"Eu andei pensando em voc

      Em tudo o que eu queria te dizer

      Numa noite especialmente boa

      Não há nada mais que a gente possa fazer..."

                                       Charlie Brown Jr. – Proibida pra Mim

Sendo que ele a amava, então, devia contar a ela, certo? Tudo bem, mas... Como? Por Merlin, como?

  Era isso que se perguntava Draco Malfoy na segunda feira de manhã, andando de um lado para o outro em seu quarto.

  "Flores? Não, muito clichê... Bombons? Cala a boca, retardado! O que eu faço, o que eu faço... Espere! Já sei! Um jantar! Amanhã é feriado, então hoje ela não precisa ir dormir cedo, podemos... Tudo bem, deixa pra lá, eu nem sei se ela vai aceitar e já fico pensando nestas coisas... Tenho que escrever uma carta".

  Draco releu a carta que tinha ia mandar, para ter certeza que estava boa. Conjurou uma rosa e mandou pela sua coruja direto para o escritório de Gina, no Profeta Diário. Esperaria até a hora do almoço para ela responder, se não, levaria como um não... Fazer o quê?

  As horas pareciam não passar. Olhava para o relógio, 11:40h. Olhava de novo, 11:40h... Olhava de novo! E, uma mudança, 11:41h. Tudo bem, isto estava começando a ficar estranho. Já ia aparatar para o jornal quando ouviu a voz de seu elfo o chamando e dizendo:

- A Srta. Gina Weasley, Sr. Malfoy, meu senhor.

- Obrigada Goubi. Mande-a entrar.

-  Sim senhor, meu senhor. – saiu porta afora e voltou com uma Gina muito sorridente – Até logo Srta – e fez uma reverencia para Gina - Meu senhor. – após reverenciar Draco, sumiu deixando para trás só uma fumacinha

- Gina, não esperava te ver hoje. Quer dizer, esperava te ver no jantar... Quer dizer, eu queria que você viesse, mas não sabia que seria a essa hora e... – era incrível como ficava mais difícil falar com ela agora que assumira seus sentimentos

- Eu entendi Draco. E vim te dizer que, infelizmente, não vou poder jantar. – ela abriu mais o sorriso – Eu tenho um encontro! Finalmente, depois de muito tempo, eu tenho um encontro!

- Isso é... "timo. – ele ficou realmente desolado, mas tentou disfarçar, o que não adiantou muito

- Draco, o que houve? Não ficou feliz?

- Imagine Gina, é só que... Eu estou meio apreensivo com... Bem, com algumas coisas. Nos vemos outro dia. Até... – e aparatou para seu quarto

  Gina ficou mais um tempinho esperando para aparatar, e enquanto esperava jurou ter ouvido o barulho de algo sendo quebrado. E em algum lugar, provavelmente no lugar mais esquecido do seu coração, ela sentiu-se mais triste do que nunca havia sentido-se antes. E mais arrependida também.

  Era incrível. Quando se queria que as horas passassem, nada. Mas quando você não quer que algo aconteça, as horas voam como nunca. Draco estava realmente irritado com isso. Em um minuto era meio-dia, e em outro, já eram oito horas da noite! Não queria, realmente não queria pensar em Gina com outro alguém. Com outro homem. Com outra pessoa, que não fosse ele. Era tão injusto! Ele queria, realmente queria, confessar seu amor a ela. Queria mesmo! Mas, bem nesta noite, ela tinha arranjado um encontro. "Isso foi um sinal! Não é para mim contar a ela!" depois pensou que realmente, a convivência com Gina não estava fazendo muito bem. Oito e quinze... "Tudo bem, isso está me matando..." pensava enquanto roia as unhas, um habito que tinha deixado de ter aos dez anos. Oito e meia "Talvez me atirar pela sacada não seja tão ruim, deve ser a morte mais rápida..." ele olhava pela janela, como se esperasse que ela o puxasse. Oito e quarenta e cinco "Talvez eu peça para o Goubi me matar. E se ele não quiser, eu próprio jogo um Avada Kedrava em mim, talvez..." ele já estava indo para a cozinha quando escutou um barulho, o que foi bom, pois ele lembrou que seus elfos eram livres, e tinham folga hoje "Porcaria... Mas, isso foi o barulho da campainha? "timo, seja quem for, vou pedir para pegar a varinha e me matar logo..." ele já estava se achando ridículo.

  Ao abrir a porta, Draco nem teve tempo de ver quem era. Logo sentiu braços ao redor de seu pescoço e Gina soluçando em seu ombro. Ela murmurava coisas sem sentido.

- Não posso Draco... Eu quero, mas eu não posso Draco... Eu juro, eu tentei, mas o que eu posso fazer? Nada, não posso, não posso...

