DISCLAIMER: Eu não possuo Harry Potter. O que é uma pena... *sorrisinho maligno*

Nota da Autora: Legilimency é o contrário de Occlumency, aquilo que o Snape tava tentando fazer o Harry aprender. Eu traduzi como legilimencia... se alguém souber a versão certa, me avise, por favor, porque eu dei um chute às cegas O.o

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Para Laís: É impressionante como ninguém gosta da Cho XD Eu vou começar a fazer H/G nesse capítulo. Vai aos pouquinhos, mas devagar se vai ao longe! E o Sirius vai sofrer uma desilusão, tadinho... tô até com pena dele. Bom, nem tanto ^_^ E brigadão pelo "minha escritora favorita"! Tô até me sentindo importante ^^

Para Dani Lupin: Eu vou fazer uma "isca" de Remo/Mione... heheh... a Mione não sabe o que a espera! ;-D E pode deixar, foi até bom a sua review me dar uma sacudida. Me fez pensar direito ^_^ E eu não sei usar html, então acho que eu vou continuar do jeito que tá, com aspas e caps lock... já dá pro gasto.

Para Deby Padfoot: O Draquinho vai aparecer nesse capítulo, graças a Deus. Eu tava sentindo a falta dele! O Snape só vai aparecer na 'segunda', e como eles ainda tão no 'sábado'... mas, falando na Cho. Já ouviu dizer que depois da tempestade vem a bonança? ^_^ Ela vai provocar alguma destruição, mas tudo está bem quando acaba bem.

Para Helena: Abaixo a Changalinha! Xô Chang! =P Ela ainda vai sofrer nas minhas mãozinhas...

Para Karen13: *_* Quantos elogios! Sabe que uma review dessa me deixa sorrindo pro resto do dia, né?! Brigada, brigada! ^___^ Consegui fazer mais alguém gostar da Sibila, que façanha... ainda bem que os personagens não ficaram tão OOC quanto eu achava, obrigada mais uma vez!

Para Tathi: Como a Karen13 (aí em cima) disse, a Gina tá com TPM, ela tá alterada, com vontade de cortar o pescoço de uma certa galinha... e ela fica meio desvairada. Desculpa ela ^^ Ah, as detenções já estão começando... de leve... huhuhu. E vamos depenar a dona Changalinha!! HA! Outra coisa... de quais "monitores certinhos" você tava falando, exatamente?! Da Mione e do Remo, ou da Mione e do Rony? (porque o Rony não é o que eu chamaria de certinho XD)

Para Hermione Potter: Eu imagino o quanto a JKR ouviu sobre demora antes do quinto livro ^^" É que eu tava dando uma relida nos outros capítulos... sabe, pra refrescar a memória, pra ver se o que eu tô fazendo agora tá batendo com o início. Você se casou com o Harry? O.o Tô imaginando a cara do Rony quando soube... por que você não dá uma chance pra ele? ^_^

Para Karol: Eu tô pensando em coisas muito malvadas pro pobre do Sirius (não importa o quando eu goste dele... é divertido judiar dos personagens ;D), mas pode deixar, vai acabar tudo bem.

Para Patty E.: Pra um magricela metido de cabelo rebelde e óculos, até que o Tiago faz bastante sucesso D O Sirius eu até entendo, porque ele é lindo e maravilhoso (e, aliás, ele é meu - eu até fiz um certificado dizendo "Sirius Black pertence a Queen Julia e ninguém tasca"). Não sei porque a gente pensa na Cho como alguém tão má... a JKR sempre fez ela tão boazinha... coisa de fã. Mesmo que eu não ache ela uma Cruela Cruel, ela ainda vai sofrer nas minhas mãos. E eu tô pensando em fazer aquela cena clássica: Sonserina e Grifinória na aula de Poções. Ia ser o fim do mundo O_o (que divertido!! XD)

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***SIBILA***

- Abre a porta.

- Vai embora.

- ABRE A PORTA!

- SOME DAQUI!

- Mas o que você fez com essa porta?! Nem o Alohomora funciona!

- Eu só tranquei à chave, esperta!

