Os Oito Dragões - A Terra dos Vales
Capítulo 3 - Entre a Linha do Amor e do "dio
-Gina!!! - Draco gritou espantado, ao mesmo tempo que sentia uma grande surpresa em vê-la ali, golpeada no lugar de Hermione, sentiu um grande arrependimento.
Gina o fitou de olhos arregalados, depois os fechou e caiu no chão, com uma esfera de luz alaranjada caída de um lado e sua espada banhada a ouro do outro. Com um esforço ela abriu a mão que estava fechada mostrando um sinal de vida, e os olhos, fitando piedosamente Draco. Ele sofria uma das piores dores que havia sentido em sua vida ao vê-la ali, sem qualquer força, lançando aquele olhar de piedade. Havia sido golpeada em seu estômago, e tinha muito sangue ao seu redor. Draco imediatamente arrancou um pedaço de sua capa negra, enrolando-o na barriga de Gina para que ela parasse de sangrar, ele não sabia se aquilo que fazia era certo, deveria deixá-la morrer, ela era um dos principais membros do grupo rival de Dragões.
-Você fez isso comigo? - ela perguntou surpresa, sua voz mais parecia um gemido no chão - Quando você falou que seria capaz de me matar foi realmente... Eu também disse isso, mas da boca para fora...
Na mesma hora essas frases começaram a pipocar na cabeça de Malfoy.
"Então morra, pois eu faço questão de matar você na hora em que a guerra dos Dragões estourar." - sua voz ecoava em sua mente de algum lugar do passado.
"Não se eu não te matar primeiro." - respondia a voz de Gina.
-Não, não, não! Não era verdade o que eu dizia também, era tudo da boca para fora, assim como o que você disse. - ele respondeu colocando a mão sobre os olhos e enxugando uma lágrima.
-Então por que você fez isso comigo agora? - ela perguntou em tom de acusação.
Draco que estava ajoelhado a sua frente aproximou mais o seu rosto do dela, gostava de ver seus olhos castanhos próximos aos seus acinzentados.
-Eu não queria fazer isso com você, nunca faria, ia matar Hermione, que de repente virou você e não entendo mais nada do que aconteceu... - ele resmungou com seu olhar vago e de arrependimento.
-Então ia matar Hermione? - Gina perguntou em um tom irônico, sua voz ainda saia fraca - Sempre foi um assassino mesmo, não foi? Por isso que queria nunca mais te ver, sempre estar longe de você...
Draco não tinha palavras, apenas começou a acariciar o rosto de Gina, que carregava piedade e dor no olhar. "O que devo fazer de minha vida? Ela é um Dragão do Paraíso, eu sou um Dragão da Terra, tenho que terminar de matá-la, sua morte significa a Guerra estar quase vencida no lado dos Dragões da Terra. Mas não posso, ao mesmo tempo a amo tanto que não sou capaz de encostar um dedo nela e tenho vontade de usar meus poderes de cura. O que faço?" - Draco passava por um grande conflito interior.
-Você é mau... - murmurou Gina - Você matou Gregory, você ia matar Hermione... Você me matou agora, sinto minha vida se desvanecer, retirada por suas mãos... Você é um assassino.
-Me perdoe. Eu sinto muito por tudo que fiz e você não gostou, o máximo que posso pedir são desculpas. - ele abaixou mais a cabeça e bateu a mão no chão, caindo num choro que os Malfoys jamais deixavam transparecer - Me perdoa?
-Perdoar...? - Gina perguntou fechando os olhos.
-Gina! Gina! - Draco se desesperou, lágrimas não paravam de brotar em seu rosto.
"Ela não pode morrer sem me perdoar! Ela tem que me perdoar!" - logo sentiu a pulsação dela "Ela só dormiu..." - sentiu-se aliviado, mas ainda tinha um grade dilema interior para enfrentar, curaria Gina, ou não? Ele olhou mais profundamente no rosto de Gina, ele conseguia lhe trazer mais boas lembranças do que más.
