"Amor é um fogo que arde e não se vê
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer.
É um querer mais que bem querer
É um andar solitário entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É um cuidado que ganha em se perder
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor
É ter com quem te mata, lealdade.
Camões"
Ok, que os moleques de rua jogassem pedras na janela de vez em quando tudo bem. Depois de um tempo eles parava, e não se falava mais nisso. Mas este moleque já estava jogando pedras à quarenta minutos, incansávelmente. Como é que alguém poderia ser tão chato?
Ela estava cansada, com frio, e, pela primeira vez na vida, a chuva estava incomodando muito. Foi por esses e outros motivos que ela foi abrir a janela e berrar com qualquer que fosse a pessoa que estivesse incomodando a sua noite de depressão.
- Seu mole-
Ok, isso era demais. Com certeza a saída era tomar logo todo o seu vidro de antidepressivos e morrer...
- Malfoy!! O que é que você está fazendo aí fora?
- Gina! Finalmente você resolveu aparecer!! Abre pra mim subir, por favor!
- Malfoy, você acha que eu sou boba? - ela olhou para a senhora que a olhava com espanto, na janela ao lado - Ele acha que eu sou boba! Por que eu deveria abrir Malfoy? Por quê?
Por quê?
A pergunta ecoava na cabeça de Draco. Ele estava ali, na chuva, jogando pedras na janela da Gina. Mas.... Por quê? Bom, nem ele sabia, até o próprio admitia. Quando Cindy disse para ele que era a Gina que estava grávida, ele simplesmente sentiu-se muito feliz e saiu correndo, para fazer qualquer coisa para que ela o perdoasse.
- Bom, por quê? - a ruiva já estava impaciente
- Por quê... - o loiro engoliu seco - Por que eu sei a verdade, eu sei por que você está assim, eu sei.... Bom, de tudo.
- Eu.... Ahn, eu... - a velhinha (que se chamava Sra. Heart) olhava para Gina com uma expressão interrogativa - Sobe!
Draco comemorou em pensamento e se dirigiu para a porta de entrada do prédio. Gina já falava no interruptor.
- E eu realmente não queria que você tivesse vindo, e sab... Você está aí?
- Agora estou. Nós vamos conversat por aqui?
- Não, suba - barulho do portão abrindo automáticamente - A porta do ap tá aberta.
Malfoy subiu as escadas de dois em dois degraus, e chegou à porta do apartamente em poucos segundos. Abriu cautelosamente e foi olhando tudo. Não muito diferente do usual, só um pouco mais desarrumado.
- Gina?
- Sim, eu estou na sala...
- Ótimo, achei que você tinha se jogado pela janela, hehehehehehehe... GINA!
Uhum, aquela não era uma visão feliz. A ruiva que ele tanto amava, embora não pudesse dizer, a mulher que para ele era a mais linda, jogada em um sofá, os cabelos bagunçados e os olhos inxados.
- Ah, oi Malfoy...
- Gi-Gina! O que foi que você fez com você mesma?
- Por quê? Estou assim tão ruim?
- Vá tomar um banho, enquanto eu limpo isso aqui.... A Maria não veio hoje?
- Eu ddisse pra ela ir embora hoje...
- Por quê?
- Ela era uma pessoa, sabe? E eu queria ficar sozinha...
- Sim... Só um minuto... - entrou no quarto, ligou a banheira e veio para a sala - Para o banho, agora. A banheira está enchendo, e daqui à dez minutos eu vou entrar lá, só para certificar que você não está se afogando, ou algo assim. Vou lavar a louça, fique lá o tempo que quiser. Depois nós conversamos. Entendidos?
- Sim, mamãe...
- Sem comentários, já pra dentro!
Gina entrou no quarto, e Draco, com um aceno da varinha, fez tudo ir para seus devidos lugares. Com outro aceno da varinha, a louça começou a "se lavar" e "se secar". A única coisa manual foi um chá.
Revigorante. Essa era a palavra para o banho. A banheira estava tão quente, e até desconsiderou a idéia de matar-se ali mesmo. Quem sabe depois, outra hora... Depois de falar com Draco. O que, por Merlin, ele estava fazendo ali? "Quando eu estou me acostumando à minha vida sem ele, lá vem aquela praga pra me encher... Ui! Que coisa mais chata! Se bem que..."
OK, um dia nunca iria ser o bastante para ela esquecer de Draco. E ela não estava acostumada, e sentia como se nunca fosse se acostumar a viver sem ele novamente. Simplesmente imaginar viver sem ele lhe parecia impossível.
Então por quê? Por que não podiam simplesmente ser felizes? É, uma coisa que ela se perguntava demais... E a única coisa em que ela podia pensar, é que era culpa do Draco. Embora ela soubesse que não era, claro. Mas era muito mais fácil culpar ele do que admitir a verdade. Verdade...
Agora ele sabia. Sabia que ela estava grávida... Oo que diria? Diria que a culpa era dela? A acusaria de coisas horríveis? De repente a vontade de morrer voltou com toda a força... Nada em sua cabeça parecia ter um pouquinho de certeza de que ele ficaria feliz.
- OK, dez minutos. - o loiro abriu a porta - Você está decente? Hehehehehehe...
O sorriso. Ah, Merlin, aquele sorriso... Por que aquele sorriso não podia ser dela, só dela? Por que ele não podia sorrir pra ela, só pra ela? Será que o filho deles teria este sorriso?
- Eu já estava saindo Draco, pode pegar uma toalha pra mim?
- Sim, espera aí... - remexeu um pouquinho nas portinhas embaixo do balcão e pegou uma toalha branca - Aqui. Já estou saindo.
