Os Oito Dragões - A Terra dos Vales
Capítulo 10 - Batalha em Ilusões
Todos já estavam em frente ao prédio abandonado, na rua das Cerejeiras. Era incrível, aquele pedaço da cidade era muito vazio, não se via uma alma-penada passando por ali. Pelo menos estavam seguros, não corriam tantos riscos de serem pegos por trouxas curiosos. Seja aonde estivessem essas pessoas, todos os Dragões estavam ali. O mais estranho da rua, era que não era apenas o prédio que parecia abandonado, mas sim o todo.
Uma leve garoa caía do céu e deixava as roupas de todos úmidas. Não estava tão frio aquele dia, mas o vento que batia o deixava mais frio do que deveria, os cabelos compridos das garotas esvoaçavam.
Do lado esquerdo do prédio estavam os Dragões do Paraíso, haviam pegado suas espadas com Dumbledore, tinham certeza que os Dragões da Terra levariam suas espadas para lá. Todos usavam capas diferentes que Dumbledore havia dado agora, não eram exatamente capas, mas sim uma mistura de capa com sobretudo, de tecido muito mais leve e branco, que esvoaçava um pouco com o vento. Hermione estava mais atrás usava o gorro da em sua cabeça, mas cabelos escapavam-lhe por ele, Rony ao seu lado, usava a capa, mas não usava o gorro, Gina mais adiante, tinha dor em seu olhar, o pai de um filho que ela quase tinha certeza que iria nascer futuramente, fitava Harry irônica e raivosamente, parado em frente a ele. Harry fitava Draco raivosamente também, segurando sua espada para cima, preparado para atacar Draco a qualquer instante.
Atrás de Draco Malfoy estavam os outros Dragões da Terra.
Mark com seu olhar frio e vazio, um sorrisinho irônico. Pansy a garota que causava mais náuseas e nojo em todos só de existir e ser tão cruel, ela tinha a Esfera embaixo do ombro, quis levá-la pois só a sentia segura quando estava perto de si. Cho que não parecia estar muito contente e entusiasmada, cada vez mais ela parecia cansada de ser um dos Dragões da Terra.
Draco deu um risinho frouxo, antes de movimentar os lábios e começar a falar em seu tom arrastado tão entediado.
-Que bom que vocês vieram. - ele disse - Estavam demorando, achávamos que não iam mais vir.
-Na verdade estávamos loucos para vir e acabar com a raça de cada um de vocês. - Harry disse irritado.
Na realidade, apenas Harry estava doido para vir.
Todos os outros Dragões do Paraíso não queriam lutar, queriam resolver tudo de uma maneira diferente. Hermione não queria ver dor e sangue, ou algo pior como morte, nem do lado dos Dragões da Terra, ela queria ter as Esferas para apenas livrar todos de seus Espírito Dragões, e cada um dos Dragões da Terra teria seu julgamento e pena de seu merecimento. Mas nada poderia ser tão simples, tão fácil... Na sua vida tudo sempre era da maneira mais difícil, e já que só era possível vencer da maneira mais difícil, ela tentaria vencer dessa maneira.
Gina estava mais nervosa que todos, ela não queria lutar, acordara sentindo-se um pouco enjoada naquela manhã, efeito da gravidez. Mas ela tinha escolha? Apenas torcia para que tudo acabasse bem a ela e ao pai de seu filho, pedia que acontecesse a mesma coisa que Hermione desejava. Depois iria dar um jeito de fugir com Draco para onde nunca encontrariam-nos, porque não queria ter o pai de seu filho na prisão de Azkaban. O que diria à pobre criança?
Rony estava de saco cheio daquela história, estava lá apenas com a esperança do desejo de fazer Pansy em mil pedacinhos, também de impedir a Purificação, afinal, não saberia viver sem Hermione. Durante a noite sonhara que colocava uma flor sobre um túmulo, ela era negra e murcha, achando que era o túmulo de Hermione sentia muita dor no coração, mas no fim desse sonho maluco Hermione surgira, colocando uma rosa vermelha vívida sobre o túmulo, dizendo que jamais o esqueceria, limpando terra que cobria o nome no túmulo, revelando ser Ronald Billius Weasley. Ele acordou em um grito no meio da madrugada. Será que era um sinal de que ele morreria naquela batalha? Não se importava, essas coisas não o assustavam, assim pensava. Se era, ele estava caminhando contra a morte, por isso sentia-se desmotivado em lutar, na verdade gritava por dentro e estava querendo o colo de sua mãe naquele instante.