- E desde quando as portas de Hogwarts têm chave?!

- Desde sempre, que eu saiba!

Ah, Merlin, isso não ia levar a lugar nenhum. Aquela menina estava acabando com a inesgotável paciência de Sibila (ela tinha esse dom). Um trinco, não é? Trincos são feitos de metal. Uma simples questão de esquentar a ponta da varinha e derretê-lo.

*Click*

- As meninas não vão gostar de saber que quebraram a porta - disse a voz de Gina, quando Sibila abriu a porta devagarzinho.

Ela estava encolhida numa das camas, abraçando as pernas, olhando para lugar nenhum, as sobrancelhas franzidas. Com certeza estava morrendo de raiva do mundo todo. Ela era meio esquentadinha demais...

- Você é sempre tão enérgica assim? - perguntou Sibila, deslizando até ela.

- Enérgica? - repetiu Gina, em voz baixa. - Você quer dizer agressiva?

- Sim... você até que entende as coisas bem rápido.

- Acho que eu exagerei, hoje - disse ela, ignorando o comentário e escondendo o rosto nos braços. - O Harry deve ter me achado uma idiota.

- Eu também achei - disse Sibila, se sentando perto dela.

- Obrigada - retrucou ela, lançando-lhe um olhar mortífero. - Mas aquela garota me tira do sério.

- Acho que eles gostam dela por ela ser tão nojentamente doce - comentou Sibila, pensando. - Se você fosse mais gentil, quem sabe...

- Você quer que eu a imite, é isso?! - disse Gina, indignada.

- Eu não disse isso! Eu quis dizer que você devia controlar seu temperamento explosivo! Isso se você quiser que o Potter filho te veja como uma garota normal.

Gina amarrou a cara e tornou a escondê-la nos braços. Sibila suspirou. Isso é que era teimosia. Se bem que fazia sentido. Cabelos de fogo, cabeça quente.

- Eu posso tentar - disse a voz abafada dela. - Mas o Harry nunca vai me ver como uma garota normal. Eu sou só a irmã caçula do amigo dele; não sou uma "garota normal".

- Sério? - disse Sibila, pendendo a cabeça para o lado. - Quer dizer que agora você sabe usar legilimencia?

- Quê? Claro que não, o que isso tem a ver?!

- Então como você sabe o que se passa na cabeça dele? - perguntou Sibila, querendo fazê-la pensar. - Ele pode pensar muito melhor de você do que você imagina.

Gina ficou com o olhar parado.

- Você acha que eu tenho uma chance? - perguntou ela, quase esperançosa.

- Talvez, se tirarmos a Chang que o deixa cego do caminho - disse Sibila, se levantando e começando a circular pelo quarto. Depois sorriu para Gina. - Eu posso ver que ele está em seu futuro, Weasley, você deve saber que minha Visão Interior não falha.

- Ah, é mesmo... Eu tinha até me esquecido que você era a professora Trelawney mais nova - disse Gina, fazendo uma careta. - Não acredito que eu estou discutindo esse tipo de coisa com você.

- Na verdade, é como a relação dos dois Potters - retrucou Sibila, deixando de sorrir. - Eu AINDA não sou sua professora de Adivinhação. Eu tenho quase a mesma idade que você.

- Mas não se pode negar que é estranho - riu Gina. De repente, ficou séria. - Mas todo mundo sabe que sua Visão Interior não é de nada... como eu posso acreditar que você vê o Harry no meu futuro, de verdade?

- Perdão?! Minha Visão Interior "não é de nada"?? Retire o que disse! - exclamou Sibila, partindo pra cima da garota. Gina deu um grito e saiu correndo pelo quarto, com Sibila atrás dela.

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***REMO***

Era comovente ver o jeito como Sirius batia a testa na quina da mesa, murmurando repetidamente "Idiota, palerma, retardado, bocão". Pelo jeito ele estava se sentindo bem culpado, mesmo. Bem feito, quem mandou não pensar antes de agir? Ele sempre se metia nesse tipo de problema.

