava ao pé da escada e estava muito bonita, com um vestido branco até os pés e o cabelo solto e bem liso. Ela correu até David e pulou em seu pescoço o enchendo de beijos. Draco sentiu subitamente uma pontada de ciúmes. "Poxa, eu quero isso..." pensava, coçando a nuca. "Bom, talvez eu conheça alguém nesta festa..." e olhou para os lados, a procura de alguma mulher bonita e desacompanhada. Já estava pensando seriamente em deixar Gina ali. Mas quando viu Candy se dirigindo ao Salão de Principal, pediu:

- E então? Cadê ela? – pediu exasperado

- Ali em cima... – ela disse com um sorriso maroto. David olhava com uma cara de "Uau" que fez Draco virar, curioso. De repente, ele se deu conta que tinha valido a pena esperar. De que tinha valido a pena ir até Hogwarts. De que tudo valia a pena.

  Gina estava parada, no começo da escada e usava um vestido preto e um pouco colado, que demonstrava suas curvas e deixava ela com um jeito de "Femme Fatale" que Draco tinha gostado. Ela usava o sapato que eles tinham comprado aquele dia e acessórios prateados. Mas não era por isso que ele estava tão boquiaberto.

  Ruiva. Ela estava ruiva. E como se não bastasse, mais linda ainda do que era loira. Uma coisa que Draco sinceramente achava ser impossível. Ela usava as madeixas presas em um coque que deixava alguns de seus cachos caírem em seu rosto. Draco estava tão espantado que nem percebeu que tinha aberto a boca. Fechou rapidamente e se assustou ao ouviu Gina muito perto dele falando. Ele também não tinha percebido que ela estava ali.

- E então? Ficou horrível, não é? Eu sabia! Bom, Draco, eu acho que tem várias mulheres que vão querer te acompanhar ao baile, eu vou subir, Com licença! – ela já ia subindo os degraus quando Draco a segurou delicadamente pelo pulso.

- Fique. Você sabe que está linda. Sempre está! Agora, vamos. Eu não quero ir com mais ninguém ao baile!

  Ela sorriu encabulada e eles se dirigiram ao salão. Ao chegarem, viram que estava realmente bonito. Quando Draco tinha ido se arrumar, ainda não estava tudo pronto. Mas ele contou para Gina, animado, que tinha ajudado a arrumar a maioria das coisas. Ela riu e disse para eles arranjarem logo uma mesa.

  Os dois se sentaram em uma mesinha no canto do salão, onde ficariam longe de olhares curiosos. Não falavam muito e só ficavam se olhando. De repente, uma música lenta e linda começou a tocar. Gina olhou para Draco suplicante, parecendo uma adolescente e juntou as mãos, como que pedindo uma coisa aos céus. Ele a olhou contrariado, e a convidou para dançar.

  Eles levantaram-se e andaram em meio à multidão um segurando a mão do outro e tendo o mesmo pensamento: "Por que ele está suando?"."Por que ela está suando?". Pararam em meio a pista, atraindo olhares curiosos de gente desinformada, afinal praticamente toda a escola já tinha visto os dois "juntos".

  Gina encostou a cabeça no ombro de Draco enquanto pensava. "Por que ele estremece ao meu toque? Por que eu estremeço ao toque dele?" ela estava respirando rápido "Por que ele está assim? Respirando tão rápido... Merlin, eu também estou assim! E o coração dele, está tão rápido quanto o meu..." ela suspirou "Oh, não toque em meus cabelos. Oh, por favor, não toque... Gina! Pare de ser boba! Este é Draco Malfoy, seu amigo, e você não tem por que não deixa-lo tocar em seus cabelos! Mas por que eu estremeço ao seu simples toque?".

