Os Oito Dragões - A Terra dos Vales
N.A 1: Esse capítulo tem a música Let Go, do 12 Stones. Quem puder ler ouvindo, é uma boa pedida. Mas quem não conhece, é muito fácil de ser encontrada no Kazaa e programas que compartilham arquivos. A música também é encontrada no CD da trilha sonora do filme Demolidor, que por sua vez pode ser ouvido no site Rádio Terra. Oras, então vocês não têm desculpas para não ouvirem essa música! Então vamo lá, let's go!
Capítulo 12 - Apenas um Recomeço
-Tchau, sra. Molly. - Sirius disse apertando e depois dando um beijo na mão dela.
Ele ainda usava sua peruca loura e os óculos escuros, ficando bem engraçado como sempre ficava quando os usava.
-Ora, Sr. Sirius, não me chame de senhora! - ela o bronqueou - Apenas Molly! Senhora, humpft! Assim sinto-me uma velha.
Todos ali acabaram caindo na risada, até mesmo Molly. Ela não era uma senhora ainda em seu conceito, na verdade sabia que estava prestes a se tornar, mas não queria dizer a si que uma velhice mais profunda vinha em frente.
"Não quero nem ver como ela vai se sentir quando souber que será avó..." - Gina pensou. "Vai se sentir mais velha ainda... Mas pelo que conheço de minha mãezinha ela vai se contentar, adora uma criança. Mais ainda depois de sete filhos e um adotado".
Todos despediam-se uns dos outros. Melissa foi dar um beijo de despedida em Gina, mas acabou a assustando de tão profundamente que Gina pensava, ela parecia estar em outro lugar.
-Gina... Estava pensando em quê? - Melissa perguntou.
-Problemas. - ela respondeu - É impossível tirá-los da cabeça.
-Isso é. - Melissa deu de ombros.
-Hey, Mel! - Luna se aproximou - Por que você não dorme aqui essa noite? Você sabe que eu estou passando as férias aqui e eu sinto tanta falta dos velhos tempos de fofoca antes de dormir.
-É uma boa idéia! Assim posso me distrair e contentar um pouco! - Gina sorriu - Diz que fica.
-Ai, não sei... Sua mãe não me convidou. - Melissa disse em tom baixo - Fico sem graça...
Gina instantaneamente virou sua cabeça para o outro lado, onde sua mãe estava, e perguntou:
-Mãe, a Melissa pode dormir aqui hoje?
-Claro. - respondeu Molly - Vocês podem ajeitá-la no quarto de Gina com vocês. Claro se sua mamãezinha deixar, Melissa. - ela disse em tom de brincadeira.
-Minha bebê já tá bem crescidinha. - disse Lisa - Então ela decide o melhor para ela. Se ela dormir quentinha nem me preocupo.
-Ela pode dormir bem confortável. - disse Gina.
-Então eu fico. - anunciou Melissa.
-Êba! - Gina e Luna deram as mãos e depois pulinhos de alegria.
Molly segurou a mão de Artur que estava ao seu lado e colocou a outra sobre seu peito. Deram um risinho ao ver os pulinhos de alegria das garotas, junto de Lisa e Sirius, que estavam em pé em frente aos dois.
-Nossos bebês não crescem. - comentou Artur - Gina apesar de já ter mais de dezessete anos ainda age como quando criança.
-Pena que não tenhamos visto nossa filha crescer. - Lisa comentou tristonha.
Artur sentiu culpa imediatamente. Por que fora fazer aquele comentário bem na frente de um casal que não viu a filha crescer?
-Desculpa. - ele disse envergonhado - Não devia dizer essas coisas na frente de vocês dois, bem...
-Não foi nada. - disse Sirius - Não repare, é que Lisa às vezes mostra os sentimentos dela demais...
-Ai! - ela exclamou ao levar um chutinho na sua canela, de Sirius.
-O que Lisa? - Molly perguntou ao não entender o porque do gritinho.
-Nada não... - ela disse levantando a perna e passando a mão na canela chutada.
-Vamos então. - disse Sirius.
Logo após todas despedidas, os dois aparataram de lá. Sirius iria deixar Lisa em casa depois iria para seu esconderijo num dos quartos mais secretos de subsolo de Claire.
Harry e Hermione não conseguiam esconder suas tristezas. Aquele tempo todo que os outros se despediam e conversavam contentes, ele e Hermione não levantaram de um canto em que sentaram-se juntos.
Na verdade seus corações estavam tão distantes da realidade que eles nem notavam-se um ao lado do outro. Quando perceberam direito que estavam lado a lado, que começaram a conversar.
-Você estava tão calada todo o tempo. - disse Harry.
-Você também. - Hermione disse olhando nos olhos de Harry que estavam tão tristes - Sabe, eu não consigo parar de pensar nele.
-Ainda mais aqui dentro dessa casa. - os dois disseram ao mesmo tempo.
-Sabe, eu também. - Harry olhava para a velha e empoeirada madeira do chão - Ele é meu melhor amigo. Ou era, não sei.
-Ele era meu namorado, melhor amigo, meu grande amor e também era como um irmão meu. - lágrimas começaram a escapar dos olhos de Hermione - Ele era tudo o que eu tinha. Tudo.
-Poxa, será que vamos chorar? - Harry perguntou enxugando outra lágrima.
-Não era esse o intuito desse jantar. - Hermione disse triste.
-Ora, minha irmãzinha, encoste sua cabecinha aqui. - Harry começou a afagar os cabelos castanhos de Hermione ao ela encostar-se tristonha no ombro do garoto - Você é como uma irmã que eu nunca tive, prometo que nunca deixarei você chorar mais.
Hermione deu um sorriso um pouco torto ainda, as lágrimas e a tristeza ainda tentavam dominá-la.
-Você também é como um irmão para mim. - disse Hermione - Sempre me senti como uma irmã mais velha, te dando broncas e te protegendo.
-Mas há algo vazio aqui dentro. - disse Harry.
-É o Rony que não está ao nosso lado. - disse Hermione.
-É duro ter o 'Trio Maravilha' separado. - disse Harry.
-Concordo. - Hermione disse - Falta uma parte de nossas vidas.
