Os Oito Dragões - A Terra dos Vales

N.A: A música entre as cenas a seguir é Lies, do Evanescense. Espero que gostem do capítulo. Ah, e tentem ler ouvindo a música, ou pelo menos ouvindo Evanescense que combina muito com esse capítulo (e com a fic em geral).

Capítulo 6 - Mentiras

Era inacreditável! Harry tinha certeza que nunca mais veria a pessoa que estava por detrás daquela poltrona novamente em sua vida. Ele havia achado, pelo menos. Depois de ler o que aconteceu com ele naquele livro da Biblioteca Proibida, achou que nunca mais o veria. Seus cabelos negros brilhantes agora batiam nos ombros, seu olhar que era quase negro também brilhava com lágrimas que começavam a brotar emocionadas, sua pele estava muito branca, mas suas bochechas tinham alguma cor, fazendo com que ele parecesse vivo. Não aparentava que ele tinha passado por aquela cortina e seus devoradores de alma.

Aquela pessoa era Sirius Black, que abriu os braços para Harry e levantou da poltrona.

Harry não conteve sua emoção, correu até Sirius e abraçou-o, como queria fazer a muito tempo. Foi um abraço de muita emoção, Harry já estava quase do tamanho de seu padrinho.

-Eu sabia que você estava vivo... - ele murmurou soluçando, os dois choravam de alegria e muita emoção do reencontro - Eles mentiram para mim, tenho certeza que aquele lugar não existe.

-Que bom poder lhe dizer que estou vivo. - Sirius ainda estava abraçado com muita emoção ao seu afilhado - Nada vai nos separar novamente, eu prometo.

Harry se separou do padrinho, olhando no seu rosto e sorrindo de orelha a orelha, seus olhos molhados.

-Eu sabia que era possível salvar você, com certeza Dumbledore escondeu tudo de mim. Eu sabia...

-Lisa, acho que você deve contar toda a verdade a ele. - Sirius disse olhando para a professora.

Harry olhou para ela, que parecia incerta, seus olhos verdes estavam amedrontados, ela olhou para Harry, que olhava fervorosamente para ela.

-Tem umas coisas que você precisa saber. - Lisa disse com um tom triste na voz - Toda a verdade por trás de Sirius estar vivo.

-Então conte. - disse Harry.

-Sente-se. - Lisa apontou novamente para o sofá azul - Fique a vontade Harry.

-Não quero me sentar. - Harry respondeu nervoso.

-Então é melhor que fique em pé mesmo. - Lisa respondeu, parecia não conseguir falar nada, tentou abrir a boca duas vezes mas nada saiu.

-Você tem que falar. - Sirius disse, estava novamente sentado na poltrona atrás de Harry.

-Tudo bem. - ela retomou o fôlego - Você lembra daquele livro do Departamento dos Mistérios? Era um livro falso, eu enquanto passava na biblioteca a procura de um livro, vi você e seus amigos armando de ir à Biblioteca Proibida.

--Flashback--

Lisa estava na biblioteca procurando um livro, quando de repente ouviu a voz de Harry, que começou a falar de um assunto que chamou sua atenção, fazendo com que ela não conseguisse não ouvir sua conversa. Luna, Hermione e Rony estavam conversando com Harry.

-Não. - disse Harry - Por quê?

-Nada, esquece. - disse Hermione - Acho que nem vamos encontrar nada sobre o Departamento dos Mistérios aqui, todos os livros que pegamos dizem que essa é uma sessão muito secreta e restrita no ministério e mais nada.

-Restrita? - perguntou Harry - Se é um lugar restrito, deve haver algum livro que fale sobre isso na Sessão Restrita do terceiro andar.

-É mesmo! - disse Luna.

-Então vamos almoçar, após o almoço veremos o que fazer. - disse Rony - Minha barriga está roncando.

-Vamos. - disse Hermione - Mas nada de tentar ir à Sessão Restrita hoje.