Harry era só rancor. A dor que invadia seu peito se tornava um ódio sem tamanho e um sentimento de querer o sangue de cada Dragão da Terra em suas mãos, de querer vingar a morte de Fred contra Pansy, a morte de Gregory contra todos, e querer vingar também todo sofrimento por que passaram.
-Vamos brigar no meio da rua mesmo, para todos verem? - Harry perguntou em tom irônico - Vou criar uma barreira, vamos lá Dragões do Paraíso, vamos unir nossas forças!
-Nada disso. - Draco começou a dar uma risadinha frouxa, Pansy também - Levantem as mãos Dragões da Terra.
Os quatro levantaram as mãos e começou a sair uma luz acinzentada, logo essa luz invadia tudo, eles começaram a falar palavras inteligíveis, como as que Melissa falava quando convocava as Esferas. Dumbledore dissera que aquela era a linguagem usada nas poderosas magias negras antigas que poucos conhecem até hoje. E é guardada entre as famílias bruxas mais cruéis, que ainda praticam Artes das Trevas. Narcisa e Lúcio deviam ter conhecimento dessas magias, eles com certeza passaram para Draco.
A luz cinza se tornou mais intensa, invadindo todos, depois ela toda desapareceu, tornando tudo breu. A escuridão estava em todo redor, não era possível enxergar nada além dos olhos. Aos poucos coisas surgiam... Pedras esvoaçavam sobre eles, pedras como meteoritos, mas elas estavam mais altas, não os atingiam, eles estavam pisando sobre um descampado, era terra seca e rachada, em um tom marrom-avermelhado. O céu estava completamente negro, diversas estrelas surgiam em tons azuis e amarelos, um vento batia sobre eles, fazendo suas capas e cabelos esvoaçarem em sua direção. Uma penumbra carmesim e assustadora invadiu o lugar com o surgimento de uma lua muito grande no céu, uma lua pelo menos três vezes maior que a da Terra, só que a luz que vinha dela era vermelha.
-Aonde estamos? - perguntou Gina.
-Estamos em Ilusões. - Pansy respondeu com um risinho frouxo - Ilusões tão poderosas que são capazes de matar.
-Eu e os outros Dragões da Terra criamos essa Ilusão, para nós jogarmos uma espécie de jogo. - Draco disse - Espero que vocês aceitem as regras.
-Então as diga. - Harry disse violentamente.
Uma fraca luz invadia a enfermaria por uma de suas janelas. A forte chuva que pairava por quase todo o país cessara, deixando um sol um tanto tímido escapar por brechas das nuvens. Essa fraca luz que vinha de um pedaço do sol parecia radiar mais o velho salão e seus diversos leitos. Uma garota dormia sobre um leito, por mais que o sol batesse em seu rosto, ela não iria acordar tão facilmente. Estavam perto do verão, mas aquele dia estava mais frio do que deveria. Ao lado da garota Melissa, uma mulher estava sentada em uma cadeira, fazendo carinho em seus longos cabelos negros, os cabelos louros daquela mulher caíam-lhe em seu colo, trançados. Ao lado da mulher um homem estava em pé, cabelos negros no tom do de Melissa, olhos castanhos no tom dos de Melissa... Era Sirius Black. Pomfrey olhava estranhamente para os dois, por que estavam se importando tanto com aquela garota?
-Ela está melhor. - a enfermeira disse - Vai acordar em breve, acho que hoje. Não caiu em um coma profundo, está bem, está fazendo o tratamento correto.
-Por que não a transferiram para o St.Mungus? - perguntou Sirius.
-Porque aqui está mais segura que lá. - ela disse ofendida - Sem dizer que eu sei muito bem cuidar de casos como esse.
-Se é assim. - ele concordou.
-Muito obrigada. - disse Lisa.
-Por que vocês estão se importando tanto com essa garota? - perguntou Madame Pomfrey.
-Na-Nada! - Lisa respondeu visivelmente aflita - Apenas nos importamos com os outros.
-É. - Sirius concordou.