-Então vamos parar de falar nisso, vamos junto com as garotas. - disse apontando para Melissa, Luna e Gina, que tagarelavam sem parar em outro extremo do cômodo.
-É pra já!
Os dois se levantaram. Percy e Jorge estavam próximos a eles, e viram o quão tristes estavam, então caminharam até eles para tentar animá-los um pouco.
-Hey, Mione! - disse Jorge - Eu sei que você está triste porque perdeu o Rony. Ele vai voltar, mas enquanto não volta, existem outros Weasleys para a distrair! - ele brincou, segurando sua mão.
-O que é isso? - ela perguntou rindo.
-Não liga para ele. - disse Percy - Vocês dois estão muito tranqüilos. Mas vai começar ano letivo para os bruxos logo, logo. Não estão pensando em emprego, em fazer um curso?
-Ah, Percy, dá um tempo! - reclamou Harry.
-Mas é importante pensar nisso. - Hermione disse séria - Vou tentar entrar na Escola de Direito Bruxo. Com os bons resultados de meus NIEM's, vai ser menos difícil.
-Oh, mas o mercado está muito disputado. - disse Percy, ele e Mione já começavam a se empolgar no assunto.
Harry e Jorge olharam para o lado. Viam as meninas e Carlinhos-mini muito empolgados, conversando. Parecia estar bem mais divertido ali.
-Vamos com eles? - perguntou Jorge.
-Vamos largar esses dois aí. - respondeu Harry.
Mas mesmo que os dois tentassem se distrair, que todos tentassem se divertir naquela noite, algo de muito importante faltava. Era uma pessoa: Rony Weasley.
I feel so alone again
(Me sinto tão sozinho de novo)
I know that I need you
(Eu sei que eu preciso de você)
To help me make it through at night
(Para me ajudar a fazer isso essa noite)
A casa de Lisa era um lugar tão confortável. As paredes em um amarelo-bebê pareciam te dar uma preguiça tamanha de deitar e não levantar nunca mais. A lareira acesa esquentava bastante, dava vontade de abraçar a pessoa amada e não largar nunca mais... Estavam na sala da casa, que por acaso era muito parecida com a sala de Lisa em Hogwarts, com suas poltronas azuis, sofás azuis, carpetes azuis, que levavam os dois às alturas, sentiam-se no céu.
Então Lisa e Sirius sentaram-se nos pés de uma poltrona em frente a lareira e começaram a conversar, estava bem frio e se abraçaram.
-Sabe Lisa, acho que vamos ter a melhor vida do mundo quando eu provar minha inocência e podermos constituir uma família junto de Melissa.
-Eu sonho com isso a todos instantes. - disse Lisa - Durmo sozinha naquela grande cama de casal todas as noites, querendo seu calor do meu lado.
-Posso dormir com você essa noite. - disse Sirius.
Ele abaixou a cabeça e olhou-a. Como ela era bela. Era a mulher mais bela que conhecia, que conheceu. Sentia algo por ela até mesmo quando ela era baixinha e usava óculos no passado, em Hogwarts. Mas não deixava aquilo transparecer de jeito nenhum, a vaidade dele jamais permitiria se envolver com uma baixinha, feia, de óculos... Mas depois que ela ficou bonita, se transformou, quando ela perdeu sua família, ele não agüentou e começou a investir em cima dela. Foi muito difícil conseguir algo, mas depois de muita insistência conseguiu tê-la para ele. Mas depois os destinos dos dois separam-se de tal modo que eles só foram se ver novamente após o retorno de Sirius do Véu.
Mais uns segundos olhando-a e os lábios dele colaram nos dela, logo os dois envolviam-se em um beijo muito ardente. Cada pêlo do corpo de Sirius se arrepiava naquele instante, sentia como se estivesse beijando-a pela última vez por um longo período, não sabia porquê. Então a abraçou e foi descendo a mão por sua cintura.
Lisa entregou-se completamente ao beijo, sentia que aquele era o homem de toda a sua vida. Ele começou a puxar a blusa que Lisa usava, os pêlos dela que se arrepiaram dessa vez.
Mas ele jamais poderia passar a noite com ela, era arriscado, o único lugar que estava seguro era no último que o Ministério o poderia encontrar, no subsolo de lá, por incrível que pareça, junto de Claire. Se ela não cortasse toda a química daquele beijo imediatamente, acabaria fazendo com que Sirius arriscadamente passasse a noite em sua casa. Então ela o empurrou imediatamente.
Sirius sentiu-se ferido. Ela cortou tudo tão de repente, como se não estivesse gostando, como se não quisesse, como ele queria, seguir adiante. Ele olhou magoado para ela, que suspirava e virou o rosto, levantando.
-Por que você fez isso? - ele perguntou em tom de revolta olhando para cima.
Ela estava de costas para ele. Encarava as chamas do fogo, elas queimavam incessantemente. Era assim que Lisa sentia-se por dentro, mas não poderia continuar, de jeito nenhum.
-Não podemos. - disse ela - Você passar a noite aqui é muito arriscado, é um procurado do Ministério da Magia.
-Esqueça isso. - ele disse levantando e segurando-a pela cintura.
Ela sentiu seus pêlos arrepiarem-se novamente, ele beijava seu pescoço. Mas ele não podia continuar! Teimoso! Ela então foi obrigada a dar uma cotovelada nele, que gritou na hora.
-Ai, sua animal! - ele disse colocando a mão na costela, que havia sido atingida com força pelo braço de Lisa.
-Vá embora logo! - ela bronqueou, virando em sua direção e o encarando - O Ministério pode...
Mas ela parou de falar. Estava olhando por cima do ombro de Sirius, boquiaberta, congelada. Ela não podia acreditar naquilo que seus olhos insistiam em mostrá-la. Daquela maneira já se via caindo mais um degrau abaixo em sua vida.
Ela nunca chegava ao topo da escada de sua vida, e sim, já esteve no topo dela, mas cada vez tropeçava e caía degraus abaixo. E mais degraus abaixo... O precipício da solidão encontrava-se no último degrau abaixo na escada, ela estava chegando lá.
Sirius espantou-se ao ver uma lágrima cair do olho de Lisa.
À partir daí cenas pareciam pular uma para a outra em câmera lenta.
