Meu melhor amigo ...

Por: Sofy-chan

Cap3 .: Memórias Caninas :.

A vida passa muito rápido aos olhos de um cão.

Enquanto uma criança humana depende de seus pais até longos períodos de sua vida, um filhote pode ser separado de seus entes fraternos com apenas 2 meses de idade.

Não foi diferente comigo.

Nasci de uma ninhada que eu poderia dizer...Populosa. Eu, junto de meus oito irmãos e irmãs, fomos separados de nossa mãe assim que pudemos nos alimentar de outras coisas além do leite materno.

Eu mal lembro de minha mãe...Nem lembro de tê-la visto uma última vez antes de ser levado e deixado em um lugar povoado de ruídos, cheiros e muitas pessoas.

Um Pet shop , como chamam.

"Não é tão mal ,afinal" - Meus irmãos costumavam dizer.

Claro que não era! Tirando o fato de alternarem os nossos dias entre ficar em um cubículo como amostra ou em uma jaula nos fundos daquela loja, os nossos dias eram preenchidos com muita alegria e vivacidade... Podem notar meu sarcasmo?

Certamente meus irmãos não iriam me compreender, pois ao contrário deles eu nasci com uma característica diferente dos de mais cães: a capacidade de sentir.

Eu sentia saudades do começo de minha vida, quando apenas a necessidade de alimentar-me era minha única preocupação.

Eu sentia raiva daquelas várias formas e rosto que me encaravam, apontando, falando, enquanto pouco a pouco iam levando meus irmãos de mim.

Eu tinha medo do que poderia ocorrer comigo...

Às vezes eu me perguntava se essa capacidade de sentir era um privilégio ou um carma que posso ter herdado...Eu era superior aos outros cães, eu sabia.

E ainda sou. Eu sinto, eu me importo, eu entendo.

 Mas às vezes... essa capacidade me traz sofrimentos. Se não sentisse nada pela minha dona, será que sentiria tantos apertos em meu peito?

Ah... Kagome... Um dos lados bons dessa capacidade é que me lembro perfeitamente do dia em que ela me adotou.

Naquela época eu já não tinha mais a companhia de meus irmãos. Eu ficava sozinho naquele cubículo, imaginando o que seria de minha vida se eu não saísse daquele lugar.

Os funcionários da loja me olhavam com pena. Eles sabiam que se eu crescesse demais não seria vendido. E se esse infortúnio acontecesse, seria posto para 'dormir'.

Eu sabia o que aquilo significava e sinceramente...não me importava.

Talvez a morte fosse o melhor caminho para se seguir, pelo menos para alguém como

Eu.

Minhas esperanças já estavam mortas. Esperava o veterinário passar por aquela porta branca a qualquer momento, com uma seringa transbordando, vindo em minha direção.

Porém, foi em uma manhã como qualquer outra que aquele anjo entrou na loja... Eu acho que me apaixonei à primeira vista pela criatura humana de longos cabelos negros até a cintura e lindos olhos azuis.

A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que eu TINHA que lhe chamar a atenção de qualquer maneira.

Comecei a latir e abanar minha cauda.Latia a plenos pulmões, entretanto, o meu chamado não era percebido por entre os vários ruídos que os outros animais do estabelecimento faziam.

Todos queriam a atenção daquele arcanjo de olhos claros, mas eu não iria permitir que outro a tomasse de mim.

- "Aqui!!!" –Eu gritava, cada vez mais alto.- "Aqui!!!" –

Eu não desistia, por mais que ela não virasse em minha direção, eu continuava a gritar.

Logo os outros animais se calaram com o meu chamado constante. Eu percebia os olhares de todos naquele lugar sobre mim, mas eu não me importava, continuava a gritar e a chamar por aquela única pessoa. 

- "Aqui!!!" –Gritei uma última vez, antes que o cubículo onde eu estava sendo mantido cedesse com minha agitação e caísse sobre as outras jaulas, derrubando-as ao chão e causando um estardalhaço com o som de metal chocando com metal.