Lisa viu que os quatro levantavam da mesa em que pesquisavam, e saiu imediatamente dali, antes que fosse notada, precisava conversar com Dumbledore e dar um jeito de Harry não encontrar nada.

--Fim do Flashback--

Bound at every limb by my shackles of fear

(Limitado a cada membro pelas algemas do meu medo)

Sealed with lies through so many tears

(Selado com mentiras pelas tantas lágrimas)

Lost from within, pursuing the end

(Perdido por dentro, perseguindo o fim)

I fight for the chance to be lied to again

(Eu luto pela chance de ser enganado de novo)

-Eu fui conversar com Dumbledore, você não podia saber de jeito nenhum o que havia realmente por trás do Véu. - Lisa abaixou a cabeça - Nós dois combinamos de colocar um exemplar falso no lugar do que contava a verdade. Na verdade atrás do Véu há um portal para um universo paralelo, o Vale das Lamentações, um lugar muito perigoso. Você não poderia ir para lá de jeito nenhum, então teríamos que convencê-lo que Sirius realmente estava morto para você nem pensar em ir atrás dele.

-Vocês me deixaram deprimido com uma grande mentira?! - Harry cerrou os dentes, apertou as mãos e os dedos as fechando com mais força - Vocês me convenceram que meu padrinho estava morto, sendo que ele estava vivo?

-Calma, Harry. - Lisa começou a tremer, seus olhos começaram a molhar - Eu não queria mentir para você, mas foi necessário. Não quer uma água com açúcar?

-Não, eu não quero! - respondeu abruptamente - Eu quero que você conte o resto.

-Na verdade, além de mim e de Dumbledore, Claire, Snape, Lupin e Tonks também estavam ocultando isso de você. - Lisa estava com o braço tremendo muito, quando pegou uma xícara de chá para beber acabou a derrubando no chão e a quebrando em vários pedaços, manchando seu carpete azul com o líquido.

Era como aquela xícara que Harry se sentia, em mil pedaços. Ele estava sendo enganado por todos, e por pessoas que ele confiava muito, menos Snape, claro.

-Dumbledore pediu a Snape que conseguisse um exemplar daquele livro que conta das almas por trás da cortina. - Lisa não conseguia olhar nos olhos de Harry - Na noite seguinte eu e Dumbledore já sabíamos que você iria até a Sessão Restrita.

-Estavam me observando? - perguntou Harry.

-Sim. - respondeu Lisa.

-Nem privacidade tenho mais! - Harry estava revoltado, não tolerava mais ouvir a voz de Lisa, mas queria saber de tudo até o fim - Continue. - disse colocando a mão na testa e olhando para o lado, batendo o pé impacientemente.

-Eu e Dumbledore fomos até a Sessão Restrita, eu havia pegado o livro com o Snape e fui levar o mais rápido possível.

--Flashback--

Lisa acabou de entrar e Dumbledore já estava na Sessão Restrita a sua espera, ela entregou o livro nas mãos do velho, que o pegou e disse:

-Vou guardar o livro na prateleira do Ministério da Magia e me esconder por lá. Agora vá embora antes que ele chegue e veja o que estamos armando.

-Já estou indo. - Lisa disse sorrindo ao velho - Espero que esse livro o convença.

-Vai o convencer sim. - Dumbledore piscou com os dois olhos.

-Estou indo. - Lisa disse acenando para ele e virando de costas, sumindo na escuridão da biblioteca apenas com sua varinha acesa.

Dumbledore ajeitou o livro na prateleira correta, apenas esperado por Harry. Se escondeu nas sombras, atrás da prateleira havia um espaço para espreitar tudo que acontecia do outro lado. Dentro de poucos instantes Harry surgira na biblioteca, bem diante da prateleira tirou sua capa de invisibilidade, mas Dumbledore já sentira que ele estava ali antes mesmo de tirá-la.