Ouviam uma risada. Uma gargalhada cruel e irritante soava ao fundo dos dois, era a voz de Mary Jhones. Sirius lentamente olhou para trás.
Via Cornélio Fudge.
Via Mary Jhones.
Via membros do Ministério da Magia dispostos à levá-lo para a prisão de Azkaban novamente. Ou, quem sabe, até mesmo para os Dementadores, para ele levar um Beijo do Dementador? Talvez estivesse mais perto de sua sepultura do que podia imaginar. Mas uma lágrima de esperança caiu ao ele ver uma pessoa, que considerava iluminada, logo atrás de Fudge.
Era Dumbledore.
As barbas brancas do velho escorriam-lhe até os seu peito. De qualquer modo aquela barba o tornava mais sábio, não que ele precisasse dela para ser. Ele já era realmente sábio. Sirius confundia todos seus pensamentos agora, não conseguia distinguir muito bem as coisas.
Fudge.
Mary Jhones.
Alvo Dumbledore.
Lisa gritou desesperada. Correu e o agarrou por trás, como se fosse perdê-lo naquele instante. Uma luz veio em sua direção. Antes ele pode ouvir a palavra Estupefaça.
Todas cores borraram-se então. Tudo negro se tornou.
As I prayn that you believe in me
(E eu rezo para você acreditar em mim)
You gave me my strength
(Você me deu a minha força)
To face another day alone
(Para encarar outro dia sozinho)
Hermione encontrava-se novamente no quarto de Rony. Aproveitou o momento que as meninas arrumavam o quarto de Gina para todas elas dormirem lá. Ela também fora convidada para dormir lá naquela noite, não pôde recusar.
Não resistiu, queria uma lembrança de Rony, o quarto dele era a maior lembrança delas. Mas não devia ter ido lá. Arrependeu-se assim que jogou-se na cama e enfiou a cara no travesseiro, tentando abafar o barulho de um choro que insistia em sair. Um choro barulhento, cheio de lágrimas. As lembranças não puderam acabar não vindo em sua mente.
Lembrava-se de Pansy jogando sua espada no chão, com sua bendita Esfera abaixo de seus braços bem presa em si. Depois ela voava desesperada e violentamente em direção de Rony. Ele foi surpreendido pelo golpe dela, que caiu de frente para ele, os dois perderam seus equilíbrios. E logo abaixo deles abria-se um abismo. Justamente abaixo de Rony... Injustamente!
Assim, os dois haviam sido tragados para lá imediatamente. Mas o pior era Hermione lembrando dele gritar seu nome ao afundar no abismo, sentindo-se uma inútil, e ainda sentia assim.
Era como se ela fosse uma incapaz! Ouvir o chamado por socorro de seu amor sem nem fazer nada? Era a pior sensação do mundo, para ela e para qualquer pessoa que fosse. As lágrimas começaram a cair com mais intensidade quando as palavras de Pansy vieram em sua mente. As palavras que sempre a deixavam mais ainda para baixo.
'A pessoa que cair nesse buraco vai se perder em trevas que ficam entre as dimensões, acho que... deixe-me pensar... Eternamente.' Essa fora a frase da derrocada final de esperança que Hermione tinha. Ele jamais voltaria! Algo dentro de si dizia que não voltaria. Os sonhos de Luna, que Gina a contara, diziam que ele retornaria. Mas algo dentro dela teimava incessantemente nessa questão.
Mas ao tirar o rosto afundado no travesseiro e olhar melhor o quarto, pode perceber o quão bom fora enquanto os dois estavam lado a lado. Mais lembranças vieram em sua mente, só que dessa vez elas eram boas...
Flashback
Hermione procurava por Rony nos jardins. Sentia-se meio envergonhada em saber que ele sabia que ela gostava dele, também em saber que ele sentia o mesmo por ela, e saber que os dois correspondiam um ao outro, e... Bem, estava fazendo uma confusão em sua mente
Ela o viu em frente ao lago, então correu até lá e segurou seu ombro. Ele levantou a cabeça e a fitou carinhosamente.
-Hermione, sente-se aqui ao meu lado. - ele disse sorrindo para ela e batendo a mão na grama ao seu lado.
-Está frio aqui... - ela resmungou - Posso me esquentar em você?
-Ca-Claro! - ele gaguejou claramente sem graça.
Ela o abraçou delicadamente, apoiando sua cabeça no ombro dele. Uma sensação muito boa invadiu os dois, um calor, como se os dois juntos se completassem, como se um junto ao outro espantasse todo o frio em volta. Rony fitou o rosto dela. Ela levou o rosto contra o dele, eles se olharam e deram um sorriso autêntico, ali perceberam que um havia nascido para o outro.
Hermione aproximou o rosto mais ao dele, Rony aproximou seu rosto mais ao dela, já estavam muito próximos, então seus lábios finalmente se tocaram.
Neste momento ela sentiu um vento gelado bater ao lado deles, um vento que durou um segundo e fez o cabelo de Hermione esvoaçar. Então Hermione se sentiu com a força de um dragão, assustando-se. Ela sentiu-se flutuar e o vento parar, agora aquele calor humano havia acolhido aos dois novamente, e a cada momento se sentia mais forte.
Quando seus lábios se distanciaram todas essas sensações desapareceram e ela voltou a sentir o frio que batia naqueles jardins, a temperatura real. Se olharam assustados pelo que aconteceu, aquele vento e aquela força que sentiram foi algo muito estranho...
-Você sentiu o mesmo que senti? - perguntou Rony.
-Uma força? Um vento? - ela respondeu vagamente, fazendo outras perguntas.
-Isso... Foi algo muito forte e estranho, como se provasse que temos de ficar juntos... - murmurou ele.
-Seja o que for foi muito bom. - ela disse abraçando Rony - Por mais estranha que tenha me sentido percebi que nada vai nos separar. Nem ninguém.
Eles se abraçaram novamente. Aquele havia sido o primeiro beijo que deram um no outro.
Fim do Flashback
Lembranças como essa só a fazia sorrir. Ela enxugou as lágrimas e pensou:
"Se nós nascemos um para o outro, se somos dois Dragões tão poderosos, tudo não vai acabar assim! Não vai!"