- Calma, calma Gina, não pode o quê?

- Eu não podia sair com o Ryan. Ele estava lá, todo gentil, e eu saí correndo, do meio do restaurante – ela sentou ela em um sofá, ainda soluçando tristemente. Ele conjurou um copo d'água

- Espere, espere... Pare de chorar, acalme-se... – ela tomou água e olhou para ele mais calma, mas com os olhos inchados de tanto chorar – Então, não precisa chorar. E nem me contar o que aconteceu, se você não quiser.

- O-obrigada...

- Não faça isso, não chora mais Gina – ele limpou os olhos dela com a parte de trás das mãos – Por favor.

- Oh, Draco... – Gina o abraçou – Se você soubesse... Se você pudesse... Mas não pode... Nós não podemos, eu não devo... Eu não posso. – ela levantou os olhos para ele

- Gina, você não está bem para ir para casa... – o loiro levantou e Gina pareceu um pouco desapontada – Você devia, bom, ficar aqui...

- Você está louco Draco? – ela parecia menos tristonha, e deu um meio sorriso divertido limpando as lágrimas restantes de seu rosto – Eu não posso dormir no seu quarto!

- Opa! Espere aí... Eu nunca nem mesmo sugeri que você dormisse no meu quarto... Nesta Mansão nós temos dezessete quartos de hóspedes, alguns bem longe do meu quarto, você poderia ficar em algum deles, sabe?

- Desculpe, eu não tinha entendido isso... – ela corou

- Eu não acredito! Uma mulher de 21 anos que cora? Cora? Fala sério, Weasley, você não tem vergonha na cara?

- Malfoy, você é que devia ter vergonha na cara, por ser sempre mais branco do que uma cera. Não sai de casa não?

- Ora, cale a boca Weasley. Vamos achar seu quarto? – disse ele oferecendo o braço para ela, galanteador, como sempre

  Os dois andaram por diversos quartos, e em todos Gina achava um defeito. "É muito pequeno!" ou "É muito grande!" ou "Roxo? Draco, você sabe que eu não gosto de roxo!" e sempre era uma coisa extremamente insignificante, até que Draco, cansado de tudo aquilo, resolveu mostrar a Gina um quarto de que ela com certeza gostaria: o quarto de Narcisa

  Quando o loiro abriu a porta, ele ouviu Gina sussurrar um "Uau!" do seu lado, e pensou "Oh, Graças a Merlim!". De fato, o quarto era lindo. Todo branco, com uma penteadeira prateada, com diversas escovas de cabelo, perfumes e artefatos femininos em cima. Uma cama extremamente grande, com uma cortina branca ao redor e uma colcha cor marfim. Uma sacada enorme, que mais parecia um quintal inteiro "Se bem que..." pensou Gina "Tudo nesta casa parece ser maior do que o normal". Ela olhou para o homem ao seu lado, e ficou pensando porque estava ali. Poderia estar com Ryan agora, mas alguma coisa na cara que Draco fez pela tarde não saia da cabeça dela, e embora ela achasse que sabia perfeitamente o que era, não queria admitir. Ao notar que o loiro a olhava intrigado disse, despertando de sua própria mente:

- Oh Draco, é lindo, é... Perfeito! Não precisa ser um quarto tão lindo, grande, eu só vou ficar uma noite, não, não... Vamos achar o outro, venha. – mas quando estava na porta sentiu Draco a puxando

- Chega Gina! Nós já andamos por quarenta minutos só procurando um quarto. Você sentou em cada cama, viu cada banheiro, acendeu cada lareira, foi em todas as sacadas... E agora que você achou este, que como disse, é perfeito, resolve que quer outro? Nem pensar, você vai ficar neste, não é incomodo nenhum.

- Obrigada Draco! – dizia a ruiva largando a varinha em uma mesinha, e sentando na cama, olhando tudo ao redor.

- Boa noite Gina

- Boa noite – disse ela meio tristonha

- O que houve? – ele pediu preocupado, ainda na porta, sem sair. Realmente, ele não parecia querer sair

- Bem, nada Draco. O quarto esta ótimo, esta tudo ótimo. Muito obrigado. Até amanhã...

- Até...

  Draco saiu do quarto se achando um retardado. E querendo mais do que tudo se jogar pela sacada. Quer dizer, ele tinha tido muitas oportunidades para confessar a ela seu amor. Mas não tinha dito "Sabe por quê? Porque você é um covarde, Draco Malfoy!" ele estava batendo a cabeça na parede, só algumas portas longe do quarto de Gina, quando ele escuta um grito. "Gina! Isso não pode estar acontecendo..." pensava, enquanto corria.