Ah, bem, uma hora ele ficava tonto e parava de tentar rachar a própria cabeça. Não adiantava falar com ele, Remo sabia muito bem disso. Era melhor deixar ele pensar sozinho, que uma hora ele tomava uma decisão inteligente. Vai ver que bater a cabeça na mesa fazia o Tico e o Teco trabalharem...

- Eu tô preocupada com a Gina - disse Hermione, afastando os pensamentos de Remo. Pelo jeito ela tinha perdido o apetite, pois seus talheres jaziam esquecidos ao lado do prato e ela olhava para trás, torcendo as mãos. - Eu não acho que aqueles três vão conseguir acalmá-la. Será que eu devo ir atrás dela também?

- Eu acho que se você for, vai ter gente demais perseguindo ela - disse Remo, levando a taça de suco de abóbora à boca.

- Ah... talvez você tenha razão - disse ela, suspirando. - Mas eu acho que ela gostaria de ter uma amiga por perto.

- Talvez ela queira ficar sozinha - retrucou Remo, sorrindo levemente. Ele sabia bem o que era aquilo. - Às vezes a gente não faz questão nenhuma de companhia.

- Com três abelhudos atrás dela, eu não acho que ela vá ficar sozinha - disse Tiago, empurrando os óculos para cima.

- Eu perdi a fome - disse Sirius, finalmente parando de tentar abrir a própria testa, levantando devagar e cambaleando. - Vou voltar pro Salão Comunal e terminar aquelas redações, que é o melhor que eu faço.

- Se você for sozinho, cai zonzo na primeira esquina - disse Tiago, levantando também. - A gente vai também. - ah, claro, sempre tomando a iniciativa pelos outros. Esse era o Tiago mandão que Remo conhecia.

- Eu é que não fico aqui sozinha! - disse Hermione correndo atrás deles.

Teria sido muita sorte se eles tivessem conseguido chegar até a porta do Salão sem passar por nenhum obstáculo. Mas não foi o que aconteceu, claro. Eles mal tinham dado dez passos, quando tiveram o caminho barrado por três... sujeitos. Dois deles aparentavam ser burros como uma porta, e tão grandes quanto.

- Sai da frente, Malfoy - disse Hermione, estreitando os olhos. O menor dos três sujeitos, um loiro aguado com o rosto fino, deu um sorriso maligno. Devia ser o Draco de quem Harry tinha falado. Era muito parecido com aquele Lúcio Malfoy...

- Não se exalte, Granger, o que nossos "hóspedes" vão pensar? - disse ele, com a voz arrastada.

- Que você é uma mala-sem-alça, talvez?! - retrucou ela, irritada.

- Então você é o Malfoy? - perguntou Tiago, com ar de pouco-caso. - Já ouvimos falar de você. Não é o filho do Comensal da Morte?

- Simples intriga da oposição - disse ele, estreitando os olhos. - Mas eu gostaria de me apresentar formalmente. Eu sou Draco Malfoy, e esses são meus colegas Vincent Crabbe e Gregory Goyle.

Os dois grandões mal e mal rosnaram alguma coisa, provavelmente significando "Oi" ou algo mais ameaçador. Remo olhou pra eles com a testa franzida, quase interessado naquela estranha forma de vida. Deviam ser cruza de trasgos com humanos.

- Tá, tá legal, Draco Malfoy, passa reto - resmungou Sirius, de mau humor, com cara de quem não enxergava um palmo na frente dos olhos. - A gente tem mais o que fazer do que ser contaminado por gente como você.

- Ora, ora, como estamos agressivos hoje - disse Malfoy num tom suave, enquanto seus dois comparsas se agitavam ferozmente. - Calma, vocês dois - acrescentou ele a Crabbe e Goyle. - Mas eu gostaria de levar um papo com vocês...

- Sai da frente, Malfoy! - repetiu Hermione, mais alto e mais ameaçadora. Remo olhou pra ela, espantado, e viu fúria real em seu rosto.

- ... Por exemplo, como seu amigo Gary Windham é parecido com nosso colega Harry Potter, não é? - continuou ele, como se não a tivesse ouvido, dizendo os nomes dos dois com óbvio desdém.