Então ela levantou e saiu do quarto.
Iria junto das garotas agora, antes que notassem sua falta e ela levasse uma bronca por ter corrido atrás de sofrimento indo até o quarto de Rony.
Mas de qualquer modo aquilo fora bom, ela acabou saindo mais motivada lá de dentro. Uma chama que ela não encontrava acendera-se em seu coração. Era a chama da esperança.
I need you now my friend
(Eu preciso de você agora meu amigo)
More than you know
(Mais do que você imagina)
When will we meet again
(Quando nós iremos nos reencontrar?)
Cause I can't let go of you
(Porque eu não posso deixar você)
Hermione ia descer escadas para ir até o quarto das garotas, junto delas, para ajudar a arrumar as coisas. Mas uma sede surgira, ela resolveu ir até a cozinha. Desceu as escadas, estava na sala. Vozes quase murmuravam na cozinha. Hermione prestou atenção e as identificou: Artur, Molly, Percy e... McGonagall?
"Está acontecendo algo! E se eles estão sussurrando é porque não querem que eu, nem ninguém lá em cima saiba o que está acontecendo." - ela pensou. "Pois eu vou descobrir! Eles acham que somos crianças ainda para ficarem escondendo as coisas de nós?"
Ela caminhou sorrateiramente até o lado da porta, ali dava para escutar bem o que eles conversavam. Era à respeito de Sirius Black. O que teria acontecido? Devia ter sido algo grave se McGonagall estava n'A Toca.
-Então, o que aconteceu? - perguntou Percy.
-Black. - respondeu McGonagall - Ele foi pego pelo Ministério da Magia.
Hermione deixou escapar um 'Oh!', ficando boquiaberta. Agora que as coisas começavam a caminhar mal.
-Oh, não! - exclamou Molly - Ele vai ser Dementado!
-Não se Dumbledore não tivesse impedido. - disse Minerva - Claire havia previsto hoje mesmo que isso aconteceria, então comunicou-se com Dumbledore. Ele foi para o Ministério, lá encontrou Mary Jhones e estava junto quando ela fez a denúncia.
-Por que ele não a impediu? - perguntou Artur.
-Não adiantava, o que ele poderia fazer? Matá-la ou seqüestrá-la? - ela perguntou ironicamente.
-É mesmo. - ele concordou.
-Ela fez a denúncia e Dumbledore fez questão de ir junto, capturá-lo. - ela continuou - Fudge não o impediu. No caminho ele convenceu Fudge de que Sirius poderia ser inocente, que ele não deveria levar um beijo do Dementador ainda. Por incrível que pareça ele convenceu o Ministro a não ordenar nada precipitadamente. Então pegaram ele e Lisa na casa dela. Sirius foi para Azkaban novamente, vai ter segurança reforçada para que ele não escape de lá.
-E com a Lisa? - perguntou Percy - Com certeza vai acontecer algo à ela. Esconder um foragido é crime. Ele foi pego na casa dela.
-Ela vai ficar presa em uma prisão comum. - disse McGonagall - E também vai para julgamento, em breve.
-Pobre Melissa! - exclamou Molly. -Como pôde acontecer isso com toda sua família? Precisamos contar isso para ela!
-Não, Molly, contaremos amanhã pela manhã. - disse Artur - Senão ela não vai descansar essa noite, e vai ser preciso.
-Certo. - disse Molly.
"Também concordo." - pensou Hermione.
-Eu e Percy vamos colocar um casaco e ir para o Ministério. - disse Artur - Vamos com McGonagall ver como Lisa está.
-Está bem. - disse Molly.
-Vou esperar por vocês aqui, depois partiremos. - disse Minerva.
Hermione correu para as escadas novamente, para não verem que ela escutava a conversa por trás da porta. Iria distrair as meninas, principalmente Melissa, para que elas não descobrissem o quê estava acontecendo. Aquela noite, para Melissa, devia ser bem aproveitada, talvez ela não dormisse tão bem nas seguintes.
Porém, sentada no primeiro degrau da escada estava ela, chorando. Devia ter escutado tudo também.
-Vim beber um copo d'água. - disse Melissa - Mas também acabei ouvindo essa conversa...
Percy e Artur entraram pela sala, viram as duas nos pés da escada. Melissa chorava, Hermione havia a abraçado para dar uma força a garota. Ela soltou Melissa, que fitou, com seu olhar extremamente magoado, os dois na porta.
-Eu vou com vocês. - ela disse.
This world brings me down again
(Esse mundo me derruba novamente)
I know that I need you
(Eu sei que preciso de você)
To help me make it through at night
(Para me ajudar a fazer isso ainda essa noite)
Eram as grades de pesadelos. As grades que se tornavam degraus a menos na escada da vida de Lisa. Estava presa em um dos andares do Ministério. Era um corredor com várias celas provisórias para antes das pessoas serem levadas para julgamento. Era seguro e somente para bruxos menos poderosos. Lúcio Malfoy, outros Comensais da Morte, ou até mesmo Sirius Black, jamais ficariam presos ali.
Apenas Lisa Brynsen, uma bruxa comum, de vida difícil, ficava presa ali. Antes de ir parar lá, ficara sabendo do que aconteceu à Sirius. Ele seria mandado imediatamente para Azkaban, com segurança reforçada, enquanto aguardava julgamento.
Lisa tinha vontade de fugir daquelas grades, mas era impossível para ela. Não tinha sua varinha, nem nenhuma Chave de Portal. Sua varinha havia sido muito bem guardada pelo ministério, haviam trocado suas roupas e a revistado, agora ela usava roupa de prisioneira, era branca e larga.
A cela em que estava era fria, e apesar de ser bem conservada, com uma cama macia e quentinha, era muito solitária. Haviam mais algumas mulheres presas nas celas do lado. Elas quem tinham cara de terem feito coisas erradas da vida realmente, eram bastante mal-encaradas.
Ela sabia que não merecia estar lá. Escondia uma pessoa inocente, então era inocente também, de algum modo... Como Sirius estaria agora? Ele estaria bem? Claro que não, em Azkaban nunca estaria bem. Pelo menos ela estava em uma situação bem melhor que a dele. Ouviu o portão ranger.
