Meu melhor amigo ...

Por: Sofy-chan

Cap2 .:Os ossos do ofício:.

O parque se encontrava cheio naquele horário de almoço.

O clima levemente quente tornava agradável àquele ambiente cercado de árvores e trilhas pavimentadas. Uma brisa fresca acompanhava os que se entreteciam com as caminhadas ou outras atividades oferecidas naquele local ecológico.  

Era normal encontrar famílias ,amigos  e casais aconchegados em meio à grama bem cuidada para um piquenique ou reuniões.

Uma bela jovem com aparentáveis vinte e cinco anos e de longos cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo, aguardava silenciosa em um dos bancos do parque enquanto lia uma revista de moda.

Desviou seus olhos castanhos escuros do que lia quando um grupo de rapazes passou na sua frente, conversando animadamente.

-Hmmmm...-Murmurou, admirando a parte pubiana traseira de alguns integrantes daquele grupo, que se afastavam através do caminho.

Suspirou entediada após um tempo, largando a revista por sobre o banco e olhando ao redor.

A pessoa que queria encontrar estava demorando demais.

Tal conclusão a fez lembrar de como essa pessoa estava mal quando lhe telefonara. Apesar da voz supostamente alegre que ela tentara lhe transpor, podia perceber os leves traços de choro e dor o qual estava passando.

-Maldito, Kouga! O que você fez a Kagome desta vez?!-Murmurou entre os dentes, mudando de posição varias vezes no banco, impaciente com o atraso da amiga.

Ela nunca gostara dele, mas em respeito a Kagome, que parecera tão animada com o seu novo relacionamento, resolvera ficar em silêncio. Já havia ouvido falar da  grande fama de mulherengo que ele possuía ,conseguindo quase sempre o que queria e quando lhe negavam algo ele simplesmente as descartava ou obtinha através da força.

Uma amiga do curso que freqüentava já havia lhe contado que saiu umas poucas vezes com ele, mas que fora o suficiente para descobrir que por debaixo daquele papo macio e de todos os mimos feitos por ele as supostas 'sortudas', encontrava-se um homem ardiloso que só queria saber de se aproveitar da inocência das vítimas desavisadas.

Bem ... Em questão de inocência, com certeza Kagome seria um prato cheio.

Afinal, ela acreditava em todos cegamente. Como Kouga poderia resistir?

Estava perdida nesses pensamentos, quando uma sombra bloqueou o sol que iluminava sua face há poucos segundos atrás. Sua primeira reação era de ficar muito brava pelo atraso de Kagome, mas ela foi instantaneamente descartada ao encontrar os orbes azuis, agora opacos, da amiga.

Aquele habitual brilho sonhador que eram presentes nos olhos límpidos haviam desaparecido completamente, dando lugar a um olhar caído e sem vida.

-Kagome, o que houve com você?! Está horrível!!-Exclamou, levantando-se imediatamente e apoiando suas mãos nos ombros da amiga.

Esta lhe abriu um sorriso fraco, apagado, diferente de seu normal.

-Bom dia pra você também, Sango! Obrigada, você também está maravilhosa...-Brincou , recebendo um olhar reprovador da amiga.

Um latido fez com que Sango prestasse atenção ao lado da amiga.

-Oi, InuYasha!-Cumprimentou o cão, que latiu novamente em retribuição.

Voltou a encarar Kagome, percebendo que ela tentava a todo custo segurar os soluços que insistiam em escapar de seus lábios, porém, não conseguindo conter uma lágrima, que escorreu por sua bochecha seguida de outra e mais outra...

– "Não sei o que Kouga aprontou desta vez, mas pelo jeito ele caprichou..." –Pensou Sango, enquanto abraçava a amiga que parecia realmente estar mal.-Calma, calma...Vamos até aquele café que você tanto gosta k-chan. – Convidou, tentando melhorar o animo da outra jovem.

-Não Sango .. Eu estou com o Inu-chan, lembra? – O pastor branco de olhos dourados latiu, como se tivesse ficado ofendido por sua presença ter sido esquecida por Sango.

-Tudo bem ... Então eu acho melhor conversarmos por aqui mesmo... - Suspirou enquanto imaginava por que Kagome tinha que carregar aquele cachorro para cima e para baixo, principalmente quando ela estava deprimida.