  Draco posicionou a mão na cintura de Gina e sentiu ela colocar a cabeça em seu ombro. Podia sentir o cheiro de seus cabelos, o cheiro dela. "Ai, droga! Por que eu fico assim toda a vez que ela me toca? Isso não é normal, eu sei que não é. Mas o que é isso?" ele sentia  a respiração ofegante dela em seu pescoço "Ofegante? Por que ela está ofegante? Eu não estou ofegante... Espere! Eu estou ofegante! E o meu coração... Merlin, meu coração está rápido demais... Será que é normal eu querer que isto nunca acabe? Será que é normal eu querer beija-la e nunca mais larga-la?"

  Gina se separou de Draco no momento em que viu duas pessoas se aproximando. Harry e Luna Potter. Draco também virou, para ver o que estava acontecendo. Ao ver os dois se aproximando, pressentiu que não iria acabar bem...

- Ora, ora Malfoy... Sabe, eu nunca gostei muito de ti, mas nem gente como você merece andar com esta traidora. – disse Harry, Luna, que estava grávida, aliás, como notou Draco, só olhava para Gina com pena. Pegou o braço do marido e disse baixinho.

- Querido, nós não precisamos arranjar confusão aqui... – ela olhava de esguelha para Draco e Gina

- Hei, Potter. E então, a Nati não veio mesmo? – disse Draco tentando fugir do assunto, mas Harry fingiu que não o ouviu e falou de novo, desta vez para Gina

- Vê, Weasley? Você nem merecia este sobrenome... Luna está grávida – e apontou para a mulher que claramente não queria estar naquela situação – Oito meses. No fim do oitavo mês, para falar a verdade. E este aqui, você não matou. E nem vai fazer mais nada de mal para nós, sua invejosa dissimulada!

  Draco olhava tudo aquilo boquiaberto. Gina? Matando alguém? Como assim? Só teve tempo de ouvir a ruiva sair correndo, soluçando. Saiu correndo atrás dela e antes viu Luna brigando muito com Harry por ter dito o que disse.

  Gina chorava, soluçava. Passava pela multidão sem se importar em pedir licença, ia empurrando mesmo. Por que? E agora, Draco iria querer sabe o que ela tinha feito, e se ela dissesse, ele jamais falaria com ela novamente. E isso a atormentava demais!

  Passou pela grande porta de carvalho e correu para a "sua" árvore, que ficava localizada em um lugar bem escondido em que ela poderia ficar sozinha chorando, ou quem sabe ela se jogasse no rio e morresse afogada. "É, não seria má idéia..." pensou, melancólica.

  Sentou no chão, sem se importar com o vestido, e encostou suas costas no tronco da árvore, Só queria chorar. Esperar que as lágrimas lavassem a sua alma, e levassem com elas toda a dor que ela sentia. Chorava, soluçava e só não gritava para não chamar atenção. Queria morrer, queria derreter, queria sumir...

  Mas de repente, ela sentiu alguém colocar os braços ao redor dela e abraça-la. Levou um susto, e qual não foi sua surpresa ao virar-se e se deparar com Draco a olhando, com uma expressão super reconfortante? Muita surpresa, se querem saber. Tanta que ficou sem dizer nada, a te ele soltar ela e sentar-se ao seu lado, do mesmo jeito que ela.

  Mas depois de um tempo, o silêncio começou a inquietar o loiro, como sempre, e ele ficava se mexendo, uma coisa que incomodava Gina. Ela virou para ele e disse:

- Por que você veio? – com um tom calmo, e olhando para o nada ele respondeu

- Não queria deixar você sozinha... – ela ia dizer algo, mas ele disse antes – E não me importa o que você fez, Gina, só me importa o que você é. Eu gostaria de saber, mas não vou te forçar. Você não quer me dizer?

- Se eu te falar, Draco, você nunca mais vão me olhar na cara. Eu sei que eu não tive nenhuma culpa, e que foi tudo um enorme mal entendido. Mas e você? Vai entender, ou vai ser como toda a minha família, exceto Carlinhos? Eu não sei Draco, eu tenho medo de... De te... – ela o olhou, e fez um gesto como que dissesse "esquece"

- Gina. Me diz, eu juro que eu vou ser como o Carlinhos. Eu acredito em você, e eu sei que se você diz que não foi você, não foi!