Encostou-se na grade e olhou para o lado, lá vinha um guarda e acompanhado dele Melissa. Sua filhinha tão amada havia vindo visitá-la! Lisa não evitou espalhar um sorriso muito largo no rosto. Melissa caminhou até ela, o guarda ao seu lado. Parou em frente a grade e segurou as mãos de sua mãe, atravessando as grades.
-Depois de muita insistência eles me deixaram entrar e visitar você, mãe. - Melissa não conseguiu evitar e começou a choramingar, enxugando seu olho esquerdo.
-Oh, filha... - ela murmurou olhando o guarda, que se afastava um pouco dando mais privacidade para as duas conversarem, mas que ainda estava perto.
-Por que foi acontecer isso justo agora? Droga! - Melissa chutou a grade e começou a chorar mais raivosamente, ouvindo um 'Hei', do guarda ao fundo.
-Calma... - disse Lisa, começando a choramingar também - Ainda vai dar tudo certo, você vai ver...
-Fiquei sabendo que eles vão te transferir daqui. - disse Melissa, já se acalmando - Vão te mandar para uma prisão feminina para bruxas comuns. Ela é muito segura, nunca houve fuga de lá. Mas não tem Dementadores.
-Graças à Deus! - exclamou Lisa - Tudo que eu menos precisava era de Dementadores sugando as únicas coisas que podem me contentar, minhas boas lembranças.
As duas ficaram em silêncio por algum instante. Melissa abaixou a cabeça, enxugando algumas lágrimas, e quando levantou, Lisa pode ver que havia ódio e raiva na voz dela.
-A Sra. Jhonson vai se ver comigo. - ela começou a dizer - Conseguiu me separar da minha família novamente.
-Eu e Sirius que erramos também. - disse Lisa - Ela havia prometido que nos colocaria atrás das grades, não demos a mínima. Ficamos passeando por aí, dando bandeira. Ela devia estar vigiando nossa casa, só esperando a hora correta para dar o bote. E hoje chegou essa hora que ela tanto esperava.
-Odeio essa mulher! - exclamou Melissa - Prometo que ela quem vai parar atrás da grades! Vou denunciá-la, vou provar que fui roubada e que na verdade sou filha de vocês.
-Faça isso! - disse Lisa - Ela merece.
-Hum-hum! - fez o guarda, como quem limpasse a garganta, as duas olharam para ele - Já está na hora de ir, mocinha. - ele disse.
-Tudo bem. - Melissa olhou para ele e assentiu com a cabeça, olhando de volta para Lisa - Já estou indo, mãe. Tchau. - ela começou a choramingar novamente.
-Tchau... - Lisa ficou triste e começou a chorar também.
-Fica com Deus, mãe. - disse Melissa, com um tom bem magoado.
-Você também. -desejou Lisa.
Então Melissa seguiu de volta por aquele corredor.
Quando ouviu o barulho da porta se fechando, Lisa estava novamente em sua solidão. Mas depois de vê-la tinha mais uma motivação para dar um sorriso no meio de tantas lágrimas. Tinham pessoas que a amavam, e sua filha era uma.
And I know that your the one for me
(E eu sei que você é o único pra mim)
You gave me my strength
(Você me deu minha força)
To face another day alone
(Para encarar outro dia sozinho)
Luna caminhava perdida pela cidade de Londres. Novamente. Sabia que devia seguir aquele caminho para ver aquilo novamente. Aquilo que a afligia tanto. Aquilo que lhe causava dor e medo. Medo de perder quem ama. Medo de perder muitas pessoas que ama.
Por onde ela andava podia ver muitas pessoas morrendo, muitas pessoas caindo no chão, no meio da rua e fechando os olhos, como se desmaiassem. Conforme ia passando o tempo essas pessoas começavam a se decompor, se tornando pó, cinzas. Mas ao chegar próxima ao grande relógio, o Big Ben, via pessoas em especial. Ali começava a pior parte do sonho.
Alguns bruxos com umas capas cinzentas se mantinham em pé, quatro deles. Eles estavam no meio da rua, que estava cheia de carros parados ao seu lado. Carros vazios de trouxas que tornaram-se pó. Sobre eles reinava uma luz soberana, e eles apenas assistiam a morte daquelas pessoas. Ela podia ver um deles, louro com um olhar frio e cinzento olhar para o alto. Era Draco Malfoy, encarando o céu nublado daquela noite. Encarando o céu ele lançou uma pequena gargalhada. Mas para trás deles quatro ela podia ver o casal Narcisa e Lúcio Malfoy, Suzane e um homem muito soberano, de cabelos negros e olhos brancos, sem a íris dentro dele, levantando a mão para o céu, com muita luz ao seu redor. Falava algo, parecia estar convocando alguma coisa.
Ela parou de olhar para ele e começou a olhar ao redor. Em outra parte da rua, numa calçada, três pessoas de capas brancas estavam em pé, muito tristes, não muito longe daqueles quatro que se mantinham soberanos, um deles chorava constantemente no chão, em cima de um monte de cinzas que eram de alguém que estava junto deles até aquele instante. Era Rony que chorava sobre as cinzas de Hermione, que se desintegrara por ser de sangue impuro.
Entretanto, Luna teve a atenção chamada para o outro lado. Acima do homem moreno, no céu, começam a surgir diversos Dragões, bem compridos e com corpo como de serpentes. Eles eram negros, brilhavam, começavam a se espalhar por várias partes do mundo.
-Eles vão destruir tudo que os trouxas já construíram nesse mundo! - o estranho homem grito glorioso - Agora vai ser tudo como eu sempre desejei, se ela não tivesse me impedido...
Luna se assustou ao ver um Dragão começar a atirar fogo queimando todos os prédios ao redor. Tudo se tornou muito claro com aquelas chamas, principalmente quando elas atingiram a torre do Big Ben.
Luna voltou a olhar para os Dragões do Paraíso. Gina tirou algo do bolso que ela não conseguiu identificar e gritou:
-VOU MUDAR TUDO! QUANDO EU VOLTAR VAI ESTAR TUDO BEM! - ela gritou para Rony e Harry, desaparecendo.
Após ela ir, Harry caiu no chão. Aí que Luna se desesperou. "Ele é de sangue impuro!", ela pensou. "Ele vai morrer!"