-Deve ser só porque ela é a Criança Predestinada. - disse a enfermeira - Senão a pobrezinha estaria abandonada aqui. Vocês acreditam que nem a mãe veio visitá-la? - ela começou a dizer em tom de fofoca - A história dessa garota é de muito sofrimento, seu pai morreu quando ela tinha três anos, sua mãe se tornou uma bêbada que batia nela, ela só está estudando aqui porque Dumbledore lhe deu uma bolsa integral.
-É mesmo? - Lisa perguntou, seus olhos estavam molhados e levemente magoados - Coitadinha...
-Dizem que essa sra. Mary Jhones é o cão. - a enfermeira voltou a falar - A mulher é ruim mesmo. Agora eu tenho que ir para a minha salinha preparar umas poções.
A senhora se retirou da enfermaria, deixando apenas os três lá. Lisa começou a chorar levemente, levantou e abraçou Sirius, que não se importava com as lágrimas que molhavam seu ombro, a dor de Lisa era sua dor. Ela sentou novamente na cadeira, Sirius sentou na cama e apoiou a cabeça sobre Melissa. Ele começou a chorar e murmurar:
-Nossa filha, precisava ter sofrido tanto?
Melissa pareceu incomodar-se com Sirius, empurrando levemente sua cabeça, seus olhos abriram leve e vagamente. Ela olhou para ele, estava tão cansada que não conseguia focalizar o rosto da pessoa.
-Filha... - ele murmurou a abraçando.
Ela pareceu assustar-se e empurrou Sirius lentamente, de uma forma leve. Sentou-se na cama, focalizou o rosto da pessoa, que era parecida com o foragido Sirius Black. Viu que a professora Lisa estava sentada ao seu lado. Olhou novamente para Sirius, estava assustada com a situação, e se fosse o foragido mesmo e não alguém parecido?
-Você não é o meu pai... - ela estava confusa, agarrou uma correntinha que carregava no pescoço, lembrança de alguém que mal conhecera, seu pai - Meu pai morreu quando eu tinha três anos, e ele era bem diferente de você.
-É mesmo? - Sirius perguntou ficando com os olhos molhados - Que coisa triste...
-Mas eu já superei isso. - ela disse - Por que você me chamou de filha?
-Ah, não liga para ele. - disse Lisa - Ele tem mania de chamar as pessoas de filho, filha... Me chama assim de vez em quando. - mentiu.
-É mesmo? - ela perguntou sorrindo - E por que vocês estão aqui comigo? Ninguém nunca se importa...
-A gente se importa. - disse Sirius - Você sofreu com a Semente das Trevas, nós viemos te dar uma forcinha.
-Obrigada. - Melissa sorriu.
-Eu sempre te achei uma garota muito linda. - disse Lisa - Sem dizer que tem um grande talento para Poções.
Melissa abaixou a cabeça envergonhada.
-Ora, que é isso... Eu nunca tive muito jeito para Poções não, impressão sua... - estava contente e saber que alguém reparava nela, reparava no talento dela, que adorava poções, nem que fosse a professora.
-O que está acontecendo aqui? - Melissa conhecia bem aquela voz desagradável - O que um bandido faz com minha filha?
Era Mary Jhones, a mãe de Melissa. Ela tinha uma aparência acabada. Usava seus cabelos castanhos e desgrenhados até o ombro, seus olhos castanhos tinham muita maldade carregada em si, estava bem enrugada, mas por incrível que pareça tinha a mesma idade de Lisa. Mary estava acabada daquela maneira por culpa de si mesma, o vício da bebida a deixara assim.
Melissa olhou assustada para ela, não conseguia não sentir ódio por ela, por mais que fosse sua mãe, ela não sentia que era sua mãe, nunca amou uma mulher que a espancava de graça, e ainda por cima era uma bêbada. A última pessoa que queria ver era Mary, preferia ver os Dragões da Terra do que ela. Sua mãe olhava com ódio para o homem que estava sentado na cama, ele levantou.
-Como um bandido pode ficar solto por aí? - ela perguntou - Como? Embaixo do nariz de todos? Você está o encobrindo? Aliás, quem é você, dona loura?
Lisa levantou raivosamente da cadeira.
-Cínica. - ela disse - Uma verdadeira atriz, a única bandida aqui é você, que rouba...