Harry rapidamente achou o livro correto e sentou-se no chão, começando a folheá-lo distraidamente. Doía muito dentro de Dumbledore, mas precisava agir e enganar Harry o mais rápido possível, e era para o próprio bem do garoto. Saiu de trás da prateleira e parou ao lado de Harry.

-O que faz aqui?

Harry olhou para trás e viu Dumbledore, que olhava sério para ele, um olhar de desapontamento. Harry o fitou assustado, o que será que Dumbledore faria com ele? Será que Dumbledore ia o dar uma bronca ou algo bem pior.

-Deixe-me ver esse livro. - Dumbledore disse em pé de frente de Harry, que ainda se encontrava sentado no chão.

O velho começou a folhear o livro, até que parou em uma página e entregou o livro ao Harry, que o pegou desconfiado. Ele já havia visto em qual página falava sobre o véu.

-É sobre isso que você quer saber, Harry?

Ele pegou o livro e leu no título da página: 'Capítulo XII - A Sala do Véu'. Harry pareceu surpreso.

-Como você sabe? - perguntou Harry ainda sem graça.

-Eu sei que você quer saber sobre o que aconteceu com o seu padrinho, é obvio. Eu te dou este livro se você quiser ler sobre o DPM, como é mais conhecido o Departamento dos Mistérios, aí você vai saber como eu não estava mentindo para você no fim do ano passado. Agora tenho que ir, e quero que saia daqui antes que arrume problemas. Até mais. - disse Dumbledore dando um sorriso torto, não queria fazer com que Harry acreditasse naquela mentira.

-Tchau. - disse Harry.

-E não falte mais nas aulas de Oclumência, seja mais responsável, você precisa. Agora vá dormir. - Dumbledore logo não estava mais lá.

--Fim do Flashback--

You will never be strongh enough

(Você nunca será forte o bastante)

You will never be good enough

(Você nunca será bom o bastante)

You were never conceived in love

(Você nunca foi entendido no amor)

You will not rise above

(Você não vai subir)

Harry não conseguia conter toda a raiva que havia dentro de si. Havia sido enganado mais uma vez, sempre fora enganado por todos. Sempre fora o garoto que não podia saber da verdade. Sempre fora o tolo de todos, até mesmo por seus melhores amigos já havia sido enganado. Lembrava-se perfeitamente, ia para a Sessão Restrita com sua capa de invisibilidade e viu Lisa voltando, nem deu muita importância, mas foi idiota demais! Dumbledore já estava lá dentro da biblioteca, Lisa estava voltando de lá antes... Com certeza os dois haviam armado algo! Como ele era tonto! Lágrimas de raiva surgiram nos olhos de Harry, que tinha uma expressão demoníaca tomada pela ira que sentia.

-Odeio a todos vocês! Odeio a todos que me enganaram! - Harry gritava o mais alto que conseguia - Odeio você! Senhora Lisa Brynsen, a maior mentirosa de todas!

-Me desculpa, Harry...

-Jamais! - ele gritou secamente.

-Não a trate assim. - Sirius pediu calmamente.

-Eu estou a tratando da maneira que ela merece! Você não concorda? Pois eu acho que essa é a maneira que ela realmente merece, e sempre mereceu, ser tratada! Sempre cheia de mistériozinho, só porque sabe de algo a mais que eu, sempre cheia de mistério! É uma piranha!

-Modere suas palavras! - Sirius gritou levantando da cadeira - Tudo o que ela fez foi para o seu bem. Ela e dumbledore!

-Meu bem?! - Harry respondeu gritando ironicamente.

-Você sempre foi muito egoísta! - gritou Sirius - Igualzinho ao seu pai!

-Vamos parar com isso? - Lisa perguntou ainda em tom baixo - Deixe-me terminar de contar.

-Antes peça desculpas à ela. - pediu Sirius.

-Não. - Harry respondeu de imediato - Não devo pedir desculpas por ter dito apenas a verdade.

-Olhe aqui...

-Deixe ele. - pediu Lisa - Eu entendo o lado dele.

