Obrigada!!!...
Claudia, Nay, Jessica, Nessa Reinehr, Cris, Fabi, Mary, Gio, Taiza, Camila Geisa, Kakau, Marie Darcanjo, Rosa, Jéssy, ArianaKrux
... Vocês são demais!!!
STFD – OS GLADIADORES
"Capítulo Três"
"Bom dia Marguerite!" - Verônica a saudou e Thomy lhe deu um largo sorriso além de balbuciar coisas inteligíveis. Com o passar do tempo ele ia aumentando a quantidade de sons diferentes. E parecia se alegrar mais e mais ao ver a herdeira, que fingia indiferença. - "Dormiu bem?". A pergunta veio mais em tom sarcástico, já que eram quase onze da manhã.
"Onde estão os outros?" - Perguntou ela, já se servindo de uma xícara de café.
"Depende... a quem você se refere?" - Verônica dava suco para o menino.
"Deixa pra lá..." - Tomou um gole ignorando a loira e o pequeno.
Verônica deu os ombros, mas preservou o bom humor. - "Tudo bem" - E saiu no elevador com o menino que ainda tomava seu suco de maracujá.
Por mais que não parecesse, Marguerite tinha acordado há muito tempo. Estava fazendo planos de como vencer John nesta disputa. Claro que não seria fácil, ela sabia bem disso, mas tinha que ser excelente, simplesmente perfeita para não falhar em nada. A começar pelo horário.
Já sabia, melhor do que John, os horários do menino. Planejava ensinar alguma coisa a Thomy quando este não estivesse com fome, sono ou com muita sede de brincadeiras. Precisava pensar em algo muito sutil e ao mesmo tempo em que agradasse o garoto.
"O que ensinar a um pirralhinho deste tamanho?" - Batia levemente os dedos sobre a tábua da mesa, tomando seu café. "Ou melhor, o que ensinar a um pirralhinho que às vezes nos faz de tolos e parece saber mais do que nós?" - Sorriu.
Mas ela estava um pouco apreensiva, não lhe vinha nenhuma boa idéia que pudesse desbancar as de John... - "que há essas horas deve estar se divertindo me imaginando com serviço dobrado!" - Bufou. "Vamos, Marguerite pense! Sempre tive boas idéias em situações de risco, agora que tenho todo o tempo do mundo, pareço uma marionete...".
De repente, um sorriso iluminou a face da herdeira - "Perfeito".
Deixou a xícara pela metade ali mesmo, e correu para o elevador.
Roxton estava sentado no alto de uma árvore, fazendo algumas anotações importantes para Challenger e Summerllee que lhes serviriam para a pequena viajem ao rio de Zanga.
Batia a ponta do lápis no pequeno bloco de anotações. Pensava agora no que melhorar a idéia que tivera de ensinar Thomy a fazer arapucas mais elaboradas, mas desistiu. Na verdade não tinha conseguido lhe ensinar nem as arapucas mais simples já que daquele tamanho o máximo que o menino fizera na ocasião foi observar o caçador e zombar muito dele.
Pensou então em lhe ensinar a reconhecer algumas espécies que viviam no platô.
Conforme ia tendo as idéias, anotava-as no bloquinho também. Sorriu confiante, analisando o que escrevera.
"Marguerite, sinto muito, mas eu gosto do meu café bem forte... E não tente me enganar botando o pó na xícara." – começou a praticar gesticulando e falando sozinho – "Marguerite, traga-me algumas frutas frescas... E não se esqueça de me trazer as armas brilhando e meu chapéu muito limpo...".
"Roxton!" - Malone chamou ao pé da árvore - "Challenger está perguntando se você já acabou.".
"Sim, segure!" - Jogou o bloco e Ned agarrou. - "Está aqui há muito tempo?".
"Não" - Ned já seguia de volta quando respondeu, não permitindo que o curioso Roxton visse seu sorriso.
Marguerite havia passado a tarde inteira na produção de bonecos de pano. Pequeninos, de modo que se encaixassem aos seus dedos. Tinha um plano infalível, com certeza deixaria John muito nervoso e lhe daria muito tempo para que pensasse em alguma lição para ensinar a Thomy.
