DISCLAIMER: Ainda não possuo Harry Potter... mas quem sabe eu ainda chego
lá? De repente a J.K. me deixa cuidar da série por um fim de semana, sei
lá... o mundo tá tantas voltas ^^
Nota da Autora: Essa parte foi a mais difícil de escrever até agora. Isso porque eu tive que decidir se escrevia com pontos de vista ou em terceira pessoa (narrador impessoal, ou qualquer coisa assim, eu não lembro o nome). Quando eu me decidi, eu já tinha escrito umas sete páginas do outro jeito e refiz tudo de novo. Então, somando a tudo isso, ainda teve o probleminha do meu computador: ele esquenta muito rápido e desliga sozinho. Não tem quem consiga escrever direito sob a pressão de uma contagem regressiva. Bom, mas aqui estamos nós. Pelo menos me satisfez. ^__^
Para Lain Lang: Caramba! O.O Eu postei o capítulo à meia-noite, e quando eu vou ver, ao meio-dia do dia seguinte, você já tinha colocado um review! Que super! ^^ Hum... então LOL é isso... isso explica muita coisa - eu também vejo isso em muita fic em inglês, tinha que ser coisa internacional. E você não gosta de português? Bom, eu também não (eu ABOMINO aquelas regras gramaticais. Análise morfológica é o fim!)... e... o cap 10 foi meu preferido até agora! ^_____^
Para Laís: Eu sou malvada mesmo... às vezes eu tenho asco de mim mesma, heheh ^^' Tô mandando o 11! Mas esse foi difícil de fazer, eu nem sei se tá bom... como eu já disse uma vez, agora é a prova dos nove!
Para Karol: Vai ser nesse capítulo, sim! Eu também tava impaciente pra fazer os três se reencontrarem. Mas tinha que juntar aquele povo todo num lugar só, e tinha que ter um motivo... não é? ^^ Hein... brigada!
Para Ana: Tendi! _' Eu meio que já tinha entendido... a Lain Lang tinha me dito, mas valeu do mesmo jeito, sabe, eu ficava boiando sempre que eu lia isso em algum lugar. É, eu sou meio desinformada pra essas coisas... heh. Vai demorar um pouquinho pra vir mais caps, tá bom?
Para Mariana: Eu já disse isso um monte de vezes também, mas obrigada! ;D Ah, mas é sempre bom falar isso... me deixa mais alegrinha!
Para Tathiana: É... na verdade, poderia até ser mesmo - eu acho que tem até mais chance disso acontecer do que como eu fiz - mas eu já tava meio enjoada de ver as fics sempre do mesmo jeito. Eu quis dar uma sacudida geral! Ah... bem-vinda ao time ^^' Mas eu fiquei sabendo o que é LOL, parece que é Laughing Out Loud, sabe o que é isso? Bem, não sei se você sabe inglês, mas pelo sim, pelo não... é algo em torno de "rindo muito, e alto".
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
***PONTO DE VISTA DO REMO***
Dumbledore havia acabado de servir um chá de maracujá ("para acalmar os nervos, isso vai ser bem confuso", disse ele) com biscoitos de limão, e os outros três estavam se servindo, quando ouviram uma correria na escada rolante do lado de fora do escritório, seguida de vozes.
- Sai daí, moleque, você nem devia estar aqui! - dizia uma das vozes. Remo reconheceu imediatamente a voz de Tiago.
- Eu vou entrar primeiro, sai da frente! - retrucou a outra, irritada. Ele nunca ouvira aquela voz antes.
Quem quer que fosse, estava tendo uma discussão acalorada com Tiago, e nenhum dos dois parecia ligar a mínima se estavam bem na porta do escritório do diretor da escola. Rony e Hermione se entreolharam, confusos.
- Essa é a voz do Harry, não é? - disse Hermione em voz baixa.
- Com certeza é - disse Rony, olhando ansioso para a porta.
- Quem é Harry? - perguntou Remo, curioso. Quem seria esse? Ele estava começando a achar que nada o surpreenderia.
Mas não deu tempo de nenhum dos dois responder, porque Dumbledore havia pegado a varinha e a agitado na direção da porta, que se abriu suavemente. Imediatamente Tiago e o suposto Harry pararam de discutir, e entraram na sala.
Remo certamente se surpreendeu, por mais que tanta coisa estranha estivesse acontecendo à sua volta. Tiago entrara primeiro na sala, seguido de um garoto que era igualzinho a ele. Bem, não tão igualzinho, esse tinha os olhos claros e uma marca na testa, mas quem os visse juntos logo pensaria que eram irmãos gêmeos.
=================================================
***PONTO DE VISTA DO TIAGO***
Tiago lançou um olhar irritado a Harry e entrou no escritório. Sua primeira visão foi a de Dumbledore sentado atrás de sua escrivaninha, sorrindo suavemente, e Fawkes dormindo no poleiro ao lado da mesa. Mas logo percebeu que tinha mais gente lá dentro.
Só reconheceu Remo dos três que estavam sentados em cadeiras ao redor da sala. Do lado esquerdo dele estava um garoto comprido, ruivo e sardento, e ao lado deste estava uma garota de cabelos cacheados e cheios. Todos os três olhavam espantados, de Tiago para Harry - ah, ele quase esquecera que o Harry estava ali. Tiago afastou aquele pensamento, acenou para Remo com a cabeça e se dirigiu a Dumbledore.
- Me chamou, professor? - disse Tiago em frente à escrivaninha.
- Sim, Tiago, sente-se por favor - disse Dumbledore, agitando a varinha e fazendo duas outras cadeiras aparecerem. - Você também, Harry.
- Desculpe eu ter vindo também, professor Dumbledore, mas eu estava junto com ele e não ia ficar parado! - disse Harry, rapidamente.
- Tudo bem, é até melhor você estar aqui também - disse Dumbledore sorrindo.
Tiago se sentou na cadeira ao lado de Remo, com um olhar de "Que é que tá acontecendo e por que você está aqui?". O outro simplesmente sacudiu os ombros em resposta. Tiago resolveu ouvir o que Dumbledore tinha a dizer.
