Capítulo 38 – "Causos" para Murta

- Ei, vamos ter uma visita a Hogsmeade no próximo fim de semana! – exclamou Fred enquanto ele, Jorge, Douglas e Cinthia iam para a torre de Adivinhação. Aline havia ficado na biblioteca pesquisando alguma coisa para um trabalho de Runas Antigas. – Eu estava mesmo precisando renovar o meu estoque de bombas de bosta.

- Hum, acabei de lembrar que preciso devolver aquele livro de feitiços para o Prof° Flitwick. Se nós não tivermos aulas com ele no resto da semana vou precisar levar o livro até o vilarejo. Me empresta o seu horário, Jorge?

Sem esperar resposta, Cinthia pegou a mochila do garoto e começou a vasculhar dentro dela à procura do horário.

- Por que você não olha o seu? – perguntou o garoto desesperado.

- Esqueci aonde deixei o meu.

- Era só pedir que eu pegava para você.

Ele tentou tirar a mochila das mãos da garota, mas Cinthia desviou, reparando que havia algumas revistas entre os livros.

- O que é isso?

- Negócios - disse Jorge laconicamente, tirando a mochila de Cinthia antes que ela visse a capa das revistas. Mas uma delas havia ficado presa na mão da garota. E ela olhou a capa.

- Oh. Negócios, hein?

- Não é exatamente o que você está pensando... - tentou dizer Fred, mas foi interrompido.

- Suponho que vocês tenham trazido essas revistas do Brasil – disse Cinthia folheando algumas páginas e vendo uma ou outra coisa escrita em português.

- Hum, é – disse Douglas um tanto sem jeito.

- Vamos fazer o seguinte: vocês me dão... vinte por cento do lucro das vendas e eu não conto nada para ninguém. Não se preocupem, não vou contar nada para a Aline também – acrescentou ela interpretando erroneamente as caras de espanto dos três.

Cinthia jogou a mochila de volta para Jorge e se dirigiu para a sala da Professora Trelawney. Sem andar muito, ela notou que os três garotos a olhavam de maneira esquisita.

- O que foi?!

- Não achei que fosse ser essa a sua reação – disse Douglas olhando para ela como se Cinthia tivesse três cabeças.

- O que vocês esperava que eu fizesse? Que empurrasse as revistas para um lado e dissesse "ui, que nojo" como uma garota fresca? Qualé! Eu já tenho mais de quinze anos e não é porque eu sou uma garota que não entendo de mente poluída. Se vocês soubessem de cada conversa que eu tenho com a Aline e de cada coisa que a Luciana me conta do namoro dela com o Olívio... vocês iam cair duros! ... epa... pegou meio mal...

- É que a gente pensava que... - Jorge não conseguia achar palavras para terminar a frase, mas Cinthia lhe fez esse favor.

- Que a avoada aqui é muito anjinha para pensar nesse tipo de coisa? Que eu faço mais o estilo puritana? Que eu sou muito inocente para saber o que é isso? Vocês realmente acham que ainda existem garotas de quinze anos que pensam assim?

- Bem, achávamos – disse Douglas.

- Que bom que agora já sabem da verdade.

- Só não se empolgue muito com as revistas. Vamos vender todas. – disse Jorge antes de Cinthia os surpreendesse outra vez e pedisse uma delas emprestada, ainda mais que Douglas guardava as melhores debaixo de uma pedra solta que ficava embaixo da cama.

- Não se preocupe. Diferente de muitas pessoas (principalmente de garotos) eu sei me controlar. Eu é que devia dar esse conselho a vocês, já que quando esse tipo de conteúdo sobe à cabeça de um menino é muito mais fácil de notar. Ou deveria dizer "descer ao..."

- Não precisa continuar a frase! – interrompeu Fred desesperado. Uma coisa era ter esse tipo de conversa com os amigos, e outra totalmente diferente era falar sobre isso com a garota que gostava – Já sabemos que você não é tão bobinha. Não precisa dar mais provas, OK?

- Ainda bem – disse ela com um suspiro, aparentemente voltando a ser a velha Cinthia de sempre. – Odeio que pensem que sou ingênua. Não sabia mais o que falar para convencer vocês.

Eles chegaram ao alçapão da sala de Adivinhação já aberto. Cinthia estava à frente dos outros, e se afastou para dar passagem.

- Os garotos podem ir primeiro – disse ela meio brincando.

- Não estamos pensando nas revistas agora, não precisa se preocupar – disse Fred subindo as escadas na frente dos outros.