-Eu já vi você alguma vez na minha vida? - perguntou Mary, a interrompendo - Ah, sim, você era aquela coitadinha desolada de dezessete anos atrás, que tinha uma filha de um assassino nos braços e não sabia para onde correr.
-E você a maldita que me deu abrigo e que na manhã seguinte, ao eu acordar, havia sumido com minha filha. - Lisa tinha os olhos molhados de raiva - A única falsa, bandida, aqui é você.
-Deve estar me confundindo. - ela disse - Nunca a vi. Devo tê-la confundido com outra pessoa.
-Mentira. - disse Lisa - Eu pesquisei, descobri que ela é minha filha. Você a roubou de mim.
Melissa sentia-se confusa. Que história toda era aquela? O que estava acontecendo ali? Será que a filha da qual estavam falando era ela? Se era, podia ser filha de Lisa. Não conseguia mesmo entender o que estava acontecendo.
-Você vai ser presa. - Mary disse - Encobrindo um bandido. Vou te denunciar para o Ministério da Magia.
-Denuncie. - disse Lisa - Vou denunciar que você roubou minha filha também. Aí nós duas vamos presas.
-Vamos embora daqui. - Sirius segurou os ombros de Lisa - Deixe essa louca aí. Tchau Melissa.
-Tchau para vocês. - ela respondeu.
-Vocês vão ser presos. - Mary disse com um sorriso irônico.
Lisa e Sirius preferiram ignorar. Saíram da enfermaria. A mãe de Melissa sentou na cadeira ao lado de Melissa, aonde Lisa estava.
-Do que eles estavam falando? - perguntou Melissa - Era sobre mim?
-Não minha filha, esqueça disso. - respondeu sua mãe - Vim aqui te ver.
-Algo muito estranho, você nunca se importa comigo. - Melissa disse desconfiada - Está querendo algo.
-Ai, credo filha! - Mary exclamou.
-Então o que faz aqui? Vá embora, você sabe que eu não gosto de você, agora que sou maior de idade ia me formar, trabalhar e sumir da sua vida, nunca mais queria te ver, mas você estragou tudo.
-Por que você não quer me ver mais? - Mary perguntou magoada.
-Por quê? - Melissa perguntou revoltada - Você ainda pergunta? Será que todas cicatrizes que tenho não bastam?
-Desculpe filha... - começou a mulher acabada.
-Não, vá embora. - disse Melissa.
-Tudo bem. - a mulher ficou com os olhos lacrimejados - Se você quiser eu vou, nunca mais apareço em sua vida...
-Adeus! - exclamou Melissa.
-Adeus... - a mulher saiu pela grande porta da enfermaria.
"Eu sei que ela está escondendo algo..." - Melissa disse a si mesma. "Eu sei... Aquele papo dela com a professora e aquele homem, que acho que era Sirius Black mesmo, estava muito brabo. Estou desconfiada de que estão me escondendo algo". Mas ela sentiu-se tonta de tanto pensar, estava muito fraca ainda, precisava recuperar-se do coma, que ela não sabia que estivera.
A enfermeira entrou no salão com as várias camas e se assustou, olhou com um espanto para Melissa, que acabou fazendo com que ela se espantasse também. Ela caminhou rapidamente até a cama da garota, que estava deitada, mas com os olhos bem abertos. Pomfrey colocou uma mão sobre a testa da garota e a outra sobre na sua ao mesmo tempo, pareceu preocupada.
-Ah, garota! Como você acorda e ninguém me avisa? - ela perguntou brava - Ai, ai... Você está com febre.
-Estou dormindo há muito tempo? - ela perguntou.
-Não muito para quem estava em um coma. - respondeu a enfermeira.
-Quanto? - insistiu Melissa.
-Acho que umas vinte e quatro horas. - respondeu Pomfrey - Claro, se não errei os cálculos.
-Nossa, nem acredito. - ela exclamou.
-Efeito da Semente das Trevas. - disse Madame Pomfrey.
-Eu me lembro, estava sendo controlada. - Melissa fez uma cara de medo - Mas todas as lembranças ficam confusas, embaralhadas em minha mente.
-Pare de pensar nisso, está com febre. - bronqueou Pomfrey - Recomendo que tire um cochilo depois que eu te der a poção.
-Mas eu já não dormi demais? - perguntou Melissa.
