#8ª Fase – sexto ano

Capítulo 42 – Olá ano letivo confuso

N/A: Mais confusão NÃO! PelamordiDeus!

- Cinthia, você quer se acalmar?

Aline e Douglas tentavam acompanhar o passo da menina enquanto empurravam os pesados carrinhos com os malões pela estação King's Cross.

- Não! Eu só vou ficar mais calma depois que eu ver eles!

- Mas pode não ter acontecido nada de mais – disse Douglas, agora definitivamente correndo atrás de Cinthia.

- Vocês acham que pode não ter acontecido nada no meio disso? – disse Cinthia agitando uma folha bem amassada do Profeta Diário na mão direita.

Eles atravessaram a barreira e viram o Expresso de Hogwarts, mas nenhum sinal das cabeças ruivas de Fred e Jorge.

- Eles devem ter entrado no trem – disse Aline.

- Ali está a mãe deles – disse Cinthia. - Eles devem estar naquele vagão. Vamos!

Eles entraram o mais rápido que puderam carregar as malas para dentro do vagão. Cinthia foi arrastando o malão e viu duas cabeças ruivas pela janelinha de uma cabine e entrou, deixando o malão esquecido na entrada. Fred e Jorge estavam guardando os seus malões e viraram surpresos para os três.

- Nunca mais me dêem esse susto! – disse Cinthia jogando os braços em volta dos pescoços de Fred e Jorge, quase sufocando os dois.

- O que foi que a gente fez? – perguntou Fred quando a garota o soltou.

- "O que vocês não fizeram" seria mais correto – disse Cinthia mostrando a página do Profeta Diário em que falava do ataque na Copa Mundial de quadribol, com os olhos marejados de lágrimas. – Vocês me disseram que iam ver a Copa, e não me mandaram nem uma coruja depois do que aconteceu para dizer se estavam bem. Vocês sabem o quanto eu fiquei preocupada?

- Se te mandássemos uma coruja ela não ia chegar a tempo – disse Jorge. – Decidimos que era melhor te contar aqui mesmo.

- Estamos bem vivinhos – completou Fred.

- Isso eu estou vendo agora, mas da próxima vez me liguem para avisar.

- Não sabemos como usar aquele aparelho esquisito – disse Jorge encolhendo os ombros.

- Eu explico mais tarde, mas vocês têm que prometer que não vão mais deixar para dar a notícia na última hora.

- Prometemos. Olha, vamos nos despedir de papai e mamãe e já voltamos – disse Fred passando por Douglas e Aline ao sair.

- Nossos irmãos mais velhos também vieram com a gente. Eles ficam falando que alguma coisa vai mudar em Hogwarts esse ano, mas até o Percy fica dizendo que é "informação privilegiada do Ministério".

- Ficaram o verão inteiro fazendo segredo.

Fred e Jorge saíram do trem e Cinthia, Aline e Douglas ficaram acompanhando a despedida deles pela janela da cabine. Pelas descrições que os gêmeos já haviam feito dos irmãos mais velhos, eles reconheceram Gui, o de cabelo comprido e berloque na orelha (Aline não se conformava que uma pessoa assim trabalhasse no Gringotes do Egito) e Carlinhos, o lendário ex-apanhador da Grifinória. Percy não estava com eles.

- Talvez eu volte a ver vocês mais cedo do que pensam – disse Carlinhos se despedindo em Gina.

- Por quê? – perguntou Fred interessado.

- Você verá – respondeu Carlinhos. – Só não diga a Percy que eu falei isso... "porque afinal é informação privilegiada, até o Ministério resolver divulgá-la".

- É, eu até sinto vontade de estar estudando em Hogwarts este ano – disse Gui com as mãos no bolso, contemplando o trem.

- Por quê? – insistiu Jorge.

- Vocês vão ter um ano interessante – disse Gui vagamente. – Talvez eu até peça para ir dar uma espiada...

- Uma espiada em quê? – Quem perguntou dessa vez foi Rony.

O apito do trem soou e a Sra. Weasley os levou impaciente até a porta do vagão.