O diretor levantou o bule de cima da mesa.
- Chá? Tem biscoitos também.
Tiago quase caiu da cadeira ao ouvir isso, e viu Harry fazer o mesmo ao seu lado. Chá? Biscoitos?! Com certeza não era isso o que ele tinha de tão importante para dizer a eles! Mas... vai ver que aquele era só um jeito de descontrair o ambiente...
- Ahn... sim, obrigado - disse Tiago, hesitante. Dumbledore sorriu e encheu uma xícara, que ele fez flutuar até Tiago. Este a apanhou no ar.
- Eu também aceito, obrigado - murmurou Harry. Ele parecia muito mais calminho na frente de Dumbledore, Tiago pensou, com cruel satisfação, enquanto Dumbledore entregava uma xícara a Harry.
- Ah... por que me chamou aqui, professor? - perguntou Tiago, tomando um gole do chá de maracujá. Maracujá?! O que ele pretendia, fazê-los dormir?!
- Já vamos falar disso - disse Dumbledore. - mas primeiro vamos esperar Sirius e Sibila. Eles também precisam ouvir... Harry, você está bem?
Harry subitamente engasgara com o chá. Disparou a tossir sem controle, e o garoto ruivo começou a bater nas costas dele, mas Harry rapidamente o afastou, voltando ao normal.
- Eu tô bem, Rony, já chega - ele disse, mas sua voz ainda estava meio engasgada. - É só que... o Sirius também está aí?!
- Ah, agora você conhece o Sirius também?! - perguntou Tiago, metade curioso e metade com vontade de atormentá-lo. Afinal, o que mais aquele cara sabia? Será que ele também sabia do Mapa do Maroto, da Animagia, ou sei lá o que mais?!
- Claro que conheço - retrucou Harry. Ele se virou para Remo. - Eu conheço você também, por falar nisso. É o professor Lupin, não é?
- Professor? - repetiu Tiago, estranhando. - Você é doido? O Aluado nunca foi professor.
- Foi o que eu disse a eles - disse Remo, balançando a cabeça.
A garota de cabelo cacheado ia falar alguma coisa, mas foi interrompida por fortes batidas na porta. Tiago e os outros se entreolharam.
=================================================
***PONTO DE VISTA DO SIRIUS***
Moody mal chegou ao topo das escadas e começou a bater na porta do escritório. Não suavemente, como qualquer um de bom senso faria, para não atrapalhar quem estivesse dentro - mas quase esmurrando a porta. Sirius ouviu a conversa dentro da sala parar e, depois de um momento de silêncio, a porta abriu devagarinho.
- Você primeiro - disse Sirius, sorrindo e indicando a sala com um gesto da mão (como um cavalheiro que ele não era), para Gina. Esta sorriu entrando na brincadeira, e agradeceu com um aceno de cabeça segurando a barra das vestes (como uma dama).
Gina entrou primeiro, e Sirius foi logo atrás, deixando Moody por último. Dumbledore os esperava em sua escrivaninha, enquanto Tiago, Remo e três garotos desconhecidos para Sirius estavam sentados em cadeiras dispostas ao redor do lugar. Era um ambiente estranho; parecia que eles iam ser julgados ou coisa parecida. Mas Sirius logo tirou isso da cabeça ao ver Dumbledore sorrindo, o que significava que ele não tinha culpa no cartório até então. Mas um dos três desconhecidos, um ruivo cheio de sardas, quebrou o silêncio.
- GINA! - exclamou ele, e Sirius viu Gina arregalar os olhos.
- Rony! Mione, Harry! O que vocês estão fazendo aqui??
- A gente ia perguntar a mesma coisa - retrucou a única outra garota ali. Devia ser a tal... Mione.
- Ei... - disse Sirius. - Alguém mais tá confuso além de mim?
- Eu - disseram Tiago e Remo ao mesmo tempo, levantando as mãos.
- Ah, não seja por isso, eu também tô! - disse Gina levantando a mão também.
- Espera aí, Gina, deixa eu adivinhar - disse o outro Tiago. Peraí, mas outro Tiago?? Sirius olhou direito; não, não era ele, mas era quase idêntico! Só podia ser o... - Esse aí é o Sirius, não é?!
- Na mosca! - disse Sirius antes que Gina pudesse abrir a boca. - E você deve ser o Harry, acertei?
Moody deu um chute na canela de Sirius com a perna-de-pau, o que rendeu a Sirius uma dor bem considerável. Tanto que ele deu um berro.
- AAAAAIII!!! Que é isso, endoidou de vez, foi???! - ele gritou na cara de Moody. Gina olhou para os dois com as sobrancelhas levantadas.
- Você devia prestar atenção no que fala!! - vociferou Moody, com uma cara que poderia assustar até mesmo o Sinistro; mas não o grande Sirius Black.
- Eu sou dono das minhas palavras!! - retorquiu ele, mancando. Caramba, aquele maldito pedaço de madeira ia deixar seqüelas!
- Acalmem-se, por favor - disse Dumbledore, severamente. Os dois se calaram na mesma hora, e Dumbledore fez aparecer mais três cadeiras. - Muito bem, sentem-se, ainda temos que esperar Sibila.
Sirius se jogou na cadeira mais próxima a Tiago, lançando um olhar assassino a Moody. Que cara mais odioso! Sirius sabia que Moody só não ia com a cara dele por causa da "tradição" da família Black.
Exatamente daquela vez em que Moody fora à casa de Tiago, Sirius o ouvira dizer ao Sr. Potter que andava desconfiado a respeito de Regulus, o caçula dos Black. "Aquele moleque é muito novo, mas já tem uma séria inclinação para as Artes das Trevas", dissera ele. "E eu diria que é mal de família. Tenham cuidado com esse Sirius em sua casa, quem garante que ele não seja igual ao irmão?". Claro que depois daquilo o Sr. Potter passara a ser um pouco frio com ele, e Sirius tinha vontade de matar Moody por causa disso.