Draco lembrava-se do início do namoro frustrado quando marcavam encontros, no jardim de Hogwarts num local que tinha as árvores mais fechadas e chegava a parecer um bosque, tirando as paredes da escola, um lugar que poucas pessoas iam e Gina já havia tido como um lugar deles. Lá estavam juntos, sem dar satisfação a ninguém, afinal poderiam fazer o que bem entendessem de suas vidas sem ninguém dar palpite. Gina gostava tanto de estar na companhia dele, às vezes ele era tão chato e desagradável que a fazia rir de sua chatice, e um dos motivos pelo qual ele mais gostava dela era ela sempre rir delas. Mas depois que descobriram que eram Dragões inimigos tudo desabou, eles não poderiam ficar mais juntos, sem satisfações, esquecer do resto do mundo, afinal, ele estava em suas mãos, estavam em lados inversos, nunca dariam certo, nunca poderiam dar certo juntos. Depois disso tudo se tornou apenas dor e sofrimento, frustração e uma grande obsessão.
Teria que escolher naquele instante entre a vida e a morte da pessoa que mais amava, talvez a única que realmente amasse. Isso era a coisa mais dolorosa que tinha que fazer até aquele momento em sua vida.
Hermione em um tempinho que ficou em silêncio, viu Harry adormecido, deitado na grama ao lado de Rony. Ele deveria estar realmente cansado, tudo que havia acontecido com ele foi pior do que o que aconteceu a ela, que mesmo cansada não conseguiria nem pensar em dormir com Rony naquele estado ao seu lado. Ela não parava de fitar o rosto de seu amado, que ainda tinha alguns arranhões, com esperança de que ele acordasse e sorrisse para ela... Quando estava mais envolta nesses pensamentos viu os olhos castanhos dele se abrindo aos poucos, Rony parecia estar assustado, olhou para o céu estrelado e se sentou com um certo esforço e dando um gemido, depois olhou melhor a sua volta: Harry dormia, e do outro lado via Hermione ajoelhada, ao vê-la arregalou os olhos assustado, lembrava-se apenas de estar duelando com Pansy por causa da Esfera, e ter levado muitos golpes, depois tudo ter se apagado. Então ele chegou a conclusão de que havia perdido a Esfera, se desesperou:
-A Esfera, onde ela está? - ele começou a olhar mais aflito em volta - Não acredito que perdi a Esfera para a Parkinson!
Com os gritos de Rony, Harry acordou e se ajoelhou, sorrindo ao ver o amigo bem. Hermione não sabia o que dizer para confortá-lo, ele devia estar se sentindo verdadeiramente mal por ter perdido sua Esfera, além do mais para Pansy, então ela resolveu abraçá-lo e acariciar seu cabelo, dando seu calor como conforto para o amado, que pareceu acalmar-se um pouco.
-Está tudo bem agora... - Hermione falava com Rony como uma mãe, o garoto chegou até a se sentir nos braços de Molly.
-Mas eu perdi para ela... - lagrimas começaram a brotar no olhar de Rony - Me sinto um fraco...
-Não fique assim. - Harry disse levantando-se - Você não deve permanecer caído no fim de cada batalha, sim manter-se de queixo levantado e enfrentar as próximas que vierem, para poder vencer a guerra.
Rony sentiu-se muito confortado com as sábias palavras do amigo, novamente sentia-se bem no braço de seus melhores amigos, eles sempre tinham palavras de conforto para sua alma nos momentos mais complicados, e quase sempre o compreendiam, se Rony estivesse entre os Dragões da Terra e tivesse perdido sua Esfera já estaria mais arrasado e seria humilhado pelos companheiros. Harry se agachou ao lado do amigo, que o abraçou juntamente de Hermione, os três se manteram abraçados por um tempinho depois se separaram, Rony estava emocionado, assim seus grandes amigos o fizeram sentir-se.
-Nem sei o que seria de mim sem vocês. - ele disse enxugando algumas lágrimas que escapavam - Desde sempre vocês me mostraram o verdadeiro valor da amizade, mesmo se houver brigas, sempre conseguirei perdoá-los, sinto como se vocês fossem da minha família. - Rony olhou para Harry - Você é como se fosse um irmão para mim, sinto mais você como um irmão até mesmo do que Fred ou Jorge. - depois ele olhou para Hermione - Bem, você sabe o que significa para mim.
Os dois aproximaram lentamente mais os seus rostos, e deram um beijo com sabor de saudade, um dos mais apaixonados de todos, o vento gelado que sempre batia quando se beijavam parecia estar mais frio ainda, mas só o calor da união dos dois fazia o frio desse vento se anular imediatamente.
