Anjos e Demônios

CAPITULO 1 - QUANDO NOSSOS OLHOS SE CRUZAREM

Amor algo profano, algo que um demônio não pode ter. Um demônio não pode amar. Um demônio apenas pode sentir prazer, nada mais que prazer.

 
- Duo! Eu não acredito, deitado de novo!

- O que foi Dhiamas, você só está aqui para me admirar ou tem algo importante para falar?

- Trago ordens diretas Dele para você.

- Então pare de enrolar e diga logo!

- Ele quer que você cace alguns desertores, que estão infligindo o acordo celestial.

- Porque eu? Tem vários outros demônios de classe inferior que podem cuidar disso, porque eu tenho que ir?!

- Eu só estou transmitindo ordens, reclamações são com Ele.

- Não muito obrigado eu gosto muito da minha vida, para onde eles foram?

- Foram para o mundo dos humanos!

- Maravilha!!! Vou ter que ir lá, tanto lugar aqui no inferno e eles tem que ir para lá. O que foi Dhiamas, porque tá me olhando assim?! Eu já estou indo.

- Lembre-se, você é um demônio, mesmo sendo um dos quatro demônios regentes do inferno, você só pode permanecer na terra por um mês.

- Tá Dhiamas eu sei disso, eu não gosto do mundo dos humanos, eu pretendo voltar assim que terminar a droga de trabalho, então me deseje sorte!

- Sorte é para os despreparados.

- E você acha que eu tô muito preparado, né?

O ser de longos cabelos negros, virou de costas e saiu do quarto, Duo se sentou na cama totalmente emburrado, ajeitou sua longa trança que estava a ponto de se desfazer, colocou a longa capa negra, segurou delicadamente com as duas mãos seu cordão em forma de foice, que estava pendurado em seu pescoço, e disse algumas palavras em latim.

Na terra os demônios que haviam fugido, estavam cercando um belo garoto de olhos azuis, um dos demônios estava com a boca salivando. Ele tinha vários chifres, sua pele era de um verde grotesco, sua voz era grossa e totalmente rude. Ele dizia animado olhando para o jovem a sua frente:

- Esse humano vai dar um belo aperitivo, já posso sentir sua carne se desfazendo em minha boca! – assim que terminou de falar o grande demônio partiu com tudo para cima do jovem rapaz que continuou imóvel. Seus olhos não refletiam medo, mas sim uma frieza que amedrontava a todos a sua volta. Aqueles demônios estavam assustados com o olhar do jovem, mas para fingirem um ar de superioridade tentaram ataca-lo. O grotesco monstro pegou o rapaz pela camisa e o ergueu como um prêmio, os demais monstros olharam e começaram a rir do jovem rapaz, que continuava olhando para todos com o mesmo ar frio.

- Garoto arrogante, pode mostrar seu medo!- disse o monstro implorando para que o rapaz não mais o encarasse daquela forma.

 – Porque me olha assim? Porque? Responda verme insolente! – disse o monstro sacolejando o menino.

- Ele te olha assim porque você é um idiota! – disse uma voz que se aproximava do fim da rua, todos os demônios ficaram apavorados com o ser que se aproximava. Ele segurava uma foice enorme e sua capa negra lhe dava um ar ameaçador, o monstro olhou para o garoto e tremendo disse:

- Perdoe-nos Senhor! Nós só queríamos sair um pouquinho, não íamos comer nenhum humano. Por favor, piedade.

O gigante se ajoelhou segurando o rapaz em uma mão. Duo deu um sorriso maroto, abaixou a cabeça e começou a coça-la como se estivesse com muita vergonha e começou a dizer:

- Bem, você sabe....- antes que pudesse fazer qualquer movimento o monstro jogou o rapaz na direção de uma parede e correu na direção de Duo, que continuava falando coisa com coisa. O rapaz tentou se levantar e assim que conseguiu sentiu o gosto amargo de seu próprio sangue surgindo em sua boca, olhou para o idiota que continuava falando sem parar e viu que o monstro já estava a um passo dele, o rapaz entrou em desespero e tentou gritar para o jovem ter cuidado, mas não conseguiu dizer uma só palavra, pois o sangue continuava saindo de sua boca.

- Em resumo adeus! – disse o jovem trançado acabando com seu falatório e acertando a foice de forma certeira no monstro que vinha para ataca-lo, com um salto fora do comum, ficou na frente de outro demônio que foi igualmente retalhado, após alguns tempo todos os demônios fugitivos haviam sido mortos. Duo reuniu o que restou de seus corpos em um grande amontoado, recitou algumas palavras em latim segurando sua enorme foice e após alguns segundos, a grande rua deserta estava como se nada tivesse acontecido. Duo se aproximou do jovem que o encarava da mesma forma fria que encarava os demônios, Duo deu um sorriso e perguntou:

- Qual seu nome humano?

O garoto ainda estava com as mãos sobre a boca, quando o jovem se aproximou dele, com muita dificuldade o menino respondeu:

- Heero... – após dizer seu nome o jovem perdeu todas as forças que tinha é caiu no chão, Duo deu mais um sorriso e logo em seguida recitou mais algumas palavras em latim, com a mão direita sobre o peito de Heero.

Assim que ele terminou de recitar Heero suspirou aliviado. Duo sorriu novamente, agora aquele jovem estava fora de perigo, mas ainda teria que apagar sua memória, assim que acordasse, pois apagar a memória de um humano dormindo era algo muito perigoso. Isso era uma das regras mais importantes do inferno. Um humano não pode se lembrar de nenhum demônio. Duo transformou suas roupas em vestimentas humanas, sua foice voltou a ser um mero pingente pendurado em seu pescoço, com um pouco de dificuldade Duo pegou o rapaz e o apoiou em um de seus ombros e o levou até uma casa abandonada, que não ficava muito longe dali. Assim que chegaram ao local, Duo colocou Heero no chão com muito cuidado, novamente recitou algumas palavras em latim, e em questão de minutos a casa já estava como nova. Novamente Duo pegou Heero e o carregou para dentro da casa recém reformada. Logo que entraram a casa já estava toda mobiliada com moveis luxuosos, Duo levou Heero até um quarto e o colocou na cama, deitando rapidamente a seu lado, o jovem demônio estava muito cansado, tinha usado muitas magias naquele dia e estava sem mais força. Aquilo era imprudente, mas ele nunca ligou muito para segurança. Sem esperar muito Duo adormeceu ao lado de Heero.

CONTINUA...