Ao final de seu trabalho, olhou com orgulho os bonecos prontos. Seis ao todo, representando cada morador da casa.
"Oh! Esqueci do mais importante!" - Rapidamente ela começou a vasculhar em sua caixa de costuras e sorrindo, puxou uma linha preta.
Pegou o restante do pano e começou a fazer o principal: Thomy.
Por outro lado Roxton também já estava com tudo pronto. Tinha separado todo o material de trabalho, recolhido especialmente para Thomy, e que não lhe oferecesse perigo. Tinha a mão, alguns livros ilustrados que Challenger havia emprestado.
Lembrou das recomendações do amigo. "Pode deixar George, cuidarei como se fossem minhas caças".
John só não entendeu o porquê de o cientista e o botânico terem que partir cedo no dia seguinte. Mesmo assim não deu tanta importância. - "A ciência não espera por nada" - Imitou a voz de Challenger, tapando com algumas folhas o esconderijo com o material, na área da Casa da Árvore.
"Hora de enfrentar a fera" - Entrou no elevador.
Malone era paciente e amoroso. Seu aniversário estava próximo e a muito ele merecia um pouco mais de atenção, então, mesmo sabendo que daria muita confusão, Verônica resolveu que não voltaria atrás. Ela própria ansiava por aqueles dias a sós com Ned.
Challenger e Summerlee aproveitariam também, fazendo um percurso ao longo do extenso rio que cortava a aldeia Zanga. Summerlee tinha quase certeza de que daria em uma grande cachoeira, possivelmente cercada de cavernas. Além de fugirem da balburdia, aproveitariam para colher amostras.
Enfim, Marguerite e John teriam tempo integral e "livre" para desfrutar da companhia de Thomy, já que era este o problema.
Marguerite odiava acordar cedo e normalmente era a última a juntar-se aos demais, mas uma coisa ninguém podia negar. Quando decidia uma coisa nada a detinha e naquela manhã ela acordou antes de todos, passou com cuidado pelo quarto de Veronica e Malone e pegou Thomy ainda dormindo.
Quando chegou a cozinha Veronica não acreditou ao encontrar a herdeira preparando mingau para Thomy acomodado na cadeirinha.
"Bom dia Verônica!".
"Bom... bom dia Marguerite!".
Thomy imediatamente soltou gritinhos e fez barulhos estendendo os bracinhos para a loira que lhe deu um largo sorriso enquanto o pegava nos braços dando um estalado beijo na bochecha do garoto. – "Bom dia amorzinho. Acordou cedo hoje heim?" o menino se agarrou a ela como de costume. "Você está bem Marguerite?".
"Estou ótima! Como boa desportista, estou apenas cumprindo as regras. A partir das 7 horas o pirralhinho estará sob nossos seletos cuidados, está correto?".
"Corretíssimo" – riu Verônica enquanto arrumava algumas coisas com Thomy ainda nos braços.
E às 7 horas da manhã, Verônica beijava o menino, enquanto o colocava sobre o tapete cercado de brinquedos. - "Boa sorte Thomy. E cuide bem deles, entendeu?" - O menino balançou a cabeça sorridente. Ela olhou aflita para Ned - "Acha que vai dar certo?".
Ele riu. "Fique tranqüila... Thomy vai adorar, eu aposto".
"Vou sentir saudades" - Sentou-se ao lado do menino, e Ned a acompanhou.
"Eu também... mas voltaremos em três dias e até lá estaremos em contato" - Ned a confortou. Rapidamente mudou de assunto - "Summerlee e Challenger já..?".
"... Sim, partiram há pouco. Acho que não queriam estar aqui quando a agitação começasse." - Disse ela com um olhar travesso.
""timo!" - Respondeu ele no mesmo tom.
Vendo que Verônica começava a se deixar levar pelos gracejos do menino, que mexia no seu cabelo, Ned levantou e a puxou pela mão. - "Vamos logo, ou não sairemos daqui".