-Você nunca vai entender. - disse Harry - Eu me lembro perfeitamente das palavras daquele livro. - Harry falava magoado e raivosamente - Quer que eu as diga agora? Pois digo: 'Quem cair no Véu, nunca mais retornará. Sussurros misteriosos, que só alguns podem ouvir, mas pessoas realmente extraordinárias. Sussurros desesperados de almas perdidas, almas já sem vida, almas tristes de solidão, almas que se alimentam de almas, e a alma que ali cair, será devorada, e nunca mais existirá. Nunca espere o retorno de alguém que cair no Véu.'

-Me perdoe, é muito pesado mas te convenceu a não... - Lisa começou.

-Viu como você não me entende? Jamais entenderá. - Harry olhou vagamente para o chão - Você e Dumbledore.

--Flashback--

Harry estava em aula de Oclumência com Dumbledore, na noite seguinte da que pegou o livro.

-Sirius realmente se foi, não há retorno, como você deve ter lido no livro, sua alma foi devorada - disse Dumbledore tristemente, mentindo descaradamente.

-Ele se foi então... - sussurrou Harry caindo em lágrimas de tom baixo.

-Sim, segundo aquele livro. Mas como podem saber que há almas aprisionadas e que as almas devoram as outras? - perguntou Dumbledore com esperanças, não conseguia deixar Harry completamente desesperançoso também - Mas nada que se pode desacreditar também, afinal, não se sabe em que situação foram descoberta essas coisas não é?

-É... - respondeu Harry.

-Pode ir Harry, adiamos a aula para amanhã, que você vai estar com a cabeça mais fria.

Se Harry soubesse que tudo era um grande teatro naquele momento, nem sabia o que faria. Como não sabia foi para o seu dormitório dormir mesmo.

--Fim do Flashback--

They'll never see

(Eles nunca verão)

I' ll never be

(Eu nunca serei)

I'll struggle on and on to feed this hunger

(Eu lutarei e continuarei lutando para alimentar essa fome)

Burning deep inside of me

(Queimando profundamente dentro de mim)

-'Nunca espere o retorno de alguém que cair no véu.' Sabe como me senti quando li essa frase? - perguntou Harry - Não, não sabe.

-Deixe ao menos ela terminar de contar tudo, você vai entender porque não podia saber de nada. - Sirius pediu pacientemente. Harry ficou quieto e Lisa voltou a falar:

-Como já disse, Sirius foi parar no Vale das Lamentações, um lugar muito perigoso. - Lisa disse séria - Ninguém sabia da existência daquele lugar, a princesa Claire sonhou com ele, sonhou que Sirius estava lá. Só para você ter uma idéia o Vale das Lamentações antigamente era usado para serem lançados os piores bandidos do mundo bruxo, isso desde a idade média, era a espécie de 'beijo do dementador' da época. Lá o corpo se separa da alma, é um lugar muito debilitante, se alguém que cair ali não tiver se preparado, vai acabar caindo nas armadilhas mentais do lugar e começar a vagar por lá, se rastejando sem pensar em nada, como um vegetal, apenas se lamentando de dor, angústias e do sofrimento. Todas as vozes que você ouviu vindas do véu eram os espíritos se lamentando. Hoje em dia o véu não é mais usado para atirar bandidos no Vale das Lamentações, mas Sirius caiu acidentalmente lá, e você sabe no que isso dá agora.

-E porque eu não podia saber disso? - Harry perguntou revoltado.

-Você sabe muito bem da sua mania de ser o herói, de querer salvar o dia. - respondeu Sirius.

-Então dois membros da Ordem da Fênix foram recrutados para ir ao Vale das Lamentações salvar Sirius: Remo Lupin e Nimphadora Tonks. - Lisa continuou - Claire os ensinou uma maneira muito arriscada de ir até lá, qualquer erro e eles ficariam presos lá também. Graças a Deus ocorreu tudo bem, assim que resgatado Sirius foi levado para o andar da Claire no Ministério da Magia, estava verdadeiramente debilitado, não tinha mais qualquer recordação do passado, nem era capaz de falar. Mas Claire conhecia um tratamento que o curaria. Eram preciso as instruções certas na hora certa para que esse tratamento ocorresse bem. Melina e Helena eram as 'enfermeiras' dele, e eu sempre ia ver se ele estava melhor. Nós não contamos que ele estaria vivo por detrás do véu porque você ia querer ir atrás dele, com certeza.

