Capítulo 24 – E começam os ataques
Depois de dispersarem os alunos do corredor em que a gata do Filch foi encontrada petrificada, Fred, Jorge, Cinthia, Aline e Douglas voltavam para os dormitórios com muito para falar. E nem todas eram coisas boas.
- Eu li sobre a Câmara Secreta em "Hogwarts, uma história", e ela foi construída pelo próprio Slytherin. Essa Câmara abriga um monstro, e só Slytherin ou um herdeiro seu podia abri-la.
- Mas pra que Slytherin construiu essa Câmara? – perguntou Cinthia.
- Porque ele achava errado aceitar alunos que não viessem de famílias totalmente bruxas, ou seja, era um anti-trouxa. Esse monstro serviria para fazer uma "limpeza" na escola mesmo depois de ele ter morrido.
- Então quem petrificou Madame Nor-r-ra fez isso porque Filch não é bruxo – concluiu Jorge. Já era do conhecimento dos cinco que Filch era um aborto, Fred e Jorge que contaram. Agora, como eles descobriram isso, nunca ninguém soube.
- Pelo menos não vamos ter que nos preocupar mais com Madame Nor-r-ra espionando a gente – comentou Fred.
- Como é que você pode pensar uma coisa dessas?! – Cinthia estava indignada com o comentário – Mesmo ela sendo apenas um animal, e principalmente, alarme ambulante do Filch, ela é um ser vivo! (Ou era, sei lá.) Será que vocês não tem um pinguinho de compaixão?
- Você tá certa – disse Aline. – Eu não ia gostar se fosse meu bichinho. Vocês viram como o Filch ficou arrasado?
- Madame Nor-r-ra deve ser a única criatura no mundo pela qual ele demonstra um pingo de carinho – disse Douglas. – Mas bem que quem fez aquilo podia ter acabado com o serviço.
Cinthia passou por Douglas e deu um tapa na cabeça dele antes de seguir para a entrada da Corvinal.
- Boa noite pra vocês – disse ela seca.
- Ô menina de lua! – disse Douglas massageando o cocuruto da cabeça enquanto eles continuavam o caminho para a torre da Grifinória.
- Você devia saber que não é bom falar nada de mal contra animais perto da Cinthia – disse Aline. - Se tivesse tempo, ela provavelmente faria parte da associação 'salvem os unicórnios'.
- É bom lembrar disso – disse Jorge bocejando.
O jogo de quadribol Grifinória X Sonserina foi bastante acirrado, especialmente com o balaço errante que perseguia o apanhador da Grifinória: Harry Potter. Na segunda-feira após o jogo, Fred e Jorge ainda estavam comentando isso, na aula de Trato Com Criaturas Mágicas.
- Mas aquele balaço só pode ter sido trocado – disse Fred. – Madame Wooch examinou o balaço, mas não encontrou nada de errado.
- E quando ela fez testes práticos também não aconteceu nada que não deveria acontecer – disse Jorge.
- Isso é muito estranho – disse Douglas. – Alguma idéia de quem possa ter sido?
- Só pode ter sido aquele Draco Malfoy – disse Fred fechando o punho. – Desde o primeiro ano o Rony diz que ele vive chateando o Harry, e desde sempre os Malfoy não vão com a nossa cara. Vocês ouviram o que ele disse quando Madame Nor-r-ra foi atacada. Aposto como também foi ele quem fez isso.
- Não, não foi. – disse Aline – Ele ficou o tempo todo na festa de dia das bruxas.
- Como é que você sabe? – perguntou Douglas.
- Eu, como monitora, tenho que prestar atenção em todos para que não haja problemas. Eu certamente teria notado se alguém saísse sorrateiramente da festa.
- Tem certeza que não estava prestando mais atenção no Professor Lockhart, não?
Aline fingiu que não ouviu o último comentário de Douglas. – E vocês não sabem o pior.
- Informação privilegiada de monitora de novo? – perguntou Jorge entediado.
- Nem tanto. Informação privilegiada de quem presta atenção nas fofocas de Hogwarts. Houve mais um ataque.
- Mais um? – sussurraram todos para que o professor Ketellburn não os ouvisse.
- Dessa vez foi Colin Creevey, do primeiro ano da Grifinória.
- É aquele que fica tirando fotos do Harry por Hogwarts inteira? – lembrou Douglas, e Cinthia de repente ficou pálida.
- Ele... ele vinha de família trouxa, não é?
- Se me lembro... é vinha sim – disse Jorge. – O que tem isso de mais?
- O que tem isso de mais!? Oras, simplesmente que a criatura ataca bruxos trouxas. E... e eu sou a única bruxa... da minha família inteira!
- Não esquenta com isso – disse Fred.
- As chances de você ser a próxima vítima são pequenas – completou Douglas.
- Além do que – continuou Jorge -, o Colin não sabia fazer nada para se defender, está só no primeiro ano.
- É. Você está no quarto ano – disse Aline. – Já aprendeu muitos feitiços que podem te ajudar caso a criatura venha atrás de você. Aquele garoto também era muito ingênuo, com certeza você vai saber se virar.
- 'Brigada pelo encorajamento, mas isso não melhora nada a minha situação. Vocês tem sangue bruxo na família e correm menos perigo, por isso não se preocupam tanto quanto eu.
- Esquece isso! – disse Jorge – A Aline está certa. Você é uma bruxa inteligente e, seja lá o que for essa criatura, não vai tentar atacar alunos com grande potencial mágico.
Cinthia se acalmou um pouco ao ouvir aquilo, e tirou essa preocupação da cabeça. Passaram o resto do dia tentando animar Gina, a irmã caçula dos gêmeos, que tinha ficado muito abalada com os ataques (já que era outra adoradora de gatos), e Colin era seu colega de classe e amigo.
