DISCLAIMER: Acho que vocês sabem que eu não possuo Harry Potter, não é? Hein?

Nota da Autora: Será que alguém já percebeu o quanto eu acho o Tiago metido? Eu acho. Não posso negar que eu gosto dele, mas não a ponto de não fazer dele um chato de galocha. Bom, a Madame Hooch menciona a Silver Arrow no Prisioneiro de Azkaban, na página 207. Pelo que ela disse no livro, a Nimbus "lembra as antigas Silver Arrows", por isso essa devia ser uma vassoura bem boazinha. Infelizmente meu livro "Quadribol Através dos Séculos" deu uma saidinha ano passado e não voltou até hoje (deve ter fugido com algum livro de receitas); por isso, eu não tenho muita noção das marcas das vassouras. Tá legal, eu tinha que dizer isso.

Para Laís: Ah, que meigo ^_^ Coitados daqueles dois... eu fiquei até com pena de escrever aquilo ^^' Vou tentar atender seu pedido... sei lá se vou conseguir, mas tudo bem! Eu adoro desafios!

Para Dayzinha: Brigada! Mas... hum... como você adivinhou? -_-' Não vai ser exatamente um *casal*, mas algo nesse nível... acho que você leu minha mente, sabia? ^^ Telepatia rulez! Mas me fala, sua amiga também escreve?

Para Mariana: Oiê ^_^ chegou rápido dessa vez, não foi? Acho que foi meio um ataque de inspiração, e claro, eu não podia desperdiçar a chance... você vai poder ler o resto agora! ^^

Para Karol: Já te respondi por e-mail, não foi? ^^ Telepatia rulez... ahahahaha!

Para Lain Lang: Oi, Lain! Eu também já me acostumei a receber seus reviews, e eu gosto de todos eles ^__^ Ah, olha... digamos que muitas águas vão rolar debaixo da ponte. Hehehehe... águas de todos os tipos, água mineral, salgada, doce, com cloro... de repente até uma água destilada dá o ar da graça ^^ Não ligue, eu estou meio assim hoje... estranha.

Para Vinny: Hehe, eu gosto de deixar a história suspensa no ar... como um pêndulo... pode ir pra lá, ou pode vir pra cá, ou pode ficar parado... Esquece ^^ Eu bem que tento deixar os caps maiores, mas é difícil, chega uma hora que eu falo "Ah não, aqui eu tenho que parar!" Sabe, o suspense.

Para Tathi: Num vale -___- Vocês sempre sabem o que eu vou fazer... ah, os ossos do ofício. Ah, olha só, eu também vi isso em algum lugar! Isso de que o Tiago era artilheiro. Aí eu vi a cena dele brincando com o pomo no livro e falei "Peraí! Como pode?". Como ele poderia ter reflexos tão "excelentes" pra pegar o pomo se ele era artilheiro? Também não faz sentido pra mim. Mas eu tomei pra mim mesma que ele era apanhador e não se fala mais nisso. Todas as possibilidades são verdadeiras até que a tia Joanne prove o contrário. Ah, e eu não quero te matar não! O.O Calma, filha!

Para -----------------: Oh, meu Deussssss! Não se matem por minha causa, gente, eu não quero ser acusada de homicídio indireto (inventei agora) ou qualquer coisa do nível!... aliás... BRIGADABRIGADABRIGADABRIGADABRIGADABRIGADA!!!!! ^_____^ Eu bem que tento aumentar os caps... vou tentar com mais empenho, tá? ^^ Mas escuta, eu TENHO que agradecer! Senão eu me sinto mal, seria injusto. A pessoa tem a consideração de me deixar um review e eu vou ignorar? Eu não posso! ^^' ......... Eu não sei bem o que é "shipper"... seria "casal"? De qualquer forma, fica calmo que eu não vou bagunçar as leis do universo se depender de mim! ^^ Tanto que eu não vou mudar o futuro...

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***TIAGO***

Então aquele moleque também jogava quadribol, hein?... Claro, ele era (mesmo que ainda fosse um pensamento muito estranho) filho do estupendo Tiago Potter. Provavelmente era um talento hereditário; o pai de Tiago também jogava quadribol muito bem.