Meu corpo doía com o impacto e as vozes iradas das pessoas em volta machucavam minhas orelhas. Fechei meus olhos com força quando percebi movimentos perto mim.Agora eu sabia que o homem de branco realmente viria me levar.

Eu havia feito algo ruim e teria de pagar, eu podia sentir isso pelas vozes raivosas que ecoavam em minha mente.

Porém, não foram as habituais mãos geladas que senti tocarem o meu corpo. Braços quentes me envolveram de encontro a um corpo macio e perfumado.

Abri meus olhos para encontrar aqueles que tanto chamaram minha atenção minutos atrás.Ela me observava séria, assim como todos os outros ao nosso redor. 

Abaixei minhas orelhas, arrependido pelo que havia feito. Por que eu tinha de ficar tão agitado? E agora? O que ela devera estar pensando de mim? Que eu era um arruaceiro...um demônio...

Voltei a fitá-la e ,sinceramente, não esperava o que aconteceu em seguida... Ela sorriu para mim. Nunca ninguém havia sorrido para mim, principalmente depois de uma agitação que eu provocava. Sabia o que era porque viviam sorrindo para meus irmãos mas... para mim? Nunca.

-Olá, você. - Ela disse, em uma voz doce. Eu balancei minhas orelhas, eufórico.

- "Ela está falando comigo? Está?" –Ela riu com meu entusiasmo.

Ah...Aquela risada... Nunca havia escutado algo tao cristalino como aquela risada...Elas entoavam em meus ouvidos como uma doce melodia.

Encostei minha cabeça em sua mão quando ela começou a fazer carinho em mim. Aquilo parecia o paraíso, principalmente quando a mão macia encontrou minha orelha.

Mas justamente naquele dia meu destino tinha que se completar, para acabar com minha felicidade.. O homem de branco saiu da sala, observando, surpreso, a confusão ao redor de sua loja.

Ele não precisava pensar duas vezes para me associar com aquele problema.Com um olhar raivoso em minha direção, ele se dirigiu à donzela que me mantinha em seus braços. 

-Maldito demoniozinho... Yasha, olhe só a bagunça que você fez! Essa foi à gota d'água! Não tenho escolha à não ser te punir!. - Ralhou o homem, severo. Eu encostei as orelhas no topo de minha cabeça e me inclinei de encontro ao corpo do anjo de olhos azuis, com medo.

O homem de branco era um dos poucos que realmente me amedrontava. Ele sempre me chamava de 'Yasha' pois eu parecia um demônio, de tão bagunceiro.

-Com licença... Com licença... - Eu ouvi a doce voz de minha mais nova amiga chamando pelo homem. . Vi ele virar-se para ela, confuso.

-Deseja algo, senhorita? - Perguntou.

-O que vai acontecer com esse cãozinho? - Ela indagou, olhando para mim. Então ela percebera meu terrível destino...

-Ora... Está crescido demais e ninguém mais vai comprar. Além disso, é muito bagunceiro e está causando prejuízos. Vou colocá-lo para dormir. - Respondeu o homem, como se acabar com minha vida fosse a coisa mais simples do mundo.

-Co-como? Você não pode fazer isso! É uma criatura viva! Como eu, como você! Não pode matá-lo! - Ela argumentou, estreitando os olhos e levantando a voz.

-Está acima de mim, senhorita. Não tenho poder para reverter o destino do parceirinho aqui. Ele está destruindo a loja. - Ele explicou, olhando-me com frieza. Senti que, se o anjo não estivesse ali, certamente já teria virado cachorro quente.

-Ma-mas... não há nada que se possa fazer? Eu não posso deixar esse filhote morrer, senhor. - Por quê ela fazia aquilo por mim? Por quê se importava? Ninguém jamais se importara antes...

 Por quê justo ela, justo agora?