Não dava pra entender por que raios Moody achava aquilo dele. Ele nunca mostrara gostar da família, muito pelo contrário, e chegava a ter nojo do próprio irmão. Por que ele achava que Sirius tinha saído de casa?! Sirius poderia continuar pensando nisso por horas, mas "acordou" ao levar uma cotovelada nas costelas.
- Mas o quê... - ele murmurou, olhando para o lado. Tiago olhava pra ele significativamente, indicando algo do outro lado de Sirius com a cabeça.
Ele olhou e viu que Sibila e uma mulher muito esquisita haviam entrado e estavam sentadas ao seu lado. Pelo jeito ele estivera tão pensativo que meio que se desligara do resto do mundo.
=================================================
***PONTO DE VISTA DA SIBILA***
Trelawney chegou ao topo da escada de caracol já batendo na porta, suavemente, suas inúmeras pulseiras tilintando ao fazer isso. A porta se abriu imediatamente e as duas entraram.
Lá dentro estavam Dumbledore, aqueles três "idiotas" e mais um monte de gente que Sibila não reconheceu, mas quase todos pareciam ser da mesma idade que ela. A única exceção era um homem grisalho e sinistro que a observava com um olho grande e redondo. Sibila estremeceu sob aquele olhar, e rapidamente se dirigiu para Dumbledore, Trelawney logo atrás.
- Aqui estou, professor Dumbledore - disse Sibila. - Demoramos porque estávamos lá na Torre Norte, e fica meio longe...
- Eu compreendo, Sibila - disse Dumbledore, sorrindo, mas olhando preocupado para Trelawney. - Ora, vejo que se encontraram... mas vamos, sentem-se - ele agitou a varinha e duas cadeiras apareceram e se alojaram entre o homem sinistro e Tiago.
Sibila e Trelawney se sentaram e se acomodaram, aceitando o chá que o diretor lhes ofereceu. Mas logo eles voltaram ao assunto.
- Minha cara professora, tenho certeza de que mediu as palavras ao dizer qualquer coisa a Sibila, não foi? - recomeçou Dumbledore, com um olhar penetrante por detrás dos oclinhos.
Sibila olhou para Trelawney, apreensiva. Não, certamente ela não tinha medido as palavras ao contar-lhe qualquer coisa. Muito pelo contrário, agora Sibila sabia do Lord das Trevas, de toda a história de Harry Potter, e de tudo que iria acontecer àqueles Marotos. Trelawney também parecia saber de seu "pequeno" deslize, mas sorriu displicentemente para o diretor.
- Ora, professor, ela saberia de qualquer forma. Claro que eu não me lembro de ter ouvido de nada do que eu contei a ela, quando eu vim até esse tempo aos 16 anos, mas enfim, professor...
- Como assim? - interrompeu Dumbledore, erguendo as sobrancelhas. - Quer dizer que você se lembra dessa... pequena visita?
- Sim, senhor - disse Trelawney. - Um pouco. Creio que minha avó não conseguiu me fazer lembrar muita coisa, mas me lembro do geral.
- Ora essa, sua avó decididamente fez uma tolice - disse Dumbledore, balançando a cabeça. - Mas não há como revertermos isso, já aconteceu... mas farei o possível para que vocês não se lembrem de nada, está certo?
- Certo - disseram os três Marotos.
- Ahn... tá legal - disse Sibila, sacudindo os ombros. - Por mim tudo bem.
- Ótimo - disse Dumbledore esvaziando sua xícara de chá. - Bem, bem... no momento eu não tenho idéia de como mandá-los de volta... deve ser por isso que vocês demoraram tanto para voltar daquela vez - provavelmente ele estava falando do passado. - Mas eu vou comunicar o Ministro da Magia, duvido muito que ele consiga resolver isso, mas no Ministério tem muita gente qualificada... é... ou talvez possamos pesquisar sobre o Vira-Tempo. Terei que pensar...
Ele parecia estar falando mais para si mesmo do que para os outros, que ficaram absolutamente calados enquanto ele murmurava, olhando para o teto. Fawkes acordara e observava seu dono, parecendo entender a profundidade da situação. Por fim, Dumbledore suspirou e tornou a olhar para eles.
=================================================
***PONTO DE VISTA DO TIAGO***
Dumbledore tinha uma aparência tão cansada e confusa que ele parecia mais velho. Ou talvez ele simplesmente estivesse aparentando a idade que tinha. Fosse qual fosse o motivo, ele não parecia o Dumbledore que Tiago conhecia.
- É incrível como acontece de tudo no mundo da magia - ele comentou, com um sorriso. - Mas agora temos que agir. Vocês vão ter que ficar aqui por alguns dias, até conseguirmos resolver isso.
- O quê, vamos ficar nesse tempo?! - disse Tiago, antes que pudesse se conter.
- Receio que sim - disse Dumbledore. - Não vejo outra alternativa. E não pensem que vão parar de estudar só porque estão vinte anos à frente, vocês vão ter aulas normais como todos os outros.
- Tá... mas em que Casa vamos ficar? - perguntou Remo.
- Grifinória, todos os quatro - disse Dumbledore. Sibila abriu a boca para protestar (ela era da Lufa-Lufa), mas Dumbledore a interrompeu. - Sinto muito, Sibila, mas é mais seguro ficarem todos juntos.
- E por que não todos na Lufa-Lufa?! - perguntou ela.
- Porque todos os outros, que sabem dessa história - ele indicou os outros na sala com um gesto. - são da Grifinória. Exceto, claro, você, Alastor, e você, Sibila.
- Não se preocupe, professor - disse Trelawney.
- Eu digo o mesmo - disse Moody. - Minha boca é um túmulo.
- Espero que sim - disse Dumbledore, e Tiago percebeu que ele tinha dúvidas quando àquilo.
- Professor - disse Sirius de repente. - Aquela Chang também é da Grifinória? Ela sabe quem eu sou, e fez um escândalo por causa disso.
Harry arregalou os olhos depois que Sirius disse isso. Tiago não entendeu o porquê daquela reação, que só ele tivera, e pelo jeito Sirius e Remo também não entenderam.