Sob os olhares falsamente confiantes de Marguerite, que na verdade estava em pânico, Verônica ainda parou na porta e chamou por Thomy, dando-lhe adeus. O menino colocou a mão na boca e fez um estalido, mandando um beijo. A moça devolveu o beijo sentindo um aperto no coração.
"Vamos, antes você desista" - Interferiu Ned e arrastando-a e deixando a casa rapidamente.
O elevador deixou o nível da casa da árvore lentamente, acompanhado por dois pares de olhos apreensivos.
Marguerite ainda ficou algum tempo de frente ao elevador.Um sorriso nervoso surgiu entre os dentes. "Estou em apuros" Disse pausadamente e depois de uma risada, se recompôs, virando-se para Thomy.
"Então rapazinho, agora somos só eu e..".
"Bom dia Marguerite" John saudou sorridente, sentando-se logo a mesa, depois de mexer carinhosamente nos cabelos do menino.
".. e o Roxton e você" Marguerite concluiu amargamente sem dirigir seu olha ao caçador, que já se servia de uma xícara do chá bem forte.
"Onde estão os outros?" Perguntou ele inocentemente, enquanto Marguerite balançava a cabeça vagarosamente.
11:00
"Imagina Roxton, logo eu que acordei tão cedo, fiz até a comida do garoto e você é que vai começar com as atividades?!" Marguerite segui-o inconformada.
John andava de um lado para o outro, já com Thomy nos braços preparando-se para ir para o pátio. "Marguerite, você sabe muito bem que não era preciso preparar a refeição dele antes das sete, não é mesmo? Fez por que quis, e ao invés de esperar que Verônica fizesse isso você se adiantou e não quis aproveitar a chance" Dizia ele apressado, enquanto parecia procurar alguma coisa.
Imediatamente Marguerite correu antes de John até o elevador e bloqueou a passagem com os braços apoiados na madeira. "Ninguém sai daqui!".
"Marguerite, você está nos assustando". John recuou defensivamente para trás, se divertindo. "Já conversamos sobre isso, não precisa ter ciúmes".
"John, eu não estou brincando, muito menos com ciúmes, só acho que eu tenho o direito de ficar com ele".
"Já arrasando corações, eihn rapaz?". Roxtron sorriu para o menino que riu, parecendo entender.
Marguerite trocou alguns olhares fulminantes entre os dois, e pegou o garoto. "Ele é meu por esta manhã, e está acabado!".
"Mas.. oh.. que!!! Ah.. Marguerite!!!" Chamou ele, ainda com a mochila nas costas, pronto para descer com o menino.Marguerite carregou Thomy para a cozinha por um instante, e depois voltou, pegando a bolsa com os pertences da criança, entrando no elevador.
John não ia deixar barato, e entrou também às pressas no elevador.Ao invés de uma repreensão, Marguerite o ignorou.
"Você.." Disse John forçando para respirar mais ar. "... Você... é muito atrevida..".
"Se quer vir conosco, apenas observe e aprenda". Respondeu ela imediatamente sem dirigir-se aos olhos escuros de John, ignorando completamente a acusação.
Sempre com Marguerite em seus calcanhares, Roxton levou o menino para a base da casa da árvore. Procurou no bolso da calça.
"Droga" – resmungou.
"Algum problema Lord Roxton?" - Provocou Marguerite.
"Claro que não senhorita Krux" - Respondeu com um sorriso. Lembrou-se de que todos os seus objetivos para os próximos dias haviam ficado no bloquinho que dera a Challenger.
Enquanto isso, longe da casa da árvore...
"Summerlee, poderia ler as anotações que Roxton fez?".
"Claro George.." - O botânico pegou o bloco da mochila, e folheou, até achar a letra pequena e bem feita do Lord.
Summerleee esfregou os olhos, e estreitou-os, parecendo não ter entendido bem a letra. George esperava a leitura pacientemente, de costas para o amigo, que fazia um esforço sobre humano para ler. "Summerlee?".
