Capítulo 56 – Formatura a la Ladinos!

Os exames foram os mais exaustivos e preocupantes que já tiveram, mas não podiam esperar nada diferente dos N.I.E.M.s. Eles se saíram bem até, sendo que Aline teve a maior pontuação do ano e anota máxima em Magia Medicinal, além de mais algumas matérias. Cinthia conseguiu também duas notas máximas graças às revisões de Aline e ficou surpresa, mas as matérias em que se saiu bem não eram novidade: Feitiços e Aritmância. Aconteceu também um milagre nestes exames que deixou Aline com a impressão de que haviam errado na contagem: Douglas teve uma nota máxima em Defesa Contra a Arte das Trevas, mas quase teve essa nota abaixada por causa de uma resposta improvisada, mas que acabou sendo certa. Fred e Jorge também se saíram bem na maioria das provas, e tiveram uma nota quase máxima em Transfiguração. Se não tivessem achado engraçado transfigurar o próprio rosto para ficar parecido com uma caricatura da professora, talvez ela tivesse dado notas mais altas aos dois.

Depois que os resultados saíram, eles estavam se preparando para a formatura. Todo ano eles a assistiam N/A: E os leitores devem estar se perguntando por que eu nunca escrevi isso., mas agora que era a vez deles receberem os diplomas na frente de toda a escola, estavam realmente ansiosos. Mas isso também se deve a uma outra coisa.

- Eu não vou fazer isso! Eu sou monitora-chefe, e essa é uma atitude extremamente infantil e sem propósito!

- Mas vai ser depois de você receber o diploma, Aline – disse Fred.

- Você não vai mais precisar se preocupar com pontos ou regras, e vai ser uma brincadeira totalmente inocente – concordou Jorge.

- Além do mais, ele merece isso por todas aquelas injustiças, não acha? – disse Douglas.

- Aline, por favor! Não vai ser a mesma coisa se você não participar – insistiu Cinthia.

- Tá bom, tá bom. Se é pelos Ladinos, eu faço. Mas tem certeza que isso não vai trazer problemas para o Neville?

- Nããão. É provável que ele pegue no pé do coitado por algum tempo, mas depois passa.

Na última tarde que passariam em Hogwarts foi realizada a formatura. O dia estava quente e ensolarado, perfeito para a realização da formatura, que sempre era ao ar livre. Quatro blocos de cadeira haviam sido armados perto do lago, e na frente delas havia sido conjurado um alto tablado, aonde estariam os formandos. No centro deste tablado estava o palanque que Dumbledore usaria, do lado esquerdo ficaram os alunos e do lado direito havia uma fila de cadeiras para todos os professores.

Dumbledore fez um discurso de fim de ano, e em seguida chamou os nomes dos alunos um a um para entregar-lhes os diplomas. Mas depois que ele entregou os diplomas a todos, Fred saiu do lugar em que estava para falar com ele, pedindo para falar um pouco. Dumbledore consentiu, e Jorge, Douglas, Cinthia e Aline também se aproximaram do palanque enquanto Fred falava.

- Nós gostaríamos de fazer uma pequena mas significativa homenagem ao melhor momento que Hogwarts teve nesses últimos sete anos. Como poucos tiveram a chance de presenciar este momento mágico, nós gostaríamos de revivê-lo e compartilhá-lo com toda a escola. Cinthia?

A garota tirou a varinha das vestes e os outros quatro fizeram o mesmo, tomando posição.

- Vingardium Leviosa! – disse ela apontando para a fila de cadeira dos professores, e Snape veio voando até parar na frente do tablado, alto o suficiente para que todos o vissem. Os outros quatro aproveitaram o choque de todos para prosseguir com o plano.

Aline transfigurou as vestes do professor em uma vestidão verde rendado, e todos os alunos começaram a rir. Douglas trocou o chapéu do professor por um horroroso e pontudo, que tinha um urubu empalhado, e as risadas aumentaram. Jorge conjurou uma pele de raposa no pescoço do professor, e Fred uma enorme bolsa vermelha. Todos os alunos explodiam em gargalhadas, o que era bom, já que Snape xingava os cinco de um monte de coisas que não puderam ser entendidas.

Passado o choque, mas não os risos, a profª Minerva se levantou e foi até Dumbledore extremamente consternada. Dumbledore tentou segurar o riso quando ela se aproximou, fingindo estar levemente surpreso.

- Dumbledore, faça-os parar! É uma tremenda falta de respeito o que eles estão fazendo, ainda mais com um professor.

- Eu não consigo achar a minha varinha, Minerva. Bom, vou ter que pedir a eles. Garotos – disse ele se virando para os cinco Ladinos -, será que vocês poderiam colocar o professor Snape no chão? Acho que ele está ficando enjoado com todos estes rodopios.