  Ao chegar no quarto, deparou-se com uma cena um tanto... Peculiar. Gina estava em pé, em cima da cama, com uma cara extremamente aterrorizada, e Draco não conseguia descobrir da onde vinha a fonte de todo este terror. Olhou para a ruiva, segurou-se para não cair na risada, e, tentando fazer a voz parecer preocupada, pediu:

- Vamos, me diga, O que está acontecendo? – ele quase não se segurou quando ela apontou o dedo trêmulo para o canto no quarto, sustentando no rosto uma cara de quem tinha acabado de ver o Lord. De fato, ele quase virou o Lord quando viu o porque da gritaria.

- Uma aranha? – ela fez que sim, com os olhos esbugalhados – Você sabe o que uma pessoa normal faz com uma aranha? – ela foi mais para trás na cama – Isso – ele foi até a aranha e pisou nela, que se esmagou, e ficou parecendo uma gosma, muito nojenta. Murmurou algumas palavras para que o chão ficasse limpo, depois andou até a cama, aonde Gina ainda segurava a barra do leve vestido preto que usava, com medo.

- Gina... – ele disse como se explicasse matemática para uma criança de sete anos, que sempre quer saber porque dois mais dois é quatro – Ela esta morta, não vai vir te pegar – não agüentou e caiu na risada. A ruiva o olhou, com uma expressão sarcástica

- Jura? Não me diga? – ele ainda ria, e ela deu um tapa de leve no braço dele – Pare! Eu só tenho medo, qual é a minha culpa?

- Muita. Qualquer pessoa teria levantado e ido lá pisar nela. Quer dizer, olha o tamanho do seu salto? Você já imaginou o medo que ela tem de você?

- Ah, cala a boca Malfoy, você está me irritando. Me deixa em paz com os meus medos, por favor?

- Eu nunca vou te deixar em paz! Uma mulher de 21 anos que cora e tem medo de aranhas. Quem é você? E o que fez com a minha amiga Gina, que era sempre tão forte?

- Há-há... Muito engraçado você...

- Verdade! Você sempre ganhava de mim em tudo, e se de repente eu ganhasse, você pedia revanche, e ganhava de mim de lavada. De uns tempos pra cá, você tem estado distante e estranha. Eu tenho saudades da época em que a gente conversava sobre tudo...

- Draco, se eu estou diferente, pode ter certeza que não é culpa sua – "É sim!" – Mas, não se preocupe. Daqui a pouco eu "volto"...

- Hum, bom saber. – disse levantando, mas de repente olhou para trás com um olhar malicioso – Há! Eu vi a sua calcinha... Preta e de rendinhas, é? O que você pretendia fazer esta noite Weasley? – ela corou – Ah não!

- Draco... O que você esta fazendo? Não, ah não, por favor. Cócegas não! Hahahahahahahahahahaha

  Os dois brincavam como duas crianças. Riam de se matar, e Gina parecia nem se importar com nada, já que Draco agora estava parando. Parando por cima dela. Perto demais dela. Oh, os olhos. Aqueles olhos, que sempre pareciam cinzas como uma tempestade, agora estavam tão, tão azuis... "Perto demais Draco..." pensava em dizer, mas como? Como explicar, se era exatamente isso que ela queria? Tudo o que ela sentiu ao fechar os olhos foi a boca dele contra a sua. Foi um beijo leve e lento, romântico e apaixonado. E ela sentiu tanta coisa, tanta coisa que nunca tinha sentido, mas que sempre tinha sonhado em sentir. De repente, sentiu como se devesse ter beijado Draco a vida inteira, sempre ter estado com ele. De repente notou que não poderia mais viver sem os beijos de Draco. De repente, notou que não poderia mais viver sem Draco. E, não tão de repente, compreendeu que o amava.

  E quase quis gritar quando sentiu os lábios do loiro se descolando dos seus. Ao abrir os olhos, viu que o loiro a olhava apreensivo, esperando que ela fizesse alguma coisa. Como ela não se mexeu, ele murmurou um "Desculpa" e sentou-se na beirada da cama, preparando-se para levantar. Gina segurou o pulso dele, que virou:

- Não vá – ela disse – Fique.