-Tá bom, até o ponto de vocês mentirem para eu não ir até o véu e tentar tirar ele do Vale das Lamentações eu entendo. - Harry abaixou a cabeça e começou a enxugar alguma lágrimas de raiva que começaram a sair. - Vocês deveriam ter me contado isso, mas uma coisa que eu não estou conseguindo engolir é você ter me escondido o fato dele estar em tratamento com Claire... Não faz sentido algum!

-Nós não queríamos que você o visse no estado em que estava. - Lisa disse - Ele estava muito magro, sofria de alucinações, não reconhecia ninguém que via, ficou mais de um ano em tratamento, agora ele está ótimo.

-Eu estou vendo como ele está ótimo. - Harry disse abrindo os braços e caminhando para trás - Eu gostaria de ter visto esse progresso dele, eu tinha todo o direito de ver ele se curando.

-Mas você não gostaria de tê-lo visto naquele estado. - Lisa disse olhando piedosamente ao garoto.

-E você decide o melhor para mim? - Harry perguntou cerrando os punhos e andando até Lisa - Você acha que está em algum direito de decidir o melhor para mim? A senhora acha que está apta de decidir a minha felicidade? Acha?

-Eu achava que ia ser melhor para você...

-Achava? A senhora não sabe de nada!

Harry caminhou até a prateleira que Lisa arrumava algumas coisas quando ele entrou na sala, em seguida atirou tudo que estava ali no chão. Cada objeto que caía era uma dor de arrependimento que batia dentro de Lisa.

-Odeio você!!! - Harry gritou com cólera, chutando tudo que derrubou no chão - Eu nunca mais vou te ver na minha vida! sua...

Harry bufou e bateu a porta da sala de Lisa com toda força, causando um incrível estrondo que derrubou tudo que estava em outra prateleira no chão também.

-Um dia ele vai entender. - Sirius disse levantando e confortando Lisa em um abraço.

A mulher começou a chorar em seus braços, ele começou a fazer um cafuné nos longos cabelos de Lisa.

-Um dia ele vai ter que perdoar a pessoa que eu mais amo nessa vida. - Sirius disse dando um beijo na testa de Lisa.

-Eu gosto tanto dele, mas você viu? Ele disse que me odeia, que nunca gostou de mim... - ela soluçava em tom magoado.

-Ele disse tudo da boca para fora, não se deixe atingir por isso.

-Melhor você voltar para Claire, lá é um esconderijo seguro, não esqueça que você ainda é um foragido. - Lisa disse se separado do abraço.

-Já já eu vou. - Sirius a abraçou novamente, os dois precisavam um do outro naquele instante tão difícil - Um dia seremos felizes juntos, nós e nossa filha.

-Se Deus quiser. - concordou Lisa - Mas é preciso que aconteça tanta coisa para que eu tenha nossa filha de volta.

But through my tears breaks a blinding light

(Mas através das minhas lágrimas quebra uma luz de cegar)

Birthing a dawn to this endless night

(Nascendo o amanhecer para essa noite sem fim)

Arms outstretched, awaiting me

(Braços estendidos, me esperando)

An open embrace upon a bleeding tree

(Um abraço aberto sobre uma árvore sangrando)

Harry saiu correndo pelo corredor, com o braço tentando tapar as lágrimas que insistiam sair de seus olhos. Sua alma sangrava, ele estava esperando apenas pela chance de ser enganado novamente, qual seria a próxima mentira revelada? Ele não queria mais pensar nisso, correria para os jardins, sentaria embaixo de uma árvore e olharia a lua, queria ficar sozinho, depois veria Luna. Mas próximo ao portão de saída para os jardins da escola ele esbarrou em alguém, grandes olhos azuis o fitavam emocionados pelo reencontro.