O único que não se sentia bem ali era Harry, que ao ver aquela cena lembrou-se de sua amada Luna, sentiu seu coração doer, a distância causava isso, precisava tê-la em seus braços, mas logo seus pensamentos foram cortados, quando Rony se separou de Hermione e perguntou:
-Mas como estou aqui, com vocês dois? Pensei que em uma hora dessa estaria morto.
-É uma longa história. - respondeu Hermione.
-Vou contá-la desde o começo... - Harry contou tudo novamente, até chegar na floresta, pegar Rony e levá-lo até onde estava - Agora estamos aqui. - ele completou.
-O que será que aconteceu com minha irmã? - Rony perguntou preocupado - Precisamos fazer algo imediatamente - tentou levantar-se, mas caiu sentado novamente, os cortes ainda não haviam sido completamente curados.
-Não deve levantar! - Hermione bronqueou - Está em cicatrização, deve ficar em repouso!
-Desse jeito vai se tornar a nova Madame Pomfrey. - resmungou Rony - Preciso levantar, minha irmã pode estar nas garras daquele Malfoy.
-Digamos que se ela não foi golpeada, saberá muito bem se livrar das garras de Malfoy. - Hermione disse séria - Afinal, ela já é bem grandinha, e já se livrou dele uma vez, lembram-se quando ela o trancou com dois Bichos-Papões num armário?
Rony e Harry assentiram com a cabeça, sem abafar um riso.
-Draco deve ter sofrido muito com dois Bichos-Papões. - Rony disse entre risos.
-Pois é. - concordou Harry.
-Foi uma boa lição para ele, e aposto que Gina vai lhe dar outra delas! - Hermione disse firme.
-Ãhn?! - exclamou Harry - Senti a minha Esfera me chamar!
Ele fechou os olhos, a luz azul que era o radar de suas Esfera estava muito próxima, ao abrir os olhos Harry percebeu que deveria seguir nas margens do rio, não muito longe dali encontraria sua Esfera, e era melhor ele ir depressa, a qualquer instante poderia surgir Mark para acabar com sua felicidade.
-Preciso seguir, minha Esfera está próxima. - Harry parecia aflito - Ela me chama, estou sentindo uma grande ansiedade dentro de mim...
-Então vá Harry, eu fico cuidando de Rony. - Hermione disse preocupada.
Harry estava estranho, um brilho azulado saia de seu olhar, a presença da Esfera parecia possuí-lo.
-Pressinto o perigo, devo ir rápido. - ele virou de costas para os amigos.
-Até mais! - Rony disse fazendo um sinal com a mão.
-Tchau, Harry! - Hermione parecia aflita.
-Agora tenho que ir. - Harry disse virando a cabeça para eles, seu olhar parecia de raiva, ele estava mesmo estranho - Tchau!
Harry deu um grande salto, depois saiu correndo, sua espada embainhada em suas costas, estava sem sua capa cinzenta, da qual Rony encontrava-se deitado em cima. Pouco tempo depois Harry sumiu de vista assim como os limites do rio. Rony deitou-se novamente, parecia cabisbaixo.
-Estou me sentindo um imprestável, queria poder ajudar Harry em sua busca. - ele disse em um gemido.
-Não precisa se preocupar. - Hermione sentou-se mais próxima dele - É uma busca dele, então ele não está em desvantagem sozinho.
-Ah, Mione! Você não precisava ter ficado comigo, devia ter ido com ele, eu poderia me virar sozinho aqui. - Rony havia ficado emburrado.
-Seu bobo! - Hermione bateu carinhosamente o dedo no nariz dele - Você acha que te deixaria sozinho em perigo para ajudar Harry? Nem que comprometa a Guerra dos Dragões.
-Eu te amo. - Rony declarou antes de levantar um pouco o rosto e tocar seus lábios no de sua amada.
-Que cena tocante! - Rony e Hermione conheciam bem aquela voz.
Os dois se separaram e olharam para a pessoa que interrompeu a cena.
-Pansy... - Hermione resmungou com raiva.
-...Cho e Mark! - completou Rony, afinal os dois estavam ao lado da pessoa que havia interrompido o beijo dos dois.
Os três Dragões da Terra encontravam-se ali, com um olhar irônico perante os dois, que haviam se surpreendido com a chegada deles.
-Está na hora de acabar com vocês. - Pansy disse com seu sorriso mais irônico do que nunca.