  Ele deitou ao lado dela na cama, e ficou de frente para a ruiva, que também virou. O loiro acariciou a face da mulher, com as costas das mãos. Gina fechou os olhos, parecia-lhe que assim sentia melhor. Abriu os olhos ao sentir que o loiro tinha começado a brincar com seus cabelos. Suspirou e pegou a mão dele, que a olhou. Ela pegou a mão dele e colocou ela em sua cintura. Pôs a mão atrás da nuca dele, chegou mais perto, e não precisou fazer mais nada, ele a beijou. Desta vez, um beijo diferente. Mais profundo e com mais desejo. As mãos dela acariciavam a nuca do loiro, e as dele passeavam pelas costas da mulher, e em uma dessas, encontrou o fecho do vestido dela. Sem perder tempo, começou a puxa-lo. Mas ela se afastou e olhou para o loiro, que simplesmente beijou o pescoço da ruiva e continuou a abrir o zíper. Ela acabou entregando-se também e enquanto sentia os beijos do loiro em seu pescoço, procurou os botões da camisa do mesmo. Sabia que não poderiam mais se conter.

  E não se puderam.

  No outro dia, Draco acordou sentindo falta de alguma coisa. Gina. Ela não estava na cama. Olhou para os lados, e sorriu lembrando da noite passada. "Ela deve estar tomando banho" pensou "Ou lá em baixo, tomando café". Como não escutou o barulho do chuveiro, levantou-se, foi até seu quarto, tomou banho, vestiu seu chambre e desceu as escadas. Ao chegar lá em baixo, viu que a mesa estava posta somente para uma pessoa, e que nada indicava que outra estivera ali. Chamou um fantasma que estava por ali e pediu por Gina.

- Nenhuma senhorita passou por aqui esta manhã, senhor Malfoy. Já procurou lá em cima?

- É claro que já procurei, por todos os cantos! – de repente a voz de Gina no primeiro jantar dos dois veio a cabeça do loiro "... por isso às vezes sou eu que vou embora de manhã..."

  Então era isso? Ele não podia acreditar. Tinha sentido algo a mais, e tinha certeza que ela também. Então por que tinha isso? Sem explicações, ou...

  Mas não pode concluir seu pensamento, porque encima da mesinha, estava largada uma pequena carta. Draco pegou-a e foi sentar-se na cama para ler:

     "Draco!

 Me desculpe! Oh, Merlin, você deve me odiar por isso. Mas acredite, eu não fiz por mal. Eu realmente não iria saber como te olhar pela manhã. Você, acima de tudo, é meu amigo. Por isso, não me odeie, eu te peço isso. Por favor, não me deteste! Eu sei que não te detesto. E ontem a noite foi... Bom, foi ótimo. Mas eu não poderia, simplesmente não poderia. As coisas ficaram confusas agora, desculpe.

 Sugiro, com muita dor, que nós devemos ficar um tempo sem nos ver. Não é por mau, mas eu preciso organizar as idéias, por minha cabeça em dia. Você me desculpa? Vamos ficar somente alguns dias sem se ver, depois voltaremos a conversar. Eu não agüentaria ficar muito tempo sem falar com você.

                                                                                                                                                                              Gina!"

  Draco murchou. Perdeu toda a alegria que estava sentindo naquele dia. Bateu as mãos na testa e caiu deitado na cama.

N/A: Oi! Bom, eu tenho alguns recadinhos...

 O primeiro é que eu estou extremamente brava com todos vocês!! Sabe quantos comentários foram? Só 4!! Como assim gente? Eu me mato aqui escrevendo, queimo os poucos neurônios que ainda me sobraram (huahuahuahuahua) e é assim que vocês retribuem? Sabem o que eu vou fazer? Vou parar de escrever e só mandar os capítulos para as pessoas que comentam. Sério, eu não me importo com o trabalho.

  A segunda é: A-HÁ!! Finalmente o beijo aconteceu. E tenho orgulho de dizer, que eu fiz tudo isso sozinha, sem ajuda romântica de ninguém... =P  Verdade! Por isso talvez não esteja romântico. Ah, sei lá gente, eu achei super fofo, super cute, e já comecei o capítulo 11, que só será postado se houverem muuuuuuuuuuuuuuuuuuitos comentários (quando eu digo muito, eu quero dizer muito. Mesmo!).

  Bom, comentem se vocês acharam que ta uma merda, se vocês acharam que está ótima, sei lá, a opinião de vocês. Verdade gente, é por vocês que eu escrevo, e eu quero saber o que vocês pensam. Não custa nada ir ali e comentar.

  E a terceira coisa é: desculpa aí gente! Eu li realmente muitas fics NC pra tentar fazer uma coisa mais... Quente. Mas eu não consigo! Não fui feita para escrever isso, então fica no ar, para cada um imaginar o que quiser. E também, o Dani me deu um toque (sempre ele... Valeu Dani! =) de que talvez, muitos dos leitores da minha fic não gostem de NC... Então...

  Well, é isso. Rewiews, please!!! Sejam bonzinhos com uma leitora neurótica!!!

  Ah, e eu mudei de nick, passei pro lado mau. Mas ainda sou eu mesma =)

Kaká Malfoy