A porta fechando. "Não vá". Era tudo que passava pela cabeça de Gina. Mas ele já tinha ido, então ela simplesmente saiu da banheira, se secou e colocou uma roupa limpa. Saiu para a sala.
- Nossa, bem melhor. Parece mais com a Gina que eu conhecia. Aqui, eu fiz um chá para nós tomarmos enquanto conversamos.
- O que nós temos pra conversar? Eu acho que nada... - disse a ruiva com os braços cruzados
- Bom Gina - disse o loiro servindo chá - Creio que nós temos sim, e muito.
- Mas... - ela sentou-se - Eu não entendo Draco. Você mesmo me disse que não quer. Você, ninguém mais.
- Se fosse com uma mulher qualquer, mas não com você Gina.
- Não comigo? - Gina sentia algo por dentro.... sentia... Felicidade?
- Você é especial pra mim, é minha amiga. Minha melhor, e devo dizer, única amiga verdadeira.
- Ah... - a felicidade esvaiu-se - Uma amiga.... Só, só uma amiga?
- Provavelmente seremos só dois amigos que tiveram uma filha. E isso é bom, já que nenhum de nós quer algo a mais. - "Por favor, diga o contrário..." Draco torcia
- Bom, é - disse a ruiva em resposta, sorrindo por fora e chorando por dentro "Se é o que você diz..."
- É...
- É...
Silêncio. "É, uma coisa que não acontece muito entre nós..." pensava Gina. Mas, por que o silêncio parecia, de repente, tão incomodativo? Seria porque pairava no ar um clima de muita dúvida e expectativa, como se um dos dois estivesse querendo dizer alguma coisa? Porque era exatamente isso que ela sentia.
O silêncio parecia ruim para Draco. Ficar olhando para a mulher que amava tomando chá e comendo bolinhos, enquanto o que ele queria mesmo era beijá-la e nunca mais deixá-la ir, era muito ruim. Mas era o que ela queria, e já tinha deixado isso claro inúmeras vezes. "Mas então, po que sempre que eu a olho, eu sinto que ela me vê da mesma maneira?"
Perguntas sem resposta.
- Draco?
- Sim, Gina, desculpa. O que é que houve?
- Nada não, eu só estava pensando.... Vamos alugar um filme? É, eu queria ficar em casa, e eu agradeceria se você ficasse comigo, muitas vezes ficar sozinha não é bom.
- E precisa pedir? Bom, você quer ver que filme?
- De preferência uma comédia, eu ando precisando rir...
- Sim, eu entendo... Vou ir até a locadora e pegar um DVD, tem certeza que não quer vir junto?
- Tenho, vou ficar aqui e chamar uma pizza, que sabe... É, acho que é uma boa idéia, não?
- É, claro. Bom, chame aí a pizza, que eu vou lá e vejo se tem uma comédia boa. As melhores são as antigas, hehehehe.
- Ah, mas é verdade, hoje em dia não fazem mais comédias como antigamente, não é?
- Verdade. Já volto então. Tchau!
- Tchau...
"Pizza, pizza, eu vou chamar pizza..."
Passou-se meia hora, e Draco chegou em casa. Tinha alugado um DVD de uma comédia antiga, doa anos 70, que ele disse que a mulher da loja tinha recomendado, dizendo ser muito boa.
- Que ótimo, a pizza deve chegar em... - a campainha tocou - Pois é, agora.
- Ah, eu atendo.
Gina não sabia por quê. Mas simplesmente sentar ali com Draco, na frente da TV, comendo pizza e vendo um filme engraçado já era o que ela poderia resumir como felicidade. Já fazer estas coisas com outras pessoas era uma atividade casual. Na verdade, tudo com Draco virava muito mais do que casual. Com Draco tudo tinha uma atmosfera diferente. E, aparentemente, era só ela que achava isso.
A Gina com as mãos sujas. Guardanapo. A Gina derrubou um copo. Pano. Você se machucou? Ultimamente era tudo assim. Por mais que tentasse mudar, tudo girava em torno dela. Tudo girava em torno dauqela mulher que tinha mudado a vida dele. E era tudo bom, tão bom.... E infelizmente isso era só por parte dele...
"Por quê você não me ama?" os dois pensaram juntos, enquento se olhavam discretamente e fingiam rir do filme, quando na verdade riam pela vergonha de estar ali e não falar nada.
Passaram-se uns 50min de filme, e os dois adormeceram. Gina acordou com os créditos finais passando, e olhou para o lado. O Draco, dormindo. Tirou todos os restos de comida da, trouxe um cobertor pra ele e foi até a porta da sala. Olhou para ele, se perguntando por que ela não podia acordar todo o dia e ver ele assim. Dormindo, ao lado dela.
Suspirou e apagou a luz, que voltou a se acender em dois minutos, quando a ruiva passou a mão no interruptor e foi deitar-se com Draco. "Só hoje, ninguém precisa saber..."
Dormiram assim, abraçados.
N/A: aweeeeeeeeeeeeeeeeeeeee leitoreeees!!!!!
Kiridus, já tavamm qrendo me matar ou neim? eheueieueheieuhe, kra, foi uma loucura minha vida nesse último mês.... Nossa, não tive tempo pra escrever, por isso, mais uma vez, desculpa a demora aí viu? eheueieuehekeieieheieueh x)
Nhaaaah, pois eh gente, esse capítulo foi exessivamente flufy, maaaaix, minha history eh cute demais pra naum ter uma cap assim, vai dizer? eheueieueheieuheieueheieuehe
Well, só mais dois capítulos, viu gente? Só mais dois mesmo... Infelizmente.... Mas vai ter outra fic minha depois, e ninguém me respondeu, vcs vaum ler??? eheuwieuheieuehee, eu so muuuuuitu xata x)
COMENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEM, amo vcs de paixão..... Kisses