Draco tinha sua amada ainda desmaiada em sua frente, ela respirava e estava ficando roxa por causa do frio, tremendo levemente. Ele não poderia deixá-la morrer, o sangue continuava saindo e sujando o pano que ele amarrou nela, que iria morrer se perdesse mais sangue e continuasse no topo daquela montanha, que ao pôr do sol se tornava mais gelada, poderia ficar doente e piorar seu estado.
-Não posso deixar que isso aconteça! - Draco resmungou, ainda entre suas lágrimas. "Não posso deixar que a única pessoa que realmente me amou morra assim, mesmo que ela brigue e vá embora depois, pelo menos não vai morrer pelas minhas mãos."
Ajoelhou-se em frente ao corte no estômago de Gina e colocou suas mãos a poucos centímetros de distância dele, se concentrando em sua magia, pouco tempo depois vibrações de luzes esverdeadas saíam de suas mãos, indo diretamente para o corte de Gina. Em seguida Draco tirou o pedaço de pano que havia amarrado em cima do corte, que ainda tinha um risco vermelho. Draco fechou os olhos e se concentrou novamente no corte, lançado mais vibrações mágicas, a luz esverdeada se concentrou no corte fazendo-o ficar menos feio, tornando-o uma grande cicatriz. Gina parecia respirar mais tranqüilamente, não tinha mais dificuldade como estava tendo antes, mas ainda tinha dor em sua expressão do rosto.
Ele tinha que levá-la para baixo daquela montanha, pegou uma de suas cartas de magia escreveu algo apenas com o dedo nela, fazendo a palavra escrita brilhar com aquela luz verde água. Em seguida pegou Gina no colo e jogou a carta para o alto. Uma luz verde água envolveu os dois, que desapareceram na mesma hora, Draco nem havia visto que a Esfera e a espada de Gina, que pretendia deixar para trás, também foram envolvidas pela luz e levadas, pois já faziam praticamente parte de Gina.
Logo Draco se via na parte de baixo da montanha, olhou para cima, poderia ter deixado tanta coisa para trás se a deixasse morrer lá em cima. Nem havia visto que a Esfera e a espada estavam ao seu lado. Em seguida entrou numa pequena gruta que ficava alojada na montanha, acendendo a ponta de sua varinha e iluminando bem o lugar.
Era pequeno, redondo, fechado e bem mais quente do que no topo da montanha, Gina que estava mais branca por falta de sangue até havia ficado mais corada. Quando Draco a deitou numa espécie de elevação que era lisa e dava para ser usada como cama, acabou fazendo com que ela se sacudisse e acordasse, abrindo lentamente os olhos e o fitando assustada.
-Draco?... - ela resmungou sem forças.
-É o que vocês vão ver! - Hermione disse muito irritada - Os únicos que vão acabar mal aqui são vocês três!
Rony usou toda força que tinha para se levantar, e quando já estava em pé lançou um olhar fulminante para os três, que responderam com seus olhares frios.
-Olha, o torto está em pé... - debochou Mark.
-Eu estou muito bem! - Rony disse se desequilibrando e colocando a mão no ombro, que doía.
-Oh, gente! - Pansy disse ironicamente com uma voz meiga - Ele ainda está malzinho por causa da liçãozinha que dei nele.
-Quem vai ter uma lição agora é você! - Hermione desembainhou sua espada.
-E vocês vão ver minha força! - Rony disse convicto - Accio Espada!
A espada de Rony que estava perdida no meio da floresta saiu voando dentre as árvores, mas chegou tão rapidamente até Rony que ele não teve tempo de pegar e ela acabou batendo na testa dele, ao invés de se encaixar em sua mão, fazendo com que Rony caísse desmaiado novamente. Ao ver essa cena Pansy lançou um olhar debochado para Mark, depois para Cho, que em seguida caíram na risada.
-Rony! - Hermione gritou correndo para ver como ele estava. Estava bem para quem tinha levado uma pancada na cabeça.
-Se essa é toda a força dele, qual será a força dela? - Pansy disse irônica.
-Vai ser muito fácil derrotá-la também. - Cho debochou.
-Esse Rony é patético. - Mark disse com seu risinho, que era completamente sem sentimentos - Sempre achei.
-Vocês vão ver só! - Hermione disse levantando-se muito brava.
