#9ª Fase – sétimo (e último) ano

Capítulo 50 – Festinhas particulares

Alívio. Preocupação. Expectativa. Ansiedade. Todos esses sentimentos se misturaram em Aline, Cinthia e Douglas quando eles voltaram para a Inglaterra. Fred e Jorge os mantinham informados através de corujas, mas elas demoravam muito para ir e voltar até o Brasil. O Profeta Diário não revelava muita coisa além de que Harry era só um garoto mimado que queria chamar a atenção, e Rita Skeeter parecia estranhamente recatada nas reportagens que escrevia.

Nenhum dos três havia contado aos pais o que havia acontecido com medo de serem transferidos para Tapiruam, a escola de magias do Brasil. O pai de Douglas até ficou sabendo do que estava acontecendo, e a mãe de Aline descobriu através dos irmãos. Mas como o assunto não foi divulgado com muito impacto no Brasil, eles não deram muito crédito à notícia, e quando perguntaram se eles sabiam de alguma coisa, Aline e Douglas negaram. Sabiam que seria mais seguro se eles fizessem o último ano em Tapiruam, mas sentiam que agora faziam parte de Hogwarts e não abandonariam os amigos que fizeram lá.

Quando chegaram na escola foi como se tudo o que acontecia do lado de fora desaparecesse, e na primeira semanas eles conseguiram voltar à rotina dos anos anteriores. Dumbledore decididamente se esforçava para fazer com que eles tivessem um ano normal, mas não escondia nada do que estava acontecendo dos alunos, apenas mostrava a verdade dizendo o necessário.

Mas quase todos os alunos pareciam ter voltado das férias com uma camada de incredulidade extra, provavelmente influenciados por pais que preferiam acreditar em Fudge. Fred e Jorge se esforçavam como o pai para convencê-los da verdade. Durante as férias eles escutaram uma conversa dos pais sobre a Ordem da Fênix com um dos inventos deles e descobriram que eles faziam parte da Ordem. Eles foram descobertos, mas aproveitaram para insistir em fazer parte da Ordem também, já que eram maior de idade. A Sra. Weasley disse que ainda eram muito novos, que ainda precisavam terminar a escola e impediu-os de entrarem na Ordem enquanto não se formasse. Mas como eles insistiram tanto para entrar ela deu uma tarefa para eles: ajudar como podiam na escola. Era melhor que ficar sem fazer nada, e se sentiam honrados em ajudar Dumbledore como pudessem, embora preferissem sair e fazer coisas que os adultos faziam.

Mas não puderam esconder isso de Aline, Douglas e Cinthia por muito tempo, já que os três não paravam de falar cheios de preocupação na volta de Voldemort. Quando os gêmeos disseram que algo já estava sendo feito e que eles não precisavam se preocupar assim, foi impossível arranjar uma desculpa plausível para a chuva de perguntas que os três atiraram sobre eles. E os três estavam dispostos a se juntar à Ordem da Fênix quando acabassem esse último ano em Hogwarts.

Todos os alunos evitavam falar muito do que aconteceu no final do último ano letivo, e nenhuma notícia alarmante vinha de fora do castelo. Dumbledore parecia tão preocupado com isso como se os Comensais da Morte fizessem ataques diários, e parecia ter envelhecido uns três anos de preocupação nos últimos dois meses. Mas sempre mostrava uma atitude positiva, calma e altiva, algo que nunca seria tirado daquele rosto bondoso.

Todos os alunos e professores também voltaram à rotina de sempre, mas um dos professores fez com que eles voltassem na rotina de dois anos atrás: Remo Lupin voltou a dar aulas para eles, mas estava exigindo muito mais dos alunos do que no outro ano. E também teriam outra aula extra, mas obrigatória, no sétimo ano de Hogwarts: Magia Medicinal. No ano anterior eles tinham quatro períodos de Poções e Defesa Contra a Arte das Trevas por semana, mas este ano teriam três de cada para encaixar duas horas de Magia Medicinal nos horários. A professora que dava essa matéria se chamava Olívia Hornby, e devia ter pouco mais de sessenta anos. Ela era bem calma e querida com os alunos, mas sabia ter pulso firme quando os alunos tentavam bancar os espertinhos. Fred e Jorge que o digam! (Pegaram uma detenção básica na primeira aula dela.) Mas tinha um fato curioso sobre ela: sempre que podia, evitava passar no corredor do segundo andar, aquele em que estava o banheiro feminino interditado, e nenhum dos alunos conseguia entender o porquê. Cinthia parecia saber de alguma coisa, mas nunca falou nada.

O Campeonato de quadribol voltou, mas Grifinória teve um membro desfalcado no ano anterior e não tiveram tempo de substituir Olívio Wood. Assim que puderam, fizeram um teste para escolher o goleiro que jogaria neste ano, e apenas três pessoas compareceram: Douglas, Gina, a irmã mais nova dos gêmeos, e Colin Creevey, um garoto do mesmo ano que ela. Bem, futebol trouxa era um ótimo treino para goleiro, e Douglas se saiu melhor que os outros dois. Aquilo deixou Fred e Jorge mortificados, já que seria legar ter mais um Weasley no time, mas não puderam deixar de se alegrar por Douglas. Todos do time concordaram que o novo capitão deveria ser Angelina, já que a garota tinha tanta garra por quadribol quanto Olívio, mas demonstrava menos fanatismo, o que parecia ser mais saudável.