-Rá, rá! Nunca é demais quando estamos doentes. - a enfermeira respondeu bem-humorada - Vou buscar uma poção para baixar sua febre.
Melissa se acomodou melhor na cama enquanto a enfermeira ia. Os pensamentos se confundiam em sua mente, chegou a conclusão de que não entendia direito uns oitenta por cento do que estava acontecendo.
Luna caminhava inquieta pelo corredor. Lisa não havia dado aula aquela manhã, havia anulado e mandado os alunos irem estudar, sua prova seria dali a uma semana. Luna mal sabia que ela tinha feito isso porque precisava desesperadamente estar ao lado de Sirius e Melissa.
Mas algo que Luna não conseguia era ficar sossegada, Harry morria diversas vezes em sua mente, se tornava pó todas essas diversas vezes... Ela correu para os jardins, logo estava sentada em frente ao rio que gostava de encarar nos momentos de dificuldades.
Harry havia partido para mais uma batalha, mais uma vez Luna segurava seu coração. Algo dentro de si dizia que tudo iria acabar bem com Harry naquele dia. Com Harry... Nada dizia quanto aos outros, sentia-se aflita.
Mas também sentia que uma morte iria ocorrer e que uma perda temporária de alguém muito querido iria acontecer. Coisas que a deixavam angustiada.
Só podia esperar o retorno de Harry de lá, não podia reclamar de nada.
Ela levantou da beira do rio e atirou uma pedra nele, o que sempre fazia para descontar sua raiva.
-Hey, Luna. - ouviu a voz de Tereza, olhou para trás, ela vinha de lá, sorridente - É tão bom te ver, estou me sentindo tão sozinha, preciso conversar com alguém.
-Oi, Tereza. - Luna respondeu meio desanimada.
Ela pareceu espantar-se ao ver a expressão triste de Luna.
-Você está triste... - Tereza parecia estranhamente compreensiva naquele instante - Anda sonhando com morte?
-Sim. - respondeu Luna - Eu não contei isso a ninguém ainda, muito menos a ele, mas eu vejo Harry morrer.
-Nossa! - Tereza arregalou os olhos - Gregory morreu quando você previu. Mas como Harry?...
-Virava pó. Desvanecia-se no ar. - Luna parecia distante, fazendo um sinal de algo indo no ar.
-Pó? Desvane... isso aí no ar? Como assim? - ela perguntou confusa.
-É um sonho que tenho de vez em quando, nele acontece a Purificação, que você sabe o que é. - começou Luna - No sonho quando acontece a Purificação as pessoas de sangue impuro viram pó, e bem, Harry também vira.
-Nossa! - exclamou Tereza - E não há chances de ser apenas um pesadelo?
-Não quando você é uma Yumemi, Contempladora dos Sonhos. - Luna disse distante - Quando você é uma, tudo o que sonha um dia se realizará.
-Ah, melhor pararmos de falar nisso que você está angustiada. - Tereza disse - Preciso conversar um pouco. Ano passado eu, Gregy e Mark estávamos tão grudados, de repente perdi os dois, fiquei sem amigos.
-Pode desabafar, assim me distraio. - Luna disse tentando sorrir desastrosamente.
-Sabe, eu tenho recebido cartas de Neville, ele está me chamando para ir para uma escola de especialização junto com ele, que faz Herbologia lá. - ela parecia um pouco tímida - Eu não sei se vou querer estudar lá, só tem especialização em Poções além de Herbologia. Eu ainda não decidi se quero fazer alguma dessas.
-Você não gosta de Poções? - perguntou Luna.
-Gosto, sabe, eu gostaria de ir para lá, mas o Longbotton tem segundas intenções! - ela pareceu brava, depois disse em um tom de metida - Ele ficou louco por mim depois de ter me chamado para o baile no ano passado.
-Ele ficou nitidamente apaixonado. - disse Luna - Por que você não vai para lá? Quem sabe não arranja um namorado?
-Ah, mas o Longbotton? Ele pisou tanto no meu pé. - ela resmungou mau-humorada, bem do jeito que ela era.
-Eu vi que você também pisou no pé dele também. Todos temos nossos defeitos, você tem que aceitá-lo como é, afinal ninguém é perfeito.
-Está certa. - concordou Tereza - Vou tentar me dar bem em Poções agora para poder estudar naquela escola. É estranho conversar com você, nunca te tratei muito bem e você aceitou assim...