- Claro diretor – disse Jorge sorrindo. – Com todo o prazer.

Cinthia fez um movimento brusco com a varinha para cessar o feitiço, mas aquilo acabou atirando Snape para o lado antes que parasse de flutuar, e ele acabou indo parar dentro do lago para cumprimentar a lula gigante.

- Ops... foi sem querer...

As risadas aumentaram ainda mais quando os alunos viram Snape saindo do lago com aquelas roupas todo encharcado, o chapéu de urubu levemente torto na cabeça. Lupin se sacudia na cadeira tentando conter o riso debaixo dos olhares reprovadores de Binns e Trelawney. Hagrid, que estava bem no canto, sorria discretamente.

- Esse foi o bicho-papão de Neville Longbotton – disse Fred ainda no palanque, enquanto a profª Minerva tentava arrancar o microfone de suas mãos. - Uma salva de palmas para o garoto com a melhor imaginação de Hogwarts!

Todos os alunos aplaudiram, e o garoto ficou extremamente constrangido. Lupin e Hagrid foram os únicos professores que a se juntar ao coro de palmas, e Dumbledore parou ao ver o olhar de Minerva.

Snape se aproximou do tablado com uma fúria que os garotos nunca tinham visto, mas o fato de ele ainda estar com as roupas da avó de Neville fez com que todos continuassem rindo. Ele transfigurou as vestes ainda muito zangado e todos pararam de rir enquanto ele subia no tablado. Dumbledore se aproximou dele antes que chegasse muito perto dos alunos, para a sorte deles. Snape parecia que ia explodir de raiva, e começou a vociferar furiosamente, dizendo que mereciam ser expulsos depois disso e coisas do tipo, mas Dumbledore o acalmou.

- Eles já estão formados, Severo. Não podem ser expulsos, muito menos perder pontos.

- Então deveriam perder os diplomas! Eles...

- Severo, se acalme, foi só uma brincadeira inocente.

- Inocente!? – os olhos dele estavam saltando das órbitas, mirando os cinco com extrema fúria. – Alguém que faz uma brincadeira dessa deveria...

- Já chega, Severo. Claro, eles foram um pouquinho longe – Dumbledore disfarçou um sorriso -, mas acho que eles não vão repetir isso, não é?

- Oh, não vamos não, diretor – falou Fred.

- Nós nunca pregamos a mesma peça duas vezes.

- Seus pirralhos, eu juro que vou...

- Aproveitar o banquete de formatura – disse Dumbledore com a voz firme. – Pedi que uma sobremesa especial fosse preparada, e acho que todos aqui vão apreciá-la muito. Vamos todos, para dentro do castelo agora.

Muitos alunos ainda riam da cara de taxo que Snape ficou durante o jantar, e Neville evitava o professor ao máximo. Quanto aos Ladinos, eles faziam questão de ficar perto de Snape para provocá-lo, mas só quando Dumbledore estava por perto. Eles não eram bobos.

Na manhã seguinte eles partiriam de trem para Londres, a última viagem deles no Expresso de Hogwarts. Todos foram dormir tarde, não querendo pensar na partida do dia seguinte. Embora, entretanto, porém, isso não se aplicava a todos os alunos. Alguns ficaram acordados até mais tarde, esperando os outros irem dormir para andar sorrateiramente na escuridão. Dois deles eram Cinthia e Jorge!

N/A: Vocês pensaram que eu estava falando dos Comensais, pensaram sim!!! Quer dizer... eu não sei se eles são Comensais... não faço a mínima idéia... do que eu estava falando mesmo?

Jorge pediu que fossem namorar mais uma vez, e como sempre, usaria a passagem que ligava a Grifinória à Corvinal para encontrar Cinthia. Os outros alunos já estavam dormindo, e ela estava esperando na sala comunal já a algum tempo quando finalmente viu a parede no fundo da lareira deslizar para trás. Mas o que ela viu quando Jorge saiu da passagem foi um pouquinho diferente das outras vezes.

- Isso é novidade – disse ela, apontando para as duas garrafinhas de cerveja amanteigada que ele trazia.

- Ah, e não é só isso – disse ele num tom misterioso. – Eu preparei uma surpresa também.

Ele tirou um lenço do bolso e pediu que ela se virasse. Cinthia deixou que ele a vendasse, ficando curiosa.

- Eu achei uma passagem que não está no mapa – ele sussurrou em seu ouvido –, e acho que você vai gostar.