-Eu não vou ver nada. - Mark disse lançando seu olhar gelado a Hermione, que estava ainda mais gelado naquele instante e com um brilho semelhante ao de quando Harry seguiu atrás de sua Esfera.
-O que houve Mark? Seu olhar está estranho. - Cho perguntou com um tom de preocupação em sua voz.
-Minha Esfera. - ele respondeu olhando para onde seguia o rio, que era para onde Harry havia seguido - Não terei tempo para me divertir com essa Sangue-Ruim agora, desculpe garotas, tenho que ir!
-Vá e derrote aquele patético do Potter! - Pansy disse animada - Eu e Cho damos um jeitinho nessa Sangue-Ruim metida a besta...
-Me respeite! - bronqueou Hermione.
-Para quê eu ia respeitar uma aberração? - Pansy perguntou irônica.
-Você vai ver agora! - Hermione correu até Pansy e bateu sua espada na dela, que ela havia desembainhado rapidamente.
Enquanto elas começavam a briga, Mark seguiu por seu caminho na beira do rio, dando saltos largos como Harry.
-Calma... - Pansy disse aproveitando o choque de suas lâminas para afastar a espada de Hermione - Antes você vai lutar com Cho, ou prefere lutar com as duas ao mesmo tempo?
-Não faz diferença, vou acabar com as duas de qualquer modo! - Hermione disse encarando-a friamente.
-Então vou sentar naquela rocha e ver Cho acabando com você, tudo bem? - Pansy perguntou em um tom sério.
-Chega de ladainha, pois posso mudar de idéia. - Hermione tinha raiva no tom de voz - Tenho todo motivo para querer cortar você em cubinhos!
Pansy não respondeu nada, apenas deu um salto para uma rocha próxima as duas. Hermione apontou a espada para Cho, que desembainhou a sua e apontou para Hermione.
-Pensei que você estaria morta, não pode negar que Gina lhe deu uma bela lição, pelo que Harry me contou. - agora Hermione quem tinha ironia no tom de voz.
-Ela me fez apenas cócegas. - Cho deu um sorriso de desdém.
-Então vou te fazer "cócegas", bem piores. - Hermione deu um sorriso mais arrogante ainda - Mas antes vai me contar como está viva ainda e como chegou até aqui.
-Ora, quando cai de cima do vulcão não morri, apenas desmaiei com o impacto. Depois quando acordei segui as pegadas de Gina, que surpreendentemente foram em direção do Vale do Gelo. Após chegar lá encontrei Mark inconsciente no moinho, o despertei e seguimos as pegadas de Harry e Gina, chegando na floresta e salvando Pansy de uma árvore que prendeu a inútil com seus galhos. - Cho teve desprezo no tom de voz ao falar o que aconteceu com Pansy.
-Hei! Não precisa falar de meus fracassos e não se refira a mim dessa maneira! - Pansy resmungou a Cho.
-Mas o que ela disse é verdade, inútil. - resmungou Hermione.
-Não me faça perder a calma, Sangue-Ruim! - Pansy disse se levantando, e também levantando seu tom de voz.
-Sou mestiça mesmo, e com muito orgulho! - Hermione disse estufando o peito.
-Pena que vá morrer agora. - Cho disse avançando em Hermione com sua espada sem avisar, e quase a pegando se ela não tivesse bom reflexos.
-Desculpe, mas o meu problema não é com você. - Hermione disse tirando sua varinha do bolso e apontando para Cho - Estupefaça!
Cho caiu imediatamente inconsciente no chão.
-Você não cumpriu nosso trato! - Pansy levantou de cima da rocha e saltou até em frente Hermione - Não tem palavra?!
-Não com você. - Hermione deu um sorriso glorioso e lançou um olhar tão frio quanto o de Mark à ela.
-Vai se ver comigo... Sua vaca! - Pansy gritou descontrolada.
-Quem vai se ver comigo é você, chegou a hora de nosso acerto de contas. - Hermione apontou sua espada para Pansy, com seu sorriso glorioso no rosto.
-Gina, você acordou! - ele exclamou com um sorriso sincero de alegria em seu rosto - Como se sente?
-Eu não morri? - ela perguntou se sentando com um gemido colocando a mão no lugar aonde havia sido feito o corte, que já estava cicatrizado - Ai... Ainda dói por dentro... Mas você tirou a maioria da dor...