Eles ouviram Harry e Hermione se despedindo da Sra. Weasley e ela dizendo que talvez eles preferissem passar o Natal em Hogwarts naquele ano. Então Rony exclamou:

- Mamãe! Que é que vocês três sabem que nós não sabemos?

- Vocês vão descobrir esta noite – disse ela com um sorriso enigmático. – Vai ser muito excitante, vejam bem, estou muito contente que tenham mudado as regras...

- Que regras? – eles ouviram Fred, Jorge, Rony e Harry perguntarem juntos.

- Tenho certeza de que o professor Dumbledore vai contar a vocês... agora comportem-se! Ouviu bem Fred? E você Jorge!

O trem começou a se mexer lentamente, imprimindo velocidade nos pistões aos poucos.

- Conta para a gente o que vai acontecer em Hogwarts! – insistiu Fred pela janelinha da porta. – Que regras é que vão mudar?

A Sra. Weasley não respondeu. Ela e os irmãos dos gêmeos apenas sorriram e acenaram, aparatando antes que pudessem perdê-los de vista. Fred e Jorge entraram desanimados na cabine, mas a cena que encontrara dentro dela chocou-os imensamente. Aline e Douglas estavam sentados lado a lado, de mãos dadas e abraçadinhos.

- Como...

- O quê...

- Onde...

- Como?!

- Vocês se esqueceram que eu havia prometido que iria juntar os dois? – disse Cinthia com um sorriso, se levantando. – Acho que depois de juntar dois casais eu já posso me chamar de casamenteira.

- Quer dizer então que você comandou uma conspiração dessas?! – disse Aline também se levantando, mas ela parecia indignada.

- Er... bem... Não exatamente. Só planejei o horário, o lugar e a minha saída estratégica - disse Cinthia tentando. – Ou você nunca se perguntou por que eu não voltei?

- É... - agora era Aline que estava embaraçada. – Eu não reparei na hora, estava meio... ocupada.

- Mas o quê aconteceu? – perguntou Fred.

- Parece que todo mundo sabe de alguma coisa e nós somos os únicos que não fazem a mínima idéia do que está acontecendo – completou Jorge.

- Não se sintam mal por isso, acho que o Papa também não sabe de nada – disse Douglas parando ao lado de Aline.

- Não é por nada não Douglas, mas as nossas piadas são melhores – disse Fred. – Mas o que eu quero saber é: como foi que a Cinthia conseguiu a proeza de juntar esses dois cabeças-du... vocês dois? – emendou Fred com um sorrisinho pateta.

- Até que não foi difícil – disse Cinthia. – Pelo menos não para mim. Eu só tive que marcar uma hora para ir no cinema com a Aline, e avisei o Douglas. Daí eu saí da sala em uma hora estrategicamente calculada e ele entrou e sentou ao lado dela.

- Só isso? – disse Jorge.

- Não. Essa foi a minha parte, mas eu fiquei vendo tudo a uma distância segura.

- Você o quê?! – disse Aline.

- O combinado era que você sairia – disse Douglas.

- Ah, mas como eu tive todo o trabalho de fazer o plano acho que também merecia ver o resultado dele, vocês não concordam comigo? – perguntou ela para os gêmeos, colocando-os em uma situação delicada.

- É, pode ser – disse Fred.

- Não a nenhum mal muito imperdoável nisso – disse Jorge.

- Mas então – continuou Cinthia -, depois que o Douglas sentou do lado dela eles tiveram que trocar de lugar, e enquanto se sentavam ele colocou a mão em cima da dela. Eu achei muito meigo, mas a boba afastou a mão, vê se pode!

- Ei! Você vai contar a história toda? – disse Aline com as mãos na cintura.