-Bom... se a senhorita quer tanto salvá-lo... pode comprá-lo. - Respondeu, um brilho de ambição em seus olhos.

-Eu... não tenho muito dinheiro... quanto ele está custando? - Ela perguntou, hesitante.

-São trezentos reais, senhorita. - O homem constatou.

-Trezentos? – A donzela pareceu se assustar. Por alguns segundos eu perdi as esperanças. Mas ela olhou-me nos olhos. Como se pudesse ler minha alma.

A coisa que mais me tocou foi o que veio a seguir.

-Eu compro. - Ela disse, determinada. Então aquele era meu anjo salvador? Aquela humana... era minha ajuda divina?

-Terá que assinar alguns papéis. - O homem disse, sorrindo. Eu sabia que não era porque eu estava escapando, mas sim porque ele estava ganhando dinheiro.O homem de branco não se importava com nenhum ser vivo que ficasse abaixo da cintura dele. Aqueles que ficavam acima o amedrontavam, mas isso não vem ao caso. A questão é, ou ele menosprezava, ou temia. Aos humanos ele explorava.- Venha comigo.-

Ela o seguiu, comprou-me e logo estávamos longe do local onde, por instantes, pensei ser meu leito de morte.

Carregou-me no colo, com medo que eu saísse correndo, acho. Queria dizer-lhe que não sairia de seu lado nunca. Seria eternamente grato àquela humana.

-Meu nome é Kagome, pequenino. Sou sua nova dona, mas isso é um detalhe técnico. Para você, serei uma amiga. - Ela disse, sorrindo. Acho que não se importava pelo fato de estar conversando com um cachorro, pois continuou a falar.

- Você também vai precisar de um nome... - Ela pareceu parar para pensar. - Que tal... Fofinho? - Fiz uma cara feia que ela pareceu entender.

- Não? Hum... Rex? - Olhei-a incrédulo e ela riu. -Brincadeirinha... Deixe-me ver...-Com isso ela parou na rua e me encarou, analisando-me.

Naquela hora eu tive meu primeiro pensamento de que, se eu fosse humano, com certeza estaria corado.

Os olhos dela eram tão límpidos que chegavam a me hipnotizar.

-Hm...Ao que me parece você é do tipo levado...-Eu lati indignado. Não era levado...pelo menos não muito...- Yasha...InuYasha?!-

InuYasha...Aquele nome não soava ruim, principalmente por serem pronunciados por lábios de aparência tão doces...

"Sim" - Respondi animado, para satisfação daquela donzela, que sorriu para mim.Ah...E que sorriso...

-Então será assim... Inuyasha... Kagome e Inu-chan, a dupla dinâmica!-

Ela riu.

Enruguei o nariz com o apelido, mas Kagome pareceu não se importar e continuou tagarelando. Então eu descobri... a voz dela não me incomodava. Eu gostava de escutá-la.

Mas aquele ato de bondade teve um preço para a minha protetora. Kagome não tinha muito dinheiro, pois os quadros que faziam não rendiam muito...

Ainda me lembro das dificuldades que passamos depois daquele dia.

Até hoje não entendo como ela poderia ter me adotado e alimentado durante aquela época.O pouco dinheiro que ela possuía mal dava sustentá-la, quanto mais a um cachorro. Entretanto, sou grato por ela não ter me abandonado mesmo quando achei que não havia mais jeito...

- Acabou a ração! E o dinheiro também está curto...- Lembro-me do dia em que ela disse isso, enquanto sacudia um pacote sobre meu prato, para que caísse tudo o que era possível. Foi quando comecei a achar que Kagome me abandonaria. Pensei que, se a ração tinha acabado, o cachorro deveria ir embora.

Inclinei a minha cabeça para o lado, com expressão de culpado. Ela percebeu e olhou-me o mais severamente possível. Kagome nunca conseguia ficar chateada comigo.