Durante aquela aula de Adivinhação, Cinthia parecia estar um pouco distante do que a professora falava. Ela estava pensando se não devia contar mesmo para a Aline, afinal, eles também eram amigos dela. O fato de que ela era monitora não afetaria muito que Aline acharia daquilo, mas, em todo caso, era melhor não arriscar por enquanto. Pelo manos não até ela ver quanto lucraria com a venda das revistas.

Na visita a Hogsmeade, Cinthia devolveu o livro de feitiços ao Prof° Flitwick no Três Vassouras, e o professor lhe perguntou se havia sido útil. Cinthia respondeu que sim, e disse que havia anotado alguns feitiços. Flitwick disse que ficava muito feliz em ajudar a melhor aluna que ele tinha, e Fred, Jorge e Douglas saíram do Três Vassouras segurando as risadas.

- Parece que você está ganhando uma concorrente do cargo de Queridinha do Professor, Aline – disse Douglas se dobrando de rir.

- Só porque a Cinthia vai melhor em feitiços do que eu, não significa que eu tenha perdido o meu lugar de queridinha do professor – replicou Aline.

- E você se orgulha disso? – disseram Fred, Jorge e Cinthia ao mesmo tempo, e todos menos Aline riram.

- Não que eu me orgulhe, eu só acho isso vantajoso. Por exemplo: ele emprestou aquele livro de feitiços para você – disse ela se dirigindo à Cinthia.

- Nós sabemos. Só estamos te irritando um pouco – disse Douglas.

- Ei! Aquele carinha não está devendo dois galeões para a gente? – disse Fred apontando para um sextanista da Sonserina no final da rua, e Jorge e Douglas acompanharam a sua linha de visão.

- É, é ele sim – concordou Jorge.

- A gente já volta – disse Douglas brevemente para as garotas, que ficaram paradas enquanto os três garotos interceptavam o sextanista.

- Você sabe do que eles estão falando? – perguntou Aline para Cinthia.

- Não faço a mínima idéia – disse Cinthia tentando parecer convincente, mas ela sabia que os três estavam falando do pagamento das revistas. Rapidamente ela pensou em uma desculpa convincente o suficiente: - Talvez seja alguma aposta que eles fizeram em cima do último jogo de quadribol.

- É, eles pareciam loucos para fazer apostas na véspera do jogo.

Aquele assunto parecia encerrado quando Fred, Jorge e Douglas voltaram ao encontro delas e sugeriram que fossem fazer qualquer coisa pelo vilarejo. Como Aline havia acreditado na história sobre a aposta, embora ainda mantivesse uma leve suspeita, não ficou fazendo perguntas.

Alguns dias depois da visita ao vilarejo, Fred e Jorge foram fazer uma visita ao banheiro dos monitores para aproveitar o banho de espuma grátis e, de quebra, enguiçar uma das torneiras para jogar água fervente (a que eles sabiam que Percy sempre usava, reconhecendo pelo perfume forte e enjoativo).

No dia seguinte, Percy estava se preparando para o banho quando ouviu risinhos no banheiro. Quase entrou em pane quando viu Murta-Que-Geme flutuando perto do teto.

- O que é que você está fazendo aqui?! – gritou ele enrolando a toalha na cintura. – Isso é um banheiro de monitores! Volte para o seu!!!

- Ah! Como você é grosso!

Ela saiu tão rápido que acabou atravessando Pirraça do outro lado da parede. Murta estava com uma cara meio-riso, meio-choro.

- O que foi agora, sua chorona?

- Ah, hoje nada vai me aborrecer muito, nem você.

Pirraça quase esqueceu de continuar flutuando, de tão espantado que ficou.

- Vai ressuscitar, é?

- Não. Acabei de ver Percy Weasley no banheiro dos monitores. Ele não tem nada para se vangloriar, se comparado aos irmãos, inclusive àqueles gêmeos que só aprontam confusão. E ainda ficou com medo que eu visse alguma coisa, me enxotando de lá. Como se desse para ver qualquer coisa!

- Percy Weasley, hein? Esse monitorzinho vai me pagar por ter falado com o Barão Sangrento sobre a bagunça na sala de troféus da semana passada, ah vai!

Pirraça saiu voando escada abaixo. Logo depois Murta ouviu um berro vindo do banheiro de monitores.

- Bem feito pra ele. As marcas de queimadura vão demorar a sair.