- Tudo bem... – ela respirou fundo – Lá vai...

  "Há três anos, dois meses depois que a Nati nasceu, Luna anunciou que estava grávida de novo. Foi um choque e uma surpresa para todos, principalmente para Harry. Eles só estavam casados há um ano, e já era o segundo filho. Mas ele aceitou bem, e todos ficaram felizes. Mas, eu notei que o Harry começou a ficar estranho, distante, mal-educado, grosseiro e principalmente com a Luna. Isso não era normal, já que os dois se amavam muito. Ao mesmo tempo, eu notei que a minha amiga estava sofrendo demais com a falta que o marido fazia, e com o fato dele estar tratando-a assim."

  "Então, um dia, eu estava passeando pela Londres trouxa, e resolvi entrar em um café local. Lá dentro eu avistei Harry. Mas ele não estava sozinho. Ele estava com um morena de olhos azuis, linda, é verdade, mas nada o dava o direito! Ele estava traindo a Luna! E ela grávida! Grávida! Eu acho que ele não agüentou o peso de ter novamente uma mulher grávida dentro de casa, muito mais porque esta gravidez da Luna era de risco. Mas, do mesmo jeito, eu fiquei extremamente mal, e saí do café antes de ser notada por ele."

  "Passei três semanas me remoendo, pensando se contava ou não o que eu tinha visto. Mas um dia foi a gota d'água. Luna me chamou na casa dela para um chá, e me pediu porque eu estava tão distante com todos. Foi quando eu vi o brilho nos olhos dela que eu resolvi contar. Contei tudo, tudo mesmo! Mas não imaginei como isso iria fazer mal para ela. Ela começou a ficar tonta, e desmaiou. Eu entrei em pânico! Pânico total! Não sabendo o que fazer, aparatei com ela para o St. Mungus. Ela perdeu o bebê. Foi um choque para todos."

  "Me pediam o que tinha acontecido, e eu, em respeito à intimidade de Luna e Harry, não disse a ninguém. Mas quando a Luna acordou, Harry estava ao seu lado e ela começou a gritar. Disse que sabia de tudo, disse que a culpa do bebê ter "morrido" era dele, e pior, disse que eu tinha contado. Todos me olharam, já que estávamos na sala, e me pediram explicações. E eu falei tudo, já que não tinha jeito. Todos olharam para Harry pedindo explicações e ele me disse horrores, Me disse que eu era uma enxerida, que era minha culpa ele não ter outro filho. Disse para todos que aquela era uma amiga, e que não tinha a nada a ver o que eu tinha dito. Mas ela não era uma amiga. Eu vi ele passar a mão na perna dela, eu vi ele se beijarem! Mas eles preferiram acreditar no Harry, todos, menos a Luna. Mas ela não fala comigo, acho que ela é extremamente submissa ao marido, sabe? Não quer perde-lo... E por isso, eu perdi toda a minha família. Sem motivo nenhum, ele me abandonaram, e me deixaram sozinha. Foi, e é, a pior fase da minha vida. Viver sem eles é... Como ter um vazio..."

  Ela parou de chorar, enxugou as lágrimas, o que não adiantou nada já que elas continuavam a cair, e não levantou a cabeça para Draco. Sentia ele a olhando, e não gostava da sensação. Queria saber qual era a expressão que o rosto do loiro carregava. Mas não tinha coragem de levantar os olhos. De repente, ouviu o barulho de um soco na árvore. Virou para o lado e Draco a olhou dizendo.

- Se não fosse o colégio, eu juro que entrava lá e dava um soco no Potter. Que cafajeste!!! – ele estava extremamente irritado, e Gina sorriu – Mas, Gininha, eu acho que é hora de eu te contar o porque eu traí meu pai, não,é?

- Ora Drado, eu te contei por que eu quis, você não precisa me...

- Não, não tem história. Eu vou te contar por que eu quero.

