Voz do Coração
Original: Voice of the heart (by Bingblot)
Disclaimer: Porque tudo relacionado a Harry Potter me pertence, eu vivo num castelo perto de Aberdeen, Scotland e eu tenho tanto dinheiro que nem sei o que fazer com ele. E o nome de Sirius ficou limpo no 4º livro e ele e Harry vivem numa casa fora de Londres onde Remo vai fazer umas visitinhas de vez em quando. E Harry e Hermione estão namorando desde seu quinto ano e eles vão se casar assim que terminarem Hogwarts... Preciso esfregar na sua cara que nada relacionado a HP é meu, eu não vivo num castelo e não tenho dinheiro?
Nota da Autora: O título é de uma linha do Duc de la Rochefoucald que fala que 'voice of the heart which speaks the truth' (É a voz do coração que fala a verdade). Inspirado, em parte, pela brilhante "Time for Goodbye" da Libbie na hphg ficathon, então é pra ela. Aproveitem e por favor review!
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Parte 1: Ouvido por AcasoNenhum bem acontece quando alguém ouve o que não deve.
Ele sempre havia ouvido isso; sabia que devia ter ido embora, voltado para o dormitório masculino do 7º ano assim que ele percebeu que o Salão Comunal não estava vazio. Mas por algum motivo ele não conseguiu se mover.
Ele não tinha sido capaz de dormir, (dificilmente isso seria um problema novo para ele), então ele decidiu ler um dos seus livros novos de DCAT, este com feitiços de defesa que Hermione havia encontrado para ele na biblioteca hoje. (Ele não sabia onde Hermione achava todos esses livros, considerando que ele nunca conseguia encontra-los quando precisava deles, mas daí Hermione conhecia a biblioteca melhor do que ninguém, incluindo Madame Pince provavelmente, então ele não parou para pensar muito nisso.) Então ele tinha percebido que o havia deixado no Salão Comunal e resolveu pegar sua capa de invisibilidade (isso já tinha virado um hábito - no ano passado a qualquer hora que ele andasse tanto dentro quanto fora do castelo ele trazia sua capa junto, já que hoje em dia até mesmo Hogwarts não estava completamente a salvo) e saiu.
Ele ouviu vozes quando estava descendo as escadas e as reconheceu como sendo de Hermione e de Gina e parou, com a intenção de tirar sua capa, pegar seu livro e deixa-las sozinhas, quando as últimas palavras de Hermione penetraram em seu cérebro.
"Clark Randall me chamou para ir à Hogsmeade com ele." A voz de Hermione quebrou o silêncio que havia se instalado quando ela e Gina começaram a estudar.
Clark Randall... ele era um dos nomes que estava na boca de todo mundo esse ano, um setimanista como eles, só que da Corvinal, e que tinha uma reputação muito alta sendo um ótimo jogador de Quadribol (Harry podia dar uma opinião nisso já que ele era um dos batedores do time da Corvinal). Ele também era bonito, seu cabelo castanho e olhos azuis que pareciam, na opinião de Harry, reduzir a população feminina a risadinhas, timidez e piscar de olhos. A população feminina inteira com exceção de Hermione, na verdade. Mas Hermione era diferente.
"E?" Gina finalmente falou quando Hermione não disse mais nada depois daquilo.
"Eu disse não," Hermione disse baixinho.
Harry soltou a respiração que ele nem tinha percebido que estava segurando. Ela disse não. Ela não iria sair com Clark Randall. Ela disse não... Ele não sabia por que esse fato de repente pareceu tão importante, por que ele estava tão aliviado. Não era como se ele tivesse algo a dizer sobre com quem Hermione saía ou até se ela saía... Ele era o melhor amigo dela então é claro que ele se importava, ele não queria que Hermione se machucasse. Era só isso.