- Acha que pode me vencer, Harry? - perguntou Tiago, soltando a mão dele. Ele fez questão de enfatizar o nome dele; que nome besta.

- Ah, eu não acho - retrucou Harry. - Eu tenho certeza. Nunca ouviu falar de aprendizes que superam os mestres?

Tiago não pode deixar de sorrir com esse comentário. Era só sua impressão ou Harry acabara de dizer que Tiago era o mestre? Ah, aquele garoto sabia qual era sua posição naquela hierarquia, afinal de contas.

- E fui eu que te ensinei a jogar quadribol? - perguntou Tiago, ligeiramente desconfortável.

- Hum... não, não foi - disse Harry olhando para o outro lado.

- Você não ensinou o menino a jogar, Pontas? - disse Sirius, num sussurro teatral. - Tsc, tsc, tsc. Que pai desnaturado você vai ser.

Tiago estreitou os olhos; era um sinal de perigo, e Sirius sabia muito bem disso. Por isso mesmo, ele ergueu as mãos dos lados da cabeça e murmurou "Tá bom, tá bom, eu fico quieto". Mas ninguém mais disse nada.

- E então? - perguntou Remo, olhando de Harry para Tiago. - Vocês não iam jogar?

- Claro que vamos - disse Harry. Ele olhou no relógio de pulso. - Mais uma meia hora e as aulas acabam... acho que dá pra gente jogar e voltar pro jantar. Só uma coisa, hã... Tiago - ele parecia ter uma certa dificuldade em dizer aquele nome, mas com certeza preferia aquilo a chamá-lo de "pai". - Você não tem vassoura, não é?

- Aqui não. Eu tenho uma Silver Arrow, mas acho que eu a esqueci umas duas décadas atrás - disse Tiaco, sarcástico.

- Eu sabia - disse Harry revirando os olhos e se dirigindo ao buraco do retrato. Tiago imediatamente o seguiu, assim como os outros um pouquinho depois. - Então eu não vou poder usar a Firebolt. Seria meio injusto, porque você vai ter que usar uma pior.

- Aaaah, obrigado pela preocupação, mas eu não preciso disso - retorquiu Tiago. - Mas tudo bem. Vamos até o campo.

Assim que saíram pelo buraco do retrato da Mulher Gorda (que ainda não acordara, e Violeta agora vinha carregando um balde de água para dentro do quadro), Harry e cia. foram para um lado e os três Marotos foram para um outro.

- Ei - chamou Harry. - Onde estão indo?

- Vamos ver... ao campo? - disse Sirius. Eles ouviram um barulho alto de água caindo e um grito da Mulher Gorda, seguido de inúmeros e variados xingamentos.

- Mas o campo é pra cá - disse Rony.

- Mas o atalho é por aqui - insistiu Tiago, e continuou a andar.

Os outros se entreolharam, obviamente duvidosos, mas enfim resolveram ver no que ia dar aquilo e os acompanharam. Os Marotos marcharam direto para uma parede de pedra com um único archote aceso no meio dela. Remo sacou a varinha, apontou-a para o archote e disse alguma coisa em voz bem baixa.

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***SIRIUS***

O archote sacudiu, sacudiu e se apagou. Aquele lado do corredor ficou em total penumbra por alguns instantes. Sirius deu um sorrisinho malvado que ninguém viu; era uma oportunidade boa demais pra ser desperdiçada. Ele olhou para um lado e para o outro, tentando enxergar alguma coisa no escuro; tudo o que ele conseguiu ver foram vultos. Dois deles tinham cabelos vermelhos que brilhavam até no escuro. Ele se virou para o menor dos dois, e devagarinho, devagarinho...

- BUUUUUUU! - ele berrou no ouvido de Gina.

Ela deu um grito extremamente agudo (Hermione também, de certa forma, mas não tão alto), como Sirius sabia que ela faria, mas ele não achava que ela fosse conseguir dar um pisão tão certeiro e tão surpreendentemente forte em seu pé, ainda mais naquela escuridão.