-Eu entendi você, sempre. - disse Luna - Por ser uma sonserina se escondia atrás de uma máscara, para parecer mais durona. Apesar de seu tamanho todo você é muito doce, sabia?
-Doce? Mais ou menos, né? Obrigada. - disse Tereza - Se eu ouvisse isso há uns anos atrás te daria uma bela de uma porrada.
As duas caíram na risada. Depois elas continuaram conversando até a hora do almoço e foram assistir a aula. Luna distraiu sua cabeça nesse tempo.
Todos os Dragões estavam na estranha ilusão, abaixo da lua vermelha, iluminados por sua luz sangrenta.
-As regras do jogo são as seguintes: - Draco começou a falar - os líderes dos Dragões, no caso eu e você, Potter; devem duelar, enquanto os outros apenas assistem. Bom, para quem não sabe, com a morte do líder de um dos grupos de Dragões, o outro se torna detentor das Esferas no mesmo instante. Então eu te mato Potter, aí meu grupo se torna detentor de todas as Esferas e fazemos a Purificação. Você aceita?
-Claro, por mim duelamos agora mesmo. - Harry sorriu para Draco - Vai ser muito fácil matá-lo.
-Não aceite. - pediu Gina - Pode ser muito arriscado.
-Já aceitei. - respondeu Harry.
-Então venha. - Draco pulou para as pedras que flutuavam acima deles.
Harry pulou na pedra de frente a Draco. Os dois apontaram suas espadas um para o outro, pulando para outra pedra que passava em alta velocidade. Harry pulou três pedras a frente, Draco virou em sua direção, os dois chocaram suas espadas. Draco puxou a espada para trás, Harry chocou a sua contra a dele novamente, pularam para outras pedras que flutuavam, continuando a duelar da mesma maneira.
Lá embaixo os outros Dragões apenas assistiam a cena. Mal sabiam da armadilha que os outros Dragões da Terra haviam preparado para eles, se soubessem dariam um jeito de fugir daquela Ilusão imediatamente. Mas eles jamais seriam capazes de escaparem de uma Ilusão tão poderosa. De qualquer modo a armadilha que os Dragões da Terra haviam preparado começou a ser ativada.
Buracos negros começaram a aparecer e desaparecer em alguns pontos. Um vão se abriu abaixo de Gina, que pulou para o lado, escapando dele. Um abriu ao lado de Hermione, que pulou e quase caiu em outro.
-Mas o que é isso? - Rony perguntou, em seguida um buraco apareceu ao lado dele, mas ele se desvencilhou.
-Você acha que jogaríamos limpo? - perguntou Pansy - É magia negra da mais poderosa, a pessoa que cair nesse buraco vai se perder em trevas que ficam entre as dimensões, acho que... deixe-me pensar... Eternamente. - ela deu uma risadinha irônica, que irritou verdadeiramente aos três, que se desvencilharam de mais buracos negros que surgiram.
-Eu sabia que não devia confiar em vocês. - exclamou Gina.
-Ninguém mandou confiar. - Cho estava claramente estressada, flutuava sobre uma bolha que criara, assim como os outros dois.
-Vamos tentar flutuar também. - Hermione sugeriu.
Os três começaram a flutuar, podiam fazer isso com seus poderes de Dragão. Pansy estava próxima a Rony e não suportou vê-lo escapando. Ainda haveria tempo para derrubá-lo, estava há um centímetro no chão. Pansy jogou sua espada no chão, mas prendeu bem forte abaixo de seus braços a Esfera que teimara em levar com si, depois voou desesperada e violentamente em direção dele. Ele foi surpreendido pelo golpe da garota, que caiu de frente para ele, os dois perderam seus equilíbrios.
O que ninguém esperava era que logo abaixo deles abriria-se um abismo. Os dois foram tragados para lá imediatamente, sendo possível ouvir Rony começar a gritar algo como
'Mione...', só que sem muita certeza, pois o grito já parecia muito distante.
Lágrimas vieram aos olhos de Hermione e a lembrança das palavras de Pansy: "A pessoa que cair nesse buraco vai se perder em trevas que ficam entre as dimensões, acho que... deixe-me pensar... Eternamente."