- Ah, não, a Srta. Cho Chang é da Corvinal - disse Dumbledore, ajeitando os óculos de novo. - Acho melhor alguém explicar a situação para ela... talvez eu---
- Eu posso falar com ela, professor - disse Harry, claramente ansioso. - Talvez fosse melhor não fazer muito alarde... se o senhor chamá-la pra vir aqui, podem achar estranho.
- Sim, é uma boa idéia - disse Dumbledore, com um sorrisinho. - É até mais seguro. Sim, Harry, por favor informe-a do que está acontecendo... e explique a ela que ela não precisa se preocupar com o Sirius - o rosto de Dumbledore ficou ligeiramente sombrio quando ele disse isso.
- Tá... tudo bem - disse Harry.
- Vamos providenciar rolos de pergaminho e penas para vocês - disse Dumbledore. - Creio que não precisamos comprar livros para vocês, pois vão ficar bem pouco tempo por aqui. Vocês podem pegar emprestado com os colegas, não?
Tiago fez que sim com a cabeça, assim como Sirius, Remo e Sibila. Era meio desconfortável ter que depender de Dumbledore para ter pergaminhos, mas Tiago sabia que não tinha outro jeito - ele não trouxera sequer um sicle consigo.
- Amanhã é Sábado - continuou Dumbledore. - E como hoje as aulas já estão no fim, vocês receberão suas coisas amanhã de manhã. Os elfos domésticos serão avisados para colocarem mais três camas no dormitório masculino e mais uma no feminino, assim, à noite já estará tudo em ordem... muito bem, acho que isso é tudo - disse ele, se levantando. - Peço que vão para a Torre da Grifinória, não precisam voltar para suas aulas. Sr. Ronald e Srta. Hermione, por favor mostrem o caminho a eles.
Como assim? "Mostrar o caminho a eles"?! Aos Marotos? Dumbledore devia estar brincando. Tiago tinha certeza de que conhecia o caminho para a Torre da Grifinória melhor do que qualquer um dos dois.
- Acho que a gente sabe o caminho, professor - disse Sirius, antes que Tiago pudesse abrir a boca.
- Tenho certeza disso - disse Dumbledore, com os olhos cintilando, voltando a parecer o Dumbledore de sempre. - Mas a senha, com certeza, não sabem. E a Srta. Sibila não conhece o caminho. Ah, Alastor, Professora Sibila, vocês podem ficar, por favor, quero conversar com vocês.
Sirius deu de ombros e seguiu Rony e Hermione que já saíam pela porta. Os outros se entreolharam e foram atrás.
=================================================
***PONTO DE VISTA DO REMO***
Remo já ia saindo quando se lembrou de perguntar uma coisa a Dumbledore. Virou-se para ele, curioso.
- Professor - começou Remo. - Eu ainda sou monitor, ou não?
Dumbledore sorriu abertamente ao ouvir isso, e olhou para Remo por cima dos óculos, um brilho divertido nos olhos claros. Parecia um tanto quanto travesso; lembrava Tiago quando tinha uma de suas idéia mirabolantes.
- Eu diria que um pouco mais de disciplina nos corredores é sempre bom - disse ele, piscando.
Remo sorriu do mesmo jeito que o diretor e disse um "Valeu!" antes de se virar e sair correndo para acompanhar os outros. Ele se perguntava se Snape ainda estava por ali... ele poderia ser professor...? Não, não, não!!! Remo estremeceu só de pensar. Ele preferia estar em noite de lua cheia a ter Snape como professor.
- E então... - disse Remo quando alcançou os outros. - já que vamos ficar todos juntos, a gente podia se apresentar... formalmente?
- Ah, é claro - disse a menina ruiva. Remo achava que ouvira Rony chamá-la de... Gina. - Meu nome é Virgínia Weasley, mas como esse nome é muito deprimente, pode me chamar de Gina.
Como os outros não pareciam muito dispostos a se "apresentar formalmente", Gina revirou os olhos e pareceu resolver fazer aquilo por si mesma.
- Muito bem, pode deixar que eu apresento vocês - ela disse, virando-se de frente para eles, mas continuando a andar, de ré. - Olha só. Esse altão aqui é meu irmão, Ronald - o Rony. Essa daqui é Hermione Granger, acho que eles podem te chamar de Mione, né Mione? - ela acrescentou para a moça de cabelos cheios.
- Ah! Bom, acho que sim - disse Hermione (que Remo não precisava que lhe apresentassem).
- Ótimo. E esse outro aqui é o Harry Potter. Todo mundo o conhece, porque ele tem essa cicatriz aqui, olha - ela ergueu a mão e afastou os cabelos da testa de Harry, fazendo todos os outros pararem.
Remo chegou mais perto pra ver, assim como Sirius, Tiago e Sibila - eles também pareciam muito curiosos -, e Harry revirou os olhos. De fato, aquela "marca" que Remo vira antes era uma cicatriz em forma de raio. Era um formato interessante.
- Ah, parem com isso - disse Harry afastando a mão de Gina e achatando a franja contra a testa.
- Tudo bem - disse Sirius, encolhendo os ombros.
- E por que tem essa forma? - perguntou Remo, se afastando.
- Não sei - disse Harry cortando o assunto e andando mais depressa.
- Espera aí, Harry! - exclamou Rony.
- Ei! Não precisa ficar na defensiva! - disse Tiago em voz alta, para Harry, que estava lá na frente. - Se não quer falar, não vamos perguntar mais.
Harry não fez menção de ter ouvido, mas desacelerou o passo. Remo aproveitou que ele estava afastado e perguntou em voz baixa a Hermione:
- A Gina disse que o nome dele é Harry Potter?
Hermione parecia meio incerta se podia responder ou não, mas mesmo assim deu um sorrisinho e fez que sim com a cabeça, lançando logo depois um olhar de esguelha a Tiago. Este, se Remo estivesse certo, estava lutando com a própria consciência para ignorar aquela "informação".