- E o que você tem a ver com isso? - perguntou Tiago, amarrando a cara.

- Nada, nada... só que você vai concordar comigo que é muito... "incomum" duas pessoas que nunca se viram, que moram em continentes diferentes, serem tão idênticas.

- Bem se vê que você não é muito inteligente - disse Remo calmamente, fazendo Malfoy olhar para ele irritado. - Isso é muito mais comum do que você imagina. Nós tivemos um colega em Goosebumps que era parecidíssimo com você.

- E tão idiota quanto - acrescentou Sirius, de mau humor. - Agora QUEREM SAIR DA FRENTE??

- Ah, um colega parecido comigo? - disse Malfoy, com um sorriso afetado. - Isso é muito interessante... e como seria o nome dele?

- Lúcio - disse Tiago, desafiador. - Por que quer saber? Com certeza, você não conhece o Lúcio Newman, conhece?

- Agora queiram nos DAR LICENÇA - disse Remo, ignorando o sorriso maligno de Malfoy, empurrando-o para o lado e abrindo caminho.

- Americano idiota - grunhiu o que Remo achou que fosse Crabbe, estalando os dedos e avançando.

- Eu não faria isso se fosse você - disse Tiago mais atrás, apontando a varinha para o rosto de Crabbe. Remo apontou a própria varinha para Goyle, quase descansadamente. Sirius abria e fechava os olhos, como se tentando entrar em foco.

- Deixem a gente passar, não gostaríamos de mandá-los para a Enfermaria por uma coisa tão banal - disse Remo, sorrindo.

- Não gostaríamos de fazê-los passar vexame na frente da sua escola toda - disse Tiago, sorrindo também e apontando com a cabeça para a enxurrada de alunos que continuavam a jantar, sem nem notá-los. - Ou será que gostaríamos?

- Vejo que é monitor, também - disse Remo estreitando os olhos para o distintivo nas vestes do loiro. - Então você escapou dessa vez... mas seus amigos não - Remo sorriu aquele sorriso demoníaco para os dois grandões. - Que tal se eu colocasse os dois em detenção?

- Eu sugiro limpar o corujal - disse Hermione, com um sorriso parecido.

- Isso, boa idéia! Então, nossos colegas Crabbe e Goyle vão passar a noite de hoje limpando o corujal - disse Remo, ainda empunhando a varinha, em todo caso.

- E quem o Thompson acha que é pra colocar meus colegas em detenção? - retrucou Malfoy, tirando a máscara cínica e franzindo as sobrancelhas.

- Ah, você não sabia? Eu era monitor em Goosebumps, e Dumbledore decidiu que eu também podia ser aqui! - disse Remo, alegremente, tirando o distintivo do bolso e mostrando a Malfoy. - Eu só não gosto muito de usar... é mais divertido quando os infratores são pegos de surpresa.

Remo ouviu Tiago rir quando Malfoy fez uma careta de puro ódio. Ele não poderia castigá-los: eles não tinham feito nada de errado. Mas os "amiguinhos" dele tinham-nos ameaçado, e ele sabia disso. E não estava gostando nem um pouco.

- Me aguardem, ianques - rosnou ele, dando meia-volta e se afastando depressa. Seus comparsas o seguiram, e pareciam não ter entendido ainda o que Remo fizera.

- Não se esqueçam, hein?! Hoje às seis! - disse Remo em voz alta, divertido. - E não tentem escapar, eu vou fazer com que McGonnagall saiba!

- Você sempre faz isso? - perguntou Hermione, finalmente deixando o riso escapar. - Você sabe que roubou minha cena, não sabe? eu é que devia ter feito isso.

- Na verdade, eu só faço isso com quem merece - disse Remo, sorrindo. Ela era uma daquelas que ficavam mais bonitas quando riam. - E o engraçado é que eles sempre saem indignados.

- Você é bom nisso, meu rapaz - disse Tiago batendo em seu ombro. - E parece que aquele Malfoy é divertido de se irritar. Precisamos fazer isso mais vezes.