- Shush! Não me interrompa. Aonde eu estava... Ah sim! Daí ele olhou para ela e afastou o cabelo que estava no rosto dela. Aí ela ficou vermelha, mas não fez nem falou nada, o que já foi um progresso incrível, na minha opinião. Então eles começaram a discutir, vê se pode! – Cinthia apontava hora para Douglas e hora para Aline enquanto falava, gesticulando bastante. - Depois de deixar ela emburrada, ele se declarou! Foi a coisa mais meiga que eu já vi ao vivo! Daí eles se beijaram, oficializaram o namoro e ficaram se beijando por pelo menos uns vinte minutos, pelo que eu contei...

- Ei! Já acabou, não precisa falar mais nada – disse Douglas um pouco embaraçado.

- Mas foi aí que eu parei de espionar vocês para prestar atenção no filme.

- Que filme? – disse Aline desentendida.

Fred e Jorge apertaram as mãos de Cinthia, bastante sérios.

- Parabéns, você conseguiu o impossível – disse Fred.

- Achávamos que a comunidade bruxa não sobreviveria para presenciar esse dia, mas você conseguiu. Conseguiu! – disse Jorge.

- Ah, tá né – disse Cinthia sem saber se ria ou entrava na brincadeira. – Mas o crédito deve ser dado àqueles dois – disse ela apontando por cima do ombro.

- Parabéns aos dois – disse Fred indo apertar a mão de Douglas.

- Espero que sejam muito felizes juntos – disse Jorge fingindo enxugar uma lágrima enquanto apertava a mão de Aline.

- Vocês estão de gozação, né? – disse Aline voltando a se sentar.

- Oh, não, finais felizes sempre nos emocionam – disse Fred, e em seguida fingiu assoar o nariz em um lenço imaginário, com som e tudo.

- Fica melhor dizer "começo feliz" – disse Douglas se sentando ao lado de Aline e beijando-a.

- Acho que vou passar mal... - disse Jorge fazendo cara de enjôo.

- Se não quiser ver então saia da cabine – disse Aline em uma breve pausa do beijo.

E foi o que Jorge fez, seguido de Fred.

- Eu é que não vou ficar segurando vela – disse Cinthia saindo também.

Depois de alguns segundos Aline disse:

- A gente não devia chamar eles de volta?

- Não precisa ser já, né – disse Douglas beijando-a outra vez. – A gente quase não se viu nas férias.

- Só quatro dias por semana, e foram três semanas! – disse Aline rindo.

- Ainda achei pouco.

Fred, Jorge e Cinthia voltaram alguns minutos depois para a cabine e os gêmeos pensavam em uma nova gozação para dizer a cada três minutos. Aline deu graças a Deus quando o trem começo a diminuir a velocidade, indicando que logo desembarcariam. Chovia forte, e eles acabaram se molhando um pouco.

Mas, enquanto iam até as carruagens sem cavalos, com as capas puxadas por cima da cabeça, Aline reparou algo estranho e deixou Douglas e Cinthia irem na frente para poder falar com os gêmeos.

- Tem alguma coisa diferente com vocês – disse ela lançando um olhar minucioso aos dois.

- Tem alguma coisa errada? – perguntou Jorge.

- Não... e é só com o Fred que tem alguma coisa diferente.

- Não me diga que tem tentáculos brotando das minhas orelhas.

Aline nem se deu o trabalho de responder aquilo, finalmente percebendo o que era tão estranho.

- Você parou de gostar da Cinthia! - disse Aline afirmando, e não perguntando.

- Você é atenta, hein! Quando foi que você percebeu? – Fred estava espantado com a precisão de Aline, e Jorge também.

- Durante toda a viagem, mas só agora tive certeza. Que bom que conseguiu superar isso.

- Você fala como se fosse uma coisa ruim gostar dela – disse Jorge um tantinho indignado.

- Não que seja algo ruim, mas se você não dizer com todas as letras e mais umas palavras extras, ela nunca vai saber disso.

- Quer dizer que ela não faz a mínima idéia, não suspeita nem um tiquinho mesmo depois de tanto tempo?!

- Não. E ela também acha que o Big não gosta mais dela.

- Que ingênua... - comentou Fred.

- Venham logo! – eles ouviram Cinthia chamá-los de uma das carruagens através da cortina de água.. – Vocês não vão querer chegar ao banquete encharcados, não é?