Remo abriu um sorriso triunfante. Ele estivera certo; era uma simples soma de dois e dois. Agora era só descobrir quem era a mãe.
Nota da Autora: Essa parte foi a mais difícil de escrever até agora. Isso porque eu tive que decidir se escrevia com pontos de vista ou em terceira pessoa (narrador impessoal, ou qualquer coisa assim, eu não lembro o nome). Quando eu me decidi, eu já tinha escrito umas sete páginas do outro jeito e refiz tudo de novo. Então, somando a tudo isso, ainda teve o probleminha do meu computador: ele esquenta muito rápido e desliga sozinho. Não tem quem consiga escrever direito sob a pressão de uma contagem regressiva. Bom, mas aqui estamos nós. Pelo menos me satisfez. ^__^
Para Lain Lang: Caramba! O.O Eu postei o capítulo à meia-noite, e quando eu vou ver, ao meio-dia do dia seguinte, você já tinha colocado um review! Que super! ^^ Hum... então LOL é isso... isso explica muita coisa - eu também vejo isso em muita fic em inglês, tinha que ser coisa internacional. E você não gosta de português? Bom, eu também não (eu ABOMINO aquelas regras gramaticais. Análise morfológica é o fim!)... e... o cap 10 foi meu preferido até agora! ^_____^
Para Laís: Eu sou malvada mesmo... às vezes eu tenho asco de mim mesma, heheh ^^' Tô mandando o 11! Mas esse foi difícil de fazer, eu nem sei se tá bom... como eu já disse uma vez, agora é a prova dos nove!
Para Karol: Vai ser nesse capítulo, sim! Eu também tava impaciente pra fazer os três se reencontrarem. Mas tinha que juntar aquele povo todo num lugar só, e tinha que ter um motivo... não é? ^^ Hein... brigada!
Para Ana: Tendi! _' Eu meio que já tinha entendido... a Lain Lang tinha me dito, mas valeu do mesmo jeito, sabe, eu ficava boiando sempre que eu lia isso em algum lugar. É, eu sou meio desinformada pra essas coisas... heh. Vai demorar um pouquinho pra vir mais caps, tá bom?
Para Mariana: Eu já disse isso um monte de vezes também, mas obrigada! ;D Ah, mas é sempre bom falar isso... me deixa mais alegrinha!
Para Tathiana: É... na verdade, poderia até ser mesmo - eu acho que tem até mais chance disso acontecer do que como eu fiz - mas eu já tava meio enjoada de ver as fics sempre do mesmo jeito. Eu quis dar uma sacudida geral! Ah... bem-vinda ao time ^^' Mas eu fiquei sabendo o que é LOL, parece que é Laughing Out Loud, sabe o que é isso? Bem, não sei se você sabe inglês, mas pelo sim, pelo não... é algo em torno de "rindo muito, e alto".
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
***PONTO DE VISTA DO REMO***
Dumbledore havia acabado de servir um chá de maracujá ("para acalmar os nervos, isso vai ser bem confuso", disse ele) com biscoitos de limão, e os outros três estavam se servindo, quando ouviram uma correria na escada rolante do lado de fora do escritório, seguida de vozes.
- Sai daí, moleque, você nem devia estar aqui! - dizia uma das vozes. Remo reconheceu imediatamente a voz de Tiago.
- Eu vou entrar primeiro, sai da frente! - retrucou a outra, irritada. Ele nunca ouvira aquela voz antes.
Quem quer que fosse, estava tendo uma discussão acalorada com Tiago, e nenhum dos dois parecia ligar a mínima se estavam bem na porta do escritório do diretor da escola. Rony e Hermione se entreolharam, confusos.
- Essa é a voz do Harry, não é? - disse Hermione em voz baixa.
- Com certeza é - disse Rony, olhando ansioso para a porta.
- Quem é Harry? - perguntou Remo, curioso. Quem seria esse? Ele estava começando a achar que nada o surpreenderia.
Mas não deu tempo de nenhum dos dois responder, porque Dumbledore havia pegado a varinha e a agitado na direção da porta, que se abriu suavemente. Imediatamente Tiago e o suposto Harry pararam de discutir, e entraram na sala.
Remo certamente se surpreendeu, por mais que tanta coisa estranha estivesse acontecendo à sua volta. Tiago entrara primeiro na sala, seguido de um garoto que era igualzinho a ele. Bem, não tão igualzinho, esse tinha os olhos claros e uma marca na testa, mas quem os visse juntos logo pensaria que eram irmãos gêmeos.
=================================================
***PONTO DE VISTA DO TIAGO***
Tiago lançou um olhar irritado a Harry e entrou no escritório. Sua primeira visão foi a de Dumbledore sentado atrás de sua escrivaninha, sorrindo suavemente, e Fawkes dormindo no poleiro ao lado da mesa. Mas logo percebeu que tinha mais gente lá dentro.
Só reconheceu Remo dos três que estavam sentados em cadeiras ao redor da sala. Do lado esquerdo dele estava um garoto comprido, ruivo e sardento, e ao lado deste estava uma garota de cabelos cacheados e cheios. Todos os três olhavam espantados, de Tiago para Harry - ah, ele quase esquecera que o Harry estava ali. Tiago afastou aquele pensamento, acenou para Remo com a cabeça e se dirigiu a Dumbledore.
- Me chamou, professor? - disse Tiago em frente à escrivaninha.
- Sim, Tiago, sente-se por favor - disse Dumbledore, agitando a varinha e fazendo duas outras cadeiras aparecerem. - Você também, Harry.
- Desculpe eu ter vindo também, professor Dumbledore, mas eu estava junto com ele e não ia ficar parado! - disse Harry, rapidamente.
- Tudo bem, é até melhor você estar aqui também - disse Dumbledore sorrindo.
Tiago se sentou na cadeira ao lado de Remo, com um olhar de "Que é que tá acontecendo e por que você está aqui?". O outro simplesmente sacudiu os ombros em resposta. Tiago resolveu ouvir o que Dumbledore tinha a dizer.
O diretor levantou o bule de cima da mesa.
