A musica parou e Ferio e Anne separaram-se rapidamente. O que havia sido aquilo? Quase haviam, se beijado? Tudo tinha ficado tão romântico que...Os dois estariam se apaixonando? Tão rápido?
Acabaram saindo da pista, Anne envergonhada pediu licença e foi ate o banheiro. Ao chegar lá notou que Priscila retocava a maquiagem, não se importou com a presença da prima, apenas escorou-se na parede e tentou pensar. O que estava acontecendo? Aquilo que sentira antes de encontrar Aska. A vontade incontrolável de dançar com ele, o beijo que quase acontecera, e que seus lábios ainda ansiavam que acontecesse.
-Eu vi o que aconteceu na pista – disse Priscila sorrindo – se conselho fosse bom, se vendia, mas mesmo assim, você que um?
Anne concordou com a cabeça.
-Escute seu coração – falou sorrindo e saindo do local.
"Escutar meu coração.
Anne respirou fundo, olhou-se no espelho e voltou para a festa mais deslumbrante do que nunca. Encontrou Ferio com Aska e ele não parecia se divertir, assim que chegou tocou delicadamente seu braço, abraçando-o.
-Eu poderia pegar meu namorado um pouquinho – falou sorrindo para a prima
-Claro – falou Aska sorridente.
Anne puxou Ferio para longe da prima e assim que se distanciaram Ferio sussurrou em seu ouvido suavemente:
-Obrigado por me salvar...
Anne ficou vermelha e sorriu.
-Era meu dever, afinal, fui eu que te arrastei pra cá.
-É – falou Ferio sorrindo sedutoramente.
Anne sentira como se seu coração quisesse pular pela boca, ele estava tão bonito e sedutor naquela noite que seria difícil não se apaixonar.
-Vamos ficar aqui ate que horas? – perguntou Ferio
-Já quer ir embora?
-Não, é que...já são 10, se tivermos que voltar cedo é melhor nos apressarmos.
-Podemos ficar ate a meia noite.
-Tudo bem.
Anne e Ferio comeram algo e ficaram numa mesa juntamente com Caldina e Rafaga.
-Ainda não vi os dois se beijando – comentou Caldina fazendo Ferio e Anne ficarem vermelhos – não vão me dizer que são tão tímidos como meu namorado – falou olhando para Rafaga e sorrindo
-Caldina! – Rafaga reprovou-a – não seja intrometida.
-O que foi? Eles não são namorados? É normal...
Anne sorriu e olhou meio envergonhada para Ferio, este tentava não rir da situação em que se metera.
-Em, me digam, por que ainda não vimos vocês se beijando? Têm vergonha?
-Mais ou menos Caldina – respondeu Anne vermelha
-Vamos, eu quero ver um beijo.
-Caldina – novamente Rafaga a reprovava
-O que foi? – falava inocentemente – olha, se vocês quiserem, eu e Rafaga nos beijamos primeiro, e ai você depois...não vão ficar com tanta vergonha assim, vão?
-Ah...Eu não sei... – Anne não sabia como sair daquela enrascada.
-Por mim tudo bem. – surpreendeu-se em ouvir Ferio falar.
-O.K. vamos Rafaga.
-O que?
-Vai...Sei que tem vergonha, mas é por uma boa causa...vamos.
-Caldina.
-Vai.
-Caldina.
-Por favor...
Rafaga soltou um longo suspiro e olhou para Anne totalmente envergonhada.
-Está bem.
Anne sentiu um certo desconforto ao ver os dois se beijando, dava um pouco de vergonha, mas tinha que admitir que eles formavam um lindo casal.
-Depois somos nos – sussurrou Ferio em seu ouvido
-Que historia é essa? – perguntou aos sussurros no ouvido dele
- Ora, somos namorados, não somos? Qual o problema – falou sorrindo
-O problema é que.