Depois do jantar do dia seguinte à este, Aline, Cinthia, Douglas, Fred e Jorge voltava para os dormitórios para pegar as lições e viram Percy descer correndo as escadas, furioso, e com uma estranha marca de queimadura no braço.

- Onde é incêndio?! – perguntou Jorge quando ele passou por eles.

- Agora não! – respondeu Percy irritado – Preciso falar com Dumbledore imediatamente! Onde já se viu permitir um fantasma fazer esse tipo de brincadeira...

A voz de Percy foi sumindo à medida que ele se afastava. Antes que pudessem dizer alguma coisa, Pirraça apareceu flutuando calmamente escada abaixo, deitado de costas. Cantarolava uma musiquinha aparentemente sem sentido:

- O Percy tem coisa pequena. É a aberração dos Weasley, mas que pena! O Percy te coisa pequena. É a aberração ...

- Ô Pirraça! – chamou Fred. – Que história é essa com o Percy?

- Eu é que não vou ficar falando. Pergunte a Murta-Que-Geme, ela pode explicar com mais "detalhes". O Percy tem coisa pequena. É a aberração dos Weasley, mas que pena! ...

Pirraça continuou flutuando escada abaixo, cantando aquela musiquinha. Aline, Douglas, Fred e Jorge conheciam Murta, e não queriam ver a fantasma nem na outra vida. Automaticamente olharam para Cinthia, a única pessoa que eles conheciam que conseguia aturar a fantasma.

- Tá bom! Tá bom! Eu vou. Não precisa ficar encarando! – ela começou a descer a escada para o andar de baixo, ainda falando. – Sinceramente, não entendo por quê ninguém gosta da Murta. Ela é legal depois que se conhece a fantasma que ela é e a pessoa que foi...

Nenhum dos outros fez algum comentário, mas acharam que Cinthia estava seriamente maluca por achar a Murta legal.

Quando Cinthia chegou à porta do banheiro, olhou em volta se certificando de que não havia ninguém por perto e ignorou o letreiro de INTERDITADO, entrando sem cerimônias.

- Oi, Marta! Como é que você está hoje?

- Ah, você sabe. Levando a morte como sempre.

- Como sempre, não é? Eu soube que você andou contando umas coisas ao Pirraça, mas ele não quis dizer o que era. O que é que tem o Percy?

- Você quer dizer o que ele não tem! Estive no banheiro dos monitores ontem à noite e peguei o Percy antes do banho. Ele ficou todo nervoso quando me viu e me enxotou de lá. Mas eu não ia ficar muito tempo lá; ele canta pior que um trasgo cruzado com um espírito agourento. Não vale a pena aturar aquilo. Cá entre nós, ele não é nada comparado aos irmãos. Não chega nem perto dos outros monitores.

- Marta, Marta, Marta. Imagine se os outros sabem que você fica espionando o banheiro dos monitores. Você devia se esconder melhor. – Cinthia sabia das atividades extra-toaletes da Murta desde o terceiro ano, mas não contou nada a ninguém. Foi no mesmo dia que conheceu Murta-Que-Geme, e na ocasião não queria chatear a fantasma que não parava de chorar, por isso prometeu não dizer uma palavra sobre o assunto.

- Só um outro monitor me descobriu recentemente, e eu disse que tinha tampado os olhos. Ele, pelo jeito, não sabe que mãos de fantasma são transparentes – disse ela agitando os dedos.

- Eu acabei de ver o Percy procurando o Dumbledore. Acho que ele vai pedir para proibir que você saia desse banheiro.

- Mas até agora eu só achei o caminho para o banheiro dos monitores, que tem a tubulação ligada com este. As tubulações do castelo são muito complicadas. Se bem que o banheiro dos monitores já compensa todos os outros. Com a exceção de ter que ouvir o Percy cantando, claro. Se ele não tivesse sido tão grosso comigo, eu ia avisar que os irmãos dele haviam enfeitiçado uma das torneiras, mas deixei que ele descobrisse sozinho.

- Como é que é?! Fred e Jorge estiveram no banheiro dos monitores? Quando?!

- Achei que eles tivessem te contado. Anteontem. Eles se divertiram com as espumas, embora eles fizessem tanta bagunça que acabaram espalhando ela para todo o lado – Murta sorriu ao lembrar da cena. – Eu já tinha visto os irmãos Weasley mais velhos, Gui e Carlinhos, mas menina!, esses gêmeos tiraram a sorte grande! Se é que você me entende... - disse murta olhando por cima dos óculos.