- Tá legal, circulando, circulando - disse Sirius, empurrando os dois para fora do Salão Principal, de uma vez. Pelo jeito, a tontura tinha passado. - A gente pode falar disso no caminho.

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***TIAGO***

Tiago estava começando a achar que só uma detenção pra cada fora muito pouco. O "cabeça" da gangue tinha ficado ileso. Tiago tinha vontade de fazer uma de suas maldades tão famosas naquele Malfoy, mas achava que não era prudente atacar um aluno dali sem mais nem menos, já que eles eram os "alunos de intercâmbio" que Dumbledore os estava fazendo ser. Bem, com alguma sorte, em pouco tempo eles estariam de volta aos anos 70. Estava começando a sentir falta de ser o mandachuva da escola. Quem será que era o valentão dessa época?

Estava pedindo aos céus que não fosse aquele Draco, quando eles entraram no Salão Comunal e viram Harry e Rony subitamente escrevendo como loucos, e por um momento Tiago duvidou que eles estivessem fazendo as redações. Mas, quando ele chegou perto, pôde ler de cabeça para baixo "Venenos" e "Doze Usos do Sangue de Dragão".

- O que foi, ficaram inspirados de repente? - perguntou Tiago, surpreso, sentando-se também e pegando a redação pelas metades que estivera fazendo.

- É, mais ou menos - disse Harry olhando para o teto por um momento, murmurando alguma coisa e depois baixando a pena e continuando a escrever a toda velocidade.

- Cadê a Gina e a Sibila? - perguntou Hermione, vendo que não tinha mais ninguém no Salão que pudesse ouvi-los.

- Lá em cima, fazendo sabe-se lá o quê - resmungou Rony, ligeiramente irritado, sem tirar os olhos do pergaminho. - Você sabe que a gente não pode subir. Vá ver você mesma.

- Nah, a Gina sabe cuidar de si mesma - retrucou Hermione, apesar de sua voz não parecer concordar com ela. - Eu vou é terminar isso aqui - acrescentou, antes de imitar os dois amigos.

Tiago olhou de esguelha para os outros dois. Remo escrevia naquele ritmo "devagar-se-vai-ao-longe" de sempre, e Sirius parecia querer descarregar sua frustração no papel. Tá legal. Quanto mais cedo ele começasse aquilo, mais cedo sairia dali. Estava começando a achar que mereciam mais que só dois sicles por todo aquele trabalho. Talvez uns dez sicles por redação? Ah, era melhor deixar como estava... eles já estavam cobrando, o que Remo estava achando um absurdo...

Depois de mais uma hora e meia de escrever sem parar, finalmente todos jogaram os pergaminhos para frente e se espreguiçaram. Decididamente aquilo não era divertido. Harry e Rony se entreolharam, suspiraram pesadamente e jogaram algumas moedas prateadas em cima da mesa. Seis para Tiago, seis para Sirius e mais duas para cada um pelo trabalho de Remo (se bem que este não gostou muito da história).

- Meus dedos... não posso sentir... meus dedos...! - gania Rony, erguendo as duas mãos na frente do rosto, horrorizado. - Minhas mãos foram inutilizadas! Chamem a Madame Pomfrey!!

- Vai, Rony, deixa de drama - disse Hermione, dando-lhe uma palmadinha nas costas. - Vamos visitar o Hagrid, ele vai ter uma surpresa quando vir Os Marotos em pessoa.

- Ué, por quê, ele não nos vê hoje em dia? - perguntou Sirius, estranhando. - Se bem que o Olho-Tonto me disse umas coisas engraçadas sobre eu ter batido as botas...

- Ah, o Olho-Tonto não sabe o que diz - disse Harry, depressa. - É que, depois de adultos, vocês deixaram de ser... sabe... "Marotos".

- Tsc... - disse Tiago. - Virar adulto sempre deixa as pessoas idiotas.

Tiago tentava se imaginar na versão adulta. Por alguma razão, ele sempre tomava como exemplo seu pai; sempre diziam que eles eram parecidos, então... mas de qualquer forma, Tiago não gostava da imagem de um homem barrigudo, de barba e bigode, grisalho, como seu "eu" do futuro. Era muito deprimente.