-Não é sua culpa, Inu-chan. Não faça essa cara. Tudo vai dar certo, ok? - Ela me garantiu, dando mais um daqueles maravilhosos sorrisos. Não sei como um simples levantar no canto dos lábios pode fazer tão bem a uma criatura deprimida como eu estava naquele momento.

Mas, bem...Eram os lábios dela, não?!

Fitei-a como a dizer : 'Tem certeza?'. Eu sei que ela me entendia, Kagome sempre compreendia todas as minhas expressões comunicativas.

-Vou ter que arrumar um emprego... - Ela murmurou, voltando-se para seus próprios pensamentos.

Emprego... Nunca pensei que uma benção como um emprego para Kagome fosse dar tanta desgraça para mim. Ela estava feliz, claro. E a felicidade dela é a minha, não? Entretanto, eu nem imaginava qual tipo de felicidade minha donzela usufruía.

Kouga... O chefe dela... E meu tão odiado rival...

Fazia algumas semanas que Kagome não parava em casa. Desde que fora contratada pela galeria de artes do maldito: a Toca do Lobo.

Saía cedo, antes do Sol se pôr no horizonte e só voltava quando faltava pouco para o astro subir ao céu para um novo dia.

É claro que eu estranhava essas saídas, mas o que poderia fazer? Trancá-la em casa? Sempre que me dava vontade de matar o lobinho, lembrava-me que era apenas o cachorro. O bom e velho 'Inu-chan', sempre pronto nas horas difíceis, mas largado nos momentos alegres.

Por quê dessa vez seria diferente?

É claro que isso não me impediu de manter um olho nela. Kagome é especial para mim, sempre foi. Tudo o que eu sempre quis foi à segurança e felicidade dela.

Mas agora vejo que cada vez que lutava pelo bem dela, mais a minha felicidade ia pelo ralo. Hoje sou apenas uma sombra do que era quando filhote. E quer saber? Não me arrependo de nada.

Só sinto por uma noite em especial.

A noite que quebrou meu coração e minhas esperanças, deixando apenas estilhaços do que um dia foi um cão alegre.

-Inuyasha!! Inuyasha!! - Kagome entrou em casa chamando por mim. Eu, como sempre, fui correndo recebê-la, abanando o rabo. "Kagome! Kagome!"

-Ai, Inu-chan! Estou tão feliz! Adivinha só! Kouga-kun me pediu em namoro. - Minha felicidade foi-se tão rápido quanto havia chegado quando ouvi o 'tão alegre' comunicado. Contudo,Kagome não pareceu perceber meu infortúnio. Continuou... Desculpem-me pelo termo ofensivo em relação a quem prezo tanto... Mas continuou tagarelando sobre o lobo idiota.

-Foi tão lindo! Ele ajoelhou-se na minha frente e me perguntou: "Kagome, você daria a mim a honra de ser minha namorada?" Senti-me como se tivesse sendo pedida em casamento. E quando eu disse sim e ele me beijou... Ah, Inu-chan, foi tão lindo...- Ela não parecia ver o quanto eu sofria. A felicidade em seus olhos parecia cegá-la, impedindo-a de ver a angústia que refletiam nos meus.

-Você tem que conhecê-lo. É um cavalheiro, o Kouga-kun... - Kagome disse, suspirando apaixonada. Foi então que percebi finalmente... Tinha perdido minha musa para outro.

 O que seria de mim então?

O tão esperado encontro (pelo menos para ela) aconteceu alguns dias depois. Sim, um CAVALHEIRO, esse tal de Kouga. Notem o sarcasmo, por favor. Vou dizer o que aconteceu naquela noite em particular...

-Não repare, Kouga-kun. É uma casa humilde. Mas gostaria que se sentisse à vontade. - Ouvi a voz de minha dona vindo do hall de entrada.