Ele não parou para pensar por que sua reação instintiva havia sido tão negativa – sua repentina convicção de que Clark Randall não era bom o bastante para Hermione, que Clark Randall a machucaria. Até mesmo se pedissem a opinião dele a um segundo atrás, ele não teria uma opinião favorável sobre o garoto.
Mas Hermione disse não...
Gina olhou pasma para Hermione como se Hermione houvesse calmamente anunciado seu casamento com Snape ou algo assim. Finalmente ela apenas ofegou um "Por quê?" com um tom e uma expressão que fortemente sugeriam que Gina acreditava que Hermione estava completamente fora de si.
Hermione ficou em silêncio por um minuto, estudando sua pena como se de repente ela tivesse se tornado o objeto mais facinante do mundo, e então ela olhou para Gina. "Eu acho que você sabe por que, Gina," ela disse baixinho.
Harry mordeu seu lábio com força para segurar a vontade de dizer, Mas eu não sei por que e eu quero saber. Por que você disse não?
Gina apenas assentiu, entendendo de repente. "É Harry, não é." Era mais uma declaração do que uma pergunta.
Agora Harry sabia que ele realmente não deveria estar de pé ali nas escadas debaixo de sua capa de invisibilidade ouvindo uma conversa particular. Mas agora só conseguiria se mexer e não ouvir como ele estava relacionado com a rejeição de Hermione ao convite de Clark Randall se ele pudesse aparatar para fora de Hogwarts. E agora ele só queria, não, precisava ouvir o que ele tinha a ver com a decisão de Hermione.
Gina falou de novo. "Você está preocupada com ele." Novamente, era uma afirmação. O que Gina não disse mas pensou foi, você está preocupada demais com Harry para pensar em namorar alguém. A preocupação de Hermione para com Harry dificilmente era um segredo; todos sabiam que a única razão pela qual Hermione não era monitora chefe era que ela havia recusado a oferta, dizendo que ela precisava focar toda sua energia e atenção em Harry e em sua última luta contra Voldemort, esta que todos sabiam que aconteceria em breve, em questão de meses; eles só não sabiam como ou quando isso iria acontecer. (Todos tinham achado estranho que Hermione havia ficado branca como papel quando ela leu sua carta de Hogwarts que havia chegado no Largo Grimmauld naquele verão, todos esperavam que ela se tornaria monitora chefe e então esperavam ver felicidade em seu rosto e até parabeniza-la, seria uma luz naquele verão tenso. Ela havia colocado a carta no canto sem dizer nada, até que Rony finalmente perguntou o que todos estavam querendo saber, "Você não é monitora chefe, Hermione?" Ela olhou para Harry antes de olhar para Rony, dizendo simplesmente, "Sim." Ela continuou, cortando os parabéns com um baixinho "Eu não vou aceitar." Rony a olhou assustado como se ela tivesse repentinamente anunciado que iria desistir da escola ou como se uma outra cabeça tivesse crescido nela; e Hermione não havia se importado em explicar, apenas disse, "Eu não vou aceitar e vou escrever para Professora McGonagall dizendo isso agora mesmo" antes de sair do aposento, deixando um silêncio confuso para trás. Harry ouviu os motivos pela própria Hermione mais tarde naquela noite, e não soube o que dizer para agradece-la pelo seu sacrifício. Ele finalmente apenas disse, "Hermione, eu- uh- eu não...- obrigado." Não foi o agradecimento mais expressivo do mundo mas Hermione havia entendido como ela sempre fazia e apertou de leve a mão dele como se dissesse que ela não o deixaria falhar. Não que ele estivesse preocupado com isso.)