"Oh sim... está escrito: 1) Vigiar o tempo todo Marguerite 2) Não deixar Thomy muito tempo com ela 3) Tentar irritá-la, para que ela se canse e me dê o garoto...".
Challenger virou-se imediatamente com o olhar confuso para o botânico que já preparava um largo sorriso.
Roxton colocou o menino no chão que rapidamente foi se juntar à herdeira, já sentada em um tronco. Como sempre ela o encarou dando um olhar bravo que imediatamente foi retribuído sem cerimônias pelo garoto.
Depois voltaram a velha pratica de observar o caçador, já abastecido de corda e um pedaço de madeira.
Rapidamente ele pendurou dois pedaços de corda em uma árvore e amarrou a madeira a alguns centímetros do chão.
"Olha aqui rapaz, que brinquedo fabuloso" - Sorriu o caçador feliz com o improviso.
"Está torto".
Roxton olhou feio para a herdeira, mas arrumou o brinquedo. Depois o chamou.
"Venha cá menino".
Thomy olhou para a morena que sinalizou. Só então ele aproximou-se do caçador que pegou o menino e colocou sentado no balanço indicando para que segurasse firme.
"Isso não vai funcionar" - Disse Marguerite com olhar entediado.
"Você reclama de tudo o que eu faço!" - Choramingou ele.
"Roxton, você não está vendo o óbvio?".A frase saiu naturalmente quase sendo como uma risada.
"Que óbvio? Você implica com tudo, este é o único "óbvio"... e ele vai amar o brinquedo que EU, Lord John Roxton fiz pra ele. Você está com inveja porque não pensou em nada melhor".
"Continue então Lord John Roxton!!!".- Disse ela visivelmente irritada.De certa forma ele tinha razão.
Roxton estufou o peito, olhou feio para ela. Depois puxou o balanço para o impulso com o menino, que se agarrou com força, até a altura dos quadris, virando-se para Thomy.
"Agora você vai se divertir rapaz. Prepare-se."
Aconteceu muito rápido. Roxton soltou o balanço que oscilou com o menino. Quando começou a subir, o garoto inclinou-se para trás e Marguerite fechou os olhos quando viu o pequeno corpinho voando para fora do brinquedo para aterrissar em um montinho macio de vegetação.
O sorriso de John foi murchando, como uma flor que vai morrendo rapidamente. Marguerite e ele correram para o menino que sem um pio olhou furioso para Roxton. Tinha um joelho ligeiramente arranhado, mas como sempre se recusava a chorar quando se machucava. Fechou a cara, levantou-se e saiu batendo o pezinho em direção ao elevador.
Marguerite ria seguindo o menino, quando olhou pra trás. "Eu avisei John Roxton".
Deixaram o caçador lá embaixo e subiram rapidamente.
"Vem cá pirralhinho. Vamos colocar alguma coisa nesse joelho."
Sentou o garoto na mesa e começou a aplicar o anti-séptico. Só então ela percebeu os olhinhos cheios de lágrimas quando ardeu. A herdeira deu um sorriso.
"Você é bem atrevido. Segurou o choro para aquele caçador bobo não ver, não é? Sabe que estou quase começando a gostar de você?".
11:30 - Almoço: Purê de batatas com legumes cozidos.
"Eu vou dar a comida pra ele!".
"Não está escrito em nenhum lugar nele".
"É, mas é a minha vez!".
"Desde quando???".
"Você estava com ele antes e...".
"Ah, observação Miss Krux: não estava com ele, sozinho, só nós dois, havia alguém conosco".
"Escute aqui" - Marguerite colocou a comida na frente de Thomy, e seus olhos logo cresceram para o prato. - "Não está na lista de obrigações que você tenha que nos acompanhar aonde quer que vamos!".
"Lista de compromissos, lista de compromissos, você só sabe dizer isso!?". Roxton estreitou o olhar para ela.
"Temos que segui-la! Se você não gosta de ordens, eu muito menos, mas não sou eu quem vai se atrever a se opor aquele maldito papel!".
"É só um papel!".