- É quase mais do que eu gostaria de entender – disse Cinthia rindo e tentando não associar as revistas com aquele assunto. – O que mais?

- Não tem muito mais. Eles enfeitiçaram uma das torneiras e saíram sem me ver. Acho que agora só falta o irmão mais novo, mas ainda tenho bastante tempo.

Cinthia estava se segurando para não rir. Falando assim, ninguém iria pensar que Murta estava morta.

– Me lembrei de uma coisa – disse Cinthia remexendo os bolsos. – Eu trouxe a foto que você me pediu – ela entregou a foto a Murta.

- Obrigada! Por que demorou tanto?

- O Creevey não queria me dar. Só depois de eu ter explicado que podia ser uma cópia ele concordou. N/A: De quem vocês acham que é a foto? Essa vai se a grande enquête no final do capítulo! Só por curiosidade: quem era o outro monitor que te pegou no flagra?

- Não me lembro direito do nome, mas acho que era... Jonas Earpy, ou alguma coisa parecida.

- Jonathan Harper?!?! O Big?!

- É esse mesmo! 'Big' é o apelido, é? Bom, se é, faz jus ao que eu vi – Cinthia ergueu tanto a sobrancelha que ela quase sumiu atrás da franja. – Foi o único tão 'bem dotado' quanto os gêmeos que eu vi até agora. Olha que uma boa parte dos monitores não é de se decepcionar, mas poucos se comparam a eles.

As duas ficaram conversando por mais um tempo N/A: Não vou colocar o resto da conversa por não ser muito importante ou um tanto inapropriada, vocês escolhem o motivo e imaginam o que quiserem, até Cinthia se lembrar de que tinha que voltar e contar parte da conversa aos outros.

– pensou Cinthia enquanto subia as escadas para o andar de cima –, essas são as vantagens de ter uma amiga fantasma que os outros acham insuportável. Ah, se eles soubessem...".

Fred, Jorge, Aline e Douglas já estavam cansados de esperar e estavam prestes a arrastar Cinthia do banheiro da Murta-Que-Geme, quando a viram subindo as escadas, e ela estava se segurando a todo custo para não rir.

- E então? – disse Jorge – Que história é essa com o Percy?

- Olha, eu não sei se rio, sinto muito pelo irmão de vocês, ou parabenizou os dois.

- Fala logo! – disse Fred impaciente.

- Acho que todos vão entender se eu apenas disser que a Murta tem feito visitas regulares ao banheiro dos monitores.

- Então quer dizer que a coisa pequena do Percy é ... - disse Douglas.

- Exatamente!

Os cinco começaram a rir, e logo estavam gargalhando descontroladamente. Fred e Jorge rolavam no chão de tanto rir, e Cinthia escorregou na parede mal conseguindo se manter em pé. Quando se acalmaram o suficiente, Cinthia continuou falando do chão mesmo.

- E não é só isso – disse ela olhando para os gêmeos. – Ela deu uma boooa nota para vocês dois. Melhor que a do Gui e do Carlinhos.

- E você esta morrendo de curiosidade de saber se ela estava falando a verdade, não é? – disse Jorge.

- Eu posso muito bem satisfazer a minha curiosidade sem vocês ficarem sabendo – Cinthia disse isso mais para assustar do que falando sério.

E funcionou.

- Ih, Jorge – disse Fred. – É melhor a gente se cuidar. Se a Murta-Que-Geme contar isso para mais alguém, corremos o risco de sempre chegarmos atrasados para as aulas com a barreira de garotas que vai se formar.

- Sabe que não ia ser tão ruim assim – concordou Jorge.

- Vocês são uns convencidos – disse Cinthia se levantando. – Não vou mais contar quem a Murta disse que é tão bem-dotado quanto vocês.

- QUEM?!?! – perguntaram os dois ao mesmo tempo.

- Aaaah, eu vou deixar vocês dois se remoendo com essa pergunta, ah se vou!

- Você está só blefando – disse Fred. – Não existe ninguém tão bom quanto a gente, imagine se vai existir alguém assim.

Os olhos de Cinthia faiscaram perigosamente. – Vocês já conhecem ele. E podem apagar o foguinho da Grifinória, porque ele é da Corvinal.

Aline descobriu na hora a resposta, e teve muita dificuldade em conter o riso na frente dos outros. Cinthia sorriu e disse:

- Já descobriu, né. Bom, é melhor pegarmos os livros. Não sei quanto a você, mas eu tenho muito dever de casa.