-HARRY!!! - gritou Rony.
Luna correu até mais perto e ouviu Harry murmurar.
-Eu tentei, mas não dá mais para tentar resistir e sobreviver... Adeus...
Luna correu até ele, queria o abraçar e impedir que algo de mau o acontecesse. Mas estava em um sonho, como se ela não estivesse realmente ali. Tentou abraçar Harry mas seus braços passaram direto por ele. Em seguida ele se tornou pó.
-NÃO!!! - ela gritou desesperada.
...X...
-Não, não... - Luna murmurava na cama.
-Hei, Luna!!! - Gina a chacoalhava - Você está bem?
Luna abriu lentamente os olhos focalizando Gina em sua frente. Ela sentou na cama, a ruiva estava sentada na ponta da cama também. Olhou ao redor, Hermione estava bem adormecida no colchonete que estava no chão. Gina olhava-a aflita.
-Você estava falando durante o sono. - disse Gina - Estava suando frio, como se estivesse tendo um pesadelo.
-Pesadelo? - Luna perguntou distante - Pesadelo não. Futuro.
-Estava tendo sonhos com o futuro novamente? - perguntou Gina.
-Cada vez mais eu acredito que tudo não acabou. - disse Luna - Mais um sonho. Mais uma vez vejo o futuro.
-Sério? - Gina perguntou segurando a mão de Luna, empolgada.
-Sério. - ela respondeu - Estava novamente andando pelas ruas de Londres, as pessoas se tornavam pó e... - Luna contou todo o sonho para Gina, que ouvia tudo com um brilho no olhar - Então eu tentei o abraçar, mas não pude o tocar, ele virou pó e... - Luna não terminou de contar, segurou lágrimas, havia prometido a si mesma que nunca mais iria chorar por causa de seus sonhos.
-Nossa! Cada vez mais você sonha com isso. - exclamou Gina - Sinal de que realmente vai acontecer.
-Se acontecer significa que Rony poderá voltar ainda. - disse Luna.
-Draco também. - um estranho brilho surgiu nos olhos de Gina - Mas de quê adianta eles voltarem? Se esse sonho se tornar realidade perderemos Hermione, Harry...
-Harry... Não pode ser... - resmungou Luna - Sabe do que mais? Vou parar de me preocupar com esses sonhos. O que tiver de ser será, se esses sonhos refletem uma realidade futura, se eles martelam tanto em minha cabeça, com certeza poderei usá-los a favor dos Dragões do Paraíso no futuro.
-Com certeza. - disse Gina - Você vai ser uma ferramenta para nós vencermos essa guerra!
-Com certeza!
As duas deram um toque nas mãos. Juntas ainda iam ajudar muito no futuro.
I need you now my friend
(Eu preciso de você agora meu amigo)
More than you know
(Mais do que você imagina)
When will we meet again
(Quando nós iremos nos reencontrar?)
Cause I can't let go
(Porque eu não posso deixar)
I can't let go
(Eu não posso deixar)
Todos jantavam novamente n'A Toca. Gina aproveitaria aquele jantar para anunciar a gravidez logo de uma vez para a família. Lá estavam Molly, Artur, Jorge, Percy, Melissa, Harry e Luna, casal do qual já sabia dessa notícia. Hermione já havia ido para casa dela.
Todos estavam meio cabisbaixos, principalmente Melissa, Lisa seria transferida naquela noite para a prisão feminina. Seu pai já havia sido atirado em Azkaban, a data do julgamento ainda seria marcada. Parecia que não tinham muita pressa para isso.
Gina aproveitou o silêncio que tomava a mesa de ponta a ponta. Aquele talvez não fosse o momento mais apropriado para contar isso, por outro lado, se ela demorasse muito mais para contar a verdade, a família poderia descobri-la de outro modo. Seria pior.
Então ela fez como se estivesse limpando a garganta para que todos olhassem para ela. Todos a olharam.
-Eu gostaria de contar algo muito importante. - ela começou a dizer.
Do outro lado da mesa, em frente a Gina estava Luna. Foi possível vê-la com os olhos se arregalando, então ela engasgou com o pedaço de carne que havia acabado de colocar na boca. Harry bateu nas costas dela, que olhou para cima. Seu engasgo passou.
-Nossa, o que te deu, Luna? - perguntou Harry.
-Nada, engasguei. - "Claro, não quero nem ver como vai terminar esse jantar, quando ela contar o que pretende contar...", ela disse a si mesma.
-Então, Gina. - Artur disse da cabeceira da mesa - O que você ia contar mesmo?
-Bom... - Gina levantou, tendo uma visão geral da mesa - Eu estou escondendo de vocês uma coisa que não vai dar mais para manter em segredo. Eu já contei que tive algo com Draco Malfoy. Mas tem coisas que não contei a vocês. Coisas que vão mudar todo meu destino. Aconteceram alguns fatos na Terra dos Vales que eu não contei para quase todos aqui. Ainda...
No final ela pareceu fraquejar, estava com medo da reação familiar. Ficou em silêncio em seguida. Tentava tirar forças de algum lugar para contar aquilo. Ela teria que enfrentar toda a família agora.
-Termine de contar, filha. - Molly disse pacientemente.
-Está bem. - ela ia continuar a contar - Draco me acertou em cheio com a espada. Quando troquei de lugar com a Hermione ele fez isso sem querer. Menti para vocês dizendo que escapei dele. Ele era um Mestre dos Ventos, portanto tinha o mesmo poder de cura que a Hermione. Então ele me curou. Quando acordei ele estava ao meu lado, não resistimos ao amor e a atração que sentíamos um pelo outro, e depois que nos beijamos...
Gina não conseguia encontrar palavras para contar aquela parte. Como diria? Justo a menininha da família? A doce e inocente filha mais nova da família, grávida? Pensava nas palavras corretas, até que Molly pareceu perder a paciência.
-Termine de contar isso logo, minha filha! - ela estava nervosa e magoada, parecia ler os pensamentos de Gina e já saber do que ela queria contar.
-Eu estou grávida, mãe. - Gina tampou o rosto com vergonha, então começou a chorar baixinho.