"Não, não é! Aquele papel é uma representação irritante e constante de Verônica, quer queira, quer não! Toda vez que o leio ouça a voz dela, mandando e desmandando...".
"... Marguerite, você não está me dizendo nenhuma novidade, eu vou dar a comida pra ele e está acabado!".
"E se eu não deixar????" - Ela colocou-se em sua frente desafiadora.
Thomy parecia procurar a coisa mais importante. Uma colher. Enquanto olhava os dois discutirem, ora pra um lado, ora pra outro, decidiu fazer o que há muito tempo tinha vontade. Esticou os braços o máximo que pode e arrastou devagar e imperceptivelmente o prato para mais perto de si. Sua lingüinha já molhava os lábios e os olhinhos brilhavam, quando enfiou as duas mãos no prato, e começou a comer, assim mesmo. Às vezes balançava as mãos e fazia careta, mas a temperatura da comida estava suportável.
Quando Roxton e Marguerite finalmente viraram para o garoto, pararam imediatamente a discussão ao ver Thomy rindo totalmente coberto de comida, mas satisfeito. Se dependesse daqueles dois ainda estaria faminto.
"É, ele sabe se virar". Os dois se encararam.
"Sim.. Sabe, Isso me assusta".
12:00 - Banho do Thomy
"Ele está..." Marguerite fez uma careta suspendendo o menino no ar para longe de si "Imundo e fedendo!".
"Claro, você queria que ele estivesse cheirando a rosas?". Roxton ergue a sobrancelha sugestivamente, se divertindo.
Encheram a banheira até a borda. O medo dos dois em se sujarem era tanto que encheram excessivamente. Marguerite tirou rapidamente as roupas do menino, as atirando para um canto bem longe do banheiro, enquanto o passou para John que o colocou logo na água. Era impossível não notar a alegria do menino.
"Do que está rindo?". Roxton perguntou curioso ao ver a herdeira sorrir discretamente.
"Lembro que no orfanato as freiras diziam que o banho após as refeições era mortal".
Roxton franziu o cenho, se mostrando um pouco preocupado com o que acabara de ouvir. Marguerite balançou a cabeça. - "Não se preocupe, tudo lenda".
"Eu sei... você era muito bobinha mesmo pra acreditar nestas coisas.." - Foi a vez dele sorrir, nem ligando para os olhares imediatos de Marguerite.
"E quem disse que eu acreditava?" - Roxton deu os ombros e se afastou um pouco. - "O que foi agora?". - Ela perguntou intrigada.
"Ah... você também gosta um bocado de água, e não sei por que, sempre quando estamos perto você arranja um jeito de me..." - Ele parou fechando os olhos quando ela lhe esguichou um pouco d'água no rosto, e sorriu. - "Molhar" - Ele concluiu.
John se aproximou rápido demais para que Marguerite evitasse ser molhada numa quantidade bem maior. - "John!" - Ela se levantou encharcada olhando suas roupas, mas não parecia estar brava. John ria.
Os dois agora se molhavam sem dó, enquanto o banheiro também ficava ensopado.
"O que é... THOMY!!!" - Marguerite gritou correndo para perto da banheira que transbordava água, enquanto só apareciam os bracinhos do menino se balançando, ealgumas bolhas.
Marguerite o puxou rapidamente para fora, enquanto a criança tossia muito. - "Viu o que você fez!?" - Brigou com Roxton que estava estático.
"Eu não fiz nada, você que encheu demais essa coisa!".
John tomou o garoto de seus braços, colocando de bruços no chão massageando as costas, para tirar a água. O menino tossiu e cuspiu mais um pouco de água com a qual estava engasgando.
"Por um momento pensei ouvir os sinos e ver uma luz forte na minha direção" - Disse Marguerite, em bicas, ajudando o menino a se sentar. - "Verônica nos mataria".
"Eu senti a mesma coisa, ainda estou tremendo".
Marguerite olhou vagarosamente na direção de John - "Quem tem que estar tremendo aqui é o pobre coitado do garoto!".
