#4ª Fase – terceiro ano

Capítulo 15 – Mudanças por todo lado

Quando Fred e Jorge pularam no trem, ele já estava quase andando. Despediram-se da mãe, consolaram a irmãzinha e foram procurar uma cabine. De dentro de uma delas, ouviram uma voz bem conhecida e abriram a porta da cabine.

- Vocês não vão... acreditar...

Fred parou de falar para esfregar os olhos com incredulidade, o mesmo fez Jorge. Tiveram a impressão de que se enganaram de cabine. Só reconheceram o trio porque Douglas estava lá também. Mau-humorado.

- Que bom que conseguiram embarcar em tempo. – disse Aline muito feliz.

- Foram bem de férias? – perguntou Cinthia igualmente.

- Oi – cumprimentou Douglas sem emoção.

Mas os dois não conseguiam tirar os olhos das garotas. Elas estavam... diferente.

- Aline! – disse Jorge espantado. – O que aconteceu com a sua outra metade?

- Há, há, há. Tão engraçado... Eu emagreci, não tá vendo?

- Graças a minha irmã – acrescentou Cinthia. – A Simone deu umas dicas para a Aline nas férias.

- Aaaah... - fez Fred ainda não acreditando no excelente resultado. – E você? O que fez com o cabelo?

- Eu fiz permanente para ficar com cachinhos. Estava enjoada daquele cabelo liso. Ficou bom? Sejam sinceros.

Fred e Jorge não sabiam o que responder. Não tinha ficado ruim, de jeito nenhum. Mas... não combinava muito com Cinthia, ficou muito cheio. Parecia que tinha alguma coisa fora do lugar.

- Ah, claro.

- Para um espanador.

- Qualé! Ficou tão esquisito assim?

- Sinceramente? – perguntou Jorge.

- Não precisam responder. Só esperem aqui um minutinho.

Cinthia saiu da cabine, deixando os quatro colegas muito confusos.

- O que ela foi fazer? – perguntou Fred para Aline.

- E eu vou saber? Não faço a menor idéia.

Logo em seguida Cinthia apareceu de novo, mas o cabelo estava diferente (outra vez)! Ao invés dos cachinhos, estavam ondulados. Agora sim pareciam mais naturais.

- E que tal agora? – perguntou ela.

- Show! – disse Aline.

- É, ficou melhor – disse Fred.

- Ficava melhor liso – disse Douglas ainda mal-humorado, que até agora estava muito emburrado para falar qualquer coisa.

- Ô humorzinho! – disse Jorge – Por que é que você tá assim?

- Não liguem para ele – respondeu Aline antes que Douglas pudesse falar alguma coisa. – Ele tá assim porque não vai mais poder me chamar de rolha-de-poço, baleia, bujão-de-gás...

- Mas ainda posso te chamar de Mini Minerva, tampinha, filhote de anão...

- Olha quem tá falando. Projeto de trasgo, tosco, múmia paralítica!

- Ei, ei, ei! Podem parar – disse Cinthia. – Eu não quero ter que separar as duas criancinhas de novo, entendido? – ela virou para os gêmeos e continuou. – O que vocês iam dizer quando entraram?

- Ah, isso. Tentem adivinhar quem nós vimos embarcando no trem!

- Daniel Radclif? – perguntou Aline.

- Orlando Bloom? – perguntou Cinthia.

- Daniela Cicarelli? – perguntou Douglas.

- Nããão. Harry Potter! – respondeu Fred.

- Sério!? – disse Aline, ao mesmo tempo em que Cinthia e Douglas diziam:

- Quem?!

- Vocês não sabem quem ele é? – perguntaram Fred e Jorge simultaneamente, espantados.

- Eu não acredito! – disse Aline. – Vocês tinham que saber pelo menos o que ele fez. – e Aline começou a dar uma breve explicação de quem era Harry Potter e o fato que o tornou tão famoso. Quando terminou, Cinthia estava querendo saber mais da história, enquanto que Douglas parecia mais interessado em um mosquito esmagado na janela do trem. – Eu vi isso em Grandes acontecimentos mágicos do século XX, mas tem mais detalhes em Ascensão e queda das artes das trevas. Estou com os dois livros no malão se o quiserem emprestado.

- Só se for para taca-los na sua cabeça – disse Douglas.

Nesse instante, Luciana abriu a porta da cabine, e ela não havia mudado quase nada. E foi bem a tempo que ela chegou, ou Aline teria uma explosão de raiva.

- Oi geral! – disse ela apressada. - O Lino arranjou uma tarântula gigante. Querem ver? Ele está lá no meio do trem.

- Claro! – respondeu Douglas.

- Vão na frente – disse Jorge.

- Vamos ver como o Roniquinho está e já alcançamos vocês – acrescentou Fred. – É o primeiro ano dele em Hogwarts.

Douglas, Aline e Cinthia acompanharam Luciana para ver a tarântula. Um monte de garotas do primeiro ano passou correndo e gritando por eles, enquanto que mais adiante Lino e Jonathan se dobravam de tanto dar risada. Lino segurava a caixa da tarântula fechada.

- Oi! – cumprimentou Lino. – Viram só como elas se assustaram à toa? E eu só mostrei uma pata do bicho, imagine se tivessem visto a aranha inteira!

- Como você conseguiu esse monstrinho, hein Lino? – perguntou Douglas dando uma espiadinha dentro da caixa.

- Meu visinho tem uma péssima pontaria e acertou a aranha com um feitiço de aumento. A danada resolveu aparecer lá no quintal de casa e minha mãe pediu para eu me livrar da tarântula. Tô com ela há duas semanas sem minha mãe saber.

Fred e Jorge apareceram no corredor e também deram uma espiada na aranha.

- Ela até que é bem mansinha – disse Lino. – Ela deixa pegar na mão, mas tem que ter cuidado.

Ele pegou a aranha com as duas mãos (porque o bicho devia ter uns vinte centímetros de largura, sem as patas!) e deu para os gêmeos. Eles passaram para Douglas, que ficou procurando as presas do bicho. Cinthia se virou para os gêmeos e não viu quando Aline pegou a aranha emprestada.

- Como é que vocês conseguem segurar aquele bicho? – perguntou Cinthia se arrepiando só de pensar.

- É só uma aranhinha – disse Fred casualmente.

- Aranhinha uma ova! Eu é que não ia querer achar uma dessas dentro do sapato, se coubesse.

Fred e Jorge começaram a abafar risinhos inutilmente, deixando Cinthia confusa. Mas logo ela sentiu algo e entendeu o motivo dos risos. Aquela tarântula estava subindo nas suas costas! Ela ficou desesperada e começou a agitar os braços inutilmente.

- TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA!

- Calma Cinthia – disse Aline. – Assim você assusta o bichinho. E quando as aranha ficam assustadas, elas picam.

- TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA TIRA!

Lino guardou a aranha na caixa e Cinthia se acalmou um pouco. Ainda tremendo de medo e indignação, ela se virou para Aline.

- Pode estar certa que eu nunca mais vou te dar as costas se tiver um bicho desses por perto – disse ela.

- E se for um sabiá gigante? – perguntou Aline com tom de mofa.

- Qualquer bicho anormal.

- Até se for uma borboleta gigante?

N/A: É a convivência com Fred e Jorge...