- Tudo bem, então pode falar – disse a ruiva se endireitando

- Bom, até os dezessete anos, eu e meu pai tínhamos uma convivência tolerável. Eu nunca amei ele, e ele nunca me amou. Eu simplesmente aprendi a respeita-lo. Mas, eu tinha uma pessoa que me amava. Minha mãe, Narcisa. Dês de que eu me lembro ela me protegeu, e já chegou a apanhar em meu lugar. Quando eu era menor, meu pai já queria me treinar para ser um comensal, e ela não queria isso. Ela não queria que eu seguisse os mesmos passos do meu pai...

  "Mas meu pai era uma pessoa difícil. Era não, ainda deve ser, Não é só por que ele sumiu que ele está morto. Até hoje eu espero que ele volte, para me matar. Mas isso não vem ao caso. O que aconteceu, foi que Lúcio notou que a minha mãe iria atrapalhar os planos dele comigo. Sabe, de eu me tornar um comensal, por que eu nunca quis, mas sempre disse que sim, e realmente teria me tornado um. Mas uma coisa aconteceu."

  "A solução que meu pai arranjou para o 'problema' da minha mãe, foi a mais terrível e inadmissível. Quando eu cheguei em casa, logo depois de acabar o sétimo ano, não tinha ninguém para me receber. Eu achei estranho. Minha mãe tinha me prometido estar ali. Chamei Goubi, meu elfo, que só obedecia a mim, pois meu pai não sabia que eu tinha libertado ele. Pedi à ele aonde estava a minha mãe. Ele me contou que meu pai tinha levado ela para as masmorras, junto com o s 'amigos' dele."

  "Eu entrei em desespero. Não vou mentir, entrei mesmo. Corri para as masmorras mais rápido do que se eu estivesse com uma vassoura. Entrei lá, mas era tarde demais. No chão, jazia o corpo inerte de minha mãe. Eles a torturaram e a mataram, e eu nem tive como me despedir. Olhei para o meu pai com mais raiva do que já olhei para qualquer pessoa, e saí correndo. Entrei no quarto da minha mãe, e fechei a porta. Em cima da cômoda dela, tinha um bilhete. Era muito curto, e só dizia que 'eles tinham chegado' e que 'ela me amava mais do que qualquer outra pessoa' e que 'era para mim fazer o que eu achava certo'. E eu fiz. No mesmo dia procurei Dumbledore e contei tudo que sabia. Meu pai nunca me perdoou, mas eu nunca me arrependi."

- Poxa Draco! Eu aqui, chorando estas coisinhas bestas, e você com esta história horrível! Me sinto até mal...

- Imagine, Gin. Todos tem os seus problemas, e o seu também foi horrível.

- Pois é... – os dois olharam para frente – Draco? – eles se olharam, meu Merlin, os olhos cinzas... – O-obrigada.

- De nada... – os dois continuaram se olhando, e não conseguiam desviar o olhar. Já tinham se passado uns dez minutos quando Draco chagou bem perto de Gina e disse – Gin, eu... Eu realmente... Bom, eu realmente queria te beijar...

  Ela ficou estática. Levou um susto tão grande com este pedido inesperado, que levantou muito rápido, murmurou um "boa-noite" e saiu correndo para dentro do castelo. Draco ainda ficou ali por um bom tempo, som tentando entender o que eram todos estes sentimentos que tomavam conta dele.

N/A: E aí? Querem me matar? É, eu sei... Mas não me matem! Lembrem, se eu morrer, ninguém saberá o fim da fic... Háháháháháháhá  *risada maligna* . Hehehehehehehehehe... Pois é, mais um capítulo sem beijo, eu sou muito malvada mesmo...

  Mas eu quero agradecer a TODOS  quem comentaram, amo vocês, e a todos que estão lendo também. Também quero agradecer ao Dani por... Ah, sei lá, por ele ter nascido, quem sabe... X) Ah, e por ser a minha inspiração também, por que eu não sou nada romântica, por mais incrível que pareça!! =)

  Continuem comentando, e mandem e-mails!!! Beijoks e até a próxima...