- AAAAI! - ele gritou, pulando num pé só. - Como você encontrou meu pé?!

- Intuição feminina - ela rosnou de volta, fazendo Sirius recuar. Não deu muito certo, porque ele acabou se desequilibrando e caindo em cima de Sibila.

- Aaaaaahhhhh! - ela guinchou, quando os dois despencaram no chão (Sirius em cima dela).

- Querem parar de gritar?!! - exclamou a voz de Remo.

Um segundo depois, o archote acendeu de novo. Sirius saiu rapidamente de cima de Sibila, que estava com o rosto mais vermelho do que a bandeira da Grifinória. Deixando ela pra lá, Sirius olhou para onde estava o archote. Ao lado dele, lá estava uma imensa porta de mogno com maçaneta de bronze; quem chegasse no corredor agora acharia que ela sempre havia estado lá.

- Legal - sussurrou Rony, olhando fascinado para a porta. - Como vocês fizeram isso?

- É, qual foi o feitiço que você usou? - perguntou Hermione a Remo.

- Segredo - disse Remo sorrindo. - Nada pessoal, mas vocês não podem saber.

- Aposto que Fred e Jorge saberiam - disse Harry, vendo Tiago girar a maçaneta e a porta se abrir pesadamente.

A porta dava para um corredor bem mais claro do que o corredor onde eles estavam agora. Ao invés de um único archote, haviam centenas de velas enfileiradas nas paredes, e cada uma brilhava três vezes mais que uma vela comum. Enquanto eles entravam, Tiago se virou para Harry, interessado no que ele dissera.

- Quem são Fred e Jorge? - ele perguntou.

- Meus irmãos mais velhos - disse Gina ainda olhando atravessado para Sirius, que mancava ligeiramente. - Eles são gêmeos, e se formaram no ano passado.

- Não se formaram exatamente - observou Rony. - Eles fugiram da escola voando em vassouras antes que isso acontecesse.

Tiago, Sirius e Remo imediatamente pararam de andar e se viraram para os outros, bloqueando a passagem, já que eles estavam na frente. Eles podiam ser terrivelmente desordeiros na escola, mas nunca lhes passara pela cabeça fugir dela. Era um pouquinho demais; não só pelo ato da fuga.

- Eu não acredito que eles passaram SETE ANOS estudando pra depois fugirem voando - disse Remo, espantado.

- É muito desperdício de tempo! - disse Tiago.

- E eles fugiram pra onde? - perguntou Sirius. - Não pra casa, é claro.

- Eles foram para o Beco Diagonal - disse Hermione, com cara de quem não aprovava muito a idéia. - Lá eles têm uma loja de logros.

- E você, Sirius? - disse Harry, olhando para ele por cima dos óculos, lembrando muito Tiago em seus ataques de seriedade. - Você fugiu de casa.

- Mas é diferente! - Sirius se defendeu, perguntando-se como ele sabia disso. Se bem que aquele povo parecia saber mais deles do que eles mesmos. - Aquela casa é o inferno, você não sabe o quanto eu odeio aquele lugar. Se você soubesse como aquilo é...

- Nós sabemos - cortou Gina. Sirius olhou pra ela, sua cabeça girando ligeiramente com a lembrança daquele poço sem fundo que fora sua casa. - Eu achei que nós estávamos indo pro campo de quadribol?

- É... - murmurou Sirius, ligeiramente perturbado. - Tem razão, vamos.

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***SIBILA***

Sibila se ergueu devagarinho do chão, vendo os outros se afastarem aos poucos, sentindo o rosto em fogo. Era só o que lhe faltava, mesmo, aquele perfeito idiota do Black cair em cima dela. Ele devia achar que era muito levinho, não é? E devia pensar que ela não merecia um mísero pedido de desculpas. "Infeliz, arrogante, filho-da-mãe", xingava Sibila, os olhos enchendo-se de lágrimas e ela se recusando a abrir passagem a elas.