-São cortes internos. - Draco respondeu sentando-se ao lado dela, ainda segurava sua varinha para iluminar o lugar - Mas logo não doerão mais nada.
-Não tem alguma tocha para você acender e iluminar melhor esse lugar? - ela perguntou olhando para a varinha na mão de Draco.
Draco usou de sua magia da varinha, acendeu um pedaço de madeira, e com outra magia fixou na parede. Logo o ambiente estava bem iluminado, com uma luz laranja e inconstante que subia e abaixava de tom por causa do vento que batia no fogo. Draco sentou novamente ao lado de Gina, que ainda o fitava assustada.
-Por que me olha assim? - Draco perguntou a ela com um tom doce, que era muito raro sair de sua boca.
-Você me dá medo... - ela exclamou abaixando sua cabeça e não olhando para ele - Me lembro perfeitamente do que você fez, do que conversamos antes de eu ficar completamente inconsciente.
-Se lembra? - Draco perguntou preocupado.
-Perfeitamente. - ela respondeu olhando-o profundamente nos olhos - Lembro perfeitamente que ia matar Hermione, e graças ao Amuleto dos Desejos me colocou no lugar dela bem na hora de ser atingida... Duvido que se a acertasse você a curaria, ela estaria morta agora.
-Estaria mesmo. - Draco assentiu, não conseguia mentir nesta questão.
-Você é muito mau... - Gina abaixou novamente a cabeça - Nem tenho força para brigar com você, não tenho vontade. Você nunca vai mudar... É mau por natureza, gosta de ver sangue. Aposto que teria prazer em matar Hermione, só não teve prazer em me ver quase morrer e me curou porque me ama.
-Não posso descordar de suas palavras. - Draco abaixou a cabeça - Gostaria apenas que você respondesse a pergunta que fiz antes de você desmaiar: me perdoa?
-Não. - Gina respondeu subitamente, sem a mínima dó nem piedade de Draco.
Ele sentiu-se quebrado, e no rumo que as coisas iam nunca conseguiria o perdão dela, nunca conseguiria tê-la, e o seu futuro de qualquer modo traria a infelicidade para ela, principalmente se fizesse a Purificação. Lágrimas brotaram nos seus olhos, lembrava-se da frase de seu pai que sempre seguia: "Homens não choram, principalmente Malfoys", mas de modo algum conseguia segurar suas dolorosas lágrimas.
-Está chorando, Malfoy? Achei que não tivesse sentimentos. - Gina disse essas palavras em tom desprezível, Draco sentiu seus pedaços no chão serem pisoteados e se tornarem pó, nunca achou que seria tão humilhado por Gina.
-Não, não estou chorando! - ele retrucou em tom de choro, tentando enxugar as lágrimas.
-Ah, claro! Me esqueci que Malfoys não choram e-
-Chega! - ele a cortou bravo - Será que não pode fingir que tudo está bem entre nós enquanto descansa aqui? Sabe que tenho sentimentos, e o mais quente deles é o que floresce no meu coração quando a vejo e quando a tenho por perto... Respeite isso, quem parece não ter sentimentos agora, é você.
-Eu te odeio, Malfoy. Esse é o sentimento que tenho ao seu respeito. - após essa frase Draco desabou em mais lágrimas, encostando sua cabeça em seu braço apoiado no joelho.
-Por que acha que te curei? Porque te amo. - ele levantou a cabeça e a encarou com seus olhos molhados por tantas lágrimas - Sabia que você ia me maltratar, mas tinha esperança de que pudesse me perdoar. Você quem parece não ter coração aqui.
-Sabe que tenho coração, mas não consigo perdoar um assassino. - Gina continuava fria.
-Sou um assassino mas você me ama. - Draco tinha raiva no tom de voz agora - Você finge me odiar, mas me ama.
-Eu não finjo! Eu te odeio, porque te amo! - Gina jogava as palavras na cara de Malfoy - Saiba que você é apenas minha doença, uma doença infeliz, uma doença mortal, que me corrói mais cada vez que o vejo, que só me faz sofrer.
-Você também me deixou doente, já cheguei a pensar em abandonar meu destino para tê-la ao meu lado, mas ele é maior do que isso-
-Se querer matar mestiços e trouxas é um sentimento maior do que o nosso amor, você realmente não me merece. - Gina estava séria.
-Eu realmente não te mereço, mas te amo, você é meu karma! - Draco levantou e colocou a mão sobre o rosto, estava com raiva, já não mais chorava.