Jorge puxou sua mão para que ela andasse, e eles entraram na passagem que ele havia usado. Depois de um tempo, Cinthia escutou os passos deles mudarem quando saíram da passagem para um dos corredores normais do castelo. Jorge jogou a capa da invisibilidade sobre eles, dispensando um feitiço de aumento para andar juntinho a ela. Ele sabia que Cinthia não estava se sentindo confortável por causa da venda, e a abraçou carinhosamente.

- Vai demorar muito? – perguntou ela baixinho. – Você sabe como eu tenho sorte em tropeçar em qualquer coisa.

- Já sei como resolver o seu problema. – Jorge a pegou no colo de repente, e Cinthia soltou um gritinho abafado.

- Podia ter avisado!

- Relaxe. Eu não vou te deixar cair.

Enquanto Jorge subia com ela no colo, Cinthia não pôde deixar de pensar que aqueles seis anos como batedor fizeram bem ao físico dele, já que o peso dela parecia ser quase o de uma almofada para aqueles braços fortes.

Pelo som dos passos, ela pôde perceber que Jorge estava subindo as escadas, e teve que desviar de Madame Nor-r-ra em algum ponto. Depois ele entrou em uma sala já aberta e a colocou no chão, tirando a capa.

- É aqui a surpresa?

- Não, aqui é a passagem. Eu só precisei te soltar um pouquinho para abri-la.

Cinthia ouviu um som arrastado às suas costas e se virou para ver o que era, mas se lembrou que ainda estava vendada. Jorge a pegou no colo novamente e começou a descer as escadas da passagem com bastante cuidado. A garota não queria que ele tivesse esse trabalho todo e disse:

- Eu posso andar, sabia?

- Eu não fazia idéia! – brincou ele. – É claro que eu sei. Mas você ia acabar tropeçando, e o simples fato de que você está vendada só piora as chances de um tombo.

- Eu podia tirar a venda – disse ela levantando um cantinho do pano, mas Jorge colocou uma das mãos sobre a venda e beijou sua boca, sussurrando ainda nos lábios dela:

- Assim você estraga a surpresa.

Logo o chão ficou nivelado e Jorge a colocou no chão. Os dois andaram por um bom trecho da passagem abraçados como antes, até que Jorge pediu para que ela parasse e esperasse.

- E não espie.

- Eu não vou espiar.

Cinthia ouviu um alçapão se abrindo acima deles, e Jorge entrando nele. Ela esperou por alguns segundos até ouvi-lo perto do alçapão outra vez.

- Erga os braços para cima.

- Assim? – perguntou ela, se sentindo um pouco ridícula.

Jorge a puxou para cima, e Cinthia ouviu um som de água correndo às suas costas. Ele a beijou carinhosamente enquanto desamarrava a venda, mas ele continuou o beijo mesmo depois de ter jogado o lenço à um canto. Quando Cinthia abriu os olhos, viu que estavam cercados por dúzias e mais dúzias de velas, e que estavam dentro de uma caverna com pedras coloridas incrustadas nas paredes que brilhavam com as chamas.

- Vire-se e veja o resto da surpresa – disse Jorge vendo o olhar de admiração no rosto dela.

Cinthia se virou e viu a fonte do barulho de água: a entrada da caverna era encoberta por uma cortina de água que caía em cascata, formando um laguinho do lado de fora. Em volta do lago e em cima das pedras havia várias velas como no lado de dentro, iluminado aquele espelho de água. Ela deu alguns passos até a entrada e ficou olhando para as luzinhas refletidas, tanto das velas como das estrelas. Jorge se aproximou dela e a abraçou.

- Você sempre quis que a primeira vez fosse em um lugar especial, só nosso, e fora de Hogwarts. Você já está formada e a Floresta Proibida fica fora dos terrenos da escola. Achei que você fosse gostar de uma surpresa assim, mas se ainda quiser adiar...

Cinthia se virou de frente para ele e colocou o seu dedo nos lábios dele para que parasse de falar. – Não. Eu não quero mais adiar isso. – Ela ficou nas pontas dos pés para beijá-lo, mas esqueceu que nem assim conseguia alcançá-lo, e ele riu. Ainda sorrindo, Jorge a beijou delicadamente, passando aos poucos para um beijo mais insinuante e ardente. Mas um breve lampejo de pensamento o lembrou de uma coisa, e ele interrompeu o beijo.

- Seria bom que a gente tomasse algumas precauções antes – disse ele tirando as garrafinhas de cerveja amanteigada do bolso. – Misturei com uma poção de proteção.