-Ora, Kagome-chan. Qualquer lugar com um toque seu parece um palácio. Basta você estar aqui. - A voz masculina irritante fez com que eu me levantasse de meu leito de repouso e caminhasse em direção à porta.

A cena que vi ali me enoja até hoje quando me recordo. O maldito estava enfiando a língua dentro da boca de Kagome!

- "Como ele ousa!" - Eu pensava, indignado. Como é que chamam aquilo mesmo? Ah, sim... Beijo. Se não me engano, esse tal "beijo" é uma amostra de afeição... E foi isso que me machucou mais.

 Minha Kagome era realmente afeiçoada a aquele homem?

-Inu-chan! Kouga, esse é o Inu-chan. - Finalmente deram conta de minha existência. Olhei para o homem com um ar sério, o qual ele pareceu entender imediatamente.

-Então esse é o vira-lata de quem tanto fala, querida? - Ele pareceu frisar a última palavra para me provocar.

 - "Que cara atrevido!" -Fiquei com vontade de fazê-lo engolir as palavras.

-Kouga, não implique! - Ela riu. Repito, ela RIU. Como pôde deixar o idiota zombar de minha existência? Justo eu, que a conheço há mais tempo que ele.

Como ela pôde me renegar e ridicularizar a esse ponto?

Ele abaixou-se na minha frente e fez algo mais ousado ainda. Não bastara enfiar a língua na boca de Kagome, não... Ele TINHA que apertar a minha orelha. E devo dizer, aquela DOEU! É claro que não deixei barato.

-AI! - Ele gritou, afastando-se. Eu deixei minha marca na mão dele para sempre. Meus dentes gravaram minha assinatura na pele do lobo. Sim, eu o mordi.

-Inu-chan! Muito feio! Vai ficar de castigo! - Encostei as orelhas no topo da cabeça. Então ela tomara o partido dele.

- "Não viu o que ele me fez?" -Eu tentava dizer, mas ser um cachorro não ajuda muito a se comunicar. Às vezes me pergunto, como humanos podem ser tão inúteis a ponto de não nos entenderem, enquanto N"S os entendemos? Só criam problemas.

Lembro-me claramente como saí correndo da sala e escondi-me embaixo da cama até que ele fosse embora. Não que eu fosse um covarde, longe de mim! Mas a humilhação de vê-la defendê-lo, enquanto a criatura em questão sorria maligno com o meu infortúnio fora muito.

Kagome veio atrás de mim depois. Acariciou minhas orelhas sofridas e pediu-me compreensão. Como poderia negar algo com aqueles olhos azuis tão brilhantes fitando-me? É algo difícil, muito difícil. Bom, pelo menos ela não esqueceu de mim embaixo da cama, não é? Não me desminta, esse é meu consolo quando lembro do que aconteceu naquele dia.

Tive que agüentar ouvir do lobo em pele de cordeiro todos os dias. Escutava quieto, por dois motivos.

Primeiro, queria a felicidade de minha musa. Se ela estava feliz, reclamar do quê?

E segundo e mais decisivo... Eu sou um cachorro, devo lembrar, não falo, não reclamo. Mentalmente é claro, mas do que me adianta se ela não entende?

Era 'Kouga-kun' pra lá, 'Kouga-kun'pra cá, 'Kouga-kun'fez isso, 'Kouga-kun'fez aquilo... Parecia que eu AMAVA o 'Kouga-kun'. Não existe mais respeito à opinião nos dias de hoje... Lamentável.

Claro que foi um alívio quando o namoro acabou, mesmo que tenha entristecido minha dona. Um de meus infortúnios estava acabado... Afinal, o lobo saíra de nossas vidas. Contudo... ainda tinha o OUTRO problema. Ainda sou um cachorro. Sempre serei um cachorro...

E acho que esse obstáculo é alto demais para pular.

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-Ai! Desisto, Inu. Vou pedir uma pizza. - Inuyasha foi tirado de seus pensamentos por esse comentário de Kagome.