- Chá? Tem biscoitos também.
Tiago quase caiu da cadeira ao ouvir isso, e viu Harry fazer o mesmo ao seu lado. Chá? Biscoitos?! Com certeza não era isso o que ele tinha de tão importante para dizer a eles! Mas... vai ver que aquele era só um jeito de descontrair o ambiente...
- Ahn... sim, obrigado - disse Tiago, hesitante. Dumbledore sorriu e encheu uma xícara, que ele fez flutuar até Tiago. Este a apanhou no ar.
- Eu também aceito, obrigado - murmurou Harry. Ele parecia muito mais calminho na frente de Dumbledore, Tiago pensou, com cruel satisfação, enquanto Dumbledore entregava uma xícara a Harry.
- Ah... por que me chamou aqui, professor? - perguntou Tiago, tomando um gole do chá de maracujá. Maracujá?! O que ele pretendia, fazê-los dormir?!
- Já vamos falar disso - disse Dumbledore. - mas primeiro vamos esperar Sirius e Sibila. Eles também precisam ouvir... Harry, você está bem?
Harry subitamente engasgara com o chá. Disparou a tossir sem controle, e o garoto ruivo começou a bater nas costas dele, mas Harry rapidamente o afastou, voltando ao normal.
- Eu tô bem, Rony, já chega - ele disse, mas sua voz ainda estava meio engasgada. - É só que... o Sirius também está aí?!
- Ah, agora você conhece o Sirius também?! - perguntou Tiago, metade curioso e metade com vontade de atormentá-lo. Afinal, o que mais aquele cara sabia? Será que ele também sabia do Mapa do Maroto, da Animagia, ou sei lá o que mais?!
- Claro que conheço - retrucou Harry. Ele se virou para Remo. - Eu conheço você também, por falar nisso. É o professor Lupin, não é?
- Professor? - repetiu Tiago, estranhando. - Você é doido? O Aluado nunca foi professor.
- Foi o que eu disse a eles - disse Remo, balançando a cabeça.
A garota de cabelo cacheado ia falar alguma coisa, mas foi interrompida por fortes batidas na porta. Tiago e os outros se entreolharam.
=================================================
***PONTO DE VISTA DO SIRIUS***
Moody mal chegou ao topo das escadas e começou a bater na porta do escritório. Não suavemente, como qualquer um de bom senso faria, para não atrapalhar quem estivesse dentro - mas quase esmurrando a porta. Sirius ouviu a conversa dentro da sala parar e, depois de um momento de silêncio, a porta abriu devagarinho.
- Você primeiro - disse Sirius, sorrindo e indicando a sala com um gesto da mão (como um cavalheiro que ele não era), para Gina. Esta sorriu entrando na brincadeira, e agradeceu com um aceno de cabeça segurando a barra das vestes (como uma dama).
Gina entrou primeiro, e Sirius foi logo atrás, deixando Moody por último. Dumbledore os esperava em sua escrivaninha, enquanto Tiago, Remo e três garotos desconhecidos para Sirius estavam sentados em cadeiras dispostas ao redor do lugar. Era um ambiente estranho; parecia que eles iam ser julgados ou coisa parecida. Mas Sirius logo tirou isso da cabeça ao ver Dumbledore sorrindo, o que significava que ele não tinha culpa no cartório até então. Mas um dos três desconhecidos, um ruivo cheio de sardas, quebrou o silêncio.
- GINA! - exclamou ele, e Sirius viu Gina arregalar os olhos.
- Rony! Mione, Harry! O que vocês estão fazendo aqui??
- A gente ia perguntar a mesma coisa - retrucou a única outra garota ali. Devia ser a tal... Mione.
- Ei... - disse Sirius. - Alguém mais tá confuso além de mim?
- Eu - disseram Tiago e Remo ao mesmo tempo, levantando as mãos.
- Ah, não seja por isso, eu também tô! - disse Gina levantando a mão também.
- Espera aí, Gina, deixa eu adivinhar - disse o outro Tiago. Peraí, mas outro Tiago?? Sirius olhou direito; não, não era ele, mas era quase idêntico! Só podia ser o... - Esse aí é o Sirius, não é?!
- Na mosca! - disse Sirius antes que Gina pudesse abrir a boca. - E você deve ser o Harry, acertei?
Moody deu um chute na canela de Sirius com a perna-de-pau, o que rendeu a Sirius uma dor bem considerável. Tanto que ele deu um berro.
- AAAAAIII!!! Que é isso, endoidou de vez, foi???! - ele gritou na cara de Moody. Gina olhou para os dois com as sobrancelhas levantadas.
- Você devia prestar atenção no que fala!! - vociferou Moody, com uma cara que poderia assustar até mesmo o Sinistro; mas não o grande Sirius Black.
- Eu sou dono das minhas palavras!! - retorquiu ele, mancando. Caramba, aquele maldito pedaço de madeira ia deixar seqüelas!
- Acalmem-se, por favor - disse Dumbledore, severamente. Os dois se calaram na mesma hora, e Dumbledore fez aparecer mais três cadeiras. - Muito bem, sentem-se, ainda temos que esperar Sibila.
Sirius se jogou na cadeira mais próxima a Tiago, lançando um olhar assassino a Moody. Que cara mais odioso! Sirius sabia que Moody só não ia com a cara dele por causa da "tradição" da família Black.
Exatamente daquela vez em que Moody fora à casa de Tiago, Sirius o ouvira dizer ao Sr. Potter que andava desconfiado a respeito de Regulus, o caçula dos Black. "Aquele moleque é muito novo, mas já tem uma séria inclinação para as Artes das Trevas", dissera ele. "E eu diria que é mal de família. Tenham cuidado com esse Sirius em sua casa, quem garante que ele não seja igual ao irmão?". Claro que depois daquilo o Sr. Potter passara a ser um pouco frio com ele, e Sirius tinha vontade de matar Moody por causa disso.