- Eu diria que deixa as pessoas mais sábias - disse Hermione. Tiago já tinha percebido que ela adorava dar opiniões. - Eu não vejo a hora de ser maior de idade. Claro, ano que vem a gente já vai ter dezessete anos, vai ser maior de idade, mas eu quis dizer assim... uns vinte e poucos anos.

- Eu sei que eu vou ser parecido com o Percy, então não tenho tanta curiosidade - disse Rony, uma expressão estranha no rosto, entre constrangimento e nojo. - Se bem que eu não quero ser como ele. Ele é muito... igual a você, Hermione!

- E isso é ruim?! - disparou ela, com as mãos na cintura. - Rony Weasley, o que está insinuando??

- Que vocês dois são muito quadrados pro meu gosto, talvez? AI!! - gritou ele, quando ela pôs o pé na frente dele e o fez ir de cara no chão.

- Acho que você devia responder "Não, nada, Mione" - disse Remo, rindo.

- Levanta daí, cara, você vai nos atrasar - disse Sirius, enquanto eles continuavam andando e Rony ficava para trás.

Em pouco tempo eles alcançaram a cabana rústica do guarda-caças, em meio a grunhidos e resmungos irritados e ininteligíveis de Rony. Continuava exatamente igual: assim, como dizer... rústica. Harry bateu na porta, e imediatamente latidos altos puderam ser ouvidos do lado de dentro.

- Quieto, Canino, deixe eu atender a porta - veio a voz meio engrolada de Hagrid. - PASSA, cachorro, mas que coisa!

Ele abriu a porta devagar, ainda olhando para trás tentando controlar Canino - não mais o filhotinho que Tiago conhecia, mas um cachorro enorme e babão - mas logo olhou para fora. E viu Harry, Rony, Hermione, Tiago, Sirius e Remo olhando para ele.

- AH MEU DEUS! - berrou o guarda-caças, de olhos arregalados.

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***SIRIUS***

- Oi, Hagrid! Lembra da gente? - disse Sirius, sorrindo.

Hagrid parecia a ponto de desmaiar ou de cair no choro: pelo jeito, estava indeciso sobre qual faria primeiro. Decidiu-se pelo choro. Lágrimas grossas começaram a escorrer pela barba emaranhada, e ele abriu a porta de vez, assustando Canino.

- Eu estou sonhando, só pode ser, é um sonho de muito mau gosto - gemia o gigante, soluçando e cambaleando para dentro, se jogando em cima de uma cadeira.

- Calma, Hagrid, que fossa é essa? - disse Tiago, enquanto eles entravam dentro da cabana e eram atacados a lambidas por Canino. - Nos ver é tão ruim assim?

- Eu sabia que isso ia acontecer, é muito pra cabeça dele - disse Hermione, dando tapinhas desajeitados no braço de Hagrid.

- Hagrid, fique calmo e não diga nenhuma besteira - disse Harry.

- É, eles não podem saber de nada, pense antes de falar, tá legal? - acrescentou Rony, meio nervoso.

- São... são vocês mesmo?! - murmurou ele, aflito, arriscando um olho por entre os dedos.

- Acho que sim - disse Remo, olhando preocupado para o amigo. - Tem alguma coisa errada, Hagrid?

- Ele só tá emocionado, tadinho - disse Hermione. - É melhor a gente se sentar...

- É, talvez sim - disse Tiago se sentando à mesa. Hagrid já ocupava outra cadeira, Hermione e Rony se sentaram nas outras duas, Harry e Remo se sentaram na cama e Sirius ficou a ver navios, mesmo. A cabana parecia bem menor com tanta gente dentro.

- Você eu já tinha visto, Tiago - fungou Hagrid, pegando o enorme lenço que Hermione lhe estendia. - Mas eu pensei que tivesse sido uma alucinação, eu quase tive um troço naquela hora, mas... é tudo verdade!! - ele desandou a chorar de novo.