- "Apesar de ser uma mestra das artes, a arte de cozinhar não é o forte dela..." - Pensou, colocando a língua para fora em desgosto. Ela saiu da cozinha e foi em direção à sala, onde estava o telefone.

-AHHHH!!! - O grito da morena fez o pastor correr até a sala, encontrando-a caída no chão, apontando para a janela. Sua mão estava trêmula. - Inu... Ti-tinha um homem ali. Eu vi!-

- "Um homem? Mas nós estamos no décimo andar!" -Ele pensou, exasperado, olhando pela janela.

-Até perdi a fome. Acho que vou dormir. Estou vendo coisas! Meu Deus... - Ela balbuciou, levantando-se e indo para o quarto. Inuyasha virou-se para segui-la, mas teve a leve impressão de ver dois pontos azul-cobalto fitando-o.

Deitou-se ao final da cama, junto de Kagome e logo caiu no sono, mas não antes que um pensamento corresse em sua mente. "O obstáculo é... alto demais... para pular..."

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Miroku suspirou aliviado quando o 'casal' que estava vigiando finalmente se refugiou no mundo de Morféu.

Subindo para o parapeito da janela, ele pôde enfim se livrar do sufoco que foi manter-se pendurado sobre dez andares acima do chão, apenas para não acabar sendo descoberto pela donzela de olhos azuis ou por seu amigo pastor poliglota.

-Maldito Sesshoumaru...-Praguejou pela quinta vez contra seu instrutor no pequeno intervalo de trinta minutos, o qual estivera dependurado. Se ele ainda possuísse suas asas, tudo seria mais fácil.

Deixando as reclamações de lado, o estagiário entrou na pequena cozinha do apartamento, dirigindo-se diretamente ao quarto onde o cão e sua dona repousavam pacificamente, alheios ao intruso.

Miroku ingressou no quarto em passos suaves para não acordar ninguém. Silencioso como um gato, aproximou-se da cama. Observou a vítima canina deitada aos pés da humana, dormindo calmamente sem nem suspeitar de nada. 

Um pequeno sorriso aflorou na face do anjo enquanto que com uma das mãos, retirava uma pequena jóia de dentro de suas vestes.

-Quando não temos mais força para pular, meu amigo pastor... - Sussurrou, prendendo a relíquia rosada à coleira do canino. O sorriso aumentou quando um leve brilho rosa envolveu o animal.- ... Arrumamos asas.-

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#Uma fumaça vermelha impregna o ambiente, revelando entre sua constituição gasosa uma silhueta#

-Oyahoo, mortais!- #Sofy aparece, segurando um tridente de aparência afiada, assim como os chifres em sua cabeça.#

-Oh yeah, oh yeah...-#cutuca o considerado: símbolo de 'infidelidade'# -É sim! Eu acabei no Érebo mesmo! Não tenho 'dark' em meu nick à toa, não é?!-#Sorri, balançando a longa cauda com um triangulo na ponta#

-Mas não estou aqui para relatar minha pós-morte...(apesar do 'chefão' lá embaixo me pedir propaganda!) Estou aqui para avisar que minha viagem será mais cedo do que eu imaginava...Sim, porque ao invés de eu ir para a Grécia no dia 20 (como eu imaginava...) irei este domingo...Sim, ESTE domingo... Dia 10...-

#Suspira resignada#

-Então, como podem imaginar, esse será o último cap. que postarei em um curto espaço de tempo após um outro...Minhas outras fic's também ficarão bastante paradas...Porém, quando eu regressar compenso tudo...-

#Mexe por entre os bolsos do sobretudo negro que está usando e retira uma pequena lista, pigarreia#

-Bem, aqui temos a pequena lista de vítimas para o infer...#AHAM, AHAM#...de pessoas que me mandaram reviews e merecem uma resposta de minha ilustre e nefasta pessoa...-