Sango abraçou a jovem de olhos azuis e a levou até o banco onde ela mesma estava sentada até poucos momentos atrás. Em silêncio, começou a escutar atentamente o relato da amiga.

-Eu e Kouga terminamos, Sango. - Ela balbuciou,  entre soluços.

-Isso eu já entendi, Kagome. Quero saber o porquê. - Replicou a amiga, compreensiva.

Os acontecimentos daquele dia voltaram à mente de Kagome como flashs.

Que tal irmos para meu apartamento e comemorarmos seu sucesso, hn?

Desculpe, Kouga...Eu preciso separar mais alguns quadros para a exposição, além do mais não posso deixar Inu-chan sozinho por mais tempo.

Você prefere esse cachorro a mim! Você deveria se livrar desse estúpido animal!!

Não chame InuYasha assim, Kouga!

-Ele... Estava com ciúmes do Inu-chan... - Ela explicou, enquanto as lembranças daquela manhã repassavam por sua mente.

As orelhas de Inuyasha se levantaram ao escutar isso. Ele ouvira direito? Ciúmes? O lobo fedido estava com ciúmes dele?

- "Se eu não fosse um cachorro, juro que dava um sorriso de satisfação." -Ele pensou, abanando o rabo em sua única forma de mostrar felicidade.

     

-Mas que idiota! Inuyasha é só um cachorro, oras. Não tem sentido ter ciúmes dele. - Criticou Sango, balançando a cabeça negativamente enquanto acariciava os cabelos de Kagome.

Porém, o cão em questão não apreciou em nada o comentário. Qual o problema de sentirem ciúmes dele? Só porque andava em quatro patas e era catalogado como 'irracional', não tinham motivos de sentirem inveja de sua pessoa? (ok, ok... animal, mas deu para compreender.)

Isso o fez bufar indignado.

- "Oras, só porque sou cachorro não precisa me tratar assim..." -Ponderou, encarando a autora do comentário com olhos estreitados.

-Sabe, Kagome. Às vezes eu acho que o Inu-chan entende o que falamos... – A jovem comentou, retribuindo o olhar de Inuyasha . - Não é mesmo, seu cachorro bobão? - Ela brincou, vendo o cão latir, como se reclamasse.

-Sango... Não implique com ele...- Kagome riu um pouco, mas a lembrança de Kouga a fez franzir a testa.– Sabe...Ele não tinha o direito de ter ciúmes do Inu-chan.-

-Desde quando os homens ligam para o quê eles têm direito de fazer ou não, Kagome? - Objetou Sango.

-E sabe o que é pior? Ele desfez a proposta para que eu expusesse meus quadros na galeria dele. – A jovem contou, frustrada.

-Sério? - Sango não podia acreditar. O maldito acabara com o maior sonho de Kagome.

-Sim. O que me leva a pensar que não tinha nada  haver com meu talento, mas apenas para me agradar. - Ela continuou, suspirando desanimada.

Após esse relato ,que demonstrava o quão baixo Kouga havia chego, Sango ponderou que talvez a melhor forma de fazer a amiga dar a volta por cima, seria encontrar alguém que a fizesse sentir-se especial novamente, o que a fez lembrar-se de Houjo.

-Kagome... tenho a cura perfeita para você. –Disse a morena de olhos castanhos, sorrindo maliciosa.

-Ah, é? - Kagome replicou, temerosa. Conhecia aquele sorriso e, quando Sango estava com aquela expressão estampada na face, só tinha uma explicação: encrenca.

-Bom, tem esse cara... - Ela começou, mas foi interrompida pela outra.

-Ah, não! Sango, um encontro às cegas? Sinceramente, isso não faz meu estilo... - Ela afirmou, balançando as mãos.

-Mas, Kagome... - Foi interrompida novamente, desta vez por um rosnado baixo de Inuyasha.

- "Quando ela finalmente se livra de um, vem mais alguém para empurrá-la novamente aos lobos? E ainda mais a Sango? Se não posso contar nem com meus aliados, em quem poderei confiar então?" -Inuyasha dramatizou.

-Ah, qual é, K-chan? Um encontro não arranca pedaço e às vezes até vale a pena...-Afirmou com olhos brilhantes, pegando a mão de Kagome e segurando-as com firmeza, como para por ênfase em suas palavras.

-Mas, Sango... – Tentou negar, mas a amiga não permitiu.