Sirius não conseguia entender por que Hagrid estava tão emotivo. Tá certo, ele estava vendo as versões mais novas daqueles adultos que ele conhecia. Mas não tinha motivo para ele ficar tão choroso. Será que ele tinha saudade de quando eles tinham essa idade?

- Hagrid... eu ainda não entendi por que esse escândalo todo - disse Tiago, meio sem graça, como todos ali se sentiam. - Quero dizer... tá certo que não é comum as pessoas viajarem anos no tempo, mas não precisa chorar por causa disso.

- Ah, garotos, vocês não entendem, não podem entender - fungava ele, tentando se controlar. - Eu só sinto falta de quando vocês eram jovens e sem uma preocupação no mundo, é só... só isso.

Os três Marotos se entreolharam. Que eles eram jovens, tudo bem... mas não era como se a vida deles fosse um mar de rosas. Não era como se Sirius não tivesse fugido de casa, de saco cheio da família maluca e cheia de bruxos das trevas em que ele tivera a infelicidade de nascer. Não era como se Remo não fosse um lobisomem e tivesse medo que os outros alunos descobrissem. E Tiago... bem, esse era o mais folgado, o único grande problema que ele tinha era Lílian Evans não querer vê-lo nem pintado de ouro, mas de qualquer forma. Eles não eram tão "sem-problemas" assim.

- E o que isso quer dizer? - perguntou Sirius, desconfiado. - Você tá se matando de chorar só por causa di---

Mal Sirius disse isso, Hagrid se levantou de um salto, abriu os braços gigantescos e abraçou os três de uma vez. Se bem que "abraçar" é uma palavra muito suave. Levando em conta a força com que ele o fez, mais parecia que ele queria triturá-los, mesmo. Os três foram puxados tão de repente que suas cabeças se chocaram dolorosamente com um "CLONK-CLONK" ou algo parecido. E Sirius teve a sorte de ficar no meio.

- AI! - gritaram os três ao mesmo tempo, enquanto Sirius levava uma pancada de cada lado da cabeça. Provavelmente, depois daquela tarde, seu cérebro nunca mais seria o mesmo; primeiro a quina da mesa, agora isso...

- Hagrid, você vai enforcar eles - disse Rony, ansioso, e tudo o que Sirius via era preto. E algumas estrelinhas bonitinhas.

- Ah, desculpem, garotos, acho que eu exagerei - disse Hagrid soltando-os.

Tiago e Remo cambalearam para os lados, e Siius se deixou cair sentado no chão, depois de costas. Sua cabeça zunia ferozmente, como se um monte de abelhas selvagens estivessem presas lá dentro e quisessem sair. E no alto, umas coisas brilhantes e coloridas giravam com frenesi.

- Olha que estrelinha bonitinha... - balbuciou Sirius erguendo a mão para pegar uma, mas elas fugiam ao seu alcance. Ele franziu a testa. - Ei, volta aqui, eu quero pegar você...

- Ih, ele pirou - ele pôde ouvir a voz de Harry dizer, sem saber de onde vinha direito.

- Volta aqui, sua estrela malcriada... ih, olha, uma estrela-cadente, vou fazer um pedido...

- Sirius, você tá bem? - perguntou a voz de Hermione, preocupada.

- É claro que não, que pergunta estúpida, Mione... - respondeu a de Rony.

- Hmmm... o que eu peço?... ah, já sei, eu quero ser um hipogrifo...

- Você disse bem, ele pirou - disse a voz de Tiago, antes que as estrelinhas começassem a rodopiar alegremente.

- Olha só... elas tão brincando de carrossel... posso brincar com vocês?...

- Será que não é melhor levá-lo à Madame Pomfrey? - perguntou Hagrid em algum lugar longe. Ou seria perto? Sirius não queria nem saber.

- Eu estou legal... só quero aquela estrelinha verde fujona... dá pra alguém pegar pra mim?...

- Hagrid, empresta seu bule de chá? - veio a pergunta de Tiago.

- Hã... toma, mas pra quê?

- Pra isso.

*PÉIM*

E tudo ficou escuro.