Yume Rinku – Devo confessar, minha cara Yume...No começo até pensei em fazer da Kikyou uma 'cadelinha'...Contudo, acabei tendo idéia de melhores gostos e decidi poupar a megera desta humilhação...(mas não significa que ela sairá ilesa de minha fic, não mesmo...#confirmando na 'listra negra'#) Quanto a me ressuscitar... Bem, foi lindo de sua parte querer me manter viva, mas infelizmente me requisitaram lá embaixo e eu tiver de cumprir meus horários... E quanto ao Inu...Se ele ainda pensa em vingança, estarei preparada para o canídeo...#Sorri de lado, mostrando meu tridente#

Gushi – Minha querida amiga, que talvez tenha um destino semelhante ao meu...Não queria lhe envergonhar e lhe peço perdão...#inclina-se numa mesura# Que bom que gostou do Inu poliglota! E também sentirei saudades suas, mas ainda nos veremos quando eu entrar por lá, né? Não se esqueça que temos fic's a fazer e desenhos a trocar...Quero ver você caprichar nos diálogos entre Artis e Aaron... Vejo-te quando der...(espere e-mail's)

Aya – Cheia de palavras como sempre...Não preciso indicar sarcasmo, não?! Mas perdoe minha grosseria... Espero review's suas, amiga...

Sakura (Kgome) – Agradeço a review e verei sua fic quando puder...

MikkYA Artis é mesmo fofa, mas extremamente maligna...#abro um sorriso maroto# Sei que é meio estranho o começo...Mas InuYasha é um hanyou cão, não é?  Então...Se em fic's UA ele já foi humano, hanyou, youkai, por que não cachorro? Não sei como ninguém pensou nisso até agora...

Taiji Ya Sango-chan – Hm... Realmente o Sesshoumaru tem mais cara de senhor das trevas...(perdoe-me, patrão!!!). Miroku como anjo só no literal mesmo...Enche-me de prazer o fato de você gosta de minha fic...Espero continuar lhe agradando...

Lê – Sim, ainda lembro de sua existência, inclusive...#verifica a lista e constata seu nome como um dos primeiros# Sim, sim...E não...Não estou exatamente 'viva' para ler a review, mesmo assim a li...Agradeço sua presença.

Marcella – Obrigada pela review...A atualização dependera de meu tempo, além do mais não se apressa à arte...#repousa a mão sobre o peito, erguendo queixo em uma pose convencida# Mas, bem...Talvez demore...talvez não ...

M. Sheldon - #sorri nostálgica ao relembrar de sua review# Obrigada! Agradeço por sua opinião ...Não preciso comentar que meu ego inflou (a ponto de não caber no meu quarto) após a sua crítica...Mas devo ser modesta e lhe informar que minha fic não é tudo isso...É apenas uma idéia diferente que tive...Agora, fic's boas eu recomendo de minhas amigas que citarei lá embaixo! Mais uma vez, obrigada!

Fran kc – Não, Kagome não virara cachorro...Não tem muita finalidade isso... Agradeço review!

Tici-chan – Sei lá se o Sesshoumaru dá um bom guarda costas....Hm...Isso me deu uma idéia para uma fic...Agradeço por se lembrar de mandar review desta vez! Espero uma próxima sua!

Akeminu – Que bom que gosta! Espero que continue me mandando review!

-Obrigada a todos pela paciência! O próximo cap. talvez demore um pouco...Agradeço também a : Narul, Leila Wood, Bella-chan, Kiki-chan e Nika Himura!-

-Vocês são D! -

-Obrigada! E adeus! Namárië!- #Uma densa fumaça volta a envolver o ambiente, ocultando Sofia, que desaparece misteriosamente....#

InuYasha: -Feh! Até parece que ninguém percebeu a maluca saindo pela porta dos fundos!

Sofy: -InuYasha, você me paga!!!-#Fala de trás da porta#-Vai pra minha 'Black, black list' !!!

(DarkSofy)