"Você não vai chorar, Sibila! Não vai dar esse gostinho a eles!", ela pensava continuando a andar, um pouco afastada deles. "Você é mais do que isso! Onde é que está aquela Sibila Trelawney fria, poderosa e segura de si mesma, hein?" Uma lágrima mínima ameaçava escapar, mas ela olhou para cima e se controlou. Onde estava aquela Sibila? "Provavelmente", ela pensou, amarga, "eu a esqueci sentada lá na minha carteira na aula de Adivinhação."

E POR QUE ELA TINHA QUE GOSTAR DAQUELE MALDITO SIRIUS BLACK?? TAVA NA CARA QUE ELE NÃO LIGAVA A MÍNIMA PRA ELA!! QUE ÓDIO! Ele com certeza a via como mais uma lufalufa esquisita! Que ódio ela sentia dele, de si mesma, e daquela...

... daquela irritante Gina Weasley.

Claro, aquela menina, desde que entrara no escritório de Dumbledore, não largava mais do pé de Sirius. Mesmo ela lançando olhares assassinos a ele por causa daquele "BUUU", estava claro que ela achara aquilo no mínimo engraçado e não estava nem um pouco brava com Sirius, como fingia estar. Aquela metidinha do futuro achava que ia sair dessa levando a melhor? Ah, não. Não mesmo. Não se dependesse de Sibila.

Ela ia ver só.

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***REMO***

Sem mais delongas, eles saíram do castelo e foram direto para o campo, que continuava no mesmo lugar em que sempre estivera, belo e imponente na opinião de Tiago. Remo, que nunca fora do time de quadribol, assim como Sirius, seguiu Tiago, Harry, Rony e Gina para onde quer que eles estivessem indo. Os quatro eram visivelmente íntimos dos vestiários do campo, porque eles foram direto para... uma portinha nos fundos.

- O que é isso? - perguntou Remo, curioso.

- Armário de vassouras - disse Harry, abrindo a porta e revelando dezenas de tipos de vassouras lado a lado. Ele olhou, olhou e pegou duas iguais. - Duas Cleansweep Five, as duas estão novas, ou seja, nós dois vamos estar nas mesmas condições.

Ele entregou uma a Tiago, que examinou-a interessado, virando-a de ponta cabeça, testando-a pra ver se flutuava (e flutuava), e até girando-a nos dedos de um jeito que, se todos não tivessem se afastado ao mesmo tempo, podia ter arrancado o olho de alguém. De qualquer forma, Tiago colocou a vassoura por cima do ombro e sorriu.

- Vamos nessa.

Harry sorriu também. Entrou de novo no armário, pegou uma caixa lá dentro e abriu-a uns três dedos, só o suficiente para pegar o pomo lá dentro. A bolinha se contorcia em sua mão, desesperada para sair voando. Pegou também o apito.

- Quem pegar o pomo primeiro, ganha - disse Harry, colocando a própria vassoura por cima do ombro. - Certo?

- Claro - retrucou Tiago na mesma hora. - Isso vai ser fácil.

Os dois se dirigiram para fora do vestiário, seguidos por Sirius, Gina, Rony e Hermione. Remo se abaixou por um instante para amarrar aqueles cadarços irritantes dos sapatos, e quando se levantou viu que Sibila passava por ele. Ele notou, com considerável espanto, que ela olhava de um jeito muito sinistro e penetrante para Gina, que ia lá na frente conversando alegremente com Sirius, a pequena briga esquecida.

Remo apressou o passo, não ousando lançar sequer um olhar por cima do ombro para Sibila, e cutucou Rony no ombro, ansioso.

- O que foi? - perguntou ele, virando-se. Hermione também olhou para ele querendo saber o que era.

- Eu aconselharia que você tomasse conta da sua irmã - disse Remo em voz baixa. Rony levantou as sobrancelhas, visivelmente confuso, e olhou para Gina. - Não, o problema não é ela, é "ela".

Dizendo isso, ele indicou Sibila lá atrás, com um movimento leve da cabeça. Rony e Hermione olharam para trás, e o garoto arregalou os olhos. Realmente, olhando da frente, Remo notou, o olhar dela dava muito mais medo, mas ela parecia não notar a presença deles; seu olhar, dez vezes aumentado pelos óculos imensos, estava focado em Gina.