Os três entraram na carruagem e ficaram observando o castelo se aproximar através da grossa chuva que caia do lado de fora. Nada no mundo poderia apagar as janelinhas que brilhavam para os recém chegados, agora meio borradas, convidando-os a entrar em um castelo provavelmente quentinho.

Mas antes de encontrarem o quentinho, o frio e molhado tentou fazer-lhes uma última visita. Pirraça fazia a sua recepção para os alunos que chegavam com bexigas d'água. Assim que a Profª Minerva apareceu, Pirraça tratou de se livrar das suas últimas bombas de água nas cabeças dos alunos. Tanya teve sorte de Pirraça ter mirado uma das bombas em um grupo de garotas do quinto ano, ou teria se encharcado.

Do lado de dentro do salão principal, Aline, Douglas, Cinthia, Fred e Jorge assistiram a seleção dos novos alunos, mas apreciaram ainda mais o banquete que veio depois. E, como sempre, depois do maravilhoso banquete, o diretor Dumbledore fez o discurso que iniciava o ano.

- Então! Afora que já comemos e molhamos também a garganta, preciso mais uma vez pedir sua atenção, para alguns avisos.

"O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir Ioiôs-berrantes, Frisbees-dentados e Bumerangues-de-repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la. – Dumbledore parecia querer rir da simples idéia de alguém se interessar em ler a lista.

"Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série.

"Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de quadribol entre as casas."

Fred e Jorge deram socos na mesa, mas não conseguiram falar nada, apenas olharam furiosamente para a mesa dos professores. Todo o salão havia sido tomado de burburinhos e, se sobrepondo a surpresa geral, Dumbledore continuou:

- Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anuncia que este ano em Hogwarts..."

Mas neste instante, as portas do salão principal foram escancaradas e um trovão ensurdecedor ecoou pelo recinto. Parado à porta estava um homem, e ele começou a andar na direção da mesa dos professores. Ele mancava de uma perna e, provavelmente, uma delas era de madeira, já que o toc toc ao andar era bastante audível. Ele abaixou o capuz e Cinthia quase deu um pulo na cadeira ao ver o rosto do homem. O seu rosto era coberto de cicatrizes, faltava um pedaço do nariz e a boca lembrava um rasgo diagonal. Mas o mais assustador no rosto do estranho eram os olhos; um era miúdo, escuro e inquiridor, e o outro era redondo, grande como uma moeda e azul-elétrico vivo. O olho azul parecia incapaz de piscar e ficava girando constantemente, dando voltas para olhar os alunos e todo o salão. O estranho falou brevemente com Dumbledore e sentou ao seu lado, iniciando a sua refeição.

- Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas – disse Dumbledore em meio ao silêncio aterrorizado do salão. – Profº Moody.

- Olho-Tonto-Moody?! – exclamou Jorge. – Foi o cara que papai ajudou hoje de manhã, não foi não Fred?

- É, acho que é ele.

- Mas o que aconteceu... com ele? – perguntou Aline, achando que dizer "a cara dele" seria um tanto indelicado.

- O que aconteceu com a cara dele?! – perguntou Douglas, fazendo com que Aline lhe lançasse um olhar de censura.

- Não fazemos idéia – disse Fred.

- Só sabemos que é um neurótico, vê perigo e inimigos em cada canto. Não confia nem na própria mãe!

- E é ele que vai dar aulas para a gente? – Douglas olhou incrédulo para aquela figura grotesca na mesa dos professores. – Ele?!

Dumbledore pigarreou e continuou falando para o salão, mesmo que a atenção de todos os alunos estivesse focada em Olho-Tonto-Moody, todos chocados.

- Como eu ia dizendo, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.

- O senhor está BRINCANDO! – exclamou Fred em um tom de voz excessivamente alto, fazendo todos os alunos rirem, e até Dumbledore.

- Não estou brincando, Sr. Weasley, embora, agora que o senhor menciona, ouvi uma excelente piada durante o verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um leprechaum que entraram num bar...

