Capítulo 3 - A Escolha
Ao sair da sala do Diretor, Hermione encontrou Molly a sua espera. O rosto esperançoso da mãe de seus amigos a fez sentir-se ainda pior. Naquele momento ela tomou uma decisão: "Vou resolver esse problema hoje mesmo".
- O professor Dumbledore tem algumas idéias e eu vou ficar aqui para testá-las. Você se importa de voltar sozinha para casa? – perguntou Hermione sem coragem de contar os detalhes da tentativa infrutífera.
- Claro que não, querida. Você está em boas mãos. Dumbledore tem uma solução para tudo – afirmou Molly abraçando a garota e a deixando sozinha.
Hermione foi até a biblioteca, o lugar onde se sentia mais à vontade para pensar. Precisava pedir ajuda a alguém, mais especificamente a alguém do sexo oposto. Os primeiros nomes que vieram a sua mente foram seus amigos, mas no mesmo instante percebeu que morreria de vergonha de pedir aquilo a um deles. Seria bem mais fácil se ela encontrasse um homem que apenas conhecesse superficialmente, assim não teria de encará-lo no dia seguinte. Fez uma lista rápida de todos os homens que conhecia, começando com Colin Creevey e terminando com o Professor Flitwick. Nenhum parecia adequado para a tarefa.
Bem, existia uma pessoa. Ele não tinha amigos, logo ela não correria o risco de virar assunto no banheiro masculino. Ele era um confiável membro da Ordem e gozava da admiração de Dumbledore. E o mais importante, era tão detestável que não haveria a menor possibilidade de envolvimento futuro entre os dois. Feita a escolha Hermione foi procurar o Mestre de Poções nas masmorras.
Uma turma de terceiro ano acabara de deixar a sala de poções e o professor estava sozinho, sentado à sua mesa. Hermione entrou fechando a porta atrás dela.
- Professor, preciso da sua ajuda – pediu a bruxa. Snape levantou os olhos para ela, mas continuou sentado. Hermione achou melhor ir direto ao assunto.
- O professor Dumbledore me explicou porque não recuperei meus poderes. Eu ainda sou uma criança perante a poção. Preciso que o senhor me ajude a mudar essa condição - continuou a garota.
O professor se levantou e agora concentrava toda atenção nela.
- Exatamente o que você quer dizer com isso? - perguntou Snape desconfiado.
- Estou pedindo para que o senhor faça sexo comigo – afirmou Hermione fingindo ser aquele o pedido mais inocente do mundo.
- O que? Completamente fora de questão – respondeu o bruxo.
- Mas o senhor garantiu a Dumbledore que me ajudaria e parece que isso envolve mais do que a simples preparação de uma poção – argumentou a jovem.
- Vá pedir isso a um de seus amiguinhos – ordenou ele, considerando a idéia uma brincadeira de mau gosto.
- Não posso. Isso acabaria com a nossa amizade. Cada vez que nos víssemos no futuro restaria entre nós um constrangimento – Hermione falou com gravidade.
Essa não! – pensou Severo. – Essa garota está levando isso a sério.
- E que tal o Lupin? – sugeriu o professor.
- Remus é um amor, mas eu acho que ficaria muito preocupada com a possibilidade de uma transformação – suspirou a moça.
Severo não conseguiu conter uma gargalhada. Pensar em Lupin se transformando em Lobisomem ao lado de Herminone nua era uma cena divertida.
Era Hermione que agora mostrava uma expressão de incredulidade. Então Snape sabia rir. E o pior, ela era o motivo.
- E seus companheiros aurores do Centro de Treinamento? – tentou Severo mais uma vez.
- Colegas de trabalho. É mais prudente manter vida pessoal e profissional separadas – retrucou Hermione.
- Já sei! Os irmãos Weasley. Você tem cinco outras opções além do seu amiguinho. Bem, quatro – falou o professor, eliminando Percy. A garota podia estar desesperada, mas a possibilidade de que Percy Weasley fizesse sexo casual era pouco provável.
- Professor! Ninguém em sã consciência iria para cama com um deles, a não ser que desejasse ver a notícia publicada no Profeta Diário no dia seguinte – respondeu Hermione já começando a ficar vermelha, um pouco por vergonha, um pouco por raiva. E ela resolveu dar a cartada final apelando para a dívida que Severo tinha com Dumbledore.
- Espero não ter que pedir ao diretor para convencê-lo – completou a bruxa.
Diante daquele argumento definitivo, Severo aquiesceu.
- Ok! Me encontre às sete horas nos portões da escola.