Proteção! Cinthia quase se esquecera desse detalhe, e ficou ligeiramente vermelha ao pensar nas conseqüências daquilo. Ela conhecia aquela poção, havia visto em algum livro umas duas semanas antes. Só precisava uma gota para cada hora de proteção, mas precisava ser tomada pelos dois. Cinthia pegou uma das garrafinhas sem dizer nada, e tomou-a ao mesmo tempo que Jorge. Ambos sentiram o calor da poção em seus aparelhos reprodutores N/A: Isso virou aula de biologia, por acaso? por uns dez segundos. Mas para Cinthia que aquele calorzinho havia sido um pouco demorado demais.

- Quantas gotas você pôs? – perguntou ela um tanto desconfiada.

- Ah, umas dez. Só para garantir.

- Seu louco! Você acha que somos o quê? Animais?

- E ainda enchi um garrafão de cinco litros com o que sobrou. Acha que vai durar até o mês que vem? – disse ele brincando.

- Você não pode estar falando sério.

- Se você quer realmente saber...

Jorge cobriu os lábios dela com os seus antes que Cinthia dissesse alguma coisa, sentindo o gosto da cerveja amanteigada ainda na boca dela. Ela deixou-se envolver por aquele beijo tão sedutor, ardente a apaixonado, sentindo o quanto ele a desejava. Não conseguia deixar de sentir o mesmo que ele, e retribuía o beijo da mesma maneira. Sem separarem os lábios, Jorge a carregou até o fundo da caverna, onde já havia um pufe macio os esperando e a luz das velas era mais fraca...

- Vocês vão no casamento da Luciana e do Olívio no fim de semana que vem? – perguntou Aline aos outros enquanto eles tomavam o café da manhã. Seria o último café deles em Hogwarts, e não gostavam de ficar lembrando disso o tempo todo, por isso arranjavam qualquer assunto para falar.

- É claro! – respondeu Fred. – Não iríamos perder o casamento do capitão mais fanático que o time da Grifinória já teve.

- E quando vai ser o casamento da última capitã? – perguntou Douglas brincando, mas Fred fechou a cara.

- Isso não é uma coisa que você deva perguntar para mim, e sim para o Lino – disse ele em um tom amargo.

- O que aconteceu? – perguntou Cinthia.

- Um dia depois daquela festa que a gente fez para o Roniquinho eu peguei os dois nos maiores amassos no corredor, e acabei com tudo na hora.

- E não falou nada para a gente?

- O que acontece com a minha vida particular não lhe diz respeito, Aline.

Jorge começou a rir, e Fred o olhou ameaçadoramente.

- Então foi por isso que você jogou aquele balaço nele no último jogo. Ainda bem que a gente conseguiu ganhar a taça depois de você deixar o locutor com um nariz remodelado.

- Ele bem que mereceu. – Fred pareceu ficar interessadíssimo no que estava comendo, e virou a cara para o prato. Os outros acharam melhor não tocar no assunto.

Depois do café da manhã, os cinco foram arrumar os malões para partirem. Enquanto guardavam os seus pertences (e animais de estimação), iam lembrando de momentos ligados a eles, todos passados em Hogwarts. Foi com um pouco de relutância que eles abandonaram as salas comunais, mas mesmo não querendo, eles desceram até o saguão de entrada para esperar as carruagens sem cavalos.

Eles estavam embarcando no Expresso Vermelho, embarcando pela última vez. Ao olharem para trás, não puderam deixar de sentir uma pontada de saudades daquele castelo que os acolheu quando tinham onze anos, aonde aprenderam valores e virtudes e fizeram amigos para toda a vida. Mesmo da cabine eles continuaram observando aquelas inúmeras torres e torrinhas com um aperto no coração, e não saíram de seus postos até o último telhadinho desaparecer no horizonte. Hogwarts ficava para trás, e eles teriam que continuar em frente, encarar o mundo fora daquelas paredes de pedra. A saudades apertou, mas as lembranças daquele lugar, tanto as boas quanto as más, durariam para sempre.

FIM!

N/A: Gente, eu quero dizer que eu sinto muito pelo que eu fiz com o Snape neste capítulo. É que eu só li o quinto livro depois de ter terminado a fanfic, o que acabou me deixando assustada de ter escrito uma cena tão semelhante à pior lembrança dele. Eu fiquei morrendo de pena de ter escrito isso, sinceramente, mas eu não consigui pensar em nada mais memorável para a formatura dos gêmeos. Bom, é só isso, e eu peço para que os anti-Snape tenham um pouquinho mais de dó deste professor chato que passou por tantas dificuldades na vida, OK? Ele não é de todo mal, só um pouquinho, mas é só porque ele foi uma vítima no passado. Pensem um pouquinho sobre isso e vão acabar entendendo a atitude de muitas pessoas amarguradas da vida real.