-Harry! - ela exclamou pulando e se apoiando em seu ombro, nunca sentira-se tão feliz desde quando ele partira - Que bom! Você está de volta, finalmente.

-Luna... - ele já misturava lágrimas de felicidade com lágrimas de tristeza.

-Não sei nem o que dizer nesse reencontro... - Luna sorriu para o amado.

Ela segurou sua mão, depois lhe deu o melhor beijo de todos se envolvendo em outro abraço, um beijo com sabor de alegria e de saudade, um beijo para selar que mesmo com a distância e o tempo o amor dos dois jamais diminuiria... Um beijo que pareceu durar uma eternidade até os dois se separarem e olhos nos olhos se olharem.

-Vamos para os jardins. - Harry perguntou sorrindo para ela - Não estou chorando apenas por te rever, estou chorando por outro motivo, por ter sido enganado novamente.

-Enganado? - perguntou Luna.

-Como sempre fui. Mas não vou mais chorar por hoje, lhe prometo.

-É bom mesmo, estou com muitas saudades, esse é um momento feliz. - Luna sorria verdadeiramente, como não fazia a muito tempo.

Rest in me and I'll comfort you

(Descanse em mim e eu lhe confortarei)
I have lived and I died for you

(Eu vivi e morri por você)

Abide in me and I vow to you

(Permaneça em mim e eu te prometo)

I will never forsake you

(Eu nunca te esquecerei)

Os dois já estavam nos jardins, olhavam a lua no céu, lado a lado, de mãos dadas. Harry contou tudo o que aconteceu na Terra dos Vales para ela, não queria contar o que aconteceu com a carta, nem tocou no assunto, mas ao terminar de contar tudo o que aconteceu lá ela não esqueceu de perguntar dela.

-E a carta que eu deixei com você? - perguntou Luna - Você a leu? Gostou? Acho que você deve ter se confortado muito quando a leu.

-Não, eu não li. - Harry abaixou a cabeça - Eu não queria te contar para não te chatear, mas Mark pegou a carta e atirou no rio, só para me fazer sofrer.

Luna ficava triste toda vez que ouvia o nome de Mark. Ele era outro grande amigo seu depois de Gregory, porém, depois que ele libertou seu espírito de Dragão da Terra matou Gregy, depois seqüestrou ela, tentou fazer mal a ela, outra amiga sua. Mark fora a maior decepção em toda sua vida.

-O Mark mudou muito, não é? - Luna perguntou sabendo da resposta que Harry daria - Assim como a Cho mudou.

-É, o Espírito Dragão interfere realmente na personalidade de uma pessoa fraca. - Harry disse sério - O Espírito Dragão não interfere em nada minha vida, eu não permiti isso, já Mark foi uma pessoa fraca.

-Era o destino dele. - Luna disse séria - Mas um dia isso tudo vai acabar.

-Só não sei se tudo vai acabar bem. - disse Harry.

-Espero que acabe. - Luna sorriu para ele - Se você estiver bem e ao meu lado, este vai ser o final feliz. - Luna abraçou Harry novamente e lhe beijou - Na carta eu só dizia de importante algo que vou dizer agora e sempre: te amo e sempre te amarei, não importa onde nem porquê. Nós nascemos um para o outro, Harry.

Luna sentou no colo de Harry e pegou na mão do namorado, olhando para ele e sorrindo aberta e sinceramente.

-Se você acha isso aceitaria uma possibilidade para quando acabar seus estudos aqui na escola? - Harry perguntou docemente.

-Qual? - pareceu curiosa.

-Você casaria comigo? - ele perguntou - Sonho em comprar uma casa para nós dois, você sabe que eu tenho um dinheirinho no banco que o meu pai me deixou. E quem sabe eu não viro jogador de Quadribol profissional? É outro sonho meu. Depois de uns anos uma casa cheia de criancinhas loiras de óculos correndo pra lá e pra cá... Já imaginou que delícia?