Não dava pra entender por que raios Moody achava aquilo dele. Ele nunca mostrara gostar da família, muito pelo contrário, e chegava a ter nojo do próprio irmão. Por que ele achava que Sirius tinha saído de casa?! Sirius poderia continuar pensando nisso por horas, mas "acordou" ao levar uma cotovelada nas costelas.
- Mas o quê... - ele murmurou, olhando para o lado. Tiago olhava pra ele significativamente, indicando algo do outro lado de Sirius com a cabeça.
Ele olhou e viu que Sibila e uma mulher muito esquisita haviam entrado e estavam sentadas ao seu lado. Pelo jeito ele estivera tão pensativo que meio que se desligara do resto do mundo.
=================================================
***PONTO DE VISTA DA SIBILA***
Trelawney chegou ao topo da escada de caracol já batendo na porta, suavemente, suas inúmeras pulseiras tilintando ao fazer isso. A porta se abriu imediatamente e as duas entraram.
Lá dentro estavam Dumbledore, aqueles três "idiotas" e mais um monte de gente que Sibila não reconheceu, mas quase todos pareciam ser da mesma idade que ela. A única exceção era um homem grisalho e sinistro que a observava com um olho grande e redondo. Sibila estremeceu sob aquele olhar, e rapidamente se dirigiu para Dumbledore, Trelawney logo atrás.
- Aqui estou, professor Dumbledore - disse Sibila. - Demoramos porque estávamos lá na Torre Norte, e fica meio longe...
- Eu compreendo, Sibila - disse Dumbledore, sorrindo, mas olhando preocupado para Trelawney. - Ora, vejo que se encontraram... mas vamos, sentem-se - ele agitou a varinha e duas cadeiras apareceram e se alojaram entre o homem sinistro e Tiago.
Sibila e Trelawney se sentaram e se acomodaram, aceitando o chá que o diretor lhes ofereceu. Mas logo eles voltaram ao assunto.
- Minha cara professora, tenho certeza de que mediu as palavras ao dizer qualquer coisa a Sibila, não foi? - recomeçou Dumbledore, com um olhar penetrante por detrás dos oclinhos.
Sibila olhou para Trelawney, apreensiva. Não, certamente ela não tinha medido as palavras ao contar-lhe qualquer coisa. Muito pelo contrário, agora Sibila sabia do Lord das Trevas, de toda a história de Harry Potter, e de tudo que iria acontecer àqueles Marotos. Trelawney também parecia saber de seu "pequeno" deslize, mas sorriu displicentemente para o diretor.
- Ora, professor, ela saberia de qualquer forma. Claro que eu não me lembro de ter ouvido de nada do que eu contei a ela, quando eu vim até esse tempo aos 16 anos, mas enfim, professor...
- Como assim? - interrompeu Dumbledore, erguendo as sobrancelhas. - Quer dizer que você se lembra dessa... pequena visita?
- Sim, senhor - disse Trelawney. - Um pouco. Creio que minha avó não conseguiu me fazer lembrar muita coisa, mas me lembro do geral.
- Ora essa, sua avó decididamente fez uma tolice - disse Dumbledore, balançando a cabeça. - Mas não há como revertermos isso, já aconteceu... mas farei o possível para que vocês não se lembrem de nada, está certo?
- Certo - disseram os três Marotos.
- Ahn... tá legal - disse Sibila, sacudindo os ombros. - Por mim tudo bem.
- Ótimo - disse Dumbledore esvaziando sua xícara de chá. - Bem, bem... no momento eu não tenho idéia de como mandá-los de volta... deve ser por isso que vocês demoraram tanto para voltar daquela vez - provavelmente ele estava falando do passado. - Mas eu vou comunicar o Ministro da Magia, duvido muito que ele consiga resolver isso, mas no Ministério tem muita gente qualificada... é... ou talvez possamos pesquisar sobre o Vira-Tempo. Terei que pensar...
Ele parecia estar falando mais para si mesmo do que para os outros, que ficaram absolutamente calados enquanto ele murmurava, olhando para o teto. Fawkes acordara e observava seu dono, parecendo entender a profundidade da situação. Por fim, Dumbledore suspirou e tornou a olhar para eles.
=================================================
***PONTO DE VISTA DO TIAGO***
Dumbledore tinha uma aparência tão cansada e confusa que ele parecia mais velho. Ou talvez ele simplesmente estivesse aparentando a idade que tinha. Fosse qual fosse o motivo, ele não parecia o Dumbledore que Tiago conhecia.
- É incrível como acontece de tudo no mundo da magia - ele comentou, com um sorriso. - Mas agora temos que agir. Vocês vão ter que ficar aqui por alguns dias, até conseguirmos resolver isso.
- O quê, vamos ficar nesse tempo?! - disse Tiago, antes que pudesse se conter.
- Receio que sim - disse Dumbledore. - Não vejo outra alternativa. E não pensem que vão parar de estudar só porque estão vinte anos à frente, vocês vão ter aulas normais como todos os outros.
- Tá... mas em que Casa vamos ficar? - perguntou Remo.
- Grifinória, todos os quatro - disse Dumbledore. Sibila abriu a boca para protestar (ela era da Lufa-Lufa), mas Dumbledore a interrompeu. - Sinto muito, Sibila, mas é mais seguro ficarem todos juntos.
- E por que não todos na Lufa-Lufa?! - perguntou ela.
- Porque todos os outros, que sabem dessa história - ele indicou os outros na sala com um gesto. - são da Grifinória. Exceto, claro, você, Alastor, e você, Sibila.
- Não se preocupe, professor - disse Trelawney.
- Eu digo o mesmo - disse Moody. - Minha boca é um túmulo.
- Espero que sim - disse Dumbledore, e Tiago percebeu que ele tinha dúvidas quando àquilo.
- Professor - disse Sirius de repente. - Aquela Chang também é da Grifinória? Ela sabe quem eu sou, e fez um escândalo por causa disso.
Harry arregalou os olhos depois que Sirius disse isso. Tiago não entendeu o porquê daquela reação, que só ele tivera, e pelo jeito Sirius e Remo também não entenderam.