Cinthia subiu o que restava das escadas para o terceiro andar enquanto os outros continuavam subindo para o sétimo. Fred e Jorge não estavam nem um pouquinho contentes.

- Ela está blefando – disse Fred convicto. – Não tem ninguém mesmo.

- Ah, qualé? Pensem bem! – Aline achava tão óbvia a resposta que não conseguia acreditar que os outros ainda não tivessem adivinhado. – Ele provavelmente é monitor. É da Corvinal. A Cinthia disse que vocês já o conhecem e, devo acrescentar, odeiam... quadribol não lembra nada não?

Os dois pararam na escada e olharam abobados um para o outro sem saber se acreditavam ou não.

- Harper?!

- Até que enfim caiu a ficha.

- Aquela Murta é uma pervertida! – disse Douglas indignado. – Como é que o Dumbledore deixa os fantasmas entrarem nos banheiros sem mais nem menos?

- O que você acha que o Percy foi reclamar para ele? – disse Aline em tom de superioridade. – Além disso, os fantasmas não podem entrar nos banheiros porque as paredes são revestidas com feitiços anti-fantasmas. Caso eles entrem só podem sair, mas não conseguem entrar de volta. Está tudo em Hogwarts – uma história. Como a Murta morreu naquele banheiro, o diretor da época com certeza tirou o feitiço daquelas paredes. Mas não faço a mínima idéia de como ela entrou no banheiro dos monitores.

- Ela pode ter ido pelos canos – disse Douglas dando uma de inteligente.

- Então eles vão ter que lançar esse feitiço nos canos – disse Jorge. – Ou o Percy vai substituir os banheiros da escola por uma moitinha nos jardins.

Depois de pegarem os livros que precisavam, foram encontrar com Cinthia no salão principal. A garota já os esperava com o livro de Defesa contra a Arte das Trevas aberto e muitos pergaminhos à volta. Ao ver as caras emburradas de Fred e Jorge, Cinthia não pôde deixar de sorrir.

- Então vocês descobriram. A Murta ia adorar ver a cara de vocês dois agora. Quando melhorarem de humor, façam uma visitinha; ela vai adorar!

Eles não responderam nada. Estavam usando a terapia do silêncio para ignorar o fato. Cinthia não ligou e pegou a lição de Defesa contra a Arte das Trevas sobre patronos que eles haviam feito no dia anterior para conferir. – Sabe, vocês não deviam ficar assim por um motivo tão besta. E daí que vocês não são os únicos perfeitos, grande coisa!

- Protesto! – disse Fred batendo na mesma.

- Apoiado! – disse Jorge fazendo o mesmo.

- Nós somos perfeitamente perfeitos.

- Mas existem algumas aberrações que querem estragar a nossa magnífica, maravilhosa e magnânima imagem.

- Hum, sei – disse Cinthia sem desgrudar os olhos das tarefas. – E isso não tem nada a ver com o último jogo de quadribol, suponho. Pensem por um instante: vocês são dois, ele é um só. Não é preciso ser um gênio em Aritmância para saber que duas cabeças pensam melhor que uma, e que se vocês pensarem juntos vão conseguir conquistar essa tal garota. O problema só vai ser decidir com qual ela vai ficar. Se eu soubesse quem é, podia até ajudar...

Cinthia estranhou o silêncio mórbido e levantou a cabeça. Só então percebeu que Aline e Douglas evitavam olhar para os gêmeos. Os dois sabiam que Fred e Jorge não gostaram nada do comentário. Quanto aos próprios Fred e Jorge, era impossível para Cinthia adivinhar o que estavam pensando. Foi horrível para eles ouvirem ela falar daquilo como se não fosse nada, com a maior indiferença. Cinthia com certeza sentiu o clima tenso e teve a ligeira impressão de que era sua culpa. N/A: Nããão, e de quem seria?

- O que foi que eu falei de errado agora?!

Os quatro começaram a dar respostas evasivas, fazendo a maior salada na cabeça da menina. Quando se lembrou que tinha duas tarefas ainda para amanhã, Cinthia deixou o assunto de lado e voltou para os livros. Se preocuparia com aquilo mais tarde, quando tivesse mais tempo.

N/A: De quem vocês acham que era a foto que Cinthia entregou à Murta-Que-Geme?

a) Gilderoy Lockhart

b) Severo Snape

c) Harry Potter

d) Percy Weasley

e) Duda Dursley

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