Ele ainda estava confuso sobre como a preocupação de Hermione com ele influenciou a rejeição dela ao convite de Clark Randall quando Hermione suspirou um pouco e olhou para Gina. "Sim, é Harry, mas não é só porque eu estou preocupada com ele." Ela parou, olhando para longe, dando a impressão de que estava procurando sua coragem. "Eu - eu estou apaixonada pelo Harry." A voz de Hermione saiu baixinho mas para Harry foi como se ela tivesse gritado. Talvez ela até tenha, se olhar pelo efeito que isso teve nele. Ele podia ouvir a frase ecoando em seu ouvido. Eu estou apaixonada pelo Harry. Eu estou apaixonada pelo Harry. Eu estou apaixonada pelo Harry...
Hermione estava apaixonada por ele? Harry teve a sensação de que seu queixo teria caído no chão se não estivesse grudado. Hermione - Hermione estava apaixonada por ele. Hermione estava apaixonada por ele. Hermione estava apaixonada por ele.
Ele balançou a cabeça um pouco para clarear seus pensamentos e finalmente recobrou a presença de espírito suficiente para voltar para o dormitório masculino do 7º ano e ir em direção ao lugar perto da janela, derrubando sua capa no seu malão no caminho.
Dizem que ouvir o que não deve não faz bem algum; ele não podia dizer, não sabia, se Hermione estar apaixonada por ele era algo bom. Seus pensamentos estavam girando como se eles estivessem num redemoinho. Hermione, sua melhor amiga, estava apaixonada por ele. Tudo o que ele sabia era que isso era algo inesperado, um choque, que lhe havia tirado completamente o equilíbrio como se tivessem puxado o tapete debaixo de seus pés. Ele nunca tinha pensado – nunca tinha imaginado... tudo o que Hermione tinha feito por ele, o modo de como ela se preocupava... ele sempre acreditou que era por causa de sua amizade. E enquanto ele agradecia aos céus por ter amigos tão leais como ela, como Rony, amigos que arriscariam, e já haviam arriscado, suas vidas para protege-lo, ele nunca tinha sequer cogitado a idéia de que algo além de amizade motivava Hermione, do mesmo jeito que ele nunca imaginaria que algo além de amizade motivaria Rony.
Ele teve a súbita lembrança de estar na Casa dos Gritos, encarando Sirius... Este era o homem que havia assassinado seus pais. E pela primeira vez, ele queria machucar, matar... Ele andou para frente, sem sua varinha, sem nem saber o que ou como fazer, só sabia que queria vingar seus pais... E então duas mãos o pegaram e o puxaram para trás, Hermione de um lado, só sussurrando, "Não, Harry!" de um jeito que penetrava em seu cérebro furioso com um medo profundo, medo por ele... Rony do outro, enquanto Rony se colocava de pé mesmo como sua perna quebrada, dizendo impetuosamente apesar da palidez agora acentuada de sua pele, "Se você quer matar Harry, terá que nos matar também!" Nos matar... Rony havia sido capaz de dizer aquilo, ele sabia que Hermione também o protegeria com a própria vida... Ele se lembrou de estar no Departamento de Mistérios, de Hermione encarando os Comensais da Morte apesar do medo e do receio que ele podia ver por trás de seus olhos. Ele conhecia a lealdade de Hermione, ela havia provado isso e a sua amizade ao longo dos últimos 6 anos mas... era mais do que amizade o que aparentemente Hermione sentia por ele, era mais do que amizade o que a mantinha do lado dele, ajudando-o ...
Por que Hermione se apaixonaria por ele?
Porém mais importante do que isso, o que ele sentia por ela? Ele a amava também? Ele sabia que se importava com ela por ela ser sua melhor amiga; ainda se lembrava de como seu coração parecia ter parado quando ele pensou que Hermione havia sido morta no Departamento de Mistérios. Ele ainda conseguia sentir o frio em seu peito, como se uma mão gelada estivesse passando por dentro dele, quando vinha o pensamento de Hermione caída no chão, tão rígida e tão pálida... Nada poderia acontecer com Hermione. Ele precisava dela.
Mas e se talvez, só talvez, ele a amasse de um jeito além de melhor-amiga? Harry suspirou, fazendo uma careta ao olhar para a escuridão. Ele não sabia.