O time da Corvinal também havia perdido o capitão, já que Rogério Davies completara Hogwarts no ano anterior, e deixava aberta uma vaga para batedor. Cinthia fez o teste e conseguiu a vaga, comemorando isso por quase três dias. Jorge não sabia se falava ou não, mas achava que o novo capitão do time da Corvinal havia sido um pouco parcial em escalá-la para o time, já que esse capitão era Jonathan Harper. De qualquer modo, Cinthia havia se saído melhor que o outro candidato à vaga, então este pequeno fato não fazia muita diferença.

Ah, claro, como todo ano são escolhos um monitor e monitora chefes, este ano não podia ser diferente. Com toda a distração em que estavam no começo do ano por causa do quadribol e a matéria nova, Fred, Jorge, Douglas e Cinthia só descobriram quem era a monitora-chefe depois de três semanas de aula, quando viram o distintivo reluzir nas vestes de Aline no final do jantar.

- Ó não! – exclamou Fred colocando as mãos no rosto, horrorizado.

- Afaste-se! – disse Jorge fazendo o sinal da cruz para Aline.

- Eu apreciaria muito se os dois parassem com as criancices, sabe. Agora eu posso tirar vinte pontos se eu achar necessário, e não quinze como no ano passado.

- Temos que avisar a Profª Hornby que há uma nova doença em desenvolvimento no castelo – disse Douglas. –, o Mal de Percy. Rápido, antes que seja tarde demais e ela se espalhe!

- Até você? – disse Aline indignada.

- Vou providenciar máscaras para todos imediatamente, essa doença pode se espalhar pelo ar – disse Cinthia.

- Eu desisto! Ninguém me entende! – disse Aline se levantando da mesa e saindo do salão.

- Foi alguma coisa que nós dissemos? – disse Fred com cara de desentendido.

- Acho que exageramos um pouco – disse Douglas também se levantando. – Vou atrás dela.

- Boa sorte com o dragão! – gritou Fred para Douglas enquanto ele se afastava.

Bem, Douglas a alcançou nas escadas para o quinto andar e conseguiu fazer com que Aline o desculpasse pela piadinha. Todo o esforço dele para deixa-la feliz surtiu efeito em Aline, e ela... recompensou-o. Quando Fred e Jorge foram se deitar algum tempo depois, constataram que Douglas não ia voltar muito cedo para o dormitório.

Não é preciso dizer que esse tipo de rotina também fazia parte de outros casais em Hogwarts, mesmo sendo terminantemente proibido "namorar" na escola. Mas se nem a monitora-chefe se importava com isso, com certeza outros alunos também não se importavam, incluindo Fred e Angelina, que passavam pelo menos quatro noites por mês fora da torre, quando não eram mais vezes.

Depois de algumas semanas, em uma dada noite em que tanto Fred quanto Douglas estavam fora do dormitório (e estranhamente Lino não estava lá também), Jorge começou a se perguntar que tinha alguma errada com ele. Ele e Cinthia já haviam passado uma e outra noite fora das salas comunais, mas era só para namorarem longe dos olhares dos outros, e nada mais. Em nenhuma dessas noites ele havia feito menção de se amarem mais profundamente N/A: Ou de fazer besteirinha, como a minha irmã mais velha diz. , mas agora isso começava a incomodá-lo. Ele já era um adolescente de dezessete anos, estava passando por uma faze... crítica, e se sentia um pouco atrasado em relação aos outros. Bom, amanhã tentaria mudar essa situação. Cinthia não parecia se preocupar tanto com as regras como Aline, então, teoricamente, ele não teria muita dificuldade em satisfazer as suas necessidades de adolescente.

Teoricamente isso seria verdade.

Ele tentou, mas Cinthia disse que estavam indo rápido demais e que era um passo muito grande para ela dar. OK, tudo bem. Mais tarde então...

Não. Uma semana depois também não funcionou.

E nem na outra.

Ou na outra.

E a outra.

OK, ele podia estar parecendo um doente obcecado, mas um adolescente de dezessete anos na época de seca pode ser extremamente persistente quando o assunto é de seu extremo interesse, e mesmo que esse interesse não venha da extremidade mais racional.

N/A: Eu sei, não é uma imagem muito bonitinha que eu estou fazendo do Jorge, mas vocês viram quanto tempo ele e o irmão persistiram naquela história do Bagman e não podia ser diferente em outras situações, não acham? Bem, saibam que eu me sinto mortificada em fazer ele passar por isso, mas eu não achei outro jeito para mostrar que ele... bem, vocês vão descobrir nos próximos capítulo.