-Não, não sou, você quem é o meu!
-Devia ter a deixado morrer! - Draco olhou com ira para ela.
-Nunca teria coragem. - Gina respondeu subitamente. - Sua resposta me fez novamente cair em nosso amor, você não percebe que não há como? Nós nos amamos, e não deveremos resistir à nossa atração.
Draco sentou-se novamente próximo a ela e segurou seu queixo, quando aproximou seu rosto ao dela ela murmurou algo:
-Não faça isso... Não quero que aconteça de novo... - ela quem começou a chorar agora, lágrimas suaves e assustadas - E novamente você me faz chorar... Mas dessa vez há uma compensação, vi lágrimas de seus olhos!
-Esqueça, Gina. - Draco a encarou mais profundamente - Mesmo que nos separemos depois e nunca mais olhemos um na cara do outro estamos necessitando de amor agora, e ninguém pode mudar nem impedir isso, muito menos nós mesmos.
-Eu não posso. - ela disse tentando se afastar do rosto dele que se aproximava novamente ao dela, mas não conseguindo impedir seus próprios sentimentos e permitindo.
Os dois tinham os seus lábios juntos novamente, um não conseguia ficar muito tempo sem sentir o sabor daquele beijo. O vento gelado que sempre batia quando se beijavam bateu novamente, mas em seguida o calor do amor os aqueceu, sentiam-se confortáveis, sentiam-se um só novamente. Mas Gina não permitiu que aquele beijo continuasse, todo sentimento que tentava esconder nos cantos mais obscuros de seu coração novamente vinham à tona, novamente se demonstravam fazendo Gina sofrer, fazendo-a sentir-se usada por Draco.
Ele se sentia muito bem, a amava e não se importava de estar com ela naquele instante. Mas sabia que quando se separassem sentiria-se arrependido e idiota de não ter resistido a ela novamente. Mas ao ela afastar seus lábios dos dele, ele não resistiu e beijou seus lábios novamente, ela não impediu, e os dois deitaram-se naquela espécie de cama de pedra. O amor dos dois já havia crescido tanto que eles não conseguiam se segurar.
A linha entre o amor e o ódio para os dois era realmente estreita, há um minuto Gina o odiava, mas agora não resistia ao amor dos dois. Eles afastaram seus lábios novamente e Draco sorriu para ela.
-Obrigada por não me deixar morrer. - Gina não conteu contribuir aquele sorriso, sorrindo para ele também - Não deveria agradecer, mas...
-Isso quer dizer que me perdoa? - Draco perguntou com o sorriso crescendo.
-Não bem isso, estou apenas te agradecendo. - Gina respondeu - Agora chega desse assunto.
-Vamos falar de uma coisa mais interessante. - Draco segurou o cabelo de Gina e a beijou novamente - Você sabia que te amo?
-É mesmo? - Gina perguntou sorrindo - Não é nenhuma novidade, você sabe que eu te amo também.
Dessa vez Gina subiu um pouco o rosto e beijou Draco. Aproveitava aquele momento, se arrependeria depois, mas já estava a muito tempo sem ver Draco dessa maneira. Toda vez que o encontrava o encarava e ia embora, senão isso poderia acontecer, e estava acontecendo. Os dois não resistiam ao amor, os dois não conseguiam... Sentiam-se um só, já não mais se controlavam... Os dois estavam juntos embaixo de suas capas cinza e preta.
Aquela noite Gina foi de Draco Malfoy.
"Claire... A verdadeira 'Criança dos Céus' não é quem você pensou que fosse..."
-Quem está aí? - Claire encontrava-se no meio das ruínas de Londres, a voz de uma mulher ecoava no céu.
"Sua profecia está errada. A Criança dos Céus não pertence a qualquer grupo de Dragões, ela não foi despertada ainda, e ao mesmo tempo que é a Criança dos Céus, é a Criança da Terra, ela pode escolher a que grupo pertence."
-Como assim? - Claire parecia espantada.
"Sua antiga profecia está errada, você não soube ser uma verdadeira Contempladora dos Sonhos."
-Quem está aí? - Claire deu um giro olhando em volta, a voz ecoava em sua mente, não adiantava olhar para lugar nenhum.