Rony estremeceu, olhou para a irmã e apertou o passo atrás dela. Nem interferiu na conversa dela e Sirius, mas ficou por perto, olhando vez ou outra por cima do ombro para Sibila. Hermione soltou um suspiro indignado.

- Essa mulher nunca foi normal, mesmo - ela sussurrou, cruzando os braços. - Sinceramente, ela parece que está querendo pular no pescoço da Gina.

- Eu diria que é muito mais do que isso - sussurrou Remo de volta. - Isso é ódio, mesmo. O que será que deu nela? Ela é estranha, mas nem tanto.

Bom, Remo não sabia o que havia de errado com aquela garota. Mas ele sabia que nunca se deve andar sem olhar para o chão. Aparentemente, Sibila estava tão concentrada em fuzilar Gina com os olhos que se esqueceu desse pequeno detalhe, e não viu uma pequena pedra no meio do caminho.

PLOFT.

Todos se viraram para ela, como se fossem uma só pessoa, e a viram estatelada no chão atrás deles. Era uma cena um tanto ridícula; Sibila parecia haver tentado evitar cair de cara no chão amparando-se com os braços, mas com certeza não funcionara. Ela tinha a cabeça praticamente enterrada no chão, os dois braços estendidos à frente com as mãos abertas, e uma das pernas para cima com o sapato pendurado em um dedo. Os óculos jaziam caídos a uns dois metros de onde ela estava.

Ninguém conseguiu se controlar. Nem Hermione, que Remo já aprendera ser uma pessoa que não ria fácil, conseguira conter a explosão de risadas que tomara conta de todos. Eles riam tão alto que uma porção de passarinhos levantou vôo, assustados com o barulho.

A única que com certeza não achara nenhuma graça naquilo tudo fora Sibila, que erguera a cabeça do chão indignada, a cara coberta de terra, cuspindo uma joaninha que entrara em sua boca junto com um punhado de grama. Isso só fez aumentar ainda mais o volume das risadas.

- PODEM RIR! - ela gritou, ligeiramente histérica, se levantando meio bamba do chão. - RIAM ENQUANTO PODEM, SEUS MÍSEROS MORTAIS!!!

Ninguém deu sinal de tê-la ouvido e, ainda às gargalhadas, foram para o centro do campo. Levou um tempinho para todos se acalmarem, mas quando Harry recuperou a capacidade de falar, pegou o apito, pendurado por um cordão, de dentro do bolso e entregou a Remo.

- Você apita, tá legal? - ele disse, ajeitando os óculos. - Se você é igual ao professor Lupin que eu conheço, eu sei que você vai ser imparcial.

- Pode apostar - disse Remo colocando o cordão ao redor do pescoço. Então ele teve uma idéia... que ia ser bem mais divertida. - Posso sugerir uma coisa?

- O quê? - perguntou Gina em voz alta, já que ela já subia para o alto das arquibancadas junto com Hermione.

- Espera um pouco senão você não vai ouvir! - exclamou Rony de volta. Gina fez um barulhinho de impaciência e ela e Hermione desceram para a primeira fileira, e a mais perto deles.

- Eu só acho que vocês simplesmente procurarem o pomo pelo campo vazio é muito fácil - disse Remo, dando um sorrisinho malvado. - Ficaria mais interessante se nós soltássemos um dos balaços.

- Mas não vai ter batedores pra afastar o balaço! - protestou Hermione lá do alto, com uma voz preocupada. - E se eles se machucarem? Lembra daquela vez no segundo ano, Harry?! - ela acrescentou olhando para o garoto.

- Aquilo foi completamente diferente, Mione! - retrucou ele. - Foi culpa do Dobby!

Remo olhou para Tiago e Sirius, que pareciam tão confusos quanto ele. Quem era esse Dobby, por Merlin?! Nenhum deles entendia nada quando aquele povo falava entre si. Mas Remo achou melhor deixar pra lá, assim como Tiago e Sirius.

- ... e além do mais, é muito fácil escapar dos balaços se não tem ninguém atirando eles em você - continuava Harry.