-Sou sua amiga e quero seu melhor! Você está passando por  momentos difíceis e  seu coração está  iludido...E é como dizem, um amor só se cura com outro. – Ela comentou, ignorando os rosnados de Inuyasha, que se tornavam cada vez mais audíveis.-Por favor? –Implorou por fim, fazendo beicinho e piscando repetidas vezes.

-Ah... tá bom. Um encontro não machuca, eu acho... -Kagome cedeu, desistindo de argumentar. Sango sabia ser muito persuasiva.

-Isso aí! - Comemorou Sango, fazendo uma dancinha de vitória.

-Não precisa animar tanto. Vou só conhecer o cara. - Avisou Kagome, sem graça com o 'showzinho' que a amiga estava fazendo e com isso chamando a atenção das outras pessoas para elas.

-Juro que você não vai se arrepender. Ele é lindo! Tem olhos castanhos brilhantes, cabelos ruivos, um peitoral de babar e uma bundinha durinha e linda! E pelo volume da frente, te garanto que ele é "quente"! O conjunto é perfeito. - Sango descrevia, eufórica, arrancando risadas de Kagome com todo aquele entusiasmo.

-Ai, Sango. Você se empolga demais... – Brincou, acariciando a cabeça de um certo cão, que se mostrava revoltado.

- "Como ela pôde fazer isso comigo? Justo agora que eu tinha a minha Kagome só para mim?" - Reclamava, encarando feio a traidora, que voltara com aquela dança louca sem se importar com os olhares alheios sobre si.

Kagome sorriu para seu o pastor alemão, antes de fitar sua amiga e sentir seu coração se aquecer com a segurança que ela lhe transmitia apenas em demonstrar sua preocupação consigo.

Sango era uma ótima amiga... Mesmo com aquele jeito excêntrico de ser, ela estava sempre presente e disposta a ajudá-la. Kagome já havia perdido as contas de quantas vezes a amiga viera em seu auxílio, presenteando-lhe com seus sorrisos contagiantes ou apenas lhe oferecendo um ombro para chorar.

- "Serei eternamente grata pela força que ela está me dando." - Refletiu, enquanto ouvia Sango voltar a tagarelar sobre Houjo. - "Mesmo que seja me empurrando para alguém." -Kagome riu com o final de seu pensamento.

-Do que está rindo, K-chan? - Sango indagou, tirando-a de suas reflexões.

-Oh, nada. Só estava pensando... - Ela respondeu com um sorriso sem graça, recebendo um olhar estreitado da outra.

Para sua sorte, um grupo de rapazes estava passando, tirando a atenção da amiga de si.

-Olha só! É nossa chance! Vamos!- Sango exclamou, puxando Kagome pelo braço antes que ela pudesse abdicar, para abordarem os homens.

As duas se afastaram sem notarem que um par de olhos com tonalidades douradas, acompanhava-as, tristemente.

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Inuyasha observava a interação de Kagome com os homens que Sango indicara, melancólico. Sabia que jamais teria uma chance com sua amada. Doía vê-la com outro, mas sabia que tinha que agüentar. No final, era apenas o cachorro, esquecido nas horas felizes.

Captou, entre todas aquelas vozes masculinas a límpida risada de sua dona, o que fez seu ânimo esvair-se devido a simples cogitação que ela poderia se divertir nos braços de outro.

Suspirou. Já não havia decidido não cutucar mais em sua ferida? Por que sempre que pensava em algo era logo levado ao desejo estúpido e impossível de se tornar humano?

Novamente, o som agradável da voz de Kagome chamou-lhe a atenção para o grupo que se distraiam entre si, alheios a sua presença.

- "Talvez esse meu desejo persista, porque de alguma forma sei que assim eu nunca seria esquecido...Ou deixado de lado......E principalmente, eu poderia ganhar o amor dela..." –Novamente aqueles pensamentos povoavam sua mente.

Será que aquele era o seu carma?

A sensação de algo gelado tocando sua parte traseira retirou-o abruptamente daquelas reflexões, fazendo com que se virasse para encontrar o que parecia ser uma pequena bola felpuda e branca.

- "Mas o quê...?!" –Levou um susto quando aquele bolo de pêlos fitou-o com dois grandiosos e brilhantes olhos castanhos, revelando-se não ser uma bola, mas sim um cão, como ele.