Mas ao ela olhar para trás viu a figura de uma mulher alta, tinha cabelos castanhos e longos, olhos azuis, seu rosto era fino como o de uma raposa, seu olhar era de confiança como o de um cão de caça, era muito bonita. Ela olhava docemente para Claire, que não entendia.
-Sou eu quem estava ecoando aquela voz em sua mente. Tive que entrar em seus sonhos do lugar em que estava para lhe alertar que você estava errada. Não posso lhe falar quem é a Criança dos Céus, que também pode ser a da Terra, mas posso dizer que ela é uma só, e não são duas pessoas como você imaginou. - a voz da mulher era muito bondosa e meiga.
-Eu jurava que as duas crianças eram Harry e Mark. - Claire estava surpreendida - Esses eram os sinais da Criança dos Céus e da Terra que eu via em meu sonho.
-Segundo sua profecia uma Criança dos Céus, vai despertar o seu Dragão entre os do Paraíso, esse já é seu primeiro erro. Depois você já profetiza essa Criança como líder dos Dragões do Paraíso e diz que ela é de sangue não-nobre. Realmente a Criança dos Céus acha que não é sangue-puro. - a mulher já não tinha uma expressão bondosa no rosto - Essa sua conclusão atrapalhou muita coisa, e os Dragões da Terra já descobriram que ela não é verdadeira.
-Como eles descobriram? - Claire perguntou indignada.
-Digamos que eles não saibam disso ainda, mas Narcisa já arrumou uma Contempladora de Sonhos e ela já está agindo. - a mulher estava realmente preocupada - Fique sossegada que eu estou do lado dos Dragões do Paraíso, estou lhe contando isso para ajudar.
-Então quer dizer que a minha conclusão da Criança da Terra ser Mark e estar entre os Dragões da Terra, também está errada? - Claire estava verdadeiramente preocupada com aquilo.
-Sim, está errada. - a mulher olhou em volta - Agora tenho que ir, fique mais atenta, tenho uma dica para que descubra quem é a Criança dos Céus verdadeira: ela está mais próxima de Harry, aqui na Terra, do que você imagina.
-Espere, o que essa Criança pode fazer? - Claire perguntou preocupada.
-Simplesmente toda essa busca pelas Esferas vai se tornar em vão com sua existência. O lado que ela escolher vai ser vencedor, ela pode controlar as Esferas. Agora tenho que ir, adeus! Ah, e chame essa pessoa de 'Criança Predestinada'...
-Espere, quem é você? - Claire perguntou rapidamente, mas a mulher desaparatou antes mesmo dela terminar a última palavra.
"Que vergonha..." - Claire disse para si mesma. "Sou uma grande fracassada, essa mulher me humilhou me contando tudo isso agora. Cometi um erro fatal em minhas profecias... Como isso foi acontecer?"
"Como isso foi acontecer?" - Claire acordou e sentou-se em seu confortável colchão do subsolo do Ministério da Magia.
"Princesa, o que aconteceu?" - Melina perguntou segurando no ombro de sua ama.
"Eu fracassei..." - ela ecoou em um tom triste na cabeça de suas amas.
"Como fracassou?" - Helena perguntou em um tom confortador "A senhora não deve ter fracassado, estava dormindo, seja o que for foi um sonho..."
"Foi um sonho que me fez descobrir um grande fracasso meu." - Claire estava realmente arrasada. "Um erro comprometedor."
"Comprometedor?" - Melina perguntou curiosa.
"Tenho que descobrir quem é a verdadeira Criança Predestinada!"
No Próximo Capítulo...
Hermione não agüenta mais ver Pansy em sua frente... chega a hora delas acertarem suas contas. Harry encontra sua Esfera, mas quem disse que será fácil pegá-la? Draco e Gina continuam entre a linha do amor e do ódio. E Luna também tem seus problemas na Terra... Mais mistérios, mais surpresas... mais muitas coisas! Não perca!
N.A: Oi gente! Tudo bem? Espero que sim! Gostaram desse capítulo? Comentários e reviews!!!! Falem quem vcs acham q é a verdadeira "Criança Predestinada". Os agradecimentos dos reviews vão para: Lina e Alícia Spinet , desculpa mas eu nõ tive msm tempo p responder :( Valeuuu!!! Mas caprichem mais no próx cap, mandaram mto pouco review!
Victor Ichijouji (cheio de pressa, dessa vez vcs não tem q me aguentar falando mto)