A discussão foi logo encerrada quando o menino começou a soluçar, já fazendo bico e se preparando para chorar.
"Oh não, por favor, Thomy!" - Marguerite rezou.
"Prometo que não irá acontecer novamente Thomy, não deixarei Marguerite chegar perto desta banheira e...".
Mas era tarde demais, o menino já estava chorando sentido. Roxton tentou consolá-lo e ele rejeitou. Marguerite logo em seguida tentou pegá-lo, mas ele também a recusou chorando ainda mais alto.
19:00 – Thomy vai dormir
Thomy sentiu falta da presença de Veronica e Malone e chorou na hora de ir para a cama. Roxton pacientemente tentou faze-lo dormir, mas nada o acalmava. Marguerite irritava-se cada vez mais com o barulho enquanto Roxton sempre com ele no colo desesperava-se.
"O que a gente faz?".
"Como vou saber? Me dá ele aqui" – Marguerite tomou o menino dos braços do homem – "Se não vai parar de chorar, deixe que chore sozinho. Não agüento mais ver você zanzando pra lá e pra cá Roxton." – Mal humorada levou Thomy para o quarto e colocou-o no berço. Virou as costas e o barulho cessou. Roxton entrou curioso. A criança já havia deitado, agarrado o leão Edward e puxado o lençol. Os olhinhos estavam pesados e ele já estava a caminho do mundo dos sonhos. Roxton riu.
"Quem diria. Aqueles dois acostumaram-no a dormir diretamente no berço."
"Muito espertos. E nós dois balançando ele que nem malucos." - Saíram em silêncio.
"Eu durmo aqui para o caso dele acordar" – Anunciou Roxton. Marguerite o encarou imediatamente.
"Nem pensar. EU durmo aqui!" Protestou.
"Ficamos os dois então." – Roxton sentou-se na cama de Ned e Verônica.
"O que pensa que está fazendo Roxton?".
"Eu vou dormir, estou morto..". Respondeu sereno ".. Boa noite".
Marguerite soltou uma risada irritada. "... No chão! Eu durmo na cama" - Quando Marguerite frisou o 'eu', Roxton arqueou a sobrancelha divertidamente.
"Nem pensar. Se você quiser a cama é grande e dormimos os dois aqui." Pareceu não se alterar, quando batendo levemente a mão ao seu lado no colchão, sorrindo inocentemente.
"Você está doido se pensa que vou dormir na mesma cama que você!". O sangue da herdeira começava a subir.
"Está bem. Um de nós dorme no chão." – pegou um travesseiro e atirou para Marguerite que mal teve tempo de agarra-lo – "Você" – depois tirou rapidamente as botas e a camisa, ficando de calças e camiseta e entrou para debaixo dos lençóis.
Marguerite olhava-o, furiosa. Podia ter ido dormir em seu próprio quarto ou mesmo na sala, mas não ia deixar Roxton a sós com o menino. Foi até a cama e empurrou o caçador.
"Chega pra lá... Se você tentar alguma gracinha eu acabo com você seu grosso" Marguerite se aconchegou na cama emburrada, socando o travesseiro.
John escondia um sorriso no canto dos lábios, enquanto abraçava o travesseiro, logo fechando os olhos.
Depois de alguns minutos, Marguerite começou a rolar na cama. Ficava em todas as posições, tentando achar algum conforto, mas não conseguia, se irritando facilmente.
"O que é? Formiga lá?".
"O que você está fazendo acordado?!" - Ela virou surpresa para encarar o homem que tinha expressão divertida.
"Com você pulando toda hora, quem conseguiria dormir?".
"Eu não pulei!" - Virou nervosa para o outro lado da cama agarrando o travesseiro, desistindo de começar outra discussão, estava cansada e tudo que queria era dormir. Instantes depois, "amaciava" o travesseiro tão violentamente que John sentiu um arrepio correr a espinha. Tinha que se controlar por mil motivos. E sua imaginação era um deles.
"Acho que a idéia do chão não foi tão má assim" - Murmurou ele começando a ficar impaciente com a movimentação de Marguerite.