A pequena poddle olhava admirada para o grande pastor branco a sua frente. Ele era lindo, majestoso e tinha os olhos dourados mais hipnotizantes que ela já vira. Associado ao fato de ela estar no cio... era um colírio para os olhos. O macho perfeito para dar-lhe seus filhotes.

InuYasha estreitou seus olhos para a cadela que parecia estar com algum tipo de tique nervoso, já que não parava de piscar aqueles olhos absurdamente grandes e cintilantes.

- "Algum problema?" –Latiu, o que fez aquela fêmea soltar algo parecido com um suspiro de deleite. 

- "Até o timbre de voz dele é viril..." –Pensava a cadelinha, apaixonando-se completamente pelo cão a sua frente.

- "O que você quer?..." –InuYasha indagou e para a sua incredulidade a poddle pareceu lhe lançar um olhar sedutor.

- "Você..." –Ela respondeu com um latido meloso, fazendo o pastor encará-la com olhos arregalados.

Era impressão sua ou aquela micro-cadela estava praticamente se 'oferecendo' para ele? Tudo bem que ambos eram cães e que é normal ocorrer esses tipos de namoro, mas caramba! Ele era um pastor alemão e a outra uma poddle! Ele era três vezes maior que ela!

- "Quem é você?!" –Exigiu, afastando-se quando a cadela aproximou-se perigosamente.

- "Meu nome é Bombom, garanhão! E o seu?" –Ela deu mais uns passos, fazendo InuYasha recuar mais alguns.- "Oras...É tímido?" –Constatou com um latido/risada. 

- "Meu nome não te interessa, cadela... Vá embora." -Rosnou o cão branco, estreitando seus olhos para a criatura miúda e oferecida, que não se mostrou intimidada, continuando a se aproximar com expressão sedutora.

InuYasha tinha a certeza de que se fosse humano, certamente estaria suando agora. Aquela fêmea não parecia se intimidar com seu tamanho ou ameaças e o forte cheiro que emanava de seu pequeno corpo começava a entorpecer seus sentidos, alertando seu consciente de que seria perigoso ficar mais tempo naquele local.

Com um último olhar de relance para a sua dona, o pastor branco desatou a correr, retirando uma exclamação de surpresa e indignação da cadela, que antes o flertava.

- "Volte aqui!!" - Bombom exigiu, porém, não sendo atendida.

InuYasha avançou pelas trilhas pavimentadas do parque, parando apenas quando calculou que havia atingido uma distância segura entre ele e a poddle atirada.

- "Com aquelas patinhas curtas ela nunca me alcançará!" –Constatou com satisfação. 

Avaliou a paisagem ao seu redor, percebendo que se embrenhara numa trilha até agora desconhecida para si. Os novos e variados cheiros o excitaram com a possibilidade de uma exploração.

Pelo menos com aquela aventura ele poderia esquecer um pouco seus problemas.

O local não parecia ser freqüentado, o que explicava a quantidade de mata que invadia o fechado caminho de pedras. As árvores ao seu redor eram grossas e abundantes, sem nenhuma demarcação.

Isso o alegrou profundamente, afinal, seus instintos o alertavam que tal constatação significava que aquele território poderia ser inteirinho seu.

Com um abanar de sua cauda, InuYasha se aproximou da maior e mais estrategicamente localizada árvore para demarcar.

- "Esse é o primeiro grande passo para o cão..." –Brincou, levantando sua perna traseira e mirando as frondosas raízes do cedro.

-NEM pense em fazer isso!- Uma voz pronunciou-se de entre as raízes, fazendo InuYasha sobressaltar-se.

- "A...A árvore falou?!?!?!" –Exclamou, imaginando se aquela árvore iria querer se vingar após ter sido quase 'marcada' por ele.

-Claro que não, idiota! Fui eu!-Retrucou a voz ,indignada, fazendo o cão fitar por entre as raízes e encontrar um homem plantado, literalmente, na grama ao lado.

- "É moda agora plantar pessoas nos jardins?" –InuYasha indagou para si, perplexo.  

O rapaz praguejou algumas vezes, antes de conseguir se libertar de sua 'prisão' de terra e levantar-se.  

-Droga de Sesshoumaru, que fica me atirando daquela altura e grumb, grumb...-Ele reclamava enquanto tirava os vestígios de terra e grama de suas vestes já surradas.-Um dia eu ainda subo na pós-vida e aí veremos quem chuta a bunda de quem...-Murmurou por fim, esboçando um sorriso maldoso, o que fez InuYasha estreitar seus olhos e manter-se alerta para o estranho.  