Na verdade ele nunca tinha pensado em Hermione desse jeito. Por sorte, depois do fiasco que foi sua relação com Cho no 5º ano e com tudo o que aconteceu depois daquilo, ele não tinha pensado em garota alguma desse modo. Ele estava mais preocupado em manter-se vivo, tentando imaginar como ele, sozinho como ele sabia que estaria, iria derrotar Voldemort, o bruxo das trevas mais poderoso do século. Ele era só Harry; ele não era Dumbledore ou até mesmo Professor Lupin; ele não conhecia todos os feitiços de DCAT ou todas as poções, ou qualquer outra coisa. Hermione sabia mais sobre DCAT do que ele, era melhor em feitiços ou azarações. Ele pensou na azaração que ela tinha colocado no pergaminho, no rosto de Marietta Edgecombe, e sorriu com a pequena lembrança. Esperta Hermione...
Ele tinha outra lembrança, essa bem mais velha... Um abraço, o primeiro gesto de afeição que alguém já tinha lhe mostrado apareceu em sua memória... Eu! Livros! E inteligência! Existem coisas mais importantes – amizade e coragem e – oh Harry, tenha cuidado! Era bem Hermione descrever as coisas assim, como se ela fosse nada mais do que livros e inteligência... ela era uma amiga tão leal e corajosa; o Chapéu Seletor havia acertado quando a colocou na Grifnória e não na Corvinal...
Tudo isso lhe lembrou do assunto original de toda essa reflexão: Hermione. Ele se importava com ela, com certeza. Ela era, junto com Rony, a pessoa com quem ele mais se importava. Ele precisava dela; ela era sua melhor amiga e a única pessoa que sempre havia estado lá para ele, o havia apoiado... Mas isso queria dizer que ele a amava daquele jeito? Daquele jeito que ele sabia que ele nunca tinha amado alguém antes?
Finalmente desistindo de tentar organizar seus pensamentos confusos, ele se arrastou pela cama e fechou os olhos, forçando-se a encontrar alguma vontade para dormir. Ao invés disso ele pôde ver Hermione franzindo as sombrancelhas com algo que ela estava lendo, mordendo sua pena, levantando sua mão na aula, sorrindo com algo que ou ele ou Rony havia dito, rindo... Ele ainda podia ouvir a voz dela na sua cabeça – Eu estou apaixonada pelo Harry... Apaixonada pelo Harry...
Ele abriu os olhos, dando uma olhada no relógio ao lado da cama para ver que já passava das três da manhã. Sua cabeça caiu de volta no travesseiro enquanto ele apertava seus olhos fechados, tentando parar de pensar em Hermione, tentando parar de pensar em tudo, pelo menos um pouco.
Seu último pensamento antes de finalmente dormir foi que ele realmente vai odiar ter que acordar na manhã seguinte...
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Ouvir o que não deve, Harry decidiu, definitivamente era algo muito ruim. E saber que alguém ama você é uma maldição horrível. Pelo menos estava sendo neste caso.
Ele só não conseguia agir normalmente perto de Hermione durante o dia todo. Ele sabia que estava agindo de modo estranho, por um lado porque ele se sentia desajeitado quando ele estava com ela, por outro porque tanto Hermione quanto Rony lhe perguntaram diversas vezes se tinha algo errado. Ele mentiu todas as vezes, dizendo que não era nada; mas honestamente, o que ele deveria dizer? Que ele se sentia desconfortável perto de Hermione porque ele havia descoberto por acidente que ela estava apaixonada por ele e ele não sabia o que estava sentindo por ela? Harry bufou com a idéia. Realmente, isso soaria otimamente bem, ele pensou com sarcasmo.