-Quem disse que eu gostaria de casar com você se nem me perguntou ainda? - Luna perguntou com desprezo na voz.

-Se você não quiser não tem problema. - Harry abaixou a cabeça desapontado - É meio cedo para pensar nisso mesmo...

-Ah, era brincadeira, claro que eu aceito! Se tivéssemos um anel noivava com você agora mesmo. Mas antes você precisa conhecer minha família. - ela abaixou a cabeça tristonha - Quer dizer, eu tenho só meu pai para você conhecer...

-Agradeça a Deus por ter seu pai, eu não tenho mais nenhum dos dois. - Harry disse tristemente a ela - Mas eu tenho ao meu padrinho agora.

-Seu padrinho? - Luna perguntou - Mas ele...

-Não. - Harry respondeu antes mesmo dela terminar a pergunta - Isso que arrancou lágrimas de mim, por isso que você me encontrou chorando...

-Ué? Você estava chorando de tristeza ou de alegria? Afinal, seu padrinho está vivo, você ficou tão triste quando ficou sabendo que ele não voltaria mais do véu... Aliás, como ele voltou do véu?

-É uma longa história...

Harry contou tudo a Luna, que também estava indignada.

-Essa Lisa é cheia de saber as coisas e não contar, aí ela fica com aquele ar misterioso. - Luna falou irritada - Grrrr! Isso é tão irritante!

-Eu nunca vou perdoá-la! - Harry disse convicto - Nem a todos que esconderam tudo de mim, inclusive Lupin, Tonks, Claire... Snape eu nem conto.

-Eles pisaram na bola com você. - Luna disse séria - Mas em mim você sempre vai poder confiar, não vou esconder nada de você, tenho algo muito sério para lhe contar agora.

-O quê? - perguntou Harry.

-Eu sou uma Yumemi. - Luna abaixou a cabeça.

-O quê??? - Harry perguntou com espanto dessa vez.

-Isso mesmo que você ouviu, infelizmente. - Luna olhou para as estrelas no céu, estavam tão brilhantes - Eu vejo o futuro através dos sonhos, por isso que eu sabia que uma pessoa próxima ia morrer, e ela morreu, essa pessoa foi Gregory.

-E você vê muitas coisas em seus sonhos? - perguntou Harry.

-Muitas vezes eu sonho com a Purificação, vejo Londres quase em ruínas e as pessoas 'sangues-ruim', como dizem os Dragões da Terra, virando pó, é algo realmente triste. Já vi inclusive a Hermione virando pó.

-Isso não pode ser verdade. - Harry disse indignado.

-Mas infelizmente é. - Luna respondeu.

-Mas a Purificação não vai acontecer. - Harry disse indignado - Como você pode ter esse sonho?

-Pode ser que ele represente outra coisa. - sugeriu Luna - Mas esse não é o único que tenho, já sonhei com uma pessoa, uma Esfera e um caixão. Mas esse sonho é complicado demais, não consigo explicá-lo.

-Mas como você descobriu que é uma Yumemi? - Harry perguntou curioso.

-Foi em um sonho que a princesa Claire e Suzane, a Yumemi dos Malfoys, vieram falar comigo e me contaram.

-Não deve ser legal ser uma Yumemi, né? - perguntou Harry.

-Não, não é. - respondeu Luna - Você parece estar tão cansadinho, por que não vai descansar um pouco?

-Eu vou até a sala de Dumbledore ordenar que ele me dê uma Chave de Portal para A Toca, lá é onde quero descansar.

-Então vá Harry, estou cansada também, vou para o meu dormitório 'tirar um ronco'. - Luna disse bocejando, mas em tom de brincadeira.

-Você é tão bonitinha com sono. - Harry deu um beijo rápido nela - Suba comigo até onde eu viro para ir na sala de Dumbledore.