Contudo, o homem permanecia alheio a sua presença, girando sua cabeça para todos os lados como para tentar se localizar.

Depois de mais alguns minutos onde ele apenas grunhia uns: "Sesshoumaru idiota"; "Onde vou encontrar alguém puro nesse ninho de formiga" – que o rapaz pareceu perceber a sua presença.

Ambos se encararam por alguns segundos.

- "Ele parece realmente humano..." - InuYasha observou enquanto o avaliava de cima a baixo.

Era jovem e de estatura alta. Seus cabelos possuíam uma tonalidade escura e estavam presos em um curto rabo de cavalo. Os olhos eram de um azul cobalto e sua aparência parecia desleixada com as sujeiras de terra e grama.

- "Deve ser um mendigo maluco..." –Concluiu com um suspiro.

-Não sou mendigo e muito menos maluco!-O outro exclamou com olhos estreitados, para a surpresa de InuYasha.

- "V-você me entende???" –Perguntou o cão, que recebeu um assentimento do estranho.- "Agora sim eu já vi de tudo..." -

-Você ainda não viu nada, Totó.- O outro replicou, provocando um rosnado no pastor.

- "Sou InuYasha e não Totó!!" –

-Tanto faz, Rex... – Desdenhou o homem.-O que você é, um poodle? - Indagou, aproximando-se para observar Inuyasha mais de perto.

- "Sou um pastor! Um pastor!" - Exasperou o cachorro.

-Quer dizer que é um padre? Não sabia que existiam cães padres... - Comentou, confuso.

- "Não! Eu sou um pastor alemão!!" - Exclamou Inuyasha, perdendo a paciência.

-Nossa. Mas você é poliglota? Não vejo nenhum sotaque em seu português, seu padre. –

- "Ai, eu desisto... Você é burro ou o quê?" - Rosnou o cachorro branco desanimado.

-Burro não! Anjo. Anjo Miroku, ao seu dispor. - Ele se apresentou, esticando a mão para Inuyasha.

 O cachorro olhou-o descrente, antes de levantar a pata e tentar cumprimentar Miroku, inutilmente.

- "Er... Eu sou um cão. A minha RAÇA é Pastor Alemão. Meu nome é Inuyasha."  - O cachorro também se apresentou.- "Então... posso saber por quê você estava... literalmente... preso no chão?" - Perguntou, mudando de assunto antes que ele fizesse mais algum comentário cretino.

-Problemas com a chefia...-Respondeu, indicando com um dedo o céu acima deles.- Sabe como é, não estou fazendo um trabalho satisfatório. - Miroku suspirou.

- "Trabalho? - Inuyasha parecia confuso. - E o que é que um anjo faz?" -

-Eu cuido das pessoas...Um anjo da guarda, como definem por aqui... Contudo, deslizei com a proteção de minha última encarregada e agora tenho que realizar um desejo para alguém... - Confessou o estagiário.

Ele nem sabia por quê estava contando tudo para aquele cachorro, mas por algum motivo isso o fazia se sentir melhor.

- "Isso não deveria ser tão difícil. Que eu saiba, os humanos mais têm são desejos em suas cabeças." – Opinou Inuyasha. Este também não sabia o porque de estar dando ouvido aquele maluco. – "Um anjo...Francamente..." –Pensou com descrença (o melhor seria não contrariar...é o que os médicos sempre recomendam).

-Verdade... Mas o problema é que a pessoa tem quer ser pura. Ou seja, nada de dinheiro, fama, popularidade, assassinatos, roubos, sorte na loteria... Sabe como? - Ele esclareceu, recebendo um olhar de compreensão do canino.

- "Daí fica difícil..." – Na realidade, Inuyasha achava aquilo impossível.

-Ai,ai... E eu não sei? - O anjo bufou. Olhou de esguelha para o companheiro canídeo, que o observava com abrangência. - E você, parceiro? Qual seu maior desejo?-

- "Eu? Eu... queria virar humano." – Confessou ,cabisbaixo (oras, não faria mal desabafar, mesmo que com um maluco, né?).

Miroku ergueu uma sobrancelha, estranhando aquele desejo.

-Mas os humanos são criaturas infelizes, ambiciosas, impuras, cruéis... Por quê você quer ser um deles? - Ele perguntou. Não conseguia encontrar motivos para levar aquele cachorro a ter um desejo tão...Diferente?!