"Toma" - Tirou o travesseiro e ofereceu-o à Marguerite que hesitou por um minuto. - "Os dois precisam dormir".
Ela pegou e agradeceu muito rapidamente. - "Oh sim, agora está muito melhor" - Ela fechou os olhos deitando-se para cima, suspirando.
John levantou um pouco a cabeça para encara-la e ficou observando-a por algum tempo, mas pareceu que ela pressentiu o olhar dele, abrindo os olhos, para encontra-lo virando-se rapidamente de costas.
Marguerite abafou uma risada e fechou novamente os olhos.
"Oh droga, está tão frio!" - Marguerite pensou quase acordando de seu sono.
"Que ventania.." - John resmungou quase dormindo também.
Instintivamente Marguerite tentou achar a coberta, mas não foi o suficiente. Estava ainda quase acordando, mas não de todo.
Nessas circunstâncias ela queria apenas proteger seu corpo do friozinho da madrugada que não a deixava em sono tranqüilo, e se esqueceu naturalmente onde e com quem estava dormindo.
John tentava se aquecer ao máximo, abraçado ao travesseiro, encolhendo-se na cama, mas também não conseguira. Estava muito frio, tinha esfriado de repente, o que era absolutamente normal durante a noite no platô.
Num instinto quase primitivo, aos poucos, os dois foram se aproximando um do outro sem que percebessem nada.
Sem se virar para estar de frente ao caçador, Marguerite foi guiada pelo calor humano lentamente, como John já o sentia. Como se fosse normal, virou-se devagar e se aconchegou ao máximo ao tórax do caçador, que estava quente e receptível.
John por sua vez sentiu um calor vindo do seu lado esquerdo e também se aproximou naturalmente. Estava num sono gostoso, abraçado a uma coisa tão quente e macia, que exalava um cheiro tão...
"ROXTON!?"
"MARGUERITE?!"
Marguerite e John estavam tão surpresos que não fizeram menção nenhuma de se afastarem. Já havia passado um bom tempo porque os dois estavam como duas cobras enroladas sobre a cama.
Por um momento, Marguerite deu uma olhada rápida para seus corpos, mas já era tarde. Suas pernas estavam entrelaçadas com as de John, o tronco totalmente colado ao dele, e suas faces a um centímetro de distância.
John só percebeu o perigo quando sentiu de imediato a respiração quente – de raiva – dela inundando a sua face. Os olhos se encontraram e não houve nada que os impedisse de se tocarem num beijo sedento que foi ficando mais denso e mais calmamente eles desfrutavam do mel daquele momento.
"... John... " - Murmurou entre o beijo.
"O que?" - Ele respondeu no mesmo tom, enquanto acariciando suas costas por baixo da camisa, lhe sorvendo docemente os lábios.
"Onde você.. pensa... onde você vai com essa ... essa... Johnn.. essa mão......"
Marguerite abriu um pouco os olhos e viu a outra mão lhe envolvendo a cintura, enquanto a outra estava em suas costas.
"Que... que mão?". Ele perguntou ligeiramente confuso.
"JOHN!!!!".
Roxton imediatamente deu um salto e rolou da cama, assustado. "O que é isso?!".
Marguerite meio atordoada sentia algo subindo perto de suas pernas finalmente, viu o tufo preto do cabelo de Thomy, se arrastando e se esgueirando até chegar perto de seus ombros, e com os olhos muito sonolentos, abraçá-la e dormir no mesmo instante.
Roxton e ela arregalaram os olhos e John fez mímica dizendo para ela que não falasse nada, pois se Thomy descobrisse que aquela não era Verônica talvez acordasse e chorasse até cansar.
Ele se sentou novamente e cuidadoso na cama, enquanto Marguerite estava paralisada.
Ele a ajudou a se deitar novamente, com muito cuidado.Marguerite tentou tirar devagar a mão do menino que lhe agarrava a cintura, mas em vão, ele começou a se mexer e abriu os olhos, levantando a cabeça, e a encarando.