Não tiraria as mãos do rosto, não tinha coragem. Não queria encarar a família, deviam estar soltando fogo pelas ventas. Mas teria que os olhar, teria que os enfrentar. Será que eles ficariam sem falar com ela novamente? Se quando souberam que ela teve algo com Draco ficaram uma semana sem falar com ela, imagine quanto ficariam agora? Dessa vez seria um mês!
Então ela destapou o rosto. Todos teriam que segurar seus queixos. Ela podia vê-los ali, boquiabertos, menos Luna e Harry, que comiam com naturalidade. Então ela primeiramente encarou seu pai na cabeceira, ele piscava sem parar. Molly quem levantou furiosa.
-Como você foi fazer isso com a sua mãe? - ela perguntou - Grávida? Sem casar? Na minha época isso não existia! Não mesmo.
-Desculpa... - Gina abaixou a cabeça envergonhada.
-Tome uma atitude, Artur! - ordenou Molly.
-De que adianta? - Artur levantou - Olha minha filha, já aconteceu e não vou te condenar por isso. Você não devia ter feito o que fez, mas essas coisas acontecem nas melhores famílias.
-E agora, o que faremos? - perguntou Molly - O que as outras famílias dirão da nossa filha? Mãe solteira? Oras...
-Se aquele Malfoy já não estivesse morto, eu o matava! - disse Jorge.
-Pois eu acho que temos uma coisa a fazer. - disse Percy - Devemos entrar na justiça e exigir uma parte da fortuna Malfoy.
-Ora, seu interesseiro! - exclamou Molly.
-Acho que ele está certo. - disse Gina - Já que isso aconteceu mesmo, vou entrar na justiça, vou tirar parte da fortuna dos maus e ajudar os bons.
-Oras, você é uma biscate mesmo. - disse Molly - Onde já se viu? Nunca imaginei isso! Deve ter se entregado a ele só pensando nisso.
-Como você pode pensar uma coisa assim de mim? - Gina perguntou enxugando lágrimas magoadas, depois ela saiu correndo para as escadas da casa.
-A coisa ficou feia. - Harry disse a Luna.
-Vou atrás dela. - disse Luna levantando.
-Eu também. - Melissa que estava ao seu lado também levantou e saiu correndo para as escadas.
-Não tenho mais fome! - Molly levantou da mesa.
-Eu vou continuar comendo. - disse Artur - Não vou morrer por causa disso. Já tiveram tantas reviravoltas nesses últimos dias...
-Que climão. - Harry sussurrou a Jorge.
-Com certeza. - ele respondeu.
As life passes by I find
(Enquanto a vida passa por eu procurar)
Rainbows seem to change
(Arco-íris parecem mudar)
When I feel alone
(Quando eu me senti sozinho)
You bring me back to you
(Você me trouxe de volta para você)
Na manhã seguinte Gina foi até o cemitério. Iria visitar o túmulo do amor que perdera. Ele estava enterrado no cemitério mais deslumbrante, somente bruxos da mais alta sociedade ficavam lá. Era um lugar bonito, tinha os túmulos mais belos, jardins de flores vivas e grama verde, também diversas espécies de árvores. Ou seja, era realmente um lugar dos melhores. Entretanto Gina não gostava de estar lá, a energia era de negatividade imensa. Beleza não era tudo.
Ela encontrou o túmulo de Malfoy. Nunca havia o ido visitar. Mas precisava urgentemente depois de ter contado tudo na noite anterior para sua família, a recepção não havia sido das melhores, mais pela parte de Molly.
O túmulo era branco, muito branco, parecia ser de marfim, pois até brilhava. Tinha os contornos dourados, devia ser de ouro, os Malfoys economizariam em uma coisa dessas? Gina depositou o buquê de flores sobre ele. Acima do nome escrito dele havia uma pequena foto, ele estava belo nela. Estava emburrado, como se não quisesse tirar foto, virando a cara e olhando feio para quem olhasse para ele. E ela achava isso nele tão bonitinho...
Deixou as flores carinhosamente sobre o túmulo, depositando algumas lágrimas de saudade também. De qualquer modo, ela morria de saudades do lado bom dele. Porém, do lado Dragão da Terra não sentia falta alguma.
Todavia uma sombra chamou a atenção de Gina, uma sombra de uma mulher. Gina levantou e olhou para trás. Era Narcisa Malfoy.
A loura a fitou com um olhar superior. Ela estava realmente bem vestida, usava um vestido negro que quase cobria seus pés, de tão comprido, tapava parte de seu rosto com um véu negro, mas era possível ver o quanto seus olhos eram frios e cinzentos através dele. Também carregava em mãos um leque fechado, que era preto e tinha alguns detalhes em dourado. Estava muito extravagante, esbanjando a riqueza que tinha. Ela olhou com nojo para Gina.
-O que faz aqui? - ela perguntou - Por que chora sobre o túmulo de meu filho? Não tem mais o que fazer, Weasley?
Gina levantou e parou furiosa em frente a Narcisa.
-Estou chorando sobre o túmulo da pessoa que eu amava. - ela disse.
-E você acha que tem direito de poluir o túmulo de meu filho com suas lágrimas podres? - ela perguntou com ironia.
-Eu acho que os seus pés quem sujam o túmulo dele. - disse Gina - Você quem é podre por dentro.
-E que direito a plebe tem de vir a um cemitério tão refinado? - Narcisa perguntou com mais ironia - Vá comprar roupas de verdade para vir a um lugar desses, não panos vagabundos e desbotados.
-Ah, cale a boca! - Gina segurou-se para não gritar, tinha que respeitar o lugar - Eu não me importo com essas coisas. Que diferença faz se eu uso uma roupa simples ou uma chique? O que importa é a beleza interior.
-Não quando você é uma bilionária. - Narcisa deu um risinho frouxo - Você acha que só porque meu filhinho deu uma brincadinha com você, irá tocar em qualquer parte da minha fortuna?
-Espere aí! - agora Gina começava a se irritar mais - Você sabe de algo? Se sabe, como sabe?
-Eu tenho meus métodos. - ela lançou aquele sorrisinho frouxo e o olhar irônico.