A Profª McGonagall pigarreou alto ao lado de Dumbledore, interrompendo-o.

- Hum... mas talvez não seja hora... não... Onde é mesmo que eu estava? Ah, sim, no Tornei Tribruxo... bom, alguns de vocês talvez não saibam o que é este torneio, de modo que espero que aqueles que já sabem me perdoem por dar uma breve explicação, e deixem sua atenção vagar livremente.

Dumbledore explicou que o torneio era realizado entre as três maiores escolas de bruxaria da Europa – Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Explicou o que se fazia no torneio, das três tarefas e dos três campeões. Mas também falou do que interrompeu a realização das tarefas, e Cinthia quase caiu para trás na mesa da Corvinal quando ele falou "taxas de mortalidade". Ao contrário dela, muitos pareceram animados com a idéia. Dumbledore também falou dos esforços do Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e do de Jogos e Esportes Mágicos para se realizar mais um Torneio Tribruxo. Finalmente, Dumbledore disse que alguns alunos das outras escolas chegariam em outubro, e que a escolha dos campeões seria feita no dia das bruxas. E o prêmio para o campeão seria de mil galeões!

- Estou nessa! – disse Fred para os que estavam em volta na mesa assim que ouviu a quantidade do prêmio. Jorge concordou com o irmão, também iria tentar. Os dois imaginavam toda a glória que iriam trazer a Hogwarts e a si mesmos, mas o que mais queriam era o prêmio de mil galeões, não importando o que tivessem que enfrentar para consegui-lo.

E não eram os únicos que pensavam assim. Todas as mesas comentavam sobre participar, competir e ganhar. Lino Jordam, que estava por perto estava tão empolgado quanto os gêmeos.

Mas Dumbledore voltou a falar, silenciando todos no salão:

- Ansiosos como eu sei que estarão para ganhar a Taça do Torneio para Hogwarts, os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos contendores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentarem seus nomes à seleção.

Fred, Jorge e Douglas ficaram furiosos com aquela restrição, e começaram a protestar indignados, mas suas palavras e xingamentos foram abafados pelos protestos de quase todos os outros alunos. Dumbledore precisou a elevar a voz para continuar falando.

- Isto é uma medida que julgamos necessária, pois as tarefas do torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos, e é muito pouco provável que os alunos abaixo das sextas e sétimas séries sejam capazes de dar conta delas. Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. – Dumbledore olhou diretamente para Fred e Jorge, e ambos devolveram o olhar com os olhos faiscando perigosamente na direção do diretor. - Portanto peço que não percam tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos.

Dumbledore informou, então, que as delegações de Beauxbatons e Durmstrang estariam chegando em outubro e que ficariam em Hogwarts durante a maior parte do ano letivo. Pediu a todos que mostrassem boa vontade para com os visitantes e dessem apoio ao campeão de Hogwarts quando ele fosse escolhido. Por fim, desejou a todos uma boa noite e pediu que fosse para os dormitórios.

- É melhor a gente ir – disse Aline se juntando aos colegas que se dirigiam para as portas do salão principal. Douglas foi com ela, muito a contra gosto, enquanto Fred e Jorge mantinham o pé firme e continuavam na mesa.

- Não podem fazer isso com a gente! – reclamou Jorge, continuando a encarar Dumbledore com a cara emburrada. – Vamos fazer dezessete anos em abril, por que não podemos entrar?

- Não vão me impedir de me inscrever – disse Fred também amarrando a cara como o irmão, encarando a mesa principal com raiva. – Os campeões vão fazer todo o tipo de coisa que normalmente nunca podemos fazer. E mil galeões de prêmio!

Rony concordou com eles, mas a amiga dele, Hermione, foi quem convenceu os garotos a irem para os dormitórios. Durante o caminho, Fred e Jorge discutiam com o irmão e Harry a idéia que tinham para burlar a restrição de idade, pensando constantemente no prêmio de mil galeões. Já haviam quebrado algumas dezenas de regras antes, qual seria o problema em quebrar mais algumas centenas agora?