Os dois ficaram com muito medo, mas o frio agora de nervoso foi embora, logo que o menino deu um sorriso para Marguerite e voltou a dormir.
John balançou a cabeça. - "Eu vou dormir no chão".
"John" - Ela chamou, ainda comovida pelo sorriso sincero - "Fique".
A sua voz estava mais suave do que a situação exigia e John estranhou aquele pedido. - "Você e ele podem dormir mais confortáveis sem mim na cama".
"John" - ela parecia ter ignorado seu comentário - "Por favor".
Roxton novamente sentou-se na cama, e se deitou com o mesmo cuidado. Ele e Marguerite trocavam olhares na penumbra entre eles e o garoto, que dormia tranqüilamente.
"Você não tem jeito mesmo, não é?". O tom parecia ter ficado sério de uma hora pra outra.
"O que foi?".
"Não perde uma oportunidade sequer!".
"Do que você está falando?" Ele sabia, mas não acreditava que ela queria iniciar uma discussão logo agora.
"Você sabe tão bem quanto eu do que eu estou falando!" O sussurro vinha sonoro, mas ainda sim era um sussurro.
Quando elevavam um pouco mais o tom de voz Thomy se mexia e eles paravam apreensivos.
Ela ajeitou a camisa, lembrando-se que ha pouco estava um pouco folgada em função das carícias que John começara. - "Você está insinuando que eu..".
"SHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!".
Os dois paralisaram quando o menino se mexeu. Depois parou, e respiraram aflitos, mas Marguerite não aliviou.
"Você sim!" - Sussurrou a mulher demonstrando uma ponta de irritação.
"Eu?! Você sabe tão bem.." - ele abaixou o tom mais ainda - "que, tanto você e eu estávamos totalmente acordados e...".
"Não negue, você aproveitou um pouco do meu estado de sono!!".
"Eu?!" - Ele se alterou e o menino se mexeu novamente.Marguerite segurou-se para não se deixar levar pelo impulso de não esganar John, que ficou parado novamente. - "Eu.." sussurrou. - "Eu estava imune a você, até não querer ir dormir no chão!".
"Uma dama como eu dormir no chão?" - Ela se alterou e John fez sinal de silêncio, o que a colocou em chamas.
"Um lorde como eu dormir no chão?" - John imitou sua voz, enquanto ela estreitava os olhos.
Os dois queriam dizer mais coisas, mas o menino começou a resmungar e se mexer com mais intensidade.
"Acho melhor continuarmos isto pela manh" - John disse enquanto vendo o menino quase acordar por completo.
Marguerite engoliu seco lembrando do choro de Thomy nas noites em que era mais novo. "Acho bom".
"Só uma pergunta Roxton" - Marguerite estava intrigada – "Como ele saiu do berço?".
Roxton foi ate o quartinho do garoto seguido por uma curiosa Marguerite.
"Aqueles dois tiraram uma barra do berço e o pirralhinho sai por ali".
"E eles não avisaram nada?" - Marguerite olhou desconfiada.
Nervoso, Roxton tirou o papel do bolso "Não. Veronica deixou essas instruções, mas não tem nada sobre...".
Marguerite arrancou-lhe os papeis da mão e começou a ler, em seguida lançou um olhar furioso para o homem a sua frente.
"Você não sabe ler Roxton. Está aqui. Bem no fim." - Começou a ler - "Thomy as vezes vai para a nossa cama a noite por isso o berço não tem uma das barras. Para que ele possa sair."
E completou logo em seguida. "Então, Lord Tonto, você vai dormir no chão porque o pirralhinho e eu vamos ficar confortáveis na cama. Boa noite".
Ela virou-se para voltar a cama, mas foi impedida mais uma vez pelo tom sarcástico de Roxton. "E se você sentir frio?".
CONTINUA...
REVIEW!!! REVIEW!!! REVIEW!!!
DESAFIO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! :
O que vocês acham que cada um dos nossos gladiadores ensinarão para o Thomy, para ganhar esta competição?! Respondam em suas Reviews! Queremos saber a sua opinião!