-É a vez de vocês – falou Caldina alegre
Anne sorriu, antes que pudesse discordar, sentiu as mãos de Ferio tocar-lhe o queixo delicadamente, levantando-o. Anne havia aberto a boca para falar algo, mas ao sentir a respiração dele em seu rosto logo a fechou, e também fechou os olhos, sentindo cada sensação. Quando sentiu os lábios dele se prensaram contra os seus, não soube mais se controlava seu corpo, pois agora seus lábios mexiam-se sozinhos, e os dois sentiam cada sensação inexplicável que apenas podiam expressa-las no beijo, apaixonada e carinhoso.
Assim que separaram-se, Anne poderia jurar que ainda sentia os lábios de Ferio sobre os seus, logo abriu os olhos e lembrou-se que estava numa festa, Caldina a olhava com água nos olhos.
-Lindo...Vocês realmente parecem apaixonados – falou emocionada
Anne olhou para Ferio que sorria calmamente, meio atordoada com o acontecido levantou-se, saindo do salão de festa, Ferio não sabendo ainda o que acontecia a seguiu.
Ao chegarem do lado de fora, onde havia um belo jardim, Ferio pode notar que Anne chorava discretamente. Seu rosto e seus olhos estavam vermelhos e ela parecia bastante atordoada.
-O que foi Anne? – perguntou sem entender a reação da garota
-O que foi? Você me beijou.
-E daí?
-E daí que não somos namorados, se você se esqueceu, e você não pediu minha permissão e.
-Mas eu pensei que.
-Pensou o que?
-Que você gostava de mim.
-O que? De onde você tirou essa idéia?
-Você convida para uma festa pedindo para que eu fingisse que sou seu namorado, queria que eu pensasse o que?
-Tem certeza que você conheceu Aska?
-Eu sei, mas...Acho que eu me empolguei...Por achar que...Você gostava de mim.
-Ferio...Não é que eu não goste de você...É que...
Anne soltou um longo suspiro.
-Eu gostei do beijo – falou mais calma, respirando fundo – gostei de dançar com você...E gostei de fingir que fossemos namorados... Acho que estou começando a gostar de você, mas...Não sei o que pensar de tudo isso.
-Não precisa pensar nada, eu também acho que...Exagerei um pouco...Eu só... Você estava tão bonita hoje que...Eu não sei o que deu em mim.
-Eu também não.
Os dois calaram-se, Anne olhou para o chão, Ferio olhou para Anne, o silencio tomou conta dos dois, não sabiam o que estavam sentindo, o que estava acontecendo com os dois, ate algumas horas atrás eram apenas amigos, agora de repente.
Ouviram o som do relógio marcando meia noite, já era natal. Anne sentiu algo gelado tocar seu rosto e então olhou para cima, e pode ver vários flocos de neve caindo do céu, era uma imagem tão linda que parecia um filme, ela mal podia acreditar.
Ferio aproximou-se de Anne e tocou-a delicadamente, sua respiração quente aquecia o rosto da jovem, ela o olhava, querendo saber o que estava acontecendo.
-Não sei o que estamos sentindo...Mas acho que quero beijar alguém no natal...E gostaria que fosse você.
Anne sorriu.
-Eu também...Pensamos em tudo depois.
-Concordo plenamente.
Anne sentiu Ferio abraçar o seu corpo, aquecendo-a, e sua respiração misturar-se com a dele, quando seus lábios se tocaram, voltou a sentir algo inexplicável, entrelaçou seus braços no pescoço do rapaz e sentiu seus corpos próximos, o calor do corpo dele aquecia o seu, os lábios dele dançavam num ritmo mágico e Anne apenas acompanhava, sentindo cada sensação. Parecia que estava no céu, não sentia o chão, não sentia frio, apenas ele e ela, juntos, num beijo mágico.
A pressão de seus lábios, o calor de seus corpo, as sensações eram tão boas que Anne não queria interromper, apenas beijavam-se mais, abraçavam-se mais, sentiam-se, tudo era mágico, cada toque, cada beijo, nada parecia rela, tudo parecia vi dum conto de fada, e que após o beijo tudo acabaria bem, seriam felizes para sempre.
E mesmo sabendo que não era verdade, não se importavam, apenas continuavam a sentir-se. Ao redor um mundo, a neve que cai, a festa que rolava, mas naquele momento, para eles só existia os dois, e um sentimento que não podiam explicar, um sentimento que achavam ser amor.