Gina então pode ver que nesse aspecto ele também havia puxado sua mãe. Apesar de ser muito semelhante ao seu pai. Resumindo, ele era daquele jeito porque ele tinha a quem puxar, ou melhor, a duas pessoas. Seus pais.
-Métodos? - Gina parecia indignar-se - Que métodos? Com certeza métodos injustos e desonestos.
-E o que você acha? - o sorriso irônico de Narcisa fazia com que Gina tivesse vontade de pular no pescoço dela, depois lentamente esganá-la - Eu tenho dos piores métodos... E saiba que mesmo se um dia meu filho retornasse, ele jamais ficaria com alguém como você, nem grávida.
-Pois saiba que eu carrego aqui dentro uma semente. - ela estava cada vez mais irritada, quase gritava - Eu carrego dentro de mim um novo rumo para sua fortuna, que vai deixar de favorecer aos maus e vai servir para ajudar os que mais precisam. Se tem uma coisa que me irrita é dinheiro em mãos erradas.
-Imagina! - exclamou Narcisa - Para mim dinheiro em mãos erradas é dinheiro em mão de pobre!
-Meu filho vai mudar tudo. - Gina estava claramente com um tom carregado de voz - ele vai ser o melhor Malfoy de toda a história!
-Malfoy? Rá, rá, rá, rá! - Narcisa caía em risadas bem contínuas e desagradáveis - A dinastia Malfoy acabou à partir do surgimento de um bastardo, filho de uma oferecida vagabunda!
Um grande estalo foi ouvido. Gina deu um tapa bem dado, no rosto de Narcisa. Ficou indignada com seus olhos arregalados. A ruiva quem dava um sorriso irônico e glorioso agora, irritando Narcisa. A loura víbora colocou a mão no rosto, que doía razoavelmente, descendo a mão e ameaçando o braço contra Gina. Mas quando o aproximava dela, disse:
-Não vou perder a classe, muito menos sujar minhas mãos, tocando em um ser inferior como você. - ela disse.
-Ser inferior? - Gina quem era irônica - Quem fala? Se eu fosse fútil como você iria para casa e cobria a marca vermelha de uma mão com bastante pó. Ah, e já estou vendo um pé-de-galinha aí. Rá!
-Vê se pode?! - Narcisa tirou um pequeno espelho da bolsa que carregava consigo e se olhou nele, fazendo uma notável careta - Vou para minha mansão, não vou ficar aqui discutindo com pessoas desse nível.
-Sei... - Gina disse cruzando os braços.
-Ora! - Narcisa tirou um objeto do bolso e desapareceu, era uma Chave de Portal.
Gina deu um sorriso e olhou para a foto emburrada de Malfoy.
-Ela acha que desisto fácil? - ela perguntou - Pode pisar em mim quantas vezes quiser, jamais vai me atingir. E se me atingisse acabaria quebrando o salto, pois resisto como uma rocha.
Por um momento a foto pareceu sorrir de volta para ela. Isso acendeu mais esperança no coração de Gina Weasley.
And I need you now my friend
(E eu preciso de você agora meu amigo)
More than you know
(Mais do que você imagina)
When will we meet again
(Quando nós iremos nos reencontrar?)
Cause I can't let go of you
(Porque eu não posso deixar você)
No, I can't let go
(Não, eu não posso deixar)
Aquela velha sala gelada. Aqueles mesmos corações frios a habitavam: Cho Chang e Mark Byninsen.
Corações que se um dia foram quentes, após a libertação de seus Dragões se tornaram assim. Quem diria que maldades tamanhas viriam de uma ex-Corvinal e um ex-Lufa-lufa. Ambos tinham alguma das piores coisas em suas fichas criminais, tudo culpa de uma energia maior, um Espírito Dragão, que sempre os habitou, mas que após serem botados para fora revelaram o lado cruel dos dois.
Junto deles estavam duas pessoas que tinham naturalmente coração gelado: Narcisa Malfoy e Susane Khane Marty.
Suzane parecia concentrar-se em algo, seus olhos estavam fechados. Todos tinham expectativa em cima dela, esperando uma resposta. Uma resposta que veio automaticamente ao ela abrir os olhos. Uma frase que mostrava que tudo estava apenas para começar.
-Eles podem estar achando que tudo acabou, mas eu encontrei os meios. - ela disse com sua voz irritante - Vai ser apenas um recomeço!
Fim da segunda parte da fanfic
Próxima fic: A Deusa da Criação
N.A 2: Oi pessoal! Me arrisquei a mandar o capítulo hj, e deu certo! Tipow... Meu pc está mto porcaria e eu não sei pq, acho q é por causa da bateria q está ruim, não sei... Mas o q importa é que está aqui! E o que acharam? Poxa vida, vamos caprichar nos reviews, pelo menos dessa vez. Bem gente, eu pretendo publicar o próximo cap daqui há duas semanas... É que eu ainda estou no segundo cap de "A Deusa...", meio bloqueado. Mas essa semana vou tentar voltar a ativa, pra adiantar mais a fic. Bom gente, eu já posso adiantar que a próxima fanfic vai ter ares bem diferentes, e que vai ser, com certeza, pelo menos na minha opinião, a melhor das três fanfics da trilogia. Já posso adiantar tb q a Gina vai acabar roubando um pouco o protagonismo (acho q não devo falar assim, mas já foi) do Harry, mas nada q afete demais a fanfic. Bom gente, vcs já podem ir esperando muitas surpresas... Só não ponho a sinopse da próxima fic aqui para não entregar mais nada.
Agradecimentos para: Mistr3ss, Luna-BR, Lina, Karen Kuba e Mateus Dumbledor. Valeu, se não fosse por vcs não me empolgava para escrever mais! Desculpa por não ter respondido nenhum deles, mas essa semana estava mto complicado...
Ah gente, novidades! Pretendo publicar semana que vem o primeiro cap de uma fic que traduzi. Na verdade são três monólogos, a fic se chama "My Own Azkaban", traduzida para "Minha Própria Azkaban". Na verdade não tenho certeza se vou publicar pq mandei pra beta hj. Bom, fiquem de olho aqui no p ver qdo saem essas fics, e quem for logado pode me adicionar no Autor Alert q é até mais fácil pra se manter informado. Bom gente, até, então!!!
Victor Ichijouji