E o mais irônico disso tudo foi que seu primeiro pensamento e instinto foi virar-se para Hermione. Ela era a pessoa com quem ele automaticamente confidenciava algo que o estava incomodando a qualquer hora. E para esse tipo de situação pessoal, ele costumava querer a opinião e a compreensão dela... Se ele não estivesse se sentindo tão perdido, ele estaria rindo muito de tudo isso.
Merlin, mas ele odiou quão desajeitado ele se sentiu perto de Hermione. Desajeitado e atento a ela de um jeito que ele nunca esteve antes. Não que ele já tivesse se esquecido dela alguma vez ou algo do tipo, porém agora ele tinha a sensação de ter ganho um sexto sentido que lhe dizia onde ela estava, o que ela estava fazendo... Ele estava ciente de todas as vezes que ela sorria, ou fazia uma careta, ou olhava para ele... Ele não conseguia entender como ele conseguiu ficar tão cego para não perceber antes o jeito como os olhos de Hermione brilhavam quando ela o via, o modo como ela sorria quando lhe dizia um simples "oi". Ela sempre parecia tão feliz ao ve-lo... Ele se sentiu bem em saber que alguém, que Hermione, sinceramente gostava de te-lo por perto, especialmente porque ele sabia que os sentimentos de Hermione não tinham nada, ou muito pouco, a ver com seu status de Menino Que Sobreviveu, suposto salvador do mundo mágico. Ela se importava com ele mesmo; ele sabia disso tanto quanto ele tinha certeza de que ela o conhecia como ninguém.
Tudo o que ela fazia dava a impressão de ser uma dica que ele deveria ter notado, uma evidência dos sentimentos dela. Mesmo o fato de que Hermione geralmente escolhia sentar-se mais perto dele do que de Rony nas refeições, algo que ele nunca havia visto significado algum antes, havia se tornado algo de extrema importância.
No almoço naquele dia, Hermione esticou a mão para alcançar a jarra de suco de abóbora, seu ombro e seu braço encostando nos dele no meio do caminho. Ele recuou quase imperceptivelmente com o calor que veio do lugar tocado. Como, como, como ele nunca notou isso antes?
Ele teve problemas para se concentrar nas aulas porque Hermione sempre estava por perto, o que a transformava numa distração como nenhuma outra. Ela acidentalmente derrubou a pena no chão na aula de Transfiguração e quando ela se abaixou para pega-la seu cabelo, ainda crespo embora mais domado com o passar dos anos, descansou por um instante no joelho dele. Ele encarou o cabelo dela com olhos fixos, e pela primeira vez se perguntou como seria toca-lo. Será que era tão suave e macio como parecia?
Ele fez a ela uma pergunta sobre a lição de Feitiços, sorrindo sem querer para a confiança da resposta dela e para o fato de que ela não precisava consultar livro algum para responder. Ele sorriu para ela, "Obrigado, Hermione. O que seria de mim sem você?"
Ela ruborizou quase imperceptivelmente, a enorme atenção que ele estava tendo nela era a única coisa que lhe permitia notar, sendo que isso teria passado despercebido até o dia anterior. "Sempre que precisar, Harry." Ela lhe deu um sorriso rápido, que ele devolveu...
Mas por um rápido instante, seu olhar desceu dos olhos para os lábios dela, e pela primeira vez ele se perguntou como seria beija-la...
Ele nunca esteve tão feliz na vida pelo dia ter terminado e ser tarde o bastante para que ele pudesse dizer que estava cansado e ir para a cama sem levantar preocupação alguma. Para falar a verdade, ele supos que ele estava realmente cansado; afinal ele nem tinha dormido muito na noite anterior. Na realidade, ele se sentia mais exausto por causa de toda a tensão de estar constantemente observando Hermione, tensão de não saber mais como agir perto dela. E desejava sinceramente, pelo menos era assim que ele queria desejar, que ele não tivesse ouvido sem querer a declaração dos sentimentos de Hermione por ele.
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Qual era o problema de Harry?