- Legal, estamos combinados? - interrompeu Tiago, quando Hermione tomou um fôlego particularmente grande pra falar. - Então vai ser um balaço só.

- Pode deixar que eu solto o pomo e o balaço - disse Rony pegando o pomo da mão de Harry.

- Eu acho melhor não - murmurou Remo, olhando para as arquibancadas. - É melhor você não descuidar da louca da Trelawney.

Rony olhou para cima também. Lá estava Sibila, se esgueirando para chegar por trás de Gina sem ser notada. Com certeza estava pensando em empurra-la dali de cima. Rony forçou o pomo na mão de Sirius e subiu as escadas para a arquibancada de qualquer jeito, recebendo olhares confusos das duas garotas, e de soslaio de Sibila.

- Bom... - Sirius olhou para o pomo que se debatia em sua mão. - Então tá, eu solto. Eu vou lá pegar a caixa com os balaços.

Sirius correu para dentro do vestiário, e um minuto depois voltou com a caixa nas mãos. O pomo não estava mais em sua mão; devia estar lá dentro também. Remo disse a Tiago e Harry que montassem nas vassouras.

- Pode soltar o pomo, Sirius - ele disse. Sirius pegou a bolinha e a lançou no ar, e ela saiu voando alegremente pelo campo. - E agora... solte um dos balaços, vai!

Uma das bolas pretas saiu zunindo perigosamente da caixa, girando furiosamente para todos os lados. Remo levou o apito rapidamente à boca, antes que aquela bola arrancasse a cabeça de alguém.

**(N/A: Uma das coisas de que eu me lembro no livro de Quadribol é que tem um feitiço em torno do campo que não deixa o pomo de ouro fugir. Também deve servir pro balaço.)**

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***TIAGO***

Mal o som agudo do apito encheu o campo, Tiago e Harry tomaram impulso e dispararam atrás do pomo; o problema era que aquela coisinha era muito rápida, ou seja, já tinha desaparecido. E aquela droga daquele balaço tinha escolhido Tiago como seu primeiro alvo.

Tiago se abaixou rapidamente sobre a vassoura, quando o balaço passou no lugar exato em que sua cabeça estivera e foi direto para cima de Harry. Tiago ouviu o garoto exclamar "Droga!" e aproveitou aquele instante pra procurar o pomo. Correu os olhos pelo campo, mas não viu um único relampejo dourado.

Harry vinha pra cima dele com o balaço bem atrás dele. Tiago já vira aquela manobra antes; era uma de suas preferidas. A uns dois metros dele, Harry mudou de direção bruscamente como Tiago sabia que ele faria, com a intenção de que a bola preta viesse direto nele.

- Vai precisar mais do que isso! - exclamou Tiago apontando a vassoura para o chão antes que fosse acertado. Chegou a sentir o balaço encostar em seus cabelos antes de cair como uma bala. Estava quase batendo no chão, mas girou a vassoura no último segundo e subiu de novo, enquanto a bola se esborrachava no chão lá embaixo.

- Caramba, Harry!!! - Tiago ouviu a voz de Rony berrar. - Ele sabe fazer a Finta de Wronski!!

- É, eu sei - gritou Harry de volta. - Mas agora não dá pra me impressionar!!

Claro que Harry não se incomodara em ficar esperando; aproveitando que o balaço estivera no encalço de Tiago, ele agora voava em círculos pelo campo. Tiago subiu uns quinze metros, um pouco acima de Harry. Apurou os olhos: finalmente um minúsculo relampejo de luz dourada, láááá embaixo, onde ele estivera. Que ironia.

Tiago desceu como uma bala de novo, seguido quase de imediato por Harry. Qual era a daquele garoto?! Como ele conseguia seguir tão de perto o que Tiago fazia? Era irritante! Tiago comprimiu o corpo contra a vassoura, que ganhou um pouco mais de velocidade. Estava quase alcançando o pomo...

Quase.