Os dois entraram na escola e subiram tagarelando até Harry virar para a direção que deveria seguir. Quando se aproximou viu que ele estava em pé, em frente ao gárgula da águia, Dumbledore sorriu gentilmente para ele.

-Estava a sua espera, Harry.

-Não precisa sorrir para mim. - Harry disse estupidamente - Me leve logo lá para cima e me prepare uma Chave de Portal que quero ir para A Toca.

-Eu já saberia que o senhor agiria assim. - Dumbledore disse tristemente.

-Você sabe tudo, não é?! - Harry respondeu ironicamente.

-Venha. - Dumbledore disse a senha da águia, a escada para sua sala surgiu.

Os dois quando estavam lá em cima não se falaram mais, Dumbledore já tinha uma Chave de Portal pronta para Harry, uma grande pena lilás que estava em cima de sua mesa. Harry pegou a pena e sumiu no mesmo instante.

-Já imaginava que ele ficaria assim... - Dumbledore resmungou tristemente.

They'll never see

(Eles nunca verão)

I' ll never be

(Eu nunca serei)

I'll struggle on and on to feed this hunger

(Eu lutarei e continuarei lutando para alimentar essa fome)

Burning deep inside of me

(Queimando profundamente dentro de mim)

No próximo capítulo...

Parece que a chegada de todos n'A Toca não será das melhores... Não percam as surpresas do Capítulo 7 - Lágrimas com Sabor de Vingança. Semana que vem no ar!

N.A: Oi gente! Tudo bem? Como sempre, o que acharam do capítulo? Espero que tenham gostado para valer, pois deu uma trabalheira danada. Não ficou tão grande, mas os fatos posteriores têm que acontecer no próximo capítulo. Claro, aparecerão mais os outros personagens (Gina, Rony, Cho, Pansy, Mione, Draco, Carlinhos-mini, e assim vai Quem não está lembrando quem é Carlinhos-mini, dêem uma certificada em os8dragoes. cjb. net (com espaço aqui para o não deletar), lá vocês encontram a ficha completa desse personagem, entre diversos outros aliás, o layout D/G não tá abrindo, vou tentar concertar esse problema). Deixando parênteses e colchetes de lado, o que acharam desse capítulo? Reviews já! Ninguém merece escrever um capítulo tão rico em revelações mirabolantes e não receber nenhum reviewzinho, não é?

Now, the thanks go to... Lina Khane Atos (wahahaaha!!!! Menti pra você! Acha que eu ia deixar quieto? Se vc ficasse achando que é o Sirius não ia ter a mínima graça na revelação. Tá que eu fiquei mto contente, acho que você conseguiu captar algumas dicas q joguei no ar.), Melissa Hogwarts (valeu pelo grande mail e pelo review, fale sempre bastante q fico contente!), JuPiAzZaLuNgA (acho q respondi seu review, mas veio um mail falando q falhou o enviamento, me diz nesse review), Poly Malfoy (Se quiser fazer reviews o dobro do tamanho fico duas vezes feliz D), Alicia Spinet (acho q já falei quem é a Deusa da Criação em águas passads da fic... vcs não lembram?) e Luna-br (espero q tenha gostado da surpresa q o Harry viu).

Valews pôvowss ('valeu povo' em victorichijoujjico-arcaico tô cheio de abobrinha hoje (é culpa de tanta aula de literatura, logo logo vou acabar escrevendo uma epopéia de HP culpa do bendito Camões, grrr... (Sem dizer que acordei todo Joselito hoje...))

E depois dessa graaaande N.A, Victor Ichijouji sai gritando o conteúdo de uma plaquinha que carrega consigo, escrita: "Reviews!!! Reviews!!! Reviews!!!", e some da vista do leitor (que teve coragem de lê-la até o fim e começa os parênteses e colchetes de novo (Ahhhhh! Não agüento mais!!!)).

"Cala a boca Victor!" - dizem os leitores em coro, finalizando a N.A.