Hermione franziu as sombrancelhas enquanto Harry deixava o Salão Comunal dizendo que ele estava cansado e indo para a cama. Ele tinha agido estranho o dia todo; estava nervoso, agitado... Ela supos que não tinha ajudado o fato de ele aparentemente ter tido problemas para dormir de novo; ele não disse isso, mas ela pôde ver no olhar dele, nas sombras debaixo de seus olhos, ultimamente muito frequentes para que já fosse possível reconhece-las. Mas não era algo com Voldemort, isso ela podia garantir, pois o olhar dele não era aquela resignação pensativa e negra que sempre estava presente quando ele estava preocupado com o bruxo das trevas; era algo diferente. Mas o quê? Ela e Rony haviam lhe perguntado diversas vezes ao longo do dia se havia algo errado; ele sempre respondia que não era nada. Embora isso não quisesse dizer muita coisa, considerando que era Harry, o garoto que tinha a mania de guardar para si mesmo o que o incomodava. Suas confidências eram raras e só aconteciam depois de algo ter derrubado o muro que ele costumava construir ao redor de si mesmo. Um muro que ele apenas derrubou na frente dela e de Rony, ela podia dizer.
Ela olhou para Rony que também estava olhando para onde Harry tinha sumido, uma expressão de desagrado em seus olhos. "Rony, o Harry comentou com você se tem algo o incomodando?"
Rony olhou para ela, um semblante sério em seu rosto. "Não." Ele hesitou. "Você acha que tem algo a ver com V-Vol- Você-Sabe-Quem?"
Hermione revirou os olhos de leve com a contínua incapacidade de Rony para dizer o nome de Voldemort enquanto ela balançou a cabeça. "Não, é outra coisa, tenho certeza. Eu só não consigo imaginar o que seja. Talvez ele teve outro pesadelo..." Ela percebeu enquanto disse isso que essa explicação não batia com o comportamento estranho de Harry – ele estava, infelizmente, já tão acostumado com pesadelos que ele geralmente os colocava de lado e seguia o dia como se nada tivesse acontecido. "Eu espero que ele realmente esteja bem. Mas ele não pareceu triste, só preocupado e nervoso, o que não é bem o jeito dele. Talvez ele esteja preocupado em fazer os NIEM's com Voldemort por perto..."
Rony se permitiu um sorriso zombeteiro. "Isso seria algo com o qual você se preocuparia, Hermione."
Hermione não respondeu a gozação dele, apenas voltou-se para sua redação de Aritmancia, ainda com o pensamento voltado para o comportamento estranho de Harry.
Rony sentou-se de novo em sua cadeira, tentando imaginar qualquer outra explicação para o comportamento de Harry, e então franziu a testa. Harry parecia relativamente normal no treino de Quadribol naquele dia, parecia ele mesmo só um pouco mais preocupado. Foi depois, quando eles se encontraram com Hermione na Sala Precisa para treinarem novos feitiços e azarações, algo que já tinha se tornado rotina para eles. Foi aí que o nervosismo de Harry pareceu surgir, fazendo com que Rony passasse a desarma-lo muito fácil. Era Hermione, Rony pensou de repente; algo a ver com Hermione que estava fazendo Harry agir desse jeito. E repentinamente ele lembrou-se de ter notado que Harry esteve basicamente observando Hermione o dia todo, só olhando para outro lugar quando ela o encarava.
Era algo a ver com Hermione, disso Rony tinha certeza. Mas o quê?
CONTINUA...
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Nota da Tradutora: Oi gente! E aí, tudo belezinha?
Espero que gostem desta nova tradução... é da Bingblot, se quiserem dar uma olhadinha na original, ela foi postada naquele mesmo site que eu "dei um jeitinho" (hehehe) de colocar no último capítulo de "Salvando Harry"...
Beijos e até o próximo capítulo! Não esqueçam das reviews, ok?
Silvinha Potter