- Droga de balaço!!! - ele gritou, freando bem a tempo de o balaço não acertá-lo. Harry fez o mesmo, e se afastou rapidamente para a esquerda. Naquele segundo de distração, pomo tinha sumido de novo. Tiago olhou para Harry, mas com certeza ele não tinha visto nada, pois olhava de um lado para o outro. Tiago saberia se ele estivesse blefando.

Seus olhos capturaram aquele pequeno brilho de ouro, lá do outro lado do campo, perto de uma das balizas. Bem perto de onde Harry estava. Aahhhh, mas ele ainda não tinha visto. Quem sabe Tiago pudesse pegar aquele pomo sem que Harry entendesse o que estava acontecendo?

Girando para aquele lado, ele desviou desajeitado de um outro ataque do balaço antes de imprimir velocidade máxima à vassoura. Para seu azar, Harry não era nada bobo, e logo percebeu o que ele estava fazendo - e pôs-se a segui-lo em direção ao pomo. Ambos ergueram o braço - estavam QUASE chegando - ah, mas não era possível que ---

Tiago agarrou a bolinha dourada exatamente ao mesmo tempo que Harry. Não fora nem mesmo por cima da mão dele; um tinha pegado com a mão esquerda e o outro com a direita, de um jeito que parecia um gesto de reza.

- SOLTA!! - os dois disseram ao mesmo tempo, tentando arrancar o pomo da mão do outro, mas Remo apitou naquele exato momento.

- Vamos, desçam vocês dois!! - ele gritou lá embaixo. Sirius pegara o balaço com a ajuda de Rony e os dois lutavam para enfiá-lo de volta na caixa.

Tiago e Harry desceram, ainda segurando o pomo juntos e lançando olhares assassinos um ao outro, e saltaram das vassouras. Sirius tampou a caixa com um BAM alto e afastou a franja dos olhos para sorrir largamente para os dois. Gina e Hermione saltavam da arquibancada igualmente sorridentes.

- Me dá isso aqui de uma vez - disse Sirius abrindo as mãos deles à força e pegando o pomo de ouro, jogando logo depois dentro da caixa.

- HARRY!!! - exclamou Gina numa voz muito mais aguda do que a dela, pulando no pescoço de Harry.

- Como FOI que vocês conseguiram pegar o pomo ao mesmo tempo?! - perguntou Hermione, boquiaberta. - Eu nunca tinha visto uma coisa assim!

- É - murmurou Harry, meio sem ar por causa do abraço de Gina. - Foi inédito... *cof* Ei, Gina, espera!

- Harry, você é incrível!! - ela disse, soltando-o, o rosto vermelho, mas sem deixar de sorrir. Depois ela se virou para Tiago, que recuou. - Você também é muito bom, eu nunca tinha visto alguém ganhar do Harry sem trapacear.

- Eu digo o mesmo - disse Remo. - Nosso amigo Pontas era invicto...

- Pois ainda é - disse Harry em voz baixa, mas todos o ouviram. - É isso mesmo, ele não perdeu. Foi empate.

Ele olhava para o lado, como se estivesse revoltado consigo mesmo, por não ter conseguido ganhar. Harry com certeza queria muito ter ganhado, devia estar morrendo de raiva agora; assim como Tiago estava. Mas tudo bem... que tal dar o exemplo uma vez na vida, Tiago Potter?

Tiago engoliu o orgulho e ergueu a mão. Harry olhou pra ele com uma sobrancelha erguida.

- Você é muito bom mesmo - disse Tiago sorrindo sinceramente. - Nunca achei que alguém conseguisse empatar comigo.

Harry olhou de Tiago para a mão erguida e de novo para Tiago. Pela primeira vez desde que haviam se encontrado, Harry abriu um sorriso de verdade, e apertou a mão dele com força.

- Quer dizer que vocês não vão discutir? - perguntou Sirius.

- E nem jogar comentários mordazes um para o outro? - perguntou Remo.

- E nem se matar com os olhos? - perguntou Sirius.

- E nem tentar se matar de verdade? - perguntou Remo.

- Acho que não - disse Harry erguendo a sobrancelha.

- Aaaaaaahhhhhhh - disseram os dois ao mesmo tempo, e Tiago percebeu que eles estavam de zoação. - Tava ficando divertido!