Eternamente... Em trevas eternamente, que significava para sempre, que significava que ela nunca mais o veria. Não teve forças, desabou no chão. Após aquele incidente os buracos negros foram desativados, Mark e Cho, assim como Gina também desceram ao chão.
-Eu não acredito que aquela burra fez isso! - exclamou Cho - Ela tinha que trazer a Esfera junto? Se ela caísse sozinha no abismo tudo bem, mas a pior perda foi a da Esfera!
Gina não surpreendia-se com o incrível espírito de companheirismo dos Dragões da Terra, que não se importavam nem um pouco uns com os outros, e sim com si mesmos. Ela aproveitou que haviam desativado o efeito de abismos, abaixando ao lado de Hermione e abraçando-a por trás, ajeitando sua cabeça e seus cabelos ruivos nos ombros da garota, que deixavam as lágrimas escorrerem pelos rostos.
-O único homem que amava. - choramingou Hermione - O homem da minha vida, caiu num abismo e ficará atado às trevas... Como posso crer nisso? Não consigo. Não pode ser verdade.
-Está tudo dando errado para nós. - choramingou Gina, que também estava em um leve pranto.
-Perdemos nosso ruivinho... - Hermione disse triste - Meu ruivinho... E o pior de tudo é que aconteceu tão rápido.
-Acho melhor pararmos de lutar. - ouviram a voz de Mark acima deles - Com a Esfera da Terra presa nas Trevas jamais poderá ser realizada a Purificação.
-Então é melhor mandarmos aqueles dois pararem de lutar! - exclamou Gina.
Mas já era tarde demais, ouviram um grito.
Um grito de dor, um grito de morte, um grito de perda, um grito de alguém que ia embora. Olharam para o alto, viram que em um deles havia uma espada cravada, o sangue esvoaçava, até meio que se camuflando na macabra penumbra daquela lua vermelha.
O sangue camuflado na penumbra carmesim: o reflexo da dor que atingiria alguns ali presentes.
No Próximo Capítulo...
Quem se foi? Harry Potter ou Draco Malfoy? A Guerra dos Dragões estará realmente terminada depois disso? Não percam o destino de todos personagens, principalmente revelações sobre a estranha ligação de Melissa à Lisa Brynsen e Sirius Black. Mais sonhos reveladores, mais dor, mais alegrias, mais indícios que demonstram que tudo ainda não está acabado. Não percam o desfecho surpreendente da segunda fanfic dessa trilogia. Capítulo 11 - Apenas um Recomeço. Breve!
N.A: Ai ai gente... Tô cansadão... 9 e meia da noite e eu fazendo isso aqui... Eu sei que não é tarde, mas hj e ontém eu não parei, e qse não decansei... Estava viajando! Fui a um encontro de jovens em Cubatão, cidade próxima a minha aqui, dormi na escola federal de lá, foi super divertido. Só não dormi tão bem pq o colchonete era beeem finiho, acordei 7 horas hj. Se bem q todos acordaram pq tinha q tomar café às 8. Foram 8 horas de sono mas não dormi tão bem assim. Tb tô meio torto pq dormi praticamente no chão, mas td bem... Apesar de tudo foi divertido p/ caramba! Mas tinha esquecido de pedir p a Vi mandar p/ mim...
Bom, como vcs viram eu não pude responder todos reviews, pq eu deixei para responder esse fim de semana mas esqueci que não estara em casa P Mas aqui vai uma dedicatóriazinha meio resposta para os reviews: Lina, a gente já conversou no MSN sobre ese cap semana passada, se vc não viu falei umas bobrinhas c vc lá na caixinha d'os8dragoes... He he!; Bru Black, minina! Vc não leu o começo da fic? Rua das Cerejeiras é a rua onde fica o portal p A Terra dos Vals, no prédinho abandonado e pá! He he! Agora já sabe, aliás, é a rua que eles foram agora; Erika Potter, que bom q vc ama minha fic valeeew!; Matt, seu review eu respondi, ms agradeço novamente por sua crítica construtiva; e Luna-br, valew pelo review! Vc já é velha de guerra, me manda review desde que essa fic desde se iniciou D Está mais desconfiada de quem seja a filha do Sirius e da Lisa? E o fim desse cap? Acho que dessa vez vc nem fica curiosa...
Bom valeu pessoals!!!!!!
Bjos!!!!!!!
Boa noite e até a próxima!