- "Para ter a única coisa que desejo do fundo do meu coração... A chance de conquistar aquela que amo." - Ele explicou.

-Quer dizer que amas uma humana? – Miroku abriu um pequeno sorriso, começando a entender.

- "Sim... Às vezes não sei se esse é meu presente de Deus, ou se é meu carma." – Disse, com seus olhos dourados brilhando, intensos.

-Ihhhh, já vi que está apaixonado mesmo! Já até apresenta os primeiros sintomas: não diz coisa com coisa... - Brincou o anjo guardião, provocando o que seria um sorriso no cachorro.

- "Mas eu sei que não adianta... Meu desejo nunca se realizará. É impossível. Porém, quero muito que a minha Kagome seja feliz, mesmo que nos braços de outro. Você não poderia realizar este meu desejo? Faça Kagome feliz." – InuYasha pediu, encarando o arcanjo nos olhos.- "Mesmo que seja impossível você realizá-lo...não faz mal desejar..." -Completou em pensamentos.

Miroku sustentou aquele olhar com certa admiração e incredulidade. Nunca poderia imaginar que um animal poderia sentir algo tão profundo como o amor ,principalmente por um humano.

Avaliando bem, ele poderia assegurar-lhe que aquele não era um cão comum. Bastava apenas observar a profundidade daqueles orbes âmbares para compreender que, apesar do corpo bestial, InuYasha possuía uma alma consciente e humana.

Isso o intrigou. Como um cão teria alma humana? Teria sido algum erro no Éden ou apenas um julgamento errado de sua parte?

-Inuyasha? Inuyasha? - Era a voz de Kagome ecoando por entre os arvoredos, chamando a atenção do pastor branco e do estagiário para a direção de onde ela surgia.

- "Minha dona está me procurando. Tenho que ir agora. Boa sorte na sua missão e não se esqueça do meu desejo." - Relembrou o cão, dando um último olhar divertido ao arcanjo, antes de se afastar pela trilha.

Depois que Inuyasha sumiu do seu campo de visão, Miroku pôs-se a refletir sobre a sua missão.

Sesshoumaru não havia especificado se o 'felizardo' tinha de ser ou não humano e muito menos lhe impôs restrições sobre quais desejos poderia conceder.

Abriu um largo sorriso após, finalmente, tomar uma decisão, voltando-se em seguida para encarar o caminho o qual InuYasha havia tomado.

-Não se preocupe, meu amigo. Vou realizá-lo, porém, o seu outro desejo ...–

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Oyahoo, pessoas! o/

#Preparando corda para se enforcar# Mais um capítulo vai, mais um vem...

Bem, este eu até que demorei um pouco, neh?! #Aperta bem nó da corda#

Mas vocês sabem...A vida está bem cheia para mim...Ou é escola ou é viagem de 6 meses...Ai ai, dah para engravidar e ter um filho nesse período... (prematuro XP)

#Bota corda no pescoço# 

Hm?...Vocês se perguntam pq to tentando me matar? Fácil, é mais honroso eu mesma me matar do que ser morta pelo InuYasha por tê-lo posto sendo 'assediado' por uma poddle...

Francamente, já não faltava ele ser um cachorro, agora eu o humilhei completamente... #gota# Eu prefiro morrer rapidinho a lentamente nas mãos cheias de garras dele... i.i

Mas antes de eu ir ao paraíso e tentar meu estágio, eu queria agradecer a Leila Wood por revisar esta fic! (apesar dela dizer que não encontrou nenhum erro...#milagre#)

Naru-l , que não pode corrigir este cap pela odiosa gripe...(Melhoras, Naru!)

Bella-chan ,por sempre me ajudar nessa fic! Ela é minha co-autora, se vocês não sabem...

Artis, que agradeço apenas por agradecer e por adorar ela 'pá-caralho'!

E agradeço a todos que me mandaram review! Eu adoro receber review, já contei? Não tem nada mais fofo do que ver coment's!

(Criticas, criticas! Mandem-me críticas!)

Bem, com esta minha viagem eu postarei muito pouco ...Mas prometo que quando voltar (em Janeiro) eu terei muitas capítulos já prontos!

Kissus para vocês e boas férias!  

#Sobe no banquinho#

Namárië! (DarkSofy)

#Cena censurada#