- Ah, não, a Srta. Cho Chang é da Corvinal - disse Dumbledore, ajeitando os óculos de novo. - Acho melhor alguém explicar a situação para ela... talvez eu---
- Eu posso falar com ela, professor - disse Harry, claramente ansioso. - Talvez fosse melhor não fazer muito alarde... se o senhor chamá-la pra vir aqui, podem achar estranho.
- Sim, é uma boa idéia - disse Dumbledore, com um sorrisinho. - É até mais seguro. Sim, Harry, por favor informe-a do que está acontecendo... e explique a ela que ela não precisa se preocupar com o Sirius - o rosto de Dumbledore ficou ligeiramente sombrio quando ele disse isso.
- Tá... tudo bem - disse Harry.
- Vamos providenciar rolos de pergaminho e penas para vocês - disse Dumbledore. - Creio que não precisamos comprar livros para vocês, pois vão ficar bem pouco tempo por aqui. Vocês podem pegar emprestado com os colegas, não?
Tiago fez que sim com a cabeça, assim como Sirius, Remo e Sibila. Era meio desconfortável ter que depender de Dumbledore para ter pergaminhos, mas Tiago sabia que não tinha outro jeito - ele não trouxera sequer um sicle consigo.
- Amanhã é Sábado - continuou Dumbledore. - E como hoje as aulas já estão no fim, vocês receberão suas coisas amanhã de manhã. Os elfos domésticos serão avisados para colocarem mais três camas no dormitório masculino e mais uma no feminino, assim, à noite já estará tudo em ordem... muito bem, acho que isso é tudo - disse ele, se levantando. - Peço que vão para a Torre da Grifinória, não precisam voltar para suas aulas. Sr. Ronald e Srta. Hermione, por favor mostrem o caminho a eles.
Como assim? "Mostrar o caminho a eles"?! Aos Marotos? Dumbledore devia estar brincando. Tiago tinha certeza de que conhecia o caminho para a Torre da Grifinória melhor do que qualquer um dos dois.
- Acho que a gente sabe o caminho, professor - disse Sirius, antes que Tiago pudesse abrir a boca.
- Tenho certeza disso - disse Dumbledore, com os olhos cintilando, voltando a parecer o Dumbledore de sempre. - Mas a senha, com certeza, não sabem. E a Srta. Sibila não conhece o caminho. Ah, Alastor, Professora Sibila, vocês podem ficar, por favor, quero conversar com vocês.
Sirius deu de ombros e seguiu Rony e Hermione que já saíam pela porta. Os outros se entreolharam e foram atrás.
=================================================
***PONTO DE VISTA DO REMO***
Remo já ia saindo quando se lembrou de perguntar uma coisa a Dumbledore. Virou-se para ele, curioso.
- Professor - começou Remo. - Eu ainda sou monitor, ou não?
Dumbledore sorriu abertamente ao ouvir isso, e olhou para Remo por cima dos óculos, um brilho divertido nos olhos claros. Parecia um tanto quanto travesso; lembrava Tiago quando tinha uma de suas idéia mirabolantes.
- Eu diria que um pouco mais de disciplina nos corredores é sempre bom - disse ele, piscando.
Remo sorriu do mesmo jeito que o diretor e disse um "Valeu!" antes de se virar e sair correndo para acompanhar os outros. Ele se perguntava se Snape ainda estava por ali... ele poderia ser professor...? Não, não, não!!! Remo estremeceu só de pensar. Ele preferia estar em noite de lua cheia a ter Snape como professor.
- E então... - disse Remo quando alcançou os outros. - já que vamos ficar todos juntos, a gente podia se apresentar... formalmente?
- Ah, é claro - disse a menina ruiva. Remo achava que ouvira Rony chamá-la de... Gina. - Meu nome é Virgínia Weasley, mas como esse nome é muito deprimente, pode me chamar de Gina.
Como os outros não pareciam muito dispostos a se "apresentar formalmente", Gina revirou os olhos e pareceu resolver fazer aquilo por si mesma.
- Muito bem, pode deixar que eu apresento vocês - ela disse, virando-se de frente para eles, mas continuando a andar, de ré. - Olha só. Esse altão aqui é meu irmão, Ronald - o Rony. Essa daqui é Hermione Granger, acho que eles podem te chamar de Mione, né Mione? - ela acrescentou para a moça de cabelos cheios.
- Ah! Bom, acho que sim - disse Hermione (que Remo não precisava que lhe apresentassem).
- Ótimo. E esse outro aqui é o Harry Potter. Todo mundo o conhece, porque ele tem essa cicatriz aqui, olha - ela ergueu a mão e afastou os cabelos da testa de Harry, fazendo todos os outros pararem.
Remo chegou mais perto pra ver, assim como Sirius, Tiago e Sibila - eles também pareciam muito curiosos -, e Harry revirou os olhos. De fato, aquela "marca" que Remo vira antes era uma cicatriz em forma de raio. Era um formato interessante.
- Ah, parem com isso - disse Harry afastando a mão de Gina e achatando a franja contra a testa.
- Tudo bem - disse Sirius, encolhendo os ombros.
- E por que tem essa forma? - perguntou Remo, se afastando.
- Não sei - disse Harry cortando o assunto e andando mais depressa.
- Espera aí, Harry! - exclamou Rony.
- Ei! Não precisa ficar na defensiva! - disse Tiago em voz alta, para Harry, que estava lá na frente. - Se não quer falar, não vamos perguntar mais.
Harry não fez menção de ter ouvido, mas desacelerou o passo. Remo aproveitou que ele estava afastado e perguntou em voz baixa a Hermione:
- A Gina disse que o nome dele é Harry Potter?
Hermione parecia meio incerta se podia responder ou não, mas mesmo assim deu um sorrisinho e fez que sim com a cabeça, lançando logo depois um olhar de esguelha a Tiago. Este, se Remo estivesse certo, estava lutando com a própria consciência para ignorar aquela "informação".
Remo abriu um sorriso triunfante. Ele estivera certo; era uma simples soma de dois e dois. Agora era